Driely Meira 29/07/2015
Quero a continuação!!!
Deve ter sido um sonho... – página 63
Hector sempre fora um rapaz curioso. Quando criança, ele descobrira um mundo místico sempre que fechava os olhos, e o mesmo acontecia com suas amigas, Kassie e Karen.
Ao passarem por um episódio conflituoso e traumatizante durante a quarta série, eles, de alguma forma, passaram a se sentir em dívida com algo e consigo mesmos, e esse foi um dos motivos pelos quais entraram na maior e mais perigosa aventura de suas vidas: visitar o mundo místico todas as noites em busca de Ken, um amigo que, no mundo comum, encontrava-se em coma. Estaria Ken preso no mundo místico, e por isso não conseguia acordar?
Assim foram eles: Hector, o arqueiro; Kassie, a espadachim; Karen, a maga; e mais tarde, Theodore, o rapaz com o machado; em busca de Ken, ao mesmo tempo em que enfrentavam criaturas assustadoras e arranjavam mais missões pelo caminho. Quanto mais tempo passavam no mundo místico, mais tarefas eles encontravam, e mais demoravam a acordar no mundo real. Será que eles poderiam ficar presos no mundo místico, assim como Ken? E o que aconteceria se um deles morresse por lá?
Ken estava em coma.... Entretanto, ninguém sabia o que se ocorre com o corpo em um mundo quando se morre em outro. – página 205
Surpresa. É a única palavra que consegue descrever como eu me senti ao ler esse livro. O começo foi um pouco cansativo, confesso. Os personagens eram crianças curiosas, viam o sobrenatural e a necessidade de investigar tudo, além de se meterem em confusões para lá de engraçadas. As primeiras cinquenta páginas não me conquistaram, mas o que veio depois foi de tirar o fôlego.
Ver a forma com que os personagens agem nas situações, ainda quando crianças, é impressionante, e eu só conseguia imaginar como seriam ao crescer. Bom, a autora faz com que nossos desejos sejam realizados. Anos depois, eles estão crescidos e, mesmo com muito sarcasmo e bagunça, estão muito mais maduros e inteligentes (ah-vá), e a coragem e bravura com que lutam e tentam encontrar Ken é incrível. Em momento algum pensam em desistir, e olha que o rapaz não era lá o melhor amigo de todo mundo. Ver o quanto se importam uns com os outros só deixa o livro mais rico, mas o que mais conquista é o bom humor nas situações mais inimagináveis.
Os dois mundos se misturavam. Havia uma conexão entre eles. – página 286
Foram incontáveis as vezes em que eu reli um parágrafo ou a página inteira só para rir mais uma vez do que estava acontecendo, seja quando Hector e Cia ficaram presos numa árvore (não aconteceu só uma vez) ou quando seus planos acabam não dando muito certo. A escrita da autora é divertida, e isso, somando ao fato de cada personagem ter um jeitinho especial de ser, não nos deixa largar COMA por nada nesse mundo... ou no outro.
Nunca pensaram no outro mundo como um lugar falso – muito pelo contrário: o local fazia parte de suas vidas, pois passaram grande parte do tempo lá. – página 173
Normalmente não sou muito fã de histórias mágicas ou que se passam em épocas mais medievais, mas COMA abrange ambas as situações, e eu tiro o meu chapéu para a autora, pois ela conseguiu misturar os dois elementos de forma tão original que eu simplesmente não conseguia parar de ler. Vilarejos, magos e monstros vermelhos ainda não são o meu gênero favorito, mas COMA é uma deliciosa exceção, e eu o leria novamente sem pensar duas vezes. É claro que ainda acharia Karen um pouco esquisita e antipática, e continuaria torcendo para que Kassie e Theodore ficassem juntos (sem romance por aqui, pessoal), mas o leria, sim!
Seria possível que, após todos esses anos, estivesse quase se tornando uma parte efetiva do mundo místico e abandonando o mundo comum? – página 230
Estou muito ansiosa para a continuação, mas enquanto isso não acontece (torço para que venha logo o segundo livro), continuo imaginando como seria dormir e ir parar em outro mundo.
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