Resenhas - As Veias Abertas da América Latina

Thaissagd 14/03/2023

Magnífico!
Sem dúvidas, Eduardo Galeano nos presenteou com uma obra magnífica!

Com o intuito de evidenciar a exploração que ocorreu e que, infelizmente, ainda ocorre na América Latina, o autor nos apresenta um contexto histórico e ideológico preciso para se compreender as mazelas políticas, econômicas e ideológicas presentes no nosso continente.

Concluído em 1970, esse estudo se mostra, lamentavelmente, atual.

JoAo.Sucupira 12/03/2023

Que paulada
Como podem 400 páginas reunirem 5 séculos de exploração colonialista e ainda arranjar tempo para discorrer sobre os efeitos e as contradições que se mantém na atualidade dos anos 70. Metáforas e análises cirurgicas, pretendo ler novamente quando apurar minhas noções de economia.

Lenicio 10/03/2023

Atual e perturbador
O livro parece que foi publicado ontem.
Como não lembrar do massacre dos Yanomamis, do lamaçal das mineradoras, das queimadas na Amazônia?
As veias abertas continuam expostas como nunca.
A brutalidade dos exploradores, antes por golpes de facão nas roças coloniais, agora é exercida à distância, nas telas das grandes salas envidraçadas.
Mas o saldo é o mesmo para os latinos: indigência, analfabetismo, desemprego, desamparo.

Luan Miguel 26/02/2023

Leitura obrigatória sobre nossa civilização (Do México até a Patagônia/Argentina)
Dudu Galeano debruçou sobre o manta latino-americano e todo seu drama, neste celebre livro, ele discorre, todos os males que ocorreram com as vindas dos europeus as terras americanas, principalmente espanhóis e portugueses.

Podemos dizer que o livro é separado em três partes que acentuam as convulsões sociológicas, históricas e geográficas da América Latina.
Primeiro: A colonização pelos países ibéricos (Portugal e Espanha), aqui então, temos o início da espoliação dos territórios latinos e o inicio do sistema escravagista como forma de obter força de trabalho. (Aqui caberia um texto de inúmeras paginas para descrever este primeiro momento, é apenas uma breve introdução).

Segundo: A crescente influência e pressão inglesa na Europa sobre os outros países colonizadores através do sistema financeiro/bancário, também refletiu nos países latino americanos. Dudu Galeano relata inúmeros conflitos em territórios latinos influenciados pelos ingleses, como por exemplo, a Guerra do Pacifico, entre Chile, Bolívia e Peru, que ocasionou em perca territorial boliviana para os chilenos e que isso no futuro impactaria demais na economia e vida social dos bolivianos, eles ficaram sem acesso ao mar do pacífico. Fora as riquezas que eram extraídas dos solos de países como o Brasil e a própria Bolívia que eram arrancados daqui e iam direto para a coroa inglesa, como forma de pagamento das dividas que as coroas portuguesas e espanholas contraíram da Inglaterra, por motivos supérfluos.

Terceiro: A consolidação e hegemonia dos Estados Unidos na América Latina. Neste terceiro aspectos, é onde a consolidação espacial do capitalismo no ocidente torna-se determinante para as pretensões norte-americana na América Latina, e isso fora relatado por Galeano, citando as conspirações militares que desencadearam ditaduras militares e as forte influência de empresas americanas que pressionavam os governos da época, especialmente as empresas do ramo do petróleo que pressionavam governos através de convulsões sociais, partidárias, midiática e afins. E um ilustre resultado disto, a pressão pela derrubada do governo Vargas, depois de o mesmo governo levantar a Petrobrás.

Samuel 24/02/2023

Praticamente a leitura obrigatória dos cursos de humanas
Recomendo a leitura, mas como um livro de história ele apresenta algumas informações sem apresentar fontes. Fui em busca de muitas dessas informações e não encontrei nenhuma referência para embasar as afirmações oferecidas pelo autor. Entretanto, o livro fornece uma ótima narrativa e uma forma interessante de se apresentar a História. Em particular a primeira parte do livro achei muito bem abordado e didático.

jvrodriguesz 22/02/2023

Um livro divisor de águas. Indispensável para entender a América Latina e o quanto sofremos com o imperialismo norte americano e europeu. Abre nossos olhos para que nos indentifiquemos como povo e conheçamos a nossa própria história.

"Há muita podridão para lançar ao mar no caminho de reconstrução da América Latina. Os despojados, os humilhados, os amaldiçoados, eles sim tem em suas mãos as tarefas"

"Há quem acredite que o destino descansa nos joelhos dos deuses, mas a verdade é que trabalha, como um desafio cadente, sobre as consciências dos homens"

Andurin, o calvo 21/02/2023

Uma leitura obrigatória
Para todos aqueles que habitam o continente americano, esse livro é necessário pois conta a nossa história de luta e sobrevivência, nas garras do imperialismo europeu e do capitalismo estadunidense. Nós somos um povo plural e rico, que foi triturado por ditaduras e expropriações em nome do deus mercado e do pecado da ganância.
Para entender como chegamos até aqui e o que é necessário para mudarmos, esse livro é imprescindível.

Beatrix.Oliveira 20/02/2023

O tempo estimado de leitura aqui no Skoob é de aproximadamente 13h. Tenho certeza de que levei muito mais que isso nos 5 meses que passei com esse livro aberto, voltando parágrafos, relendo capítulos inteiros, por conta da densidade de informações que ele traz. Em alguns momentos, o vaivém entre países e contextos me pareceu um pouco fragmentado e difícil de digerir, mas não tira o mérito do esforço hercúleo que é resumir 500 (470) anos de violência continental em 400 páginas.

Vou agregar ao coro de que é um livro indispensável para toda pessoa nascida em país subdesenvolvido. Meu interesse inicial era saber mais sobre o meu continente de origem, já que me via apartada dos nossos vizinhos espanohablantes. E até essa sensação, descobri, é justificada historicamente: a América Latina não se entende unidade porque foi (e é) mantida como ilhas isoladas de exploração em benefício do desenvolvimento dos países do norte, através de políticas incrivelmente cruéis (e às vezes estúpidas) que a cada ciclo econômico se reinventam.

Xinguei bastante ao longo dessa leitura e vai se manter como um livro de referência pra mim sempre que precisar refrescar a cabeça sobre a nossa triste trajetória, e para discussões futuras.

Deghety 20/02/2023

As Veias Abertas da América Latina
Em As Veias Abertas da América Latina, Eduardo Galeano denuncia toda a exploração econômica, social e territorial que o continente sofreu e ainda sofre desde a sua "descoberta".
Um dos alvos principais são os Estados Unidos. O que se mostra curioso, pelo fato do país também tenha sido um país colonizado. O que nos leva a refletir sobre que a relação oprimido/opressor é uma questão de oportunidade.
Muito se mostra aqui também que foram e são os líderes dessas nações exploradas quem facilitou e facilitam tais atos, como também algumas manobras econômicas autoritárias.
É bem claro o lado ideológico do autor quando deixa de lado os fatos históricos e expõe suas ideias. O que retorna o que eu disse acima sobre a relação entre os oprimidos e opressores, uma vez que, usando diversos exemplos fora dos principais países expostos, não há uma linha criticando regimes a qual se está alinhado.
Outro ponto interessante que me ocorreu foi quanto ao advento da tecnologia. Tudo se dirige para cada vez mais a mão de obra humana ir se tornando obsoleta. Fazendo com que se produzam mais desempregados e a história está aí como um mau exemplo quando o Estado fica responsável por suprir as necessidades básicas do povo.
As Veias Abertas da América Latina é uma obra grandiosa e fundamental para conhecermos e entendermos a história do continente.

Romeu Felix 17/02/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
"As Veias Abertas da América Latina" é um livro de Eduardo Galeano publicado originalmente em 1971. A obra traz uma visão crítica da história da América Latina desde a colonização pelos espanhóis e portugueses até a época contemporânea. O autor aborda temas como a exploração dos recursos naturais do continente, a escravidão, o imperialismo norte-americano, a luta por independência e a formação das oligarquias locais.

O livro está dividido em quatro partes, cada uma com diversos capítulos que abordam aspectos distintos da história da América Latina. Na primeira parte, o autor apresenta uma visão geral da colonização europeia e da exploração dos recursos naturais, especialmente os metais preciosos. Na segunda parte, Galeano fala sobre a formação das classes dominantes e das oligarquias que governaram os países latino-americanos durante grande parte do século XIX e XX.

Na terceira parte, o autor aborda o papel dos Estados Unidos na história da região, com destaque para a chamada "política do big stick" (política do porrete) e a intervenção em países como México, Nicarágua, Haiti, Panamá e República Dominicana. Finalmente, na última parte, Galeano analisa a luta por independência e a formação dos movimentos populares na América Latina, com destaque para a Revolução Cubana e os movimentos guerrilheiros que surgiram em diversos países na década de 1960.

O livro é considerado uma das obras mais importantes sobre a história da América Latina, sendo elogiado por sua visão crítica e comprometida com a luta dos povos da região. Ao mesmo tempo, também é alvo de críticas, especialmente por apresentar uma visão determinista e simplificada da história da região. Em todo caso, é uma obra fundamental para quem quer entender melhor a história e os desafios da América Latina.

Fichamento:

"As veias abertas da América Latina" é um livro do escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano, publicado originalmente em 1971. O livro é uma análise histórica, política e econômica da América Latina desde a chegada dos colonizadores europeus até os anos 70, quando foi escrito. A obra é dividida em quatro partes, cada uma abordando um período específico da história latino-americana.

A primeira parte do livro, intitulada "A era do ouro", descreve o processo de colonização da América Latina pelos espanhóis e portugueses, que levaram ouro e prata das minas americanas para a Europa. Galeano mostra como a exploração das riquezas naturais da região foi um dos principais motivos da colonização europeia e como isso gerou desigualdade social e pobreza no continente.

A segunda parte, "O tempo dos impérios", trata do século XIX, quando as nações europeias estabeleceram seus impérios coloniais na América Latina. Galeano mostra como os interesses econômicos europeus levaram à exploração dos recursos naturais da região, à concentração de poder nas elites locais e ao surgimento de conflitos sociais.

A terceira parte, "O preço do desenvolvimento", fala do século XX, quando a região passou a ser vista como fonte de matérias-primas para a industrialização dos países ricos. Galeano discute os impactos econômicos e sociais das políticas de industrialização, que muitas vezes geraram desemprego, pobreza e desigualdade.

Por fim, a quarta parte, "A via crucis da América Latina", analisa o contexto político e social da região nos anos 70, quando o livro foi escrito. Galeano discute a relação entre as elites políticas e econômicas e o povo latino-americano, bem como as ditaduras militares que governaram a região nessa época.

Em "As veias abertas da América Latina", Galeano faz uma crítica contundente ao modelo de desenvolvimento imposto pelos países ricos à região, que considera desigual e exploratório. O autor defende a necessidade de uma transformação profunda nas relações econômicas e sociais da América Latina, que permita o desenvolvimento autônomo e justo da região.
Por: Romeu Felix Menin Junior.

mirto0 17/02/2023

Por Uma Revolução Latino-Americana
"Segundo a voz de quem manda, os países do sul do mundo devem acreditar na liberdade de comércio (embora não exista), em honrar a dívida (embora seja desonrosa), em atrair investimentos (embora sejam indignos) e em entrar no mundo (embora pela porta de serviço)."

Amanda1506 12/02/2023

Recomendo muito
Excelente livro, melhor livro sobre a América Latina. Apesar das folhas brancas que não me agradam tanto, foi uma ótima leitura. Obs: recomendo saber o básico de economia.

Hai 04/02/2023

Revoltante e esclarecedor.
O Eduardo tem uma das escritas mais simples, diretas e objetivas do tipo de livro dele. As veias consegue ser casa dia mais atual e certeiro, mostrando como a América Latina sofre para satisfazer o resto do mundo.

Nancy 04/02/2023

O verdadeiro livro de cabeceira
Não vou mentir, ler "As veias abertas na América Latina" é um desafio, mesmo que Eduardo Galeano tenha feito um livro com o objetivo de que qualquer um possa lê-lo e compreendê-lo. O que torna esse livro tão desafiador é passar página por página frustrado com tudo o que aconteceu na América Latina e ver, diariamente, como nós ainda colhemos os frutos de todas as explorações e controle que o Colonialismo e, atualmente, Imperialismo causaram em nossas terras. Viver na América Latina e ler "As veias" é compreender como nós vivemos em ciclos repetitivos de dominação por países que se aproveitam do capitalismo e como há pessoas que, em razão desse sistema, fazem de tudo para ter o mínimo para sobrevivência, para lucrarem. Uma prova dessa história repetitiva é que Galeano finalizou esse livro no início da década de 70 e, ainda assim, continua atual.

Ser latino vai além de suas barreiras geográficas: significa carregar diariamente a frustração de saber que a realidade em que vivemos hoje não é um resultado de nossos antepassados, mas sim de outras pessoas que tinham o lucro como único objetivo - é ver o ladrão, explorador se vangloriando de estar em primeiro lugar, quando, na realidade, ele só está lá, pois roubou (e continua fazendo!) tudo o que estava disponível em nossas terras.

Ter um pensamento decolonial é necessário e urgente para as comunidades latino-americanas.