RPericelli 30/11/2021Enganado pela contracapaMeu primeiro contato com Sophie Hanna foi através dos livros escritos como a Rainha do Crime ("Os Crimes do Monograma", "Caixão Fechado" e "O Mistério dos Três Pedaços"), com uma escrita fluida e marcante, no bom estilo Agatha Christie, a contracapa de "A Vítima Perfeita" coloca Hanna como a próxima referência da escrita policial. Comprei a ideia... e me arrependi.
Comecei a leitura com expectativa que foi se esvaziando a cada página, tornando cada capítulo mais arrastado. O intercâmbio entre narrações, ao invés de impulsionar a história, funciona como pé no freio, já que a narração de Naomi é mais "intimista", pessoal e densa, em contraste com a dinamicidade que, espera-se, de uma investigação de crime em si.
Soma-se ao ritmo lento a péssima tradução: expressões idiomáticas traduzidas ao pé da letra e que, além de soar estranho, interrompem o fluxo de leitura para tentarmos dar sentido à oração; palavras rebuscadas e que destoam do linguajar policial dos anos 2000; inconstância nas escolhas de tradução...
"A Vítima Perfeita", de Sophie Hanna por Sophie Hanna, contradiz, grandemente, os elogios da contracapa.