Martin Eden

Martin Eden Jack London




Resenhas - Martin Eden


6 encontrados | exibindo 1 a 6


Danton 08/12/2021

eu não sei fazer resenha. só digo que é um dos livros da minha vida. sendo assim, pode ser que possa ser o seu, também. leia martin eden.
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Luiz 17/10/2020

Melhor livro que já li
Esse livro me marcou muito. Nunca li algo com tanta atenção/tensão.
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Diego Rodrigues 06/09/2020

Obra-prima
Em 1906, o escritor norte-americano Jack London empenhou seus bens para viabilizar a compra de um navio, com o objetivo de dar a volta ao mundo. Nessa viagem foi concebido "Martin Eden", romance autobiográfico e tragicamente profético que veio a se tornar uma de suas maiores obras literárias. Publicado pela primeira vez em 1909, o livro vai nos contar a história do marinheiro que dá título ao romance. Afeiçoado a vida no mar, Martin Eden é um rude e boa-vida que desconhece as regras mais básicas de etiqueta. Um dia, envolvido em um incidente, Martin acaba sendo convidado para um jantar na casa dos Morse, família da alta esfera social californiana. Enquanto luta para esconder seu lado mais rústico, Martin se vê completamente arrebatado pelos encantos de Ruth, filha dos Morse. Mas o que parecia ser o começo de uma simples história de amor logo se mostra muito mais que isso quando Ruth, estudante de artes, permite a Martin um vislumbre do mundo que a cerca. O marinheiro se vê, de repente, em meio a livros, música, assuntos de política e de filosofia. À deriva, Martin logo percebe o gigantesco abismo sociocultural que o separa de Ruth e, lutando contra seu orgulho, decide renunciar à seu espírito de liberdade e por em prática um plano de reforma pessoal para conquistar a amada. Tem início uma verdadeira saga de reconstrução que envolve infinitas idas à biblioteca e intermináveis noites insones de estudos. Saga essa que irá acarretar profundas mudanças em Martin Eden, levando-o a tentar a carreira de escritor e a questionar o mundo e a sociedade à sua volta.
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"Martin Eden" é um livro que possui muitas camadas. A começar pelo choque cultural que existe entre Martin e Ruth. Ela: rica, casta, tem o pai como imagem de homem perfeito e tenta moldar Martin à sua maneira. Ele: humilde, grosseiro, promíscuo, mas disposto a mudar se preciso for para conquistá-la. Os opostos acabam se atraindo e o contraste entre as duas classes fica ainda mais nítido em meio aos diálogos que se dão entre os apaixonados. Ruth nutre seus preconceitos enquanto Martin descobre que estudo acadêmico não quer dizer, necessariamente, educação. A forma como cada um deles entende e consome a arte e a cultura também gera boas discussões. Martin sempre tenta aliar o conhecimento obtido com a vida prática, enquanto Ruth encara cada ensinamento apenas como mais uma etapa de seus estudos a ser cumprida. Jack London deixa aqui a sua crítica aos tradicionais métodos de ensino.
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A carreira de Martin como escritor nos permite ter uma boa ideia de como o setor editorial funcionava naquela época, quando os escritores iniciantes costumavam procurar revistas e jornais para a publicação de seus trabalhos. Como se não bastassem todos os preconceitos e falta de fé em sua carreira de escritor por parte de sua família, amigos e até mesmo de Ruth, Martin ainda tem que enfrentar a "máquina editorial". Durante todo o romance, enquanto Martin trava sua batalha com a incansável máquina e suas engrenagens, London faz fortes críticas ao setor. Em determinado ponto da narrativa, quando Martin precisa interromper seus escritos para trabalhar e garantir suas necessidades básicas, London também deixa implícito sua crítica ao método tradicional de trabalho que exige demais do empregado, sufocando assim sua inspiração e criatividade e levando-o a desenvolver vícios ao buscar o entorpecimento para aguentar uma vida dura. Mas a principal crítica que o livro traz é à sociedade, mais precisamente à burguesia. Conforme Martin avança em seus estudos e em sua carreira, a classe alta começa a se mostrar para ele muito diferente daquilo que imaginava e até mesmo decepcionante. O supérfluo, a estagnação, a tradução da felicidade em dinheiro, tudo isso o incomoda e entristece. Terá toda sua trajetória e reforma pessoal sido feita em vão?
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Na sua vida, você persegue os seus sonhos ou aquilo que os outros dizem que você deve perseguir? Seus sonhos são realmente seus ou apenas ideias plantadas na sua cabeça? Essas são algumas das perguntas que ficam na nossa mente após concluída a leitura da obra. Martin empenha uma verdadeira odisseia em busca de seus objetivos e, quando os alcança, descobre que aquilo que perseguiu com tanto ardor pode não ser aquilo que precisava afinal. Mas agora é tarde demais, sua trajetória o mudou a tal ponto que a ponte foi queimada, não sendo mais possível o regresso. Uma autobiografia? Um romance de formação? Uma obra que trata da sociedade, arte, cultura, política e filosofia? "Martin Eden" é tudo isso e mais um pouco.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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jota 02/08/2015

Literatura e sociedade...
Não sou um grande leitor de Jack London (1876-1916), mas me parece que Martin Eden é bastante diferente de outras obras suas mais conhecidas dos brasileiros - O Chamado da Floresta, O Lobo do Mar, Caninos Brancos -, em que a aventura em plena natureza (floresta e mar, principalmente) ocupa destaque central nas histórias.

Martin Eden se passa praticamente quase todo na Califórnia, é extremamente urbano e bastante autobiográfico. Como diz a editora Nova Alexandria na apresentação do livro, ele traz “(...) inúmeras chaves para se compreender sua [de Jack London] trajetória literária de grande sucesso.” Tem alguns trechos contando episódios da vida de Eden, especialmente como marinheiro, mas narra com grande empenho sua sofrida luta para se tornar um escritor, ser reconhecido e viver exclusivamente de literatura.

No meio disso tudo tem uma história de amor – ou duas – e uma personagem portuguesa curiosa, uma pobre lavadeira cheia de filhos (Maria Silva) que ajuda Eden em seus piores dias. Sua amada, Ruth, seu primeiro amor, pelo contrário, quando vê que ele não consegue publicar nada no início de sua carreira, o desestimula e lhe suplica que arranje um emprego de escriturário, algo assim. As irmãs e os cunhados de Martin também não viam com bons olhos as pessoas que escreviam, dedicadas às artes, “uns vagabundos”.

Com Ruth ele fica mais sentido pois fora através dela, com suas conversas e estímulos, que se iniciara na leitura de poemas, sonetos e filosofia, tornando-se praticamente um pensador autodidata depois de muitas leituras e reflexão. Nesse aprendizado Eden se torna fervoroso defensor das ideias do inglês Herbert Spencer (1820-1903), que aplicou à sociologia ideias que colheu nas ciências naturais. Inclusive aquela derivada de Charles Darwin, da sobrevivència do mais apto.

Há inúmeras referências a Spencer no decorrer da história e Martin Eden (ou Jack London) se torna aquele tipo de sujeito que defende “(...) a primazia do indivíduo perante a sociedade e o Estado, e a natureza como fonte da verdade, incluindo a verdade moral.” Enfim, além de a história de Martin Eden interessar um tanto ao leitor, ainda se pode aprender um bocado de coisas com ela.

Martin Eden é bastante longo, parece ter mais do que suas 373 páginas e em parte soa meio repetitivo em certos trechos, especialmente quando trata de sua luta para ser reconhecido como escritor (no início tudo o que escreve é devolvido pelos editores) e de sua paixão por Ruth Morse (descrita com tanto amor e devoção que a tornam algo como uma santa; mas o amor era assim mesmo no início do século passado, não?). Mas é uma história que se acompanha com muito interesse do começo ao fim. Especialmente as páginas finais, que são brilhantes e nos dizem muito acerca do verdadeiro Jack London.

Lido entre 26/07 e 01/08/2015.
jota 04/05/2022minha estante
Após quase sete anos dessa resenha tenho de rever o parágrafo inicial: não era um grande leitor de Jack London então. Com a leitura de vários outros de seus livros - ou contos encontrados em diversas coletâneas - ele se tornou um de meus autores favoritos.




Vinnie 11/12/2013

Jack London é mestre em impor aprendizado a seus personagens. Fez isso em "O chamado selvagem e em "Caninos Brancos", levando os dois cães de um extremo a outro, entre civilização e selvageria. Mas é em "Martin Eden" que ele atinge um outro patamar, nesse livro que se tornou o favorito de escritores do mundo todo.

Martin é o jovem escritor que, pobre, se confronta com o mundo burguês. A maneira como ele vê esse novo mundo é alterado ao longo da obra, fascínio e repulsa se alternarão. À medida que Martin Eden vai deixando seu mundo, na busca de se tornar escritor, descobre que não mais poderá retornar à autenticidade de seu torrão natal, à vida que lhe deu sua escrita, sua identidade. Nem tampouco será um aristocrata. Percebendo-se perpetuamente deslocado, questionará o mercado literário, a sociedade e sua própria condição de homem criador.

Um livraço!

As consequências serão desastrosas.

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RICARDO 02/11/2013

Notas de leitura
"(31/10) "O livro continua interessante. O poder de superação de Eden surpreende, essa questão é bem forte na literatura anglo-americana independentemente do estilo do autor. Parece me, que a maioria das obras tem essa característica do indivíduo, da luta interna e necessidade do homem em mudar o meio, em permanecer forte. Embora romântico, o livro não vai por um romance latino mas sim algo pensado, racional e organizado até mesmo quando os personagens parecem querer cometer loucuras de amor, muito diferente do exagero sentimental visto nos livros franceses, talvez por isso ache que Martin Eden padece de um romantismo açucarado em sem graça. No entanto é apenas uma constatação, são estilos e culturas diferentes, embora não seja nenhum pouco inglês em minha cultura, admiro imensamente esse jeito objetivo, prático e eficiente de encarar as dificuldade pregado pelo povo inglês, tenho muito que aprender nesses quesitos e com toda certeza Martin Eden é um boa fonte para continuar com esse aprendizado começado lá atrás quando dava os primeiros passos pra me tornar gente e uma professora me emprestou Robson Crusoe, vi que não haviam barreiras para o homem, Martin Eden reitera isso."" Nota: 4 excluir | editar
04/11/2012
73% (270 de 370)
""Começa o personagem principal a compreender a real dinâmica da alta sociedade, fica atento aos ideais burgueses e a pouca capacidade intelectual da burguesia. Nota que os assuntos são sempre os mesmos e que praticamente inexistem pessoas capazes de falar sobre algo de forma mais profunda. Um retrato bem interessante da sociedade, extremamente atual. Eden se torna amigo de um rico excêntrico que tem opiniões bem acertadas e sarcásticas sobre o meio em que vive, a exemplo de um dos personagens do Retrato de Dorian Gray, o lorde do qual não me lembro o nome. O novo amigo de Eden começa a chamar atenção para o fato de Ruth ser na verdade bem sem graça. Qualquer semelhança com meu passado é mera coincidência.. Senti na pele quando seu amigo fala da mariposa e da borboleta, engraçado como as coisas só se tornam claras com o tempo. Um ponto interessante é quando Eden resolve ajudar Maria a passar a roupa e perde parte da admiração dela no momento em que percebe que ele é um proletário como qualquer outro, engraçado como a ajuda oferecida cria um efeito contrário"" Nota: 5
31/10/2012
73% (270 de 370)
"Começa o personagem principal a compreender a real dinâmica da alta sociedade, fica atento aos ideais burgueses e a pouca capacidade intelectual da burguesia. Nota que os assuntos são sempre os mesmos e que praticamente inexistem pessoas capazes de falar sobre algo de forma mais profunda. Um retrato bem interessante da sociedade, extremamente atual. Eden se torna amigo de um rico excêntrico que tem opiniões bem acertadas e sarcásticas sobre o meio em que vive, a exemplo de um dos personagens do Retrato de Dorian Gray, o lorde do qual não me lembro o nome. O novo amigo de Eden começa a chamar atenção para o fato de Ruth ser na verdade bem sem graça. Qualquer semelhança com meu passado é mera coincidência.. Senti na pele quando seu amigo fala da mariposa e da borboleta, engraçado como as coisas só se tornam claras com o tempo. Um ponto interessante é quando Eden resolve ajudar Maria a passar a roupa e perde parte da admiração dela no momento em que percebe que ele é um proletário como qualquer outro, engraçado como a ajuda oferecida cria um efeito contrário" Nota: 5
29/10/2012
39% (145 de 370)
"Duas ponderações: 1) É muito fácil e rápido ler um livro realmente bom; 2) Por mais que nos esforcemos em entender outros pontos de vista com os quais não concordamos é sempre bem melhor ler algo com que nos identificamos. 3) Talvez um livro com pontos de vista contrários aos nossos seja mais útil em nossa formação. Ler Jack London é como reforçar conceitos, preconceitos e uma forma bem particular de ver o mundo. Embora em boa parte do livro o relacionamento de Martin Eden e Ruth seja bem chato, um verdadeiro melodrama de adoração exagerada, nos outros pontos o livro é bem interessante, acho até que Ruth serve apenas como bode expiatório para a história principal que é o crescimento pessoal de Martin Eden. Até o ponto em que me encontro na leitura, em nada o crescimento do personagem principal se assemelha ao do "american way of life", o personagem apresenta inclusive criticas a esse modo de existência quando se contrapõe ao Sr. Butler, o que há de desanimante é uma certa exaltação de Eden por Ruth e seu modo de vida, o que de forma alguma invalida os pontos positivos da obra, até mesmo porque dá um tom menos hipócrita e mais humano ao herói da história que no fundo quer mesmo é melhorar de vida, viver dignamente, como homem que tem tempo para pensar e criar, deixando de ser mero expectador pra ser protagonista no mundo." Nota: 4


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