PERIGOS CONTINENTAIS

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Resenhas - PERIGOS CONTINENTAIS


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Sario Ferreira 28/05/2015

Mortalmente original.
Perigos Continentais: O Reino de Vários Nomes é diferente de tudo que já li em matéria de fantasia independente.

O autor nos traz personagens muito substanciais que fogem do perfil chapado de heróis ou vilões; são reais, com medos, maldades e bondades, enfrentando seus vários conflitos contra a vida, a morte e si mesmos. O que chama muita atenção neste mesmo aspecto é que cada um dos seus personagens tem formas muito únicas de pensamento, então não tente prever suas ações, sumarizá-los e enquadrá-los em arquétipos que você não conseguirá.

O cenário também é de uma originalidade diferenciada, pois Wanderson faz questão de contrastá-los muito, sempre qualidoso na descrição não só física de seus ambientes, mas da atmosfera e das forças sensitivas/atmosféricas envolvendo cada um. É muito fácil trazer à memória os lugares que ele nos apresenta, seja da Floresta Nevoenta às fantásticas pontes-Elevadas.

E se o autor consegue nos surpreender com a imprevisibilidade de seus personagens e de seus cenários, ele também o faz com seu estilo literário singular, cujas particularidades poéticas eu não tinha visto ainda em nenhuma obra de fantasia dos últimos tempos, independente ou não. A narrativa de Wanderson é uma narrativas de sentires, não de acontecimentos. É uma leitura que não cabe a você fazer; cabe a você entregar-se ao livro para que ele próprio te leia, pois a complexidade das reflexões trazidas pelos personagens exige este acordo. Não o leia, seja parte do livro e e sinta o jogo proposto por ele.

A única ressalva que eu ressaltaria na performance qualidosa de Wanderson é que há inconformidades ortográficas ao longo do livro que facilmente poderiam ser ajustadas por um profissional revisor, contudo, não caia na besteira de emitir mau julgamento da obra final por isso.

Só espero que surjam próximas oportunidades de retornar ao Reino de Vários Nomes, pois passei estranhamente a enxergar as raízes das árvores de um modo diferente após findar a leitura interessante que foi Perigos Continentais.
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Laís Helena 31/08/2015

Resenha do blog Sonhos, Imaginação & Fantasia
Perigos Continentais nos traz uma história que a princípio não parece diferente de muitas outras: dois jovens que sem querer vão parar em um mundo completamente diferente e precisam encontrar um meio de voltar para casa. Entretanto, a maneira como o autor conduziu a trama deu uma boa renovada no tema, o que certamente constitui um dos pontos positivos do livro.

A trama, devido a essa renovação, é interessante, porém, conta com alguns pontos não tão positivos. Um deles é a presença de algumas conveniências, como o fato de o protagonista, Ollyver, topar justamente com a pessoa que procurava, e esta salvá-lo do perigo no último momento, sem conhecê-lo e sem ter uma motivação crível para tal. O outro ponto que me desagradou se trata mais de uma questão de gosto do que um problema em si: a trama não é fechada, com começo, meio e fim, sendo este livro apenas uma parte de um todo.

O que mais me desagradou no livro, porém, foi a narrativa: ela não me envolveu. A escrita é boa, salvo alguns erros de revisão que aparecem constantemente (como "si" no lugar de "se" e alguns verbos que aparecem no infinitivo quando não deveriam). Porém, creio que o autor tenha exagerado um pouco nas metáforas e no ar poético da narrativa, o que a tornou enfadonha em alguns pontos, e isso acabou por deixar de lado a ambientação. Temos poucas descrições, tanto da aparência do ambiente em si quanto da sensação que ele passa (o autor não usa os cinco sentidos), e foi justamente isso o que acabou por não me envolver.

Entretanto, o livro apresenta bons personagens, com personalidades interessantes (embora muitas vezes pareçam maduros demais para a idade) e coerentes. Porém, algo me incomodou um pouco na maneira como as relações entre eles se desenvolve: é tudo muito rápido. Um dos exemplos é a amizade entre Ollyver e Nyrie: em uma hora eles mal se conhecem, e de repente morreriam um pelo outro, sem que o desenvolvimento dessa amizade nos fosse mostrado ao longo da história.

O worldbuilding foi fraco. Não conhecemos muito do mundo que o autor nos apresenta, sejam as criaturas existentes, a cultura dos diferentes locais ou o sistema de magia. Foram detalhes que fizeram falta, pois teriam tornado a trama ainda mais empolgante e original.

Em resumo, Perigos Continentais é um livro com uma trama interessante e original e com bons personagens, mas que pecou pelos excessos da narrativa e pela falta de detalhes.

site: http://contosdemisterioeterror.blogspot.com.br/2015/08/resenha61.html
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