A medida do mundo

A medida do mundo Daniel Kehlmann




Resenhas - A medida do mundo


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jota 11/07/2014

Dois craques alemães...
Um tanto de ficção e outro tanto de erudição (mas sem complicação): é isso que Daniel Kehlmann nos oferece neste romance leve e bem-humorado. O autor imagina aqui um improvável encontro entre Carl Friedrich Gauss (1777-1855) e Alexander von Humboldt (1769-1859), dois sábios do Iluminismo alemão.

A história (melhor seria dizer as histórias, pois várias partes do livro se assemelham a contos completos) de A Medida do Mundo começa em Berlim, em 1828, durante um congresso de naturalistas, onde Humboldt e Gauss se encontram.

Esse encontro vai ser curto, apenas durante uma noite, mas vai render um curioso relato da vida e das aventuras pessoais e intelectuais dos dois. Humboldt, “aristocrata e asceta, fanático da medida, torna-se um dos fundadores da moderna geografia graças às suas incansáveis explorações pelo mundo”. Por outro lado, Gauss, conhecido como o príncipe das matemáticas, “prefere ficar sentado à secretária fazendo cálculos, exilado de um futuro a que sente pertencer.”

Ainda que os dois homens levem vidas bastante singulares, apesar das diferenças que os separam, eles “têm em comum o anseio de compreender o mundo através de fórmulas verificáveis pela Razão.” É isso que os une, para além da ficção.

Como a obra de Kehlmann não é uma biografia, ele romantiza essas duas vidas de modo interessante e até mesmo engraçado às vezes, o que torna sua leitura sempre cativante. O problema está em nos esquecermos disso e embarcarmos de vez nessa viagem através de sua narrativa - com a ressalva de que os fatos essenciais da biografia de Humboldt e de Gauss estão de fato presentes no livro, claro.

Que traz também o reconhecimento de como era difícil fazer ciência e ser compreendido e ou reconhecido então. Mas tanto Humboldt como Gauss chegaram lá e temos, através deste livro, a oportunidade de conhecer um pouco melhor esses dois homens notáveis. Dois craques alemães, se me entendem.

Lido entre 06 e 11/07/2014.
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Miguel.Martins 21/09/2020

Esse livro com certeza superou minhas expectativas. Eu achei que seria uma autobiografia chata e erudita, já que os personagens são dois dos maiores cientistas da história: Alexander von Humboldt e Karl Gauss. Porém, para minha bela surpresa, Daniel Kehlmann traz uma narrativa leve e bem-humorada. Talvez a maior dificuldade de leitura seja o discurso indireto livre, de início dá uma certa dificuldade saber se é algum personagem que está falando ou se é uma observação do narrador. Mas depois que se "pega no tranco" a leitura flui como o barco de Humboldt nas águas do rio Orinoco.

O ponto marcante do livro, pra mim, é a ousadia de Kehlmann em retratar Humboldt e Gauss como pessoas um tanto detestáveis, arrogantes e até ridículas. Considerando que são cientistas muito renomados e estimados, é de admirar que sejam apresentados de uma forma que alguns poderiam considerar ofensiva.

Mas acho que talvez tenha sido uma forma de trazer esses personagens para mais perto da realidade dos leitores, meros mortais. Afinal, estamos falando de duas pessoas indecentemente brilhantes. Não custa nada fazer a gente se sentir um pouquinho melhor do que eles em um ou outro aspecto hahaha
Miguel.Martins 22/09/2020minha estante
Autobiografia não, biografia**




Tiago 11/08/2022

Pessimo
Narrativa chata, personagens desinteressantes. Quase abandonei. Foi com extrema dificuldade que conclui a leitura.
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rogerbeier 08/06/2023

Gauss e Humboldt num excelente romance histórico
Livro muito bem escrito que intercala, de forma romanceada, a trajetória de dois grandes pensadores germânicos incontornáveis do século XIX: Gauss e Humboldt. A quem se interessa pela ciência, de modo geral, este livro é um bálsamo.
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Ladyce 02/08/2011

Uma aventura no tempo e nas ciências
Férias são para se fazer o que não se faz no cotidiano, para alargar horizontes, experimentar novos caminhos. Apesar de não ter tirado férias, formalmente, passei o mês de julho brincando fora da caixa. Minhas pseudo-férias incluíram uma vida repleta de exposições de arte, festival do cinema feminino, mesas-redondas literárias e científicas, concertos, visitas com amigos que há tempos não via. Um julho delicioso, cheio de atividades que me tiraram da rotina, alimentaram o descanso, aliviaram a tensão. Foi assim que encontrei e acabei me deliciando com o romance de Daniel Kehlmann, A MEDIDA DO MUNDO, [Cia das Letras: 2007.

Talvez tenha sido sincronicidade ler esse romance alemão um dia depois de ter assistido ao arrebatador filme de Woody Allen, MEIA-NOITE EM PARIS [2011]. O que une estas duas obras é justamente a visita que se faz a uma época passada [cada qual num século e em países diferentes], a um específico local que borbulha com novas idéias, teorias. Em ambas as obras sentimos a eletricidade dos principais pensadores que se interconectam, trocam idéias, se referem uns aos outros e nos fazem desejar que tivéssemos sido contemporâneos de seus protagonistas: Kant, Daguerre, Goethe, entram e saem das páginas desse romance com a facilidade com que uma limusine leva Gil [Owen Wilson] das ruas de Paris contemporânea aos encontros com os mais famosos escritores e artistas radicados naquela cidade nas primeiras décadas do século XX.

A MEDIDA DO MUNDO é um romance baseado nas biografias de dois dos maiores cientistas que por razões diferentes saem de suas zonas de conforto e medem o mundo: Humboldt vem para a América do Sul e mede tudo o que vê, das montanhas às margens dos rios. Sua procura é incessante. Ambientada no Novo Mundo a narrativa assume característica de uma aventura exacerbada por um realismo fantástico. Gauss, por outro lado, nunca saiu de seu torrão natal: mede o mundo através de equações matemáticas ancoradas nas estrelas e por indução. Assim como a narrativa de Humboldt parece espelhar a aventura sul-americana, o estilo literário que envolve a vida de Gauss reflete sua vida mais precisamente dimensionada. Suas vidas aparecem em capítulos intercalados, com uma narrativa bem-humorada e cativante, não se tem em nenhum momento a sensação de estranheza, mesmo tendo o autor deliberadamente diferenciado a maneira de retratá-los.

Daniel Kehlmann trata todo o texto com cativante ironia e humor, além de fazer com poucas e precisas pinceladas, um retrato da efervescência intelectual da época. Acabamos percebendo que mentes brilhantes podem vir em qualquer formato. As vidas de Gauss e Humboldt são comparadas e contrastadas dando-nos uma visão generosa das diferentes maneiras de se atingir objetivos pessoais. Esse não é um livro em que descobrimos detalhes biográficos da vida de cada cientista: essa não é a proposta. Temos sim, ao final do romance, uma percepção rica das dificuldades corriqueiras da época, fartamente adubadas pela extraordinária imaginação do autor que nos lembra de cheiros e sons; do desconforto das viagens em carruagens, das dores de noites dormidas em desconfortáveis colchões; da arrogância da nobreza e de sua filantropia. Tudo retratado com leveza e ironia. Uma leitura deliciosa diferente do que se poderia esperar de um romance histórico, de uma biografia ou até mesmo de um livro sobre cientistas. Invista nessa leitura, não se arrependerá.
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Nanda 11/10/2009

“As melhores coisas e as melhores pessoas nascem da diferença.” Frost

Depois da leitura deste livro tive uma sensação...a de que o mundo não é à medida do homem...e senti um enorme alívio...melhor assim...
A narrativa do livro é uma mescla de fatos ocorridos e ficção. É o encontro do naturalista Humboldt e de Gauss (o "Príncipe dos Matemáticos).Este encontro se dá, por ocasião do Congresso dos Investigadores da Natureza, ocorrido em Berlim, no ano de 1828.
O que torna o livro instigante é justamente o antagonismo e as peculiaridades destas duas personalidades. Enquanto Humboldt vinha de uma família de aristocratas e tinha um espírito aventureiro, Gauss era filho de um jardineiro,não gostava de viajar, era solitário e mal humorado.No entanto, algo os ligava. Ambos tinham um único objetico comum que era medir o mundo.Logicamente os métodos utilizados são os mais diversos, já que para um o "medir o mundo" só faria sentido se este mundo fosse percorrido e se extraísse dele suas amostras e estas fossem catalogadas, classificadas. Por sua vez, Gauss acreditava que fazer ciência era compreender de forma racional os problemas. O livro é uma narrativa agradável e fascinante de descobertas científicas de parte do século XVIII e começo do século XIX.
Uma leitura extremamente agradável e instigante. Vale a pena!














































































































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Hildeberto 29/11/2016

"A medida do Mundo", de Daniel Kehlmann é um livro leve e divertido. Romanceia as vidas de Humboldt e Gauss, dois importantes cientistas alemães do séculos XIX, que contribuíram, entre outras coisas, para o desenvolvimento da geografia e da matemática.

É uma narrativa surpreendentemente interessante. Alguns fatos históricos (Guerras napoleônicas, expansão norte-americana, etc) servem como pano de fundo para o enredo. A realidade e a ficção se confundem.

O humor é o ponto forte do livro. Por outro lado, a leitura não me despertou nenhuma reflexão profunda, nenhum questionamento existencial. Mas essa também não era a intenção do autor.

Portanto, é uma ótima leitura para rir, relaxar, conhecer um pouco da biografia de dois grandes cientistas. A forma de escrita é acessível, proporcionando uma leitura rápida. Este é um dos livros indicados por "1001 livros para ler antes de Morrer". Vale a pena para quem busca algo mais leve. E a edição da Companhia das Letras, como sempre, possui um alto padrão de qualidade.
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arlete.augusto.1 21/12/2018

Biografias Romanceadas
Como seria um encontro entre dois gênios do século XIX, Humboldt e Gauss? Com uma escrita leve, divertida e fluida, Daniel Kehlmann nos apresenta a vida e as descobertas científicas desses grandes homens que viveram à frente de seu tempo. Recomendo!
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Augusto Bogo 01/11/2021

Leitura agradável e bem humorada. As passagens sobre Gauss são as melhores e que me prenderam mais a atenção.
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Julia 07/11/2022

Um livro quase biográfico, mostrando outro lado da ciência mundial. Mostrando o lado pessoal dos irmãos gauss e hambold.
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Filipe 03/02/2024

Comecei esta leitura entusiasmado, mas o sentimento logo passou quando percebi que era um trabalho de ficção. A ótima capa e contracapa não deixam isso claro. No entanto, há de se admitir que é um trabalho decente acima da vida de dois grandes homens. Humboldt, especialmente, é um personagem em que todos deveriam se aprofundar em algum momento.
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