spoiler visualizarClaudiomar.Filho 05/04/2017
Um bom livro, porém um pouco complexo
O livro se propõe a debater sobre como a matemática está presente no cotidiano de todos.
Achei interessante quando ele explica sobre o viés de sobrevivência quando conta que se reuniam para analisar onde havia mais buracos em fuselagem de aviões para blindagem e alguém propôs que na verdade, deveria se concentrar mais nos locais onde não havia buracos, haja vista que eram os aviões que efetivamente tinham sido abatidos. Desenvolve a mesma discussão sobre fundos mútuos.
Conta também sobre a história do matemático sul africano, preso em um campo na Dinamarca, e que anotou o resultado de 10.000 lançamentos de moedas para entender sobre regressão a média ou lei dos grandes números ou como os Estados com maior e menor incidência de câncer de cérebro são os com menores população dos Estados Unidos
O improvável acontece bastante, até quando se escaneia o cérebro de um peixe morto, demonstrando que os métodos probatórios de avaliar resultados ficam perigosamente pressionados nesta época de massivos conjuntos de dados obtidos sem muito esforço, pois os homens são rápidos em perceber padrões onde eles não existem e superestimar a sua força onde existem. Foi interessante a discussão acerca dos números primos, onde descobriu-se que o máximo de intervalo entre números primos infinitamente é de 600.
Depois retoma novamente a Lei dos Grandes Números onde explica que é necessário cuidado com as pesquisas. Cita um exemplo onde 20 laboratórios testam se balas verdes são benéficas a saúde. 19 laboratórios não passam no teste p, apenas um (5%), que é justamente o que publica a reportagem.
Discute sobre inferência bayesiana e como redes de supermercado podem descobrir se uma pessoa está grávida apenas porque ela compra loções sem cheiro, suplementos materiais e algodão em flocos ou a Netflix é capaz de saber se você vai gostar de um filme ou não baseado em suas curtidas. Interessante ele comentando sobre como números como 5 e 0 são vistos como menos aleatórios pelas pessoas.
Debateu sobre loterias, sobre como elas seriam um imposto sobre a estupidez. Citou o caso superinteressante de uma loteria estadual onde garotos do MIT começaram a comprar 1.000 bilhetes de loteria de uma vez se confiando na esperança matemática da loteria que estava subdimensionada, sistema que foi usado até por Voltaire, que ficou rico (e não por escrever ensaios). Continua discutindo sobre esperança matemática sobre o dilema do sujeito em chegar ou não mais cedo no aeroporto para perder ou não mais tempo esperando sob o risco de perder ou não o voo (eliminar o desperdício tem um custo).
Apesar das ideias e gostos individuais serem racionais, no agregado elas geram escolhas bizarras (ou filmes e livros que são populares, porém terríveis) com esse sistema funcionando mais perfeitamente em escolhas binárias. No final, parece que as pessoas querem cortar as florestas, porém manter as árvores. Cita o caso onde uma mesma pesquisa pode dizer que a maioria dos americanos se opõem ao Obamacare e a maioria dos americanos quer preservar ou fortalecer o Obamacare. Cita um interessante experimento com um bolor limoso, que adora aveia e odeia luz ultravioleta, para discutir como ocorre a escolha entre as pessoas. Se você colocar o bolor para escolher entre 3 gramas de aveia e do outro 5 gramas com uma luz violeta. Ele escolhe os dois lados com mesma probabilidade. Em ambos, ele aufere igual utilidade. Porém, se você coloca 10 gramas de aveia com uma luz violeta, ele sempre vai escolher a luz ultravioleta.
Achei interessante ele citando que juízes como árbitros de futebol não fazer as regras, apenas as aplicam. Eles tentam assegurar que todos joguem segundos as regras e se em determinado momento as pessoas estão prestando mais atenção nos árbitros que no jogo, algo está errado, já que ninguém vai ao futebol para ver o árbitro.