Resenhas - A vida como ela é...

Áquila 10/04/2024

Crônicas carregadas
Nelson Rodrigues fala de uma cidade cheia de figuras bastante caricatas, e um ambiente machista que se pretende o único possível, de um cinismo intenso.

Polianny Martins 09/04/2024

É cada história pesada que no decorrer do tempo vai dando uma tristeza. É incrível como você se surpreende com os finais. Bem pesado, mas muito muito bom.

lucas 29/03/2024

Primeiramente, se você ainda não leu, leia.
Com um ar de especialista quando se trata de seres humanos, Nelson separa em algumas classificações, todos os tipos de gente que você já encontrou, convive ou ainda vai encontrar na vida - se não for você mesmo. É um manual, um guia de como entender melhor ou não entender o que é e como funciona esse animal peculiar chamado humano.

Jeff Ettore 09/03/2024

Realidade
Adorei. São histórias absurdas, mas que todo mundo conhece alguém que viveu ou mesmo já passou por essas situações. Imagino o autor sentado numa mesa de bar com amigos de bar ouvindo essas histórias, certeza que foi lá que ele ouviu muitas delas. Enfim, livro divertido demais, por ser muito real, mostra o quão hipócrita é a nossa moralidade e o que todos fazem quando estão abaixo do radar. Não atoa o título do livro. Alguns contos são bem repetitivos, mas nada que deixe o livro cansativo, pois os finais, apesar de serem as vezes chocantes, também arrancam risadas de nervoso e divertimento. Vale muito a experiência.

EBdO 21/02/2024

Repetitivo e cansativo
Nelson Rodrigues é muito citado por outros autores. Eu conheci ele pelo Pondé, e tive vontade de ler. São várias histórias curtas, mas logo de início senti um cansaço tremendo em ler. Dez páginas pareciam ser cem, e eu não conseguia avançar na leitura. Forcei, insisti, mas percebi que as histórias entre si eram muito parecidas e sempre com o mesmo argumento sobre a desilusão do amor, visão cética do romantismo e casamento. Aí desisti.

Talvez funcionasse mais em jornais, até mesmo como tirinhas em quadrinhos curtas ou esquetes de comédia. Mas todas elas juntas foi cansativo demais.

Daniel 06/02/2024

A Vida como Ela é
A escrita de Nelson Rodrigues é bem fluida, de modo que se lê muito rapidamente cada um dos contos. Acho que o ponto alto do livro é a coragem de tratar de certos Tabus na sociedade, expondo também as hipocrisias de um país e uma cidade (Rio de Janeiro) em crescimento constante. Esse comentário a sociedade da época, revela também o Brasil daquele período, de ditadura e mudança de comportamentos e pensamentos.

JosA225 31/12/2023

A Vida Como Ela É...
Nelson Rodrigues despeja na nossa cara o que o ser-humano tem de pior. Traumas, dramas e psicoses, principalmente sexuais, não faltam nessas páginas. Uma verdadeira sessão de terapia.

Duda Garcia 30/12/2023

Um livro em um ano
Acho que esse é um livro perfeito pra ir lendo aos pouquinhos durante um ano. Cheio de crônicas muito interessantes sobre o pior lado das pessoas que são sempre escondidos.

joaoggur 23/11/2023

Quem vê cara não vê coração.
Vou admitir de uma vez por todas; tinha um grande preconceito com Nelson Rodrigues. E o termo ?pré-conceito? não poderia ser melhor usado; meu julgamento era completamente pré concebido, sem nunca ter lido nada do autor.

Neste volume são condensados cem pequenos contos, que foram originalmente publicados em sua coluna ?A Vida Como Ela É? , que nomeia esta edição.

Após lê-los, cheguei a conclusão que Nelson é um autor extremamente ambíguo; ao mesmo tempo que não, enfaticamente, problematiza as questões sociais, ele consegue fazer um raio-x preciso da sociedade misógina e patriarcal do século XX. Independentemente de seus vídeos onde diz obscenidades, de suas opinões ultrapassadas e de seu perecer em relação ao tempo, é inegável como o autor tinha uma exímia habilidade em exacerbar as lacunas da sociedade, de mostrar a podridão daqueles falsos moralistas.

Suas obras merecem um debate digno e de mente aberta. Vale a leitura.

Neto.Antonelli 08/11/2023

Nelson Rodrigues retira a cortina da hipocrisia social e nos traz vários contos, mostrando as faces menos vistas no amor e na vida cotidiana.

"A Vida Como Ela É" traz vários contos curtos e, ao final, alguns um pouco maiores, tratados como série.

Os contos são bons, mas, ao ler de forma contínua, a violência do desfecho acaba ficando comum e o interesse vai caindo.

Vale muito a pena, mas, como recomendação, diria para apreciar aos poucos, como uma forma de fuga da sociedade perfeita, de forma esporádica. Ao ler tudo ao mesmo tempo, saímos da utopia vendida por uma sociedade hipócrita para uma overdose de histórias, quade todoas nos levando para um mundo em forma de distopia mundo cão, que poderiam ser notícias do velho e extinto Notícias Popupares.

Bruno.Rafael 21/09/2023

Crônicas da disgraceira
Nessa coletânea de 100 crônicas de Nelson Rodrigues, vemos "A vida como ela é", que na visão do autor, não é nenhum mar de rosas. Os temas mais recorrentes são traições e mortes, muitas, muitas mortes, e de várias maneiras diferentes. No começo é difícil ler várias crônicas seguidas devido à ferocidade do conteúdo delas, mas com o tempo, o leitor percebe que o tom do livro vai ser um só, e acaba aproveitando melhor as crônicas, já sabendo que vai ter alguma disgraceira no final das histórias, mas não sem se surpreender na maioria das vezes. E isso faz até a pessoa rir de momentos em trechos que não deveria, mas sem culpa. Afinal, a intenção de Nelson foi essa. Algumas crônicas são bem parecidas, mas não estraga o conjunto da obra. Vale a pena a leitura para conhecer um pouco da vida como ela é pelas palavras de Nelson. Palavras que revelam o trágico, em toda sua extensão disgracenta, se bem que a conclusão de muitos causos seriam bem difíceis de acontecer.

rhana.condado 03/09/2023

Ironia que perturba
Antes de tudo é uma obra datada (1950~1960) que conta histórias com finais perturbadores, típico de Nelson Rodrigues. Só que pra gente, o leitor moderno, choca de uma forma muito mais intensa e revira o estômago.

A escrita de Nelson Rodrigues é única e cheia de reviravoltas inacreditáveis, o que faz um livro tão denso descer pela garganta de uma forma fluida. Ele é muito corajoso com cada palavra e usa todo um humor ácido para incomodar mesmo. E incomoda. Muito.

Minha nota é justamente por ser uma leitora moderna e não conseguir me desvencilhar disso, enxerguei, em algumas histórias, um humor misógino e sórdido que me deixou super abalada.

Enfim, no final de contas, contextualiza o Rio de Janeiro na década de 50, onde essas histórias eram publicadas no jornal e gerava curiosidade e burburinho nas pessoas. Hoje, ainda bem, geraria um desconforto imenso.

Recomendo apesar do textão, entendendo que a época era outra e que é um livro cheio de contos de tragédias.

RaquelSales17 29/08/2023

Era o que escandalizava na época
Eu assisti muito as séries do Nelson Rodrigues na Globo e gosto de histórias perturbadoras, por isso quis ler o livro.
Contudo, qual não foi minha decepção ao me deparar com histórias repetitivas, com situações que hoje já não chova ninguém.
Em tempos de trisal, adultério e bobagem.
De fato há contos que tem finais chocantes, entretanto de situações que poderiam levar a atitudes extremas ?antigamente?, hoje é banal. E eu leitora ficava sem entender o motivo de tais desfechos.
Mas achei interessante identificar contos da série.

Guilherme 23/08/2023

Bom
Esse livro é um compilado de 100 crônicas publicadas por Nelson Rodrigues. Ele mostra uma realidade e uma época que para os dias de hoje soam bem absurdas, é impressionante perceber como o mundo mudou tanto num período de tempo tão curto... Mas o problema desse livro é que por ser um compilado as crônicas começam a ficar parecidas tornando o livro repetitivo... Mas vale a leitura, de forma espaçada e devagar.

João Gustavo O Grande 31/07/2023

A vida como ela é... A vida de quem?
“A vida como ela é”, é de muitos jeitos, não há um padrão, não há um rótulo. Há uma imposição de poderes e saberes que são incutidos no sujeito e que lhe configuram e lhe atormentam no seu processo de subjetivação até mesmo de construção identitária, mas que, no mundo moderno, com o avanço da tecnologia e a quebra de alguns paradigmas o sujeito se rompe, resiste, sobrevive e pode amar. Não um amor romântico traçado na literatura e na dramaturgia, mas um amor de romper padrões, estigmas, estereótipos e ter a minha vida como ela é. E não no geral, a vida de todos, a vida de toda uma sociedade, porque vidas são muitas, mas são únicas.