E de Extermínio

E de Extermínio Cirilo S. Lemos




Resenhas - E de Extermínio


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Davenir - Diário de Anarres 22/02/2023

História alternativa cheia de aventura e manipulação da história.
"E de Extermínio" é o segundo livro de Cirilo S. Lemos, autor do excelente O Alienado. Aqui há uma proposta bem diferente primeiro livro, puxado para o wierd, reflexivo e filosófico, agora dando vazão para sua veia de historiador e mergulhando de cabeça na a ação e na história alternativa, com uma estética Dieselpunk. Essa mudança mostra a versatilidade do autor, mas para quem leu o primeiro livro, é importante alertar que o estilo quase philipkdickiano não é uma constante do autor, apenas uma de suas facetas.

A obra é uma ampliação da noveleta Auto de Extermínio da antologia Dieselpunk da Draco, que aqui é praticamente usada por completo, como uma abertura ou uma primeira de várias aventuras da família Trovão, que vão se acumulando como se fossem várias noveletas juntas alternando narradores. O primeiro, Jerônimo Trovão, é pai que ensinou o oficio do assassinato ao filho, Deuteronômio, chamado apenas de Nômio. Ambos nasceram com uma espécie de mediunidade, personificada em uma figura que conversa e alerta dos perigos dando uma vantagem em combate que mantém tanto Jerônimo, quanto Nômio vivos e perigosos. Jerônimo vê uma Santa (pela sua formação religiosa) e Nômio vê o Democrata (personagem dos quadrinhos que lia na infância). Há também um terceiro filho, que mesmo sendo adotado, também desenvolve a mesma mediunidade mas com uma diferença que pode destruir a família e mudar o destino do Brasil.

Aliás Cirilo brinca com os destinos não tomados pela História com o domínio que só um historiador apaixonado poderia fazer com tanta segurança. O turbulento início de século, com a ascensão das ideologias do nazismo, comunismo e liberalismo, ganha ainda mais impacto por conta de um Império muito mais teimoso em desaparecer, com direito a um Dom Pedro III velho e querendo perpetuar-se através de um clone. Protásio Vargas, é a primeira figura republicana, que emerge após um golpe de Estado no imperador, contudo um herdeiro do trono muito bem escondido ressurgirá para colocar fogo no Brasil. A trama é bem ágil em entrelaçar o destino da família Trovão com o marco do destino do país, no jogo da política externa.

Esse pano de fundo, contudo não toma conta da narrativa, que é permeada pela ação e pelo mistério que envolve as aparições da Santa para Jerônimo e do Senhor Democrata para Nômio e do cachorro para Levítico o filho caçula da família. Recomendo bastante o livro para quem gosta de ação e não tem medo de conhecer essa história alternativa, cheia de ótimas sacadas mas que nem por isso perde a essência do Brasil que conhecemos e isso garante uma viagem fantástica e crível.

site: http://wilburdcontos.blogspot.com/2023/02/resenha-273-e-de-exterminio-cirilo-s.html
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Ricardo Santos 30/05/2017

História do Brasil alternativa
E de Extermínio foi originalmente publicado como uma noveleta, reproduzida na primeira parte do romance. Cirilo S. Lemos muda acontecimentos da história do Brasil, misturando personagens fictícios com personalidades do passado. As décadas de 1930 e 1940 são retratadas com uma pegada dieselpunk, num contexto retrofuturista, em que a monarquia ainda comanda o país, mesmo que de maneira frágil. Tensões entre monarquistas, militares, comunistas e americanos mostram uma disputa de poder acirrada, num cenário de Dick Tracy e Rocketeer, à nossa maneira, onde o avanço convive com o atraso. O texto é ágil e cheio de ação. Mas há também belas passagens durante a calmaria ou nos momentos de delírio, nos quais os personagens são aprofundados. A ressalva fica para a falta de coesão do livro, em que as partes formam um todo meio caótico. Porém, isso é um arranhão menor na prosa relevante e divertida do autor.
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Odin com Pimenta 26/01/2017

E de Extermínio, o diesel punk da Editora Draco
“A história se passa em um Brasil alternativo onde o Império avançou até a primeira metade do século XX tropeçando nas próprias pernas. Quando a saúde do Imperador falha, surge a chance que os americanos precisavam para apoiar o movimento republicano. Mas os monarquistas não estão dispostos a ceder e contarão com a ajuda interesseira da União Soviética. Enquanto isso, decidido a ser um bom exemplo para os filhos, Jerônimo entende que a hora de se aposentar finalmente chegou. Mas quando seu último trabalho põe a família inteira em perigo, ele percebe que a única forma de garantir a paz é travando outra guerra. E outra. E outra. Em um ciclo que parece não ter fim.”

Fala aí galerinha! Hoje vim falar de um livro que eu particularmente curti e muito. E de Extermínio de Cirilo S. Lemos, autor de o Alienado, ele aqui consegue criar uma história incrível.

Em E de Extermínio iremos acompanhar as histórias da família Trovão, que como o nome já diz, causa tremor por onde passa. A história e basicamente centrada em três principais personagens: Jeronimo Trovão o pai e os filhos Deuteronômio e Levítico Trovão. Cada um tem uma participação principal no decorrer da história.

Jeronimo e um assassino profissional que cansa da vida que leva e que mudar de qualquer jeito, mas a visão de uma santa não o deixa sair da vida de sangue que leva e sempre acabava voltando para a vida que tanto deseja abandonar, já Deuteronômio, o filho mais velho, enxergar o pai como um herói, se orgulha a seu jeito do trabalho que ele leva, mas com o passar do tempo o considera fraco e covarde. Levítico, o filho mais novo é um entusiasta e ama o pai e o irmão, mas é no seu destino que as coisas podem mudar.

Tendo falando um pouco dos personagens principais, falemos do livro em si. É fantástico! Simplesmente fantástico!!! A história se passa em um Brasil fictício onde o Império se estendeu para o terceiro reinado, mas que anda mal das pernas por uma administração parca. O Brasil que aqui é apresentado é incrível. Temos um misto de ficção com sobrenatural de uma forma tão natural que fica difícil de parar de ler.

Cirilo S. Lemos cria um Brasil novo, cheio de aventuras, diesel punk, máquinas fantásticas, cenários incríveis, ideologias e o sobrenatural, um mundo que pode muito bem ser expandido e que tem muito a se contar sobre ele. E de Extermínio e uma obra linda de fácil leitura, muito bem detalhada e que pode satisfazer facilmente. E de Extermínio e um livro para os amantes de uma boa história.

Minha opinião: vale a leitura com toda a certeza. O livro e fantástico, incrível e gostoso de se ler.

O livro em papel está em pré-venda e os envios estão previstos para iniciarem à partir de 14/04/2015. Você pode comprar já com desconto de 20% e frete incluso para todo o Brasil, veja mais informações aqui.

SERVIÇO
Autor: Cirilo S. Lemos
ISBN: 978-85-8243-129-0
E-ISBN: 978-85-8243-130-6
Gênero: Ficção científica, dieselpunk, aventura
Formato: 14cm x 21cm
Páginas: 248
Preço de capa: R$46,90 (papel) / R$ 19,90 (e-book)

site: http://odincompimenta.com.br/livros/resenha-e-de-exterminio-o-diesel-punk-da-editora-draco/
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Mundo de Tinta 06/07/2016

Bem, a sinopse conta tudo que há para contar sobre a história em si, logo vamos às minhas impressões.

Impossível não passar agora todos os dias em frente ao prédio da Central do Brasil (prédio ao fundo na capa do livro), e não procurar pelos dirigíveis. Não imaginar como seria viver no mundo que o Cirilo criou. Todos sabem que o Rio está quebrado e que as Olímpiadas vão deixar um legado triste, então esse livro veio bem a calhar no que diz respeito a ‘podia estar pior’. Nessa realidade alternativa, mal saímos da 1ª Guerra e os republicanos deram o golpe com o apoio americano. Revolução feita, o Brasil vira uma Republica comandada por Protássio Vargas. O ex-imperador Pedro III que já estava idoso e morrendo foi assassinado e seu único herdeiro ainda não apresentado oficialmente está sumido. Só que estoura a 2ª Guerra, os EUA cortam investimento no Brasil e Vargas decide se unir a Hitler. Resultado? Os americanos invadem o Brasil e ficamos em guerra por um bocado de anos.

E é nesse caldeirão fervente que a história se desenrola. Eu gostaria que algumas coisas tivessem sido mais explicadas, como a Santa que o Trovão vê e o Democrata que seu filho vê. Foi explicado o que é, mas não como eles são assim. Nem a esquizofrenia do herdeiro do trono e o que a clonagem afetou a mente do menino. E quem é Santo Antão na história?! O santo de verdade é um santo cristão do Egito segundo a Wikipédia e sua mitologia faz bem sentido na história. Mas não entendi a aparição de umas certas personagens.

Mas sabem porque essas explicações ficam de fora? Porque esse é como um livro de história. O autor não conta um romance com um protagonista e tal, não. É mais como se ele fosse um historiador dessa época e escreveu o que aconteceu sob o ponto de vista dele. Aconteceu apenas que ele considerou que a família Trovão teve um forte impacto nos acontecimentos e centrou sua história ali. Achei brilhante!

Já a parte de DieselPunk me deixou de coração partido. Ver a cidade maravilhosa encoberta por nuvens de fumaça piores do que a que já temos. Oleodutos cortando a cidade de fora a fora, as fábricas acabando com a paisagem… Pior do que a guerra foi imaginar o que a tecnologia desenfreada pode fazer conosco. Fora a tecnologia empregada para a própria guerra! Da onde esse cara tirou essas ideias?! Sério, muito legal!

Esse é um daqueles steampunk que você não sabe qual é o rumo da história porque ela não é previsível. É a história do nosso país. Basicamente qualquer coisa pode acontecer. Deixe sua imaginação seguir com a história e curta a onda.

Agora quero ler TODA a obra do autor porque ele é simplesmente fantástico!!!! #comofaz ?

site: http://blogmundodetinta.blogspot.com.br/2016/07/resenha-de-tinta-e-de-exterminio.html
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Daniel.Martins 15/05/2016

Corajoso
Quando estava na metade da leitura de E de Extermínio do autor brasileiro Cirilo Lemos, eu já tinha uma opinião formada sobre a obra e o autor: Corajosos, muito corajosos.

Me explico. O livro publicado pela editora Draco é uma imensa mistura de itens que não parecem combinar entre si. Temos cyberpunk, dirigíveis, imperadores, amigos imaginários, freiras armadas, americanos, soviéticos e a távola redonda.

A chance dessa mistura ter virado uma imensa galhofa era grande, mas a habilidade do escritor tornou possível que um ótimo livro viesse ao mundo. E de Extermínio é um romance histórico que aproveita fatos do passado para criar um mundo muito interessante.
A história se passa durante o período da segunda grande guerra e mostra um Brasil politicamente diferente do que era naquela época, com uma participação maior naqueles eventos.

Os personagens protagonistas são daquele tipo que, mesmo não sendo pessoas perfeitas, você torce pelo sucesso deles o tempo todo. E os nomes deles também são muito interessantes. Cirilo usa nomes como Deuteronômio e Protásio para batizá-los. Corajoso!
A trama também funciona muito bem, sendo aquele tipo de livro que nos ajuda a ler mais rápido, porque instiga a curiosidade.

Infelizmente, repete-se o problema que tenho visto muito em obras nacionais que é a falta de revisão. O autor escreve muito bem e a maioria dos erros (que nem são muitos) poderia ter sido facilmente corrigida por um revisor experiente.

Sabemos que os custos ainda dificultam e nem por isso, deixaríamos de recomendar uma leitura desse ótimo livro.

site: www.desinformadoss.blogspot.com
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Antonio Luiz 13/05/2015

Um professor sonha a História
E de Extermínio é uma novela peculiar do professor de história fluminense Cirilo S. Lemos. Surge de uma delirante história alternativa na qual um Dom Pedro III prolongou a monarquia brasileira até os anos 1930 para ser deposto numa batalha que envolve robôs tripulados, mochilas a jato, belonaves voadoras, fuzileiros americanos e clonagem humana por um general Protásio Vargas que mistura traços de Getúlio, Deodoro da Fonseca, Brizola e Castelo Branco.

O protagonista é um assassino de aluguel que, contratado pelo general para executar um papel importante no golpe militar apoiado pelos Estados Unidos, torna-se de imediato alvo de uma tentativa de queima de arquivo, da qual ele e o filho escapam graças a poderes paranormais que nele se manifestam como a visita de uma santa e no menino tomam a forma de conselhos de um super-herói gringo chamado Democrata (cuja parceira se chama Republicana). Anos depois, envolvem-se na guerra movida por Washington contra esse Vargas em resposta à aliança deste com a Alemanha nazista e depois em um movimento de restauração da monarquia promovido por freiras rebeldes com apoio da União Soviética.
Não é absurdo pelo absurdo. Pode-se dizer que é uma visão surreal do século XX brasileiro pelo prisma da ficção científica pulp e dos quadrinhos de super-heróis da chamada Golden Age, aquela na qual Superman e o Capitão Marvel combatiam Lex Luthor e o Dr. Silvana numa aventura e Adolf Hitler na seguinte. Esses estranhos conceitos e personagens embalam uma veracidade social e política nem sempre encontrado na literatura dita realista. As curiosas circunstâncias na qual é reencenada a pouco conhecida história da Baixada Fluminense e da expropriação e expulsão de seus moradores no século passado (continuada hoje em outras partes do país) permite ver o processo com um olhar renovado sem trair a essência dos fatos. A história real produziu alianças, traições e reviravoltas ainda mais bizarras.

Ao mesmo tempo, a trama oferece uma reflexão sobre as contradições entre tradições e modernização, nacionalismo e fascínio pela cultura estadunidense, populismo e elites. Sem apontar, porém, saídas ou soluções para esses conflitos dos quais não se parece poder esperar avanços reais ou heroísmos verdadeiros além daqueles que unem pais e filhos. Uma amostra:

"O busto de Clístenes, estadista grego, deitava os olhos pétreos sobre o homem por trás da mesa de mogno. Protásio Vargas sentia como se um milhão de pregos quentes fossem lentamente empurrados nuca adentro, onde se tornavam pequenos corações pulsantes.
– Estamos preparando a tela, senhor – a voz da secretária soou no alto-falante embutido na mesa. – O general McCarthy estará na linha em dois minutos.
– Mal posso esperar – grunhiu Vargas.
Um frasco estava emborcado sobre os papéis diante dele, três ou quatro aspirinas ao redor. Às vezes ele pensava se não seria melhor dar um tiro no próprio coração do que aguentar todos os problemas grandes e pequenos que vinham diariamente tentar lhe provocar um derrame."


site: http://www.cartacapital.com.br/cultura/um-professor-sonha-a-historia-3019.html?utm_content=buffere44d3&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer
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