Resenhas - Nove Estórias

Campos 26/03/2024

Não me envolvi
Não sei se foi o momento da minha vida ou a falta de conexão com as histórias, mas não senti nada de memorável, parecia que a cada conto eu esquecia tudo que lia. Talvez possa revisitar esse livro em outro momento

Rodrigo Arlindo 07/03/2024

Foi meu primeiro contato com o autor e mais uma leitura feita seguindo uma tradição desenvolvida sem que sequer percebesse: costumo começar a ler autores pelos livros menos famosos. Não li o “Apanhador” antes de ler as demais obras do autor. E essa leitura foi uma grata surpresa, os contos são retratos sociais dos EUA “interno” e “interior”, das agruras da vida privada dos estadunidenses que viveram e vivem apesar do “make america great again”.

Destaque para o clássico “Um dia perfeito para peixes-banana”: um conto caústico, construído na tensão social de situações em que personagens “envergonham-se” de quem age “diferente”, como no caso do “diferente” Seymour. Ao longo da curta narrativa, tais confrontos tranformam-me numa fineza crítica e humorística e são retratados por uma dinâmica fixa: um personagem com “pretensões pequeno-burguesas” confronta os dela desprovidos (sempre taxados durante a narrativa como “estranhos”, “diferentes”) e “bate com a cara no muro”.

site: https://www.instagram.com/p/CtOqzmjLLgc/

Emerson Dylan 10/01/2024

Nove nocautes
Com 9 Histórias, descobri caminhos que jamais imaginei que a literatura pudesse alcançar. Cada um dos contos foi como uma verdadeira surra. Em vários sentidos. Uma das experiências mais intensas que já tive lendo qualquer coisa. "O Apanhador" já tinha me impressionado, mas não foi nada como isso aqui. A cada história lida, eu precisava de três, quatro dias pra me recompor. Impossível ler qualquer coisa durante esses períodos. "Um dia perfeito para peixes-banana" e "Para Esmé" foram os nocautes mais violentos. Agora que terminei, olho no espelho e minha boca tá inchada, meu supercílio sangrando. Coloco a mão no bolso da calça e tem cacos de vidro nele. Lá fora não para de chover. E eu não posso fazer nada.

Aninha Guimarães 28/12/2023

Fiquei admirada com o impacto de algumas dessa historias sobre mim, preciso ir correndo ler mais coisa do Salinger

Leonardo Bezerra 22/10/2023

Alguns contos não desceram muito bem pra mim, mas os que realmente gostei eu gostei muito, especialmente os dois últimos.

Lavinia 13/10/2023

Além da proeza de ser uma coletânea de contos praticamente perfeita, "Nove Histórias" carrega a importância de ser um dos quatro únicos livros que J. D. Salinger (autor de "O Apanhador no Campo de Centeio") publicou em vida, antes de se isolar em sua fazenda em New Hampshire.

As histórias apresentam temas que marcaram a carreira do autor, como seu interesse em retratar a excentricidade e a hipocrisia da classe média americana e seu apreço pelas vidas de jovens e crianças.

A obra carrega, mesmo que indiretamente, os traumas da Segunda Guerra, que afetaram a saúde mental de Salinger e o levaram à sua devoção a crenças religiosas como o zen budismo e a vedanta.

Os nove contos, que em sua maioria são marcados pelos diálogos coloquiais, apresentam personagens encontrando um tipo de iluminação ou conclusão devastadora, sobre o mundo e si mesmos, em acontecimentos aparentemente banais e corriqueiros.

Os dois contos mais famosos dessa coleção são "Um dia perfeito para peixes-banana" e "Para Esmé — com amor e sordidez". O primeiro apresenta para os leitores, de forma MUITO impactante, o personagem Seymour Glass (importante para entender outras obras de Salinger, como "Franny e Zooey"), enquanto o segundo narra de forma delicada um encontro entre um soldado e uma criança chamada Esmé.

Na coleção, também há outros contos que eu adoro, como o cruel "O tio Novelo em Connecticut", o curioso "Logo antes da guerra com os esquimós", o divertido "O periodo azul de Daumier-Smith", e o reflexivo "Teddy", que tem um final em aberto perturbador e fecha o livro com chave de ouro.

Vini 03/10/2023

Diferenciado
A leitura dos contos tem que ser bem minuciosa, ja que nao é tao facil de entender? O jeito que o autor escreve é bem típico dele, mas o livro em si ate que é legalzinho, faz refletir um pouco em alguns momentos, mas nada que prenda muito

cairinho 24/08/2023

Sofismas para quê?
J D Salinger por meio de versos faz-nos enxergar além. Você conhece Adão aquele que comeu a maçã? A maçã é o fruto proibido e eivado de lógica segundo o personagem Teddy do último conto. A lógica é algo que ele diz para nos afastarmos, para vomitarmos a maçã e cada pedaço que nos foi dado ao longo dos anos. Apenas uma revolução em nós é capaz de tamanha subversão. Por conseguinte, nos acostumamos com a lógica, fazemos da maçã suco e bebemos e distribuímos a toda uma geração. Fazemos amor com esta maçã. Me deixou dúvidas: por que não nos desfazemos dela? por que atribuímos a ela o melhor método de raciocínio? qual limite que não ultrapassamos e por que nos limitamos a enxergar tão pouco? uma vez um professor de geografia me disse que era imensurável o tamanho de um continente, não poderia se ter valores exatos de sua área. Eu duvidei absurdamente, pois como pode um pedaço de terra não ser medido. Ao confrontar-lhe tive luz ao seu pensamento que me foi elucidado: há intempéries, movimento das marés, micro terremotos, chuvas? tudo isso acontecendo simu
ltaneamente.

Pois bem, assim também não são as coisas em constantes mudanças? Números que atribuímos são tentativas forçadas de atribuímos um valor em tamanho para tais coisas. Não me entenda mal, não quero lhe falar que isto está errado. Mas que a única maneira de entender um pedaço de madeira não é delimitando seu tamanho. Existe uma natureza por trás de tudo; não podemos nega-lá somente em razões próprias, sem viver a vida; para que sofismas?

Em cada corpo que se constitui de células as quais se desenvolvem consciente e inconscientemente, há uma força enorme a ser explorada num contato interior, como meditação. Acredito que essa prática nos eleva o nível de se conhecer e entender a casa (corpo) que habituamos. Existe uma quântica absurda por trás disso que é preciso uma conexão tremenda para saber migalhas do que se trata. Eu ainda estou muito distante ? e nem sei se algum dia na vida chegarei perto. No entanto, é lindo saber e sentir que a vida não deve ser vivida como nos dizem que ela é e sim como deveria ser.

Daubian 27/05/2023

Um livro sensacional que reúne 9 contos do famoso escritor Salinger, mais conhecido pelo Apanhador em campo de centeio. Mas aqui ele está bem melhor, as histórias são surpreendentes e envolventes, ainda mais no clima do pós guerra. O tom mais surreal do suspense me agradou muito na forma que foi conduzido. Destaco algumas histórias:

Um Dia Ideal para os Peixes-Banana
História muito intrigante que para mim se trata de um pedófilo que não suportou ir longe demais. Entretanto, há inúmeras interpretações

O Gargalhada
Aqui uma história muito boa que contém outra história. Um caso de amor intercalado com uma surpreendentemente boa história de super herói do estilo pump. O gargalhada é um personagem sensacional e fiquei com vontade de ver mais dele

Para Esmé - Com Amor e Sordidez
Já estava pensando que seria outro conto sobre pedófilos, mas na verdade é uma amostra grátis da sordidez da vida. Um tapa na cara daqueles que só o mundo pode dar.

A Fase Azul de Daumier-Smith
Esse conto é extraordinário. A ambientação na oficina de arte é incrível, você consegue sentir suas costas doendo. Eu amei as descrições dos quadros. Quanto à freira, é praticamente angustiante não saber mais sobre ela. É um conto sobre arte e sobre expectativas, duas coisas muito bonitas e muito frágeis.

Diego Rodrigues 09/05/2023

"Nesta altura da minha vida eu não procuro por vontade própria a desilusão. Estou disposto a permanecer no escuro"
Após a publicação de seu primeiro e único romance, "O Apanhador no Campo de Centeio", em 1951, Salinger publicou uma série de contos. "Nove Histórias", como o próprio título já diz, traz nove narrativas curtas, a maioria delas ambientada nos EUA do período pós-guerra, que passeiam por temas como dramas familiares, a perda da inocência e a desilusão com a vida adulta. São histórias que têm como protagonistas veteranos que sofrem de estresse pós-traumático, mães solteiras, adolescentes deprimidos e crianças que, com sua inocência, contrastam com o mundo em caos ao seu redor. O livro também marca a estreia da família Glass na obra de Salinger, núcleo ao qual o autor retornaria em escritos posteriores. Para aqueles que leram "O Apanhador", alguns de seus traços característicos podem ser encontrados aqui: o clima de depressão adolescente, o supra-sumo do sarcasmo e as afiadíssimas críticas sociais.

Assim como "O Apanhador", que aliás é o meu livro favorito, "Nove Histórias" é um livro que pode não agradar leitores de primeira viagem. Salinger é dono de uma escrita peculiar, super-adjetivada e temperada com um humor ácido, muito característico, e que simplesmente não funciona para todo mundo. Apesar de aclamado, é um livro que conversa muito com sua época e é necessário que haja contextualização. Vai tocar em alguns pontos mais sensíveis, como suicídio e crianças em situação de risco. Alguns dos personagens fazem o arquétipo de bomba relógio e injetam certa dose de medo e tensão na narrativa, a sensação é de que podem perder as estribeiras a qualquer instante (como às vezes perdem, de fato). A linguagem chula também dá as caras, aqui e ali. Enfim, são contos propensos a dividir bastante as opiniões. Você pode ler e achar genial ou simplesmente esquecê-lo no dia seguinte, vai depender do nível de conexão que conseguir criar com os personagens e o seu envolvimento com o drama de cada um deles.

Meus contos favoritos foram: "Um dia perfeito para peixes-banana" (retrata o trauma pós-guerra de uma forma impactante e diria até perturbadora), "O Gargalhada" (um estranho grupo de crianças que compartilham de um gosto pra lá de duvidoso), "Para Esmé - com amor e sordidez" (a tocante troca de correspondência entre uma garotinha e um soldado veterano), "O período azul de Daumer-Smith" (o deprimente relato de um jovem debutando na vida adulta) e "Teddy" (esse destoa completamente dos outros e debate questões mais filosóficas e espirituais). São contos bem diferente entre si, mas que têm em comum personagens mergulhados em conflitos internos vivendo em uma época confusa, assim como era o próprio Salinger, que anos mais tarde renegaria a própria fama e se tornaria um recluso completo. Um clássico nunca é um clássico por acaso. Pesados os prós e os contras, é uma leitura que ainda assim recomendo. Por ser um livro rápido de ler, não custa nada dar uma chance. No mínimo, você terá uma experiência de leitura interessante.

Não sei como é o original, mas a edição da Todavia não traz sinopse, nem texto nas orelhas, nada sobre o autor, nada de extras, introdução? nem pensar! Absolutamente nada além dos contos! Por se tratar de uma obra aclamada e que recorrentemente é material de estudo, achei isso meio decepcionante. Resta saber até que ponto isso pode ter sido uma exigência do licenciante... Mas que a obra merecia uma edição mais caprichada, ah isso merecia!

site: https://discolivro.blogspot.com/

paulabarroso 06/04/2023

3,5 estrelas porque, apesar de ter adorado, não entendi muito :,( meus contos favs foram os dois últimos ?O período azul de Daumier Smith? e ?Teddy?

honey 24/03/2023

Gostei bastante desses:
"um dia perfeito para peixes-banana"
"o tio novelo em connecticut"
"para esmé - com amor e sordidez"

os outros não mexeram muito comigo, a leitura não fluiu tão bem e tal

Heineken 20/03/2023

Irretocável
Salinger irretocável como sempre! Recomendo fortemente. Uma pena que as histórias são apenas nove...

Carla Verçoza 31/01/2023

Tão bom e bem escrito quanto O Apanhador no Campo de Centeio!
Salinger foi um ótimo contista e mestre em escrever bons diálogos. Os nove contos do livro trazem temas como guerra (ou pós guerra), melancolia, sociedade e costumes da época, valem muito a pena serem lidos e trazem personagens que aparecerão em outros momentos na obra do autor.
Destaque para "Um dia perfeito para peixes-banana" e "Para Esmé - com amor e sordidez".