O Indiferente e O Fim do Ciúme

O Indiferente e O Fim do Ciúme Marcel Proust




Resenhas - O Indiferente e O Fim do Ciúme


2 encontrados | exibindo 1 a 2


Leo Carrer 06/11/2012

Coisas que não devem ser ditas
A traição é tema recorrente para a humanidade. Em uma sociedade monogâmica, a possibilidade de trair/ser traído é algo que mexe com a maioria dos casais, com uma atração/repulsa quase sublime. Este é um dos temas que ficam só na nossa cabeça, e poucas vezes ousamos falar sobre ele. Por isto mesmo talvez choque tanto quando é abordado de forma tão direta em filmes e livros. Por tudo isto, a traição é algo que mexe com nosso inconsciente e desperta nossa imaginação. Duas histórias demonstram bem este fato. Um dos contos de Marcel Proust, denominado O Fim do Ciúme retrata um romance secreto. Mas um comentário de um conhecido sobre a mulher amada desperta no amante a dúvida, e ele entra num estado de constante paranóia:

Leia tudo em: http://antitelejornal2.blogspot.com.br/2012/11/coisas-que-nao-devem-ser-ditas.html
comentários(0)comente



Leonardo1316 20/09/2015

“OIndiferente” e “O Fim do Ciúme” são duas pequenas novelas que foram produzidas pelo francês Marcel Proust. Essas novelas estão entre as primeiras que Proust escreveu. Enquanto “O Indiferente” teve pouco sucesso e repercussão. Podemos dizer que ela foi esquecida e só obteve reconhecimento através da pesquisa feita por Philip Kolb, que a “redescobriu”. Já “O Fim do Ciúme” é considerado a mais profunda novela de Os Prazeres e os Dias que foi publicado no ano de 1896.

“O Indiferente” tem como protagonista o maestro Lepré, um homem extremamente reservado em sociedade, indiferente à atenção que lhe dedicam às beldades por ter consciência da sua condição econômica não muito desafogada e porte um tanto apagado. Lepré detém, a par de um indiscutível talento, uma aparentemente inexplicável baixa auto-estima. Mesmo o encontro com Madame Lawrence, conhecida pelo hábito peculiar de se enfeitar somente com flores no lugar de jóias, uma das mais bonitas mulheres de Paris, deixa-o na defensiva. Lepré, apesar de sensível e inteligente, nunca tem sucesso com as mulheres.

Até ao momento em que é do conhecimento público que está de partida, sendo então tratado com toda a amabilidade e carinho. É somente nessa altura que se permite baixar as próprias defesas, apaixonando-se quando se sabe na eminência de perder o objeto do próprio desejo. Lepré personifica o tipo de homem que não deseja efetivamente apaixonar-se por temer a vida em comum. Trata-se de um solitário convicto. Por outro lado, tem uma faceta oculta e ultra-secreta: as mulheres da dita “boa sociedade” não lhe interessam porque aprecia a imoderação das chamadas “mulheres da vida”. É por isso que se esforça por convencer a cobiçada beldade que o admira a resignar-se a uma intimidade puramente amigável. Esta acaba por casar com alguém que lhe dá a atenção de que necessita, compensando o desprezo do maestro.

Já “O Fim do Ciúme” traz o uso frequente do possessivo entre os amantes, a que se soma o desejo de proteção e domínio, a que se alia um paternalismo no emprego do diminutivo entre o protagonista e a amante, o que dá certa futilidade aos diálogos. Vemos também as reviravoltas sofridas pelo personagem que acaba por sofrer um acidente que o torna incapacitado e objeto da piedade feminina. Piedade não é amor e muito menos desejo. A vida torna-se, para ele, uma verdadeira agonia.

Não se pode negar que o peso das obras deixadas por Proust. Nessas duas novelas, que a primeira vista se mostram super pequenas e “insignificantes”, são verdadeiras obras primas que ele nos deixou. Em “O Indiferente”, podemos notar diversos pontos que são abordados na sua obra prima: “Em Busca do Tempo Perdido”, como: o amor não correspondido, a diferença como isca da paixão, as flores como símbolo da efemeridade do amor, além do próprio tempo. Já “O Fim do Ciúme”, mostra um aprofundamento da análise do amor, tendo como foco o ponto de vista masculino ao invés do feminino. Vemos aqui também, a questão do homem diante da morte.

Para aqueles leitores que querem conhecer o mundo de Proust, começar pelas suas novelas ou obras menores é uma excelente pedida, visto que “Em Busca do Tempo Perdido” é uma obra enorme, que totalizando um número considerável de páginas. Mas não se deixe assustar pelo tamanho dos livros, a obra de Proust é simplesmente incrível.

Quanto à escrita proustiana, ela é simples e de fácil compreensão. Por Proust ser francês, encontramos muitos nomes franceses, assim, que não domina a língua terá um pouco de dificuldade em pronunciar os nomes dos personagens. Mas isso não impede ou atrapalha a leitura, pelo contrário, a torna mais interessante.

Eu optei por começar a “viajar” no mundo proustiano, a partir de outras obras não tão famosas dele, para que ter a possibilidade de conhecer a escrita, os assuntos abordados por ele, a descrição de cenas. Isso mesmo que você está pensando querido leitor. Eu olho a descrição das cenas de autores que eu ainda não li, porque eu já li obras incríveis, mas que as cenas eram muito chatas de ser lidas. Um exemplo dessas obras é Madame Bovary, que é incrível no conjunto, mas com descrições de cenas chatas e monótonas.

Mas enfim... Leiam Proust. Proust é amor, é vida, é filosofia, é tudo. Recomendo está incrível leitura.

site: http://prafalarsobrelivros.blogspot.com.br/2015/09/o-indiferente-e-o-fim-do-ciume-marcel.html
comentários(0)comente



2 encontrados | exibindo 1 a 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR