Lisse 18/05/2016
Sincerely in love...
Demorei um pouco para começar essa leitura porque definitivamente essa capa não faz juz ao livro. Tá certo que o fato de eu pensar num homem escrevendo cartas para uma garota foi um chamariz, mas não foi o ponto definitivo, e sim uma amiga dizer "LEIA QUE TU VAI GOSTAR!". Deus! Essas minhas amigas me conhecem MUITO BEM MESMO.
Carter e Arizona se conhecem desde criança, e se odiavam. Crianças são seres poderosos que sabem ser carinhosas, mas também quando odeiam, o fazem com vontade. E ri demais nessas partes do livro. Porém, o ódio não dura muito pois suas mães fazem um intervenção nas farpas.
O livro é contado entre presente e passado, e conseguimos ter o vislumbre deles antes, e perceber como a amizade começou e perdurou tantos anos na vida de ambos. Esses personagens são engraçados, brigões e amigos o tempo todo.
Arizona é uma protagonista que muito me agradou, tem ótimas qualidades e alguns defeitos que a tornam muito humana que chega dá para se comparar a ela. Tem inseguranças quanto ao que quer do futuro, mas em contrabalanço tem uma confiança no seu talento à pouco descoberto.
"Durante anos, eu nunca entendi o que queria dizer quando as pessoas diziam que sentiram vontade de rir e chorar ao mesmo tempo, até agora."
E senti quase a mesma coisa pelo Carter, porque mesmo que ele tenha todas as características de bad boy rico e que faz o que quer da vida, a autora soube fazê-lo fugir de alguns esteriótipos comuns em macho alfa na literatura. Whitny G soube acrescentar inteligência educacional pois o personagem quer cursar a Academia de Advocacia e se esforça muito para que isso aconteça, também é divertido e carismático.
"Bem,. nesse caso... eu nunca apreciei outras pessoas que descarregam as suas expectativas em mim quando eu tinha a minha própria"
Um tema abordado que adorei foi o fato de Arizona só ter Carter como amigo e não conseguir fazer uma amizade feminina. E olha que ela tenta, mas a coitada não tem sorte. Só conhece pessoas malucas. E é assunto interessante, pois às vezes apesar de nosso esforço em se dar para outra pessoa, ou simplesmente mostrar interesse não é suficiente, pois a amizade é uma via dupla. E isso é claramente visto nesse livro, e até mesmo Carter conversa isso com ela.
E por falar em conversas, eles tem as melhores conversas da história da literatura. Sério! Eles não são puros! Ri muito. Iam à extremos com histórias sem pé nem cabeça, e em outros momentos com assuntos bem interessantes e profundos.
"- Eu realmente acho que é legal que você queira segurar sua virgindade até que esteja pronta
- Sério? Você acha?
- Não. - eu não podia manter uma cara séria com essa mentira. - Mas é honroso. Coxo como o inferno, mas honroso."
Apenas não gostei de como ambos passam a se enxergar com outros olhos muito rápido e num momento muito clichê. Achei desnecessário, e pensei de ser numa cena diferente. Mas mesmo com todo o clichê, ainda dou muito crédito a autora, por saber conduzir bem a trama e fazê-los conduzir seus sentimentos e ações sem perder a leveza e diversão que o livro teve desde o começo.
Sincerely Carter foi um livro que me agradou desde o início, muito agradável, que dá para ler em 24 horas de tão gracinha e fofo que é. E com com certeza darei outras chances para essa autora.
Porque nem precisamos de dedos para contar quantos instalove existem na literatura; enquanto Whitney G. procurou o caminho oposto e me agradou muito.