Bárbara
26/08/2012Três CéusDesde que terminei de ler Todas as Estrelas do Céu, já resenhado aqui no blog em Dezembro de 2010, tenho estado curiosa quanto a Três Céus. Além disso, todo o projeto feito pela Pri do Bookaholic fez com que minha curiosidade só aumentasse. Lendo algumas resenhas, não me aguentava de curiosidade. E foi na Bienal do Livro deste ano em São Paulo que pude pegar meu Três Céus na mão, conhecer o Enderson e ver a pessoa maravilhosa que ele é, e finalmente começar a ler e acabar com minha curiosidade.
Por muito passei desde que consegui meu livro. De VIX até São Mateus tive que vir de ônibus. Resolvi escolher um dos livros que comprei para poder ler na viagem e o sorteado foi Três Céus (mentira, não fiz sorteio, apenas escolhi porque já não me aguentava de curiosidade). Li bastante, tendo apenas que parar por conta do sono que conseguiu fazer com que eu fechasse os olhos. Ao chegar na minha cidade, desci sem o livro. ISSO MESMO! O livro ficou dentro do ônibus e seguiu viagem até Pedro Canário (acho que ele não se contentou em ser apenas Três Céus e quis virar Várias Terras também), mas consegui recuperá-lo no dia seguinte e hoje tenho o meu queridinho em meus braços.
Saindo da história e finalmente iniciando essa resenha, só tenho elogios a tecer à escrita do Enderson. Se em Todas eu já o achava incrível, pude perceber, em Três Céus, como ele evoluiu na narrativa. A história é mais do que um romance, é um livro que entrelaça vida de pessoas que estão ligadas por meio da Aviação. Conhecemos dois comissários de bordo e um Comandante e começamos a entender um pouco sobre esse meio do qual o próprio Enderson faz parte.
Comecei a entender que um comissário não tem apenas como função servir os passageiros e fazê-los se sentir bem dentro de uma aeronave. Eles são pessoas bem treinadas e que podem salvar a sua vida caso venha a ocorrer algo mais sério. E ver tudo isso sendo tratado no livro de um jeito tão simples me deixou até com vontade de me aventurar por esses meios (hahaha, não me imagino de comissária, mas deve ser emocionante).
Gostei da forma como o Enderson foi apresentando os personagens. Começa nos contando sobre Lucas Luchesi, que tem a mania de chamar todos pelo sobrenome e que fica sempre no céu pensando em construir uma vida com alguém (e que torce para que este alguém seja uma "terráquea") e em um momento nos apresenta à Patricia Milano, garota que veio de Parati e que sonha em conhecer o mundo por meio deste emprego que ela tanto almejava. Ao entrar na empresa, começa a ter contato com pessoas que, consequentemente, fazem com que sua vida se entrelace à de Lucas. Mais tarde nos é apresentado o Comandante Fernando Villas, homem sério, pai de família, fiel à esposa, mas que passa por problemas em casa que acabam interferindo em sua vida no seu trabalho.
Achei os personagens muito bem trabalhados e conseguia enxergá-los como pessoas reais. Até porque, eles são pessoas reais. Enderson conseguiu retratar a sua (outra) profissão de uma forma fácil, gostosa e desejável. Porque eu sei que eu fiquei com água na boca (principalmente ao ler sobre a comida mais barata nos aeroportos) e que tem muita gente que vai pensar como eu.
O final tem um clímax incrível. Muitas vezes meu namorado teve que me chamar atenção porque minhas mãos iam direto para a minha boca e eu poderia ter ficado sem unhas. Portanto, já deu para entender que o Enderson está mais do que de parabéns por mais esta obra maravilhosa. Livro muito bom e super recomendado a todos vocês, amantes da aviação, da leitura e de um bom escritor brasileiro.