spoiler visualizarGildo 27/09/2015
Uma visão de mundo
Wild Cards continua surpreendendo por inserir questões políticas e históricas junto com a aventura de ases, curingas e alienígenas. Neste volume da série, um grupo parte para uma excursão pelo mundo, para verificar como estão sendo tratados os afetados pelo vírus Carta Selvagem.
Os contextos políticos, religiosos e culturais temperam o livro. Na América Central, a luta por direitos civis fervilha, com lendas de vodu, batalhas em florestas tropicais e questões de terra e território. Na Síria, surge um dos personagens que deve reaparecer nas próximas edições, um líder de uma nova facção religiosa, que une comunidades de vários países, destinada a eliminar curingas e ases, a mando de Alá. Ainda ouviremos falar muito de Nur-al-Allah, na verdade um ás, que se julga enviado por Deus. Na Índia, uma história pitoresca, baseada no romance King Kong mostra a luta para capturar um imenso gorila nas selvas orientais. Uma surpresa surge no final do capítulo. No Japão, reaparece Fortunato para ajudar Hiram a sair de uma chantagem envolvendo a máfia. Fortunato descobrirá também que será pai.
E é na Europa onde as tensões políticas estão mais efervescentes. Numa Alemanha dividida, facções de jovens se envolvem em crimes de terrorismo. E o grupo de ases se vê envolvido até o pescoço, principalmente o senador Hartmann, vítima de um sequestro.
Tachyon vive uma história paralela e surpreendente nos capítulos finais. Ao descobrir a existência de um neto seu e que este fazia parte de um grupo político violento.
O volume 4 de Wild Cards deixa vários ganchos abertos para os próximos livros. Isso é muito claro: a relação de Tachyon com um neto amoral; o filho de Peregrina, Nur-al-Allah, as relações de Gregg Harttman, a volta de Gimli.
Por fim, destacam-se, nesta edição, algumas cenas surpreendentes, como a que envolve o novo 'marionete' do senador Hartmann, numa sequência que envolve violência e sexo da maneira que só George Martin consegue fazer. É uma boa leitura.