spoiler visualizarJúlia 25/02/2024
Incrível (resenha de 2020)
Ada é uma menina de 10 anos que vive em Londres com sua mãe e seu irmão, Jamie, 6 anos, num apartamento de um cômodo. A menina possui uma deficiência física, um pé torto. Devido a isso, sua mãe nunca deixou ela sair de casa, nem mesmo para ir ao banheiro do prédio. Ada observa o mundo pela sua janela, vê as crianças brincando na rua, os becos e vielas. Mas nunca chegou perto. Ela não sabe o significado de muitas palavras, não sabe sentimentos, nunca viu uma árvore.
A II Guerra se aproxima, e as crianças são evacuadas. A princípio, Mãe só mandaria Jamie. Porém Ada, do jeitinho esperta que é, foge junto ao irmão. Ao serem evacuados para o interior, se refugiam na casa de Susan Smith, uma mulher jovem, formada e que decidiu nunca casar. Ela tinha uma melhor amiga, moravam juntas (eu desconfio que ela seja lésbica, espero que eu esteja certa!), mas sua amiga falece e ela herda seus bens. Inclusive o Manteiga, um pônei.
Os irmãos, que tomavam banho no máximo uma vez por semana, se veem numa realidade totalmente diferente: agora eles dormem em lençóis limpos, tem lareira, comem guloseimas, tem roupas e o principal: descobrem como é ser amado. Entretanto, isso não é fácil para Ada. Em muitas situações nós vemos a menina não sabendo lidar com os sentimentos que surgem, muitas vezes se sente com muita raiva por estar tendo tudo aquilo, não sabe o que está acontecendo. Ela tem medo de voltar, mas tem medo de se apegar a Susan, pois sabe que a guerra é temporária.
Ao longo do livro, Ada faz amigos, aprende a cavalgar, costurar, ler e escrever. Pode usar muletas e seu pé pode ser consertado. Ela está vivendo uma vida que toda criança merece, enquanto uma guerra acontece.
Eu amei o livro. Nota 10. A narrativa é em primeira pessoa, narrada pelo personagem principal. É interessante analisar os conflitos de emoções que Ada sente, ver Susan aprendendo lidar com crianças e ainda tentar imaginar o cenário de início de guerra. O livro tem uma continuação e eu já estou louca pra ler. Esse livro é emocionante, mas não é de chorar. A leitura vale a pena.