Um grão de trigo

Um grão de trigo Ngugi wa Thiong'o




Resenhas - Um Grão de Trigo


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Fabi 26/11/2023

Tive dificuldade em acompanhar alguns personagens, talvez por isso avaliei não tão bem.
Um clássico da literatura africana, que fala sobre o processo de independência do Quênia durante o domínio inglês.
Traz figuras fortes, mas que são vulneráveis e que se apoiam na cultura e tradição para seguirem vivendo.
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Paulo.Vitor 21/11/2023

"A gente só revida. Batem na sua face esquerda. Você dá a face direita. Por um, dois, três - sessenta anos. Então de repente, você diz: Não vou dar mais a outra face. Se você estiver encurralado, revida o golpe."
O livro gira em torno da Uhuru (que é uma palavra Swahili para liberdade), no caso, o momento, pós segunda-guerra em que o Kenya vai conseguir sua autonomia/independência/liberdade política dos ingleses.
Acompanhamos a história de uma pequena cidade, que vai sediar um grande festival para comemoração da Uhuru. Em paralelo, conhecemos um pouco dos personagens principais, Mugo, Karanja, Gikonyo, Kihika, Mumbi, Koina entre outros.
Kihika era como um mentor, um líder do movimento revolucionário do Kenya, porém, este, durante esta revolução, acabou sendo delatado e morto, e ao lermos, nós, como leitores, acabamos por deduzir, de uma maneira até precoce quem é o traidor. Porém, a medida que vamos aprendendo um pouco mais sobre cada personagem, vemos que existem pelo menos 3 personagens que podemos desconfiar, seja por exemplo, um deles que acabou tendo cargos altos e, se tornando "amigo" dos brancos pós revolução, seja por ciúme, ou simplesmente pelas atitudes de um ou outro personagem.
O desenvolvimento desses personagens é muito bom, e por meio das relações entre estes, aprendemos um pouco mais sobre essa período tão dolorido pelo qual o povo do Kenya passou.
A narrativa fica no presente, e para entendermos o contexto de cada decisão, de cada relação e cada conversa, somos colocados no passado e entendemos um pouco mais sobre os habitantes da cidade, vemos as diferenças do antes e depois de cada personagem, e como a detenção forçada mudou a personalidade de cada personagem, tornando estes mais melancólicos, por exemplo.
Gostei bastante, achei um pouco mais denso que outros livros com temáticas parecidas que li, apesar de não ter muitas páginas, não é de simples leitura.



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arlete.augusto.1 12/05/2023

Um clássico africano
Tendo como pano de fundo a independência do Quênia, acompanhamos o sofrimento dos moradores de uma aldeia, profundamente envolvidos nas lutas e sofrimentos pela conquista da liberdade, Uhura. As personagens são muito bem construídas, muito humanas e senti empatia por cada uma delas, entendendo suas escolhas. Mesmo com a conquista da independência, o país continuará dividido.
É difícil perdoar, muito mais difícil é perdoar a si mesmo.
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Al Ferreira 24/11/2022

Mais um dia
Em que o desafio de sobreviver persiste, os fantasmas do passado te impedem de apreciar o momento e o distanciamento de qualquer vestígio de mudança positiva ou felicidade é incomodo. Um retrato rico com muitas imagens do que foi e é as questões que circularam nessa narrativa.
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Vanderson.Gomes 30/08/2022

Livro maravilhoso!
Leitura maravilhosa porque mistura de certa forma a situação do Quênia em relação ao domínio inglês ao mesmo tempo que narra histórias de vida de personagens que sentimos cada vez mais vontade de saber o final. Recomendo!
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EduardoCDias 09/06/2022

Crime e redenção
Clássico queniano da década de 60, esse livro me surpreendeu. Contando os relacionamentos de uma cidade queniana, na época ainda colônia inglesa, o livro não tem um desenvolvimento temporal linear. Movimentos revolucionários pela independência misturam-se à vida dos habitantes, criando líderes, mártires e heróis equivocados com problemas de consciência.
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Livros e Pão 28/12/2021

um grão de leitura
A história é bem interessante, mas, no geral, senti dificuldades de me conectar com os personagens. Parecia que o autor os tirava de cena por um tempo assim que eles começavam a cativar o leitor, e, para mim, isso só funcionou com o Mugo (cuja reviravolta me pegou de surpresa). Até a primeira metade do livro eu estava bem atenta a tudo que acontecia, mas a partir da segunda metade, comecei a ficar um pouco perdida nos acontecimentos.
Confesso que também fiquei incomodada com o tratamento para com as personagens femininas. Para além das passagens mais fortes, pequenas coisas e frases na escrita do autor em relação a elas não soaram bem para mim.
Apesar disso, é uma boa leitura e gostaria que tivesse conseguido me envolver mais.
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Thais.Carvalho 10/12/2021

A história contra um pouco sobre a história do Quênia e sua luta pela Uhuru, sua intendência. Um livro quer me fez conhecer um pouco sobre um país com uma cultura muito rica.
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Grace @arteaoseuredor 20/04/2021

?Um Grão de Trigo, de Ng?g? wa Thiong?o
.
?Publicado em 1967, considerado um clássico africano. E eu entendi o motivo, ele escreve de uma maneira maravilhosa!
A história se passa no Quênia na época da independência. Tem vários personagens, nem sei qual é realmente o principal, pois todos são interessantes. As pessoas da aldeia Thabai vão realizar uma comemoração no dia da independência e querem que um de seu povo, Mugo, lidere e fale para eles, pois Mugo, lutou por seu líder Kihika que morreu nas mãos do homem branco, e defendeu uma mulher grávida da ira dos soldados, por causa disso foi para ?detenção? (seria mais um campo de concentração), junto com vários deles, que lutaram pela liberdade. Mugo se nega e aos poucos o motivo vai ficando claro para nós.
Vamos conhecendo os personagens, voltando ao passado deles e suas lutas pela sobrevivência. Achei demais como o escritor costura todas as histórias, misturando presente, passado e várias visões de um acontecimento. Como mostra o colonialismo e a África em transformação. Vale muito a pena ler.
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fev 13/01/2021

#BingoLitNegra #LeiaNegros

3,5

Eu amo o quanto se pode aprender com os livros de Ngugi wa Thiong'o. É sempre uma aula incrível sobre a história e costume do Quênia.

Eu gosto bastante da escrita de Thiong'o, mas essa história não me pegou muito. É boa, mas não o suficiente. Nós vemos a versões de vários personagens sobre o período que antecede o dia da independência do Quênia e como a guerra afetou os personagens. Com muitas imersões no passado a gente acaba se confundindo com as histórias de cada personagem mesmo que haja uma conexão entre elas. Para mim, o ponto forte do livro é a História da independência e como o futuro pode frustar por acreditar em falsos heróis ou pessoas que de alguma forma não lutaram para mudar o futuro de que o país tão precisaria.

Mas deixo a minha recomendação. Vale pela aula de história. Como sempre.
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Jose.Bueno 01/02/2019

Aprendizado humano, histórico e político
O autor entrelaça aspectos das relações humanas entre os personagens com suas vivências e reminiscências da guerrilha com a percepção cada vez mais forte que a Guerra de Independência não trará resultados para a própria população.

Em um trecho, um ex-guerrilheiro tem dinheiro para comprar parte de uma fazenda de um britânico que irá voltar ao seu país. O ex-guerrilheiro vai a Nairóbi procurar um deputado para ajudar na intermediação para conseguir um empréstimo no banco nacional para conseguir o dinheiro que falta e conseguir comprar a fazenda.
Após conversar com o deputado, volta para sua região. Ao passar em frente à fazenda, 2 ou 3 dias depois, vê uma placa dizendo que a fazenda era propriedade do deputado.
Triste e real.
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Diogo 15/01/2016

Belíssimo romance
É um livro que trata da independência do Quênia das garras do impiedoso colonizador inglês. O romance é complexo e envolve diversos personagens e a compreensão não é simples. Contudo, a maneira como o autor narra a história e penetra na mente do leitor é impressionante.

Uma verdadeira reflexão do nosso mundo e das coisas que nos cercam.

Recomendo!
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Ananda Sampaio 23/09/2015

Um grão de Trigo, Ngũgĩ wa Thiong'o
Um grão de Trigo (1967) relata o movimento popular que deseja a independência do Quênia – até então colônia britânica. No romance, a rebelião batizada pelos ingleses de Mau Mau, mas que era nomeada pelos nativos de Exército Terra e Liberdade, é recapitulada – entre 1952 e 1960 foi declarado estado de emergência no país, devido a guerra, que matou uma quantidade absurda de quenianos.

Embora o movimento tenha sido massacrado pelos britânicos, mais tarde foi fundamental para a conquista da liberdade do país. O ex-preso político e revolucionário Mugo é o protagonista. Ele sobreviveu às mais terríveis torturas no tempo em que esteve nos campos de concentração e dizem nunca ter delatado nenhum companheiro ou repassado qualquer informação, e, por conta disso, é visto como herói. Entretanto, percebemos um personagem que carrega um sentimento de culpa e que, desde então, vive em total isolamento, não casou, sequer constituiu família e que se esquiva de tocar no assunto.

Kihika, líder da revolução da qual Mugo participou, foi preso devido a uma traição e morto em praça pública. Anos depois, alguns membros do movimento tentam desvendar quem teria sido responsável pela delação. Enquanto se desenrolam os fatos principais, o autor vai nos mostrando a história de cada um dos revolucionário, narrando que motivo levou cada um dos personagens a participar do movimento de independência. Alguns por plena convicção e até por aptidão com as questões políticas; outros, para se autoafirmar dentro de suas aldeias; e outros porque acreditavam nada restar a perder. Humanizando essas pessoas que entram para a História de seu país e que com o tempo adquirem um espírito de bravura indubitável, apesar de, muitos deles, temerem o que os aguarda.

As imposições religiosas, como a implantação do catolicismo no país; a alfabetização, que se dá nas escolas, e na língua inglesa, alimentando assim o desprezo pelas línguas maternas, e, consequentemente, enfraquecendo a cultura africana, muito baseada na oralidade. O desejo do escritor parece convergir para o leitor de forma que este possa conhecer a realidade do Quênia. Ele utiliza a literatura como instrumento de potencial reverberação de sua cultura e de seu país – que se vê relegado à sombra dos colonizadores. E não objetiva apenas atingir o leitor exterior ou estrangeiro, mas sim contar a história para os próprios quenianos, que pouco tinham referências literárias nacionais.

Um livro político, em várias de seus vértices. Seja porque foi o primeiro romance do Ngugi escrito em sua língua materna, gikuyo, ou porque traz em seu enredo a luta do povo por sua autonomia territorial, cultural e econômica. Vemos um país africano que devido à dominação britânica tem dificuldade de se reconhecer como um país de negros e dos negros.

Por: Ananda Sampaio (ananda.sampaio@gmail.com)

Revisão: Ceiça Souza (ceicinhasouza@hotmail.com)




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