Viviane.Dias 24/04/2022Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes – Joel 2.12-13No Antigo Testamento existia um tipo de arrependimento que chamamos na Teologia de “arrependimento cultual” ou “ritualístico”. Esse arrependimento refere-se a padrões de comportamento ou vida religiosa que se praticava em determinada comunidade.
Por meio de Sua Lei, Deus especificou não somente como as pessoas deveriam se comportar em referência à moral, mas também em referência à religião. Havia exemplos de como orar, como oferecer sacrifícios e como adorar no Templo.
Do mesmo modo, a estrutura religiosa de Israel incluía práticas que tinham como alvo facilitar o arrependimento. Esses rituais tinham chamadas ao jejum durante uma assembleia solene, como um sinal nacional de arrependimento. O povo de Deus também vestia certos tipos de roupas que funcionavam como símbolo externo de arrependimento interior, de coração.
Juntamente com a mudança de vestes havia um tipo específico de canções a serem cantadas e orações específicas de arrependimento que eram repetidas, como os Salmos de lamentos e as poesias, que faziam parte da liturgia de Israel.
Uma característica final desta vida ritualística eram os dias específicos para o arrependimento. Eram tempos estabelecidos para reconhecimento coletivo e tristeza pelo pecado.
Essas práticas cultuais permitiam ao povo expressar, verbalizar e demonstrar sua tristeza pelo pecado.
Mas como fazemos isso hoje?
Durante os séculos VIII e VII a.C., Amós, Jeremias, Isaías e Oseias se dirigiam ao povo para lembrar-lhes que Deus exige tristeza santa e piedosa, que venha do coração. Eles proclamavam que não basta rasgar as vestes como sinal de arrependimento; o coração precisa ser igualmente rasgado.
O que quero dizer é que não adianta chorar com a música, gritar “glória” ou “aleluia” durante o sermão, dizimar e cear de forma ritualística se isso apenas externa o seu comportamento e não o coração.
Na nova aliança em Cristo Jesus, Deus se relaciona pessoal e intimamente conosco, não podemos mentir para Ele, fingir arrependimento exterior se por dentro rimos e debochamos do Santo dos Santos.
Que nossos sacerdotes se arrependam de não mais pregar o evangelho que leva ao arrependimento e à confiança da salvação.
Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes – Joel 2.12-13