O Capricórnio Se Aproxima

O Capricórnio Se Aproxima Flavio Cafiero




Resenhas - O Capricórnio Se Aproxima


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Gustavo Simas 28/10/2022

Um livro brincadeira
Um jogo literário e as regras são:

- São terminantemente proibidos adjetivos
- Cada capítulo deve utilizar todas as letras do alfabeto (incluindo W, Y e K)
- Cada capítulo não pode ultrapassar 500 palavras

Essa é a proposta do selo Jota, um selo coordenado pela escritora e crítica literária Noemi Jaffe, pretende brincar com as possibilidades criativas de autores novos e não tão novos, oferecendo desafios formais, com os quais eles elaboram séries de narrativas curtas.

A ideia original da coleção partiu do pioneiro e consagrado Oulipo, grupo de escritores entre os quais se incluíam Italo Calvino, Raymond Queneau e Georges Perec. Oulipo é a sigla de Ouvroir Littéraire Potentielle e, entre outras coisas, brinca com a noção de potencialidade nos sentidos literário, criativo e matemático também.

Assim, o autor se vê obrigado a pensar seu texto antes pelo discurso e pela construção do que pelo tema.

O que é uma brincadeira interessante, mas cria uma expectativa nos leitores em descobrirem como o autor vai respeitar às regras, vencendo os desafios impostos. Pelo menos eu tive essa experiência de em cada capítulo identificar onde estavam os W's, Y's e K's, em como era possível compor uma narrativa de capítulos curtos que fizessem sentido.

E fazem sentido. No entanto não encantam, nem surpreendem como esperei que fariam.

É um livro (e um selo) interessante para quem deseja conhecer mais sobre novos autores brasileiros e estar em contato com técnicas de escrita criativa.
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Marker 28/11/2017

Inspirado nas ideias do Oulipo, grupo composto por Italo Calvino, Georges Perec, Raymond Queneau e outros, O Capricórnio se Aproxima faz parte de uma série que propõe brincadeiras/exercícios de estilo para desafiar os autores a saírem de suas zonas de conforto. No caso de Flávio Cafiero, estavam vetados o uso de adjetivos e um numero maior que 500 palavras por capítulo, entre outros. Essas obstruções rendem um malabarismo curioso do autor, uma redescoberta da linguagem que ele acredita domar, mas também pode sufocar o que seria uma boa trama. No caso da história de Cafiero, conto (novela?) curioso sobre a vida de um taxista e como descobrir o significado velado por trás das palavras foi algo importante em sua formação, as regras mal se fazem notar; o que provavelmente é algo bom. Não é particularmente interessante como os outros materiais do autor, mas a proposta deixa tudo muito curioso.
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criscat 12/12/2016

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Não há dúvida de que qualquer regra é restritiva. Neste quesito, a primeira da lista é a que deve ter exigido mais criatividade para contornar. Duas opções se apresentam para substituir os adjetivos: adjuntos adnominais e orações subordinadas adjetivas. Felizmente para o leitor, o autor escolheu a primeira opção. Orações subordinadas, usadas em excesso, costumam deixar o texto cansativo e, por vezes, truncado, prejudicando a fluidez da leitura. Ao optar pelos adjuntos adnominais, deu-se um efeito colateral, a meu ver, benéfico: as frases curtas. Sim, há períodos longos, mas formados por uma profusão de orações coordenadas curtas, concisas, objetivas que, encadeadas, dão ritmo ao texto, deixando-o bastante dinâmico. O show, don't tell tomou conta, com uma narrativa mais focada nas ações que nas descrições.

site: http://www.cafeinaliteraria.com.br/2016/10/26/o-capricornio-se-aproxima/
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