Nove histórias

Nove histórias J. D. Salinger




Resenhas - Nove Estórias


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Camila 30/06/2020

Alguns contos são bons, mas fiquei muito perdida em uma história e outra, não é meu estilo de leitura, então não me fluiu bem!
claudio.louzd 24/11/2020minha estante
Conhecer a história de vida dele, e o porquê de alguns contas, torna bem mais interessante a leitura. Dica..


Leonardo.H.Lopes 18/04/2022minha estante
claudio.louzd - conhecer um autor pode até tornar mais interessante a leitura, mas o texto precisa, em primeiro lugar, ser interessante por si mesmo.




Jéssica Fernandes 08/06/2021

Me arrastei pra terminar esse livro. São 9 histórias contadas através de contos, nenhum me envolveu tanto.
svrrichard 09/06/2021minha estante
kkkkkkkk




jota 22/02/2019

Os peixes-banana e outras criaturas salingerianas
Nove Estórias (1953) tem muito mais a ver com outro livro de J. D. Salinger (1919-2010), Franny e Zooey (1955), do que com sua obra mais conhecida, O Apanhador no Campo de Centeio (1951), de leitura bastante fácil e agradável. As histórias de Nove Estórias têm, por vezes, diálogos enormes, são complexas (suas entrelinhas dizem muita coisa, é preciso ficar atento o tempo todo), podem terminar abruptamente, surpreendendo o leitor e até mesmo deixá-lo em estado desconfortável ao final da leitura. Salinger não entrega tudo gratuitamente: pode ser que seja necessário reler alguns trechos e mesmo pesquisar sobre ele e seus contos. Assim, ficar indiferente às suas histórias é o que certamente não ocorre aqui. Eis-las, resumidamente (bastante):

Um Dia Ideal para os Peixes-Banana: os títulos das histórias de Salinger são assim mesmo, estranhos. Por conta de seu impactante final e certas revelações sobre os personagens, o conto mais célebre deste volume deveria ter sido editado por último e não ser o primeiro que lemos. Mas vamos lá: é preciso ter cuidado com a febre da banana, que mata os peixes-banana. Ela é perigosa também para humanos, pode ser fatal, e Seymour Glass (“see more glass” ou “viu mais vidro”), um dos personagens principais, a teve...

Tio Wiggily em Connecticut: baseado neste conto o cineasta Mark Robson dirigiu, em 1949, My Foolish Heart (no Brasil, Meu Maior Amor). Tio Wiggily é um velho coelho, um personagem de histórias infantis - citado na longa conversa entre duas amigas de escola durante um reencontro depois de muitos anos -, que pouco tem a ver com o restante da trama. Seguem-se confissões sobre o passado, frustrações do presente, uma tremenda bebedeira e um final repentino.

Pouco Antes da Guerra com os Esquimós: Frank é quem fala sobre essa guerra que nunca houve. Ele é um dos quatro personagens principais do conto – os outros são seu amigo Eric, mas principalmente as amigas Selena, irmã de Frank, e Ginnie. Selena é rica, mora numa mansão; Ginnie é classe média, mas é quem sempre paga o táxi de volta das aulas de tênis e quer ser ressarcida pela amiga. Mas aí ela conhece Frank, fica mais interessada nele do que na dívida de Selena...

O Gargalhada: narrativa incrível inventada por um tal Cacique, contador de histórias, que deixa maravilhado o narrador, então um garotinho de nove anos em 1928, agora relembrando aqueles dias. Pudera, o Gargalhada tinha o dom, ou habilidade, entre muitas outras, de atravessar diariamente a fronteira Paris-China, isso mesmo! É uma história (maluca) dentro de outra, tudo tornado muito interessante pelo craque Salinger. Quarto conto que mais apreciei.

Lá Embaixo no Bote: Lionel, garotinho de quatro anos, sobrinho de Seymour Glass, costuma ouvir sorrateiramente a conversa das empregadas e também fugir de casa de vez em quando. Está refugiado no barco semiabandonado da família, e a mãe vai conversar com ele. A certa altura, conta a ela que ouviu uma das empregadas dizer que o patrão, o pai de Lionel, era um gringo nojento (quer dizer, judeu). A tensão existente na relação crianças - adultos também está presente na história final, Teddy (se bem que ele é mais do que simplesmente uma criança).

Para Esmé, com Amor e Sordidez: soldado americano em Londres (que tem algo do próprio Salinger), durante a II Guerra Mundial conhece Esmé numa casa de chá, também seu pequeno irmão, Charles. Esmé e o irmão são crianças notáveis (ou adoráveis); ela conversa com o soldado sobre assuntos do mundo adulto, a guerra, a vida deles (ela é órfã de pai e mãe) etc., e quando ele diz que pretende se tornar escritor depois do conflito, Esmé então lhe pede não uma história infantil, mas que ele escreva um conto realista, que tenha sordidez, como é sórdida a guerra... Para mim, este é o segundo melhor conto de Nove Estórias.

Lindos Lábios e Verdes Meus Olhos: Arthur telefona para a casa de Lee e pergunta ao amigo se ele viu quando Joanie, sua mulher, saiu de uma festa em que estavam e com quem. Lee desconversa; está na cama com uma mulher, mas nada diz a Arthur sobre isso. Seria ela Joanie? Parece que sim... Desligam; depois, há uma segunda chamada e agora Arthur diz que a mulher chegou em casa há pouco. O título é parte de uma “bosta de um poema”, que Arthur escreveu quando começou a sair com Joanie: palavras dele. Entendeu a situação?

A Fase Azul de Daumier-Smith: o narrador, sob o pseudônimo de Daumier-Smith, foi contratado por uma escola canadense de arte por correspondência; na verdade são somente três professores, ele, o dono japonês e sua mulher. Lá, em vez de ensinar desenho e pintura, em troca de um parco salário, comida e cama (nada boas, por sinal), apenas corrige as cartas que o dono escreve para os alunos e lhes dá conselhos para se aperfeiçoarem etc. Ele diz que Picasso era amigo de sua família e outras mentiras. Mas é extremamente convincente, verdadeiro, quando conhece o trabalho de uma tal irmã Irma, enclausurada num convento. História bem humorada, com início, meio e fim, que parece destoar um pouco das demais do volume mas não. Terceiro melhor conto na minha opinião.

Teddy: o conto que encerra o volume traz um garoto de 10 anos (mais pai, mãe e irmã menor) em viagem de navio regressando da Europa para os Estados Unidos. Teddy não apenas se revela superdotado como também possui faculdades mentais e espirituais que o tornam uma celebridade, um objeto de estudo para cientistas. Ele é ao mesmo tempo um gênio e um iluminado. O que ele pensa sobre diversas coisas, sua filosofia de vida, está demonstrada num longo diálogo que mantém com um homem de cerca de 30 anos, também passageiro do navio. Resumo da viagem: é Salinger falando o que pensa através de Teddy.

Lido entre 13 e 21/02/2019.

claudio.louzd 24/11/2020minha estante
Fiquei curioso. Teu preferido é o primeiro, então?




Rafael Mussolini 12/10/2019

Nove Histórias
"Nove Histórias" de J.D Salinger (todavia, 2019) é o segundo livro escrito pelo Salinger e também o segundo livro dele que leio. O Apanhador no Campo de Centeio é um dos meus livros favoritos, então foi com ansiedade que corri atrás dessa nova edição de Nove Histórias para conhecer ainda mais sua obra.

Como o título já diz existem nove histórias no livro. São nove contos que reafirmam a destreza de Salinger com as palavras. A cada conto entramos em um universo diferente e que é muito bem construído, seja em 6 páginas ou em 18. Salinger pega um ponto focal daquilo que quer explorar na história e destrincha de uma forma que parece que estamos lendo um romance.

Para quem conhece um pouco mais de sua obra é possível perceber uma influência de acontecimentos reais que podem ter impactado ou servido de inspiração para a escrita dos contos. Principalmente a vivência que o autor teve na guerra. Nenhuma das histórias se passa exatamente em período de guerra, mas algumas delas explora de alguma forma os efeitos de um pós guerra. Conseguimos nos aproximar um pouco mais da mente de Salinger e fazer conjecturas sobre os motivos de seu tão famoso isolamento em vida.

Abaixo transcrevo um trecho de um dos contos que acho genial. É um diálogo entre duas personagens:

Nicholson ergueu os olhos para ele, e manteve o olhar - detendo o menino. "O que você faria se pudesse mudar o sistema educacional?", ele perguntou ambiguamente. "Já pensou nisso?"
"Eu tenho mesmo que ir", Teddy disse.
"Só responda essa única pergunta", Nicholson disse. "A educação é a minha pequena obsessão, na verdade - é disso que eu dou aula. Por isso é que eu pergunto."
"Bom... eu não sei direito o que eu ia fazer", Teddy disse. "Eu sei que quase certamente eu não ia começar por onde as escolas normalmente começam." Ele cruzou os braços, e refletiu brevemente. "Acho que primeiro eu ia reunir as crianças todas e ensinar meditação. Eu ia tentar mostrar pra elas como descobrir quem elas são, não só qual é o nome delas e essas coisas assim... Acho que, antes disso até, eu ia pedir pra elas jogarem fora tudo que os pais e todo mundo já disseram pra elas. Assim, até se os pais delas acabaram de dizer que um elefante é um bicho grande, eu ia fazer elas jogarem isso fora. Um elefante só é grande quando está perto de outra coisa - de um cachorro ou de uma mulher, por exemplo." Teddy pensou mais um momento. "Eu não ia nem dizer pra elas que elefante tem tromba. Eu podia mostrar um elefante pra elas, se tivesse um por perto, mas ia deixar que elas fossem até o elefante sem saber mais sobre ele do que o elefante sabe sobre elas. A mesma coisa com a grama, e as outras coisas. Eu não ia nem dizer pra elas que a grama é verde. Uma cor é só um nome. Quer dizer, se você falar pra elas que a grama é verde, isso faz elas ficarem esperando que a grama tenha uma certa aparência - aquela que você considera certa - em vez de outra que pode ser tão boa quanto, e talvez até bem melhor ... Não sei. Eu ia fazer elas vomitarem cada pedacinho da maçã que os pais e todo mundo fizeram elas morder."
Reginacsm 28/03/2020minha estante
O conto do teddy foi meu favorito!




Héber Luciano 08/11/2019

Minhas impressões sobre "Nove Histórias"
O que eu vou escrever aqui não é uma resenha nem uma crítica, mas apenas um breve emaranhado de observações. Salinger, em “Nove Histórias”, demonstra sua admiração por Ernest Hemingway ao aplicar a “Teoria do Iceberg” -- técnica de escrita proposta pelo Papa que consiste na ideia de que “o significado mais profundo de uma história não deve ser evidente na superfície, mas deve brilhar implicitamente naquilo que não é exposto.”
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Na verdade, Salinger emprega essa técnica de maneira até aflitiva, uma vez que alguns contos começam e terminam de maneira ininteligível -- ao menos para mim, é claro.
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Entretanto, a melancolia implícita de alguns contos é arrebatadora. Na minha opinião, os destaques da coletânea são “O Tio Novelo em Connecticut” e “O Gargalhada”. E, em segundo plano, “Um dia Perfeito para Peixes-Banana” (o conto com o final mais abrupto e desnorteante que eu já li) e “O Período Azul de Daumier-Smith” (do qual transcrevei, ao fim desta postagem, o meu trecho favorito do livro).

Por falar em destaque, é impossível não mencionar a habilidade, o tato do Salinger para compor diálogos verossímeis -- não apenas no que diz respeito às falas dos personagens, mas também aos gestos que eles fazem enquanto conversam. Juntamente com Philip Roth (em “Adeus, Columbus”), Salinger é definitivamente o melhor escritor de diálogos que eu tive o prazer de ler até então.
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Por fim, o meu trecho favorito de “Nove Histórias”.
170-171 (O Período Azul de Daumier-Smith): “Na minha última carta eu lhe perguntava casualmente se a moça com os trajes azuis no primeiro plano de sua imagem religiosa era Maria Madalena, a pecadora. Se você ainda não respondeu à minha carta, por favor, continue se abstendo. É possível que eu esteja equivocado e nesta altura da minha vida eu não procuro por vontade própria a desilusão. Estou disposto a permanecer no escuro.”
claudio.louzd 24/11/2020minha estante
Esses são quase legíveis, depois de ler Franny e Zoey.
E Esmê é a joia da obra para mim. Talvez por eu ter lido a biografia dele e entender porque e para quem foi escrito. Sensacional.
Mas enfim, parabéns pela tua resenha.





Ana Rabelo 26/07/2020

Nove contos, um mais incrível do que o outro
Ótima sugestão para a quarentena. Contos inesquecíveis, meu preferido: Para Esmé, com amor e sordidez. Salinger nunca erra.
claudio.louzd 24/11/2020minha estante
Até erra. Acho que erra quando envereda demais para o Vedanta. Talvez eu concorde contigo no sentido que, mesmo nesses "erros" que eu mencione, a leitura é sempre um prazer.




Nana 06/04/2009

O autor é Salinger? Eu tô lendo. E nunca me decepciono :)
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ThiagoIbagy 18/06/2009

Salinger sempre surpreende. No começo uma leitura confusa, agradabilíssima, mas confusa. As estórias acabam de surpresa e te deixa imaginando o desenrolar da estória no imaginativo, tanto do autor, como de nós leitores.
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Gláucia 05/07/2011

Nove Estórias - J.D.Salinger
Coletânea de contos do renomado autor do Apanhador no Campo de Centeio, livro que gostei muito. Porém, devo confessar que a leitura não me agradou, fui incapaz de compreendê-los. São confusos, sem começo, meio ou fim.
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Campos 26/03/2024

Não me envolvi
Não sei se foi o momento da minha vida ou a falta de conexão com as histórias, mas não senti nada de memorável, parecia que a cada conto eu esquecia tudo que lia. Talvez possa revisitar esse livro em outro momento
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Gabi 28/04/2013

Ligeiramente hermético
Essa coletânea de contos é muito interessante. Pode, entretanto, assustar o leitor desavisado. A escrita de Salinger é permeada de simbolismos e referências a outros textos/autores. Ao acabar os contos, o leitor poderá ficar com um ar de interrogação: a "moral" das histórias não é tão óbvia. Cabe a cada pessoa refletir e buscar os significados de cada narrativa - é aqui que a visão mais ampla de literatura, bem como de símbolos, acaba se tornando de grande ajuda.
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Lucas 21/04/2014

Está claro que a naturalidade dos diálogos constitui o centro gravitacional dos contos de Salinger. A matéria do autor é o entendimento que surge entre os personagens, às vezes de forma improvável, e ao custo de grandes esforços da inteligência emocional. É um entendimento que surge num registro que não se restringe à lógica ou a argumentos razoáveis. E este caráter enigmático é reforçado pela estrutura narrativa, que geralmente é interrompida, ao final, de modo repentino e abrupto, deixando o leitor em companhia dos personagens - como se o autor dissesse: vai, agora é a tua vez de entrar em entendimento com eles. Este papel assumido pelo leitor é mais evidente em "Lindos lábios e verdes meus olhos", que nos torna quase cúmplices de uma situação vagamente indesejável.
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Paulo.Louzada 08/05/2015

Não empreste
Essa obra é uma daquelas que vc irá ler e reler e tresler... Como um ciclo! E cada vez será uma nova experiência, um novo cenário será criado e, quem sabe, uma nova interpretação para cada conto! Incansável!
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Ariel 16/10/2019

O Caetano Galindo é um dos meus tradutores favoritos. Ele sempre traduz respeitando muito a maneira de escrita original do autor, ao mesmo tempo que traz tudo muito bonito pro português, por vezes fazendo as alterações necessárias - e no caso do Nove Histórias, foram bastante até.

O livro já é um velho querido meu, mas essa tradução ficou mais do que especial, e o carinho da todavia com o projeto gráfico foi maravilhoso.
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Rittes 28/12/2019

Merecia mais
O já icônico pequeno livro de contos do apanhador no campo de centeio, finalmente, ganha uma nova edição no Brasil, mas a obra merecia bem mais. Quem não conhece a estranheza destes contos de Salinger pode se surpreender negativamente, uma vez que a edição da Todavia não traz nada, absolutamente nada, sobre os contos que, por sua vez, não são comuns e muito menos fáceis. Vale a reedição, claro, mas uma resenha ou um posfácio de algum estudioso da obra de Salinger fez muita falta.
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