O Chalé de Moorland

O Chalé de Moorland Elizabeth Gaskell




Resenhas - O Chalé de Moorland


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outroelton 13/04/2024

O chalé de Moorland: por que é sempre a mulher que se sacrifica?
Originalmente publicado em 1850, “O chalé de Moorland” foi a primeira novela escrita pela inglesa Elizabeth Gaskell, depois de sua incursão pelo universo dos poemas, contos e romance.

Ao longo da narrativa, acompanhamos a história dos Browne, uma família pobre e disfuncional, que mora em um chalé isolado no vale de Combehurst, na Inglaterra. Apesar de levarem uma vida simples e contarem com os serviços da velha e gentil Nancy, não há nada na realidade imediata da Sra. Browne e seus dois filhos, Edward e Margaret, que remeta a luxo ou ostentação. Pelo contrário, “naquela casa de simplicidade asseada” (p.10), o sustento depende da produção cultivada na pequena propriedade em que vivem.

No mesmo condado também residem os Buxton, uma família da pequena nobreza, dona de uma riqueza herdada e acumulada por gerações. Enquanto os Browne criam vacas, porcos e aves para a própria subsistência, os Buxton têm “um pônei, (…) um pavão, galinhas d’angola e não sei mais o quê” (p.15) em seu quintal por mero lazer. Diferente do chalé de Moorland, que possui pequenas dependências e uma sala de estar parcamente mobiliada, a casa dos Buxton “era na verdade uma mansão, e não era necessário o contraste das casas vizinhas para fazê-la parecer imponente. (…) Toda a casa falava sobre a riqueza que tinha sido acumulada por gerações e que era mostrada de uma forma confortável, grandiosa e sem ostentação.” (p.21)

A descrição das duas casas, portanto, é suficiente para situar ambas as famílias em lados opostos da escala social. Embora ocasionalmente os Browne sejam convidados para jantar na casa do Sr. Buxton, e, eventualmente, recebam a visita do aristocrata em seu chalé, esses contatos, que poderiam ser vistos apenas como gentileza, reforçam o choque de classes que Gaskell frequentemente aborda em suas obras, e também revelam as diferentes facetas do sexismo presente na era vitoriana.

Quando o Sr. Buxton indica Ned para estudar na escola fundada por sua família, por exemplo, fica evidente uma das consequências das diferenças de classe, na medida em que a educação de qualidade é um benefício restrito a pessoas com poder aquisitivo. Mas quando o aristocrata pergunta se Maggie “aceitaria ir morar com ele na próxima vez em que precisasse de uma arrumadeira” (p.16), testemunhamos não só uma atitude elitista por parte do Sr. Buxton, mas também o machismo entranhado em suas intenções, já que ele não oferece as mesmas oportunidades a Edward e a Margaret; a um é dado o direito de estudar, ao passo que à outra é reservado o direito de ocupar-se apenas com questões domésticas – ainda que Maggie tenha virtudes que inexistem em seu irmão.

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Gabriella440 06/03/2024

Em O chalé de Moorland, Gaskell conta a história dos Browne, uma família com uma mãe e seus dois filhos, que viveram isolados devido ao luto pelo pai.
Esse isolamento é quebrado quando o rico Sr. Buxton, antigo amigo do falecido Sr. Browne, intercede pela amizade dos Brownes com seu filho, Frank, e sua sobrinha e protegida, Ermínia.
Edward Browne, favorito de sua mãe, demonstra um caráter defeituoso desde criança, e após ser mandado para estudar fora, pelo próprio Sr. Buxton, acaba se metendo em muitas confusões e problemas financeiros.
Já Maggie, desfavorecida em relação ao afeto de sua genitora, é uma menina de caráter meigo, gentil e responsável, e recebe a amizade sincera de Frank e Ermínia, assim como da Senhora Buxton.
Com o passar dos anos, essa diferença de temperamento dos dois irmãos os envolve em uma situação que abala a felicidade da família, especialmente da sempre abnegada Maggie, que se vê diante de um dilema ao poder salvar o irmão, através de um sacrifício pessoal
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Nanda 18/01/2024

Meu segundo livro da Elizabeth Gaskell e já se tornando uma autora queridinha pra mim.

A história se concentra na vida de Maggie e sua família,que moram como num vale isolado no Chalé de Moorland.

Seu irmão Edward desde cedo demonstra ter um desvio de caráter,mas é o queridinho da mamãe.
O peso que esse fato tem e como tudo termina,é o que o leitor terá que descobrir.

Tem o tipo de narrativa que te deixa curiosa pra saber o que vem a seguir.
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Lia Oliveira 21/12/2023

Fim?!
Meggie e Edward são irmãos, e ambos cresceram juntos em um chalé, com a mãe e a Nancy...
Logo no início e possível ver o egoísmo e a pretensão de Edward, que fica mais visível no discorrer na leitura. E com isso as vontades, desejos e sonhos de Meggie são apagados pela irmão e a mãe que como fica nítido, prefere o filho(não é spoiler).
Conforme a história vai avançando, vamos conhecendo outros personagens como Sra e Sr. Buxter, Frank e Ermínia... E são eles que trazem um pouco de luz par a vida da pequena Meggie...
A história é encantadora e da vontade de continuar só para ver o que vai acontecer em seguida...
O único detalhe que não gostei foi o final abrupto do livro, minha sensação é que eu está a pegando velocidade e parei de repente... Acho que o final poderia até sido mais esclarecido(digo em relação a Edward)... Enfim vale a pena. Achei a história leve e satisfatória....
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Maria14000 08/09/2023

O Chalé de Moorland e Lizzie Leigh
Duas histórias sensíveis e cheias de significados que falam sobre as relações humanas, sobre empatia, sobre virtudes e principalmente sobre perdão.
Apesar de não ter sido tão impactantes como Norte e Sul, da mesma autora, são duas histórias que mexem com nosso íntimo. Amei! ?
E, com certeza, Lizzie Leigh mexeu mais comigo do que O Chalé de Moorland: "Sim, eu sei de tudo... De tudo, a não ser dos sofrimentos dela. Imagina o que ela deve ter passado." (p.179), o que ela deve ter passado diante de todo o contexto social e moral da época...
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ramiromat 07/04/2023

Duas histórias tristes, cujos personagens conseguem suas recompensas por meio da sua bondade.
Na história do Chalé, não tem como não sentir raiva do Edward e da mãe, pela maldade que fazem com a Maggie. Já com a Lizzie, a mãe que só quer reencontrar a filha que se perdeu na vida.
Duas leituras fluídas, porém, tristes.
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Taci.Souza 05/01/2023

A maestria de Elizabeth Gaskell em contar histórias pode ser incontestavelmente comprovada por qualquer leitor que se aventure por suas obras, sejam romances longos, curtos ou contos. Mesmo seus romances de cotidiano, que nada prometem em termos de acontecimentos impactantes, são dotados de uma carga dramática e narrados de forma tão envolvente que é impossível ao leitor não ser absorvido completamente pela leitura.

Em O CHALÉ DE MOORLAND & LIZZIE LEIGH, acompanhamos duas histórias simples, mas desenvolvidas com tanta habilidade que evocam no leitor comoção, emoção e os mais diversos sentimentos. Fica claro o talento de Gaskell em manipular as emoções do leitor à medida que conduz os sentimentos de suas personagens. É possível observar a familiaridade com acontecimentos do nosso próprio dia a dia - mesmo nos tempos atuais -, bem como, reconhecer em suas heroínas e em seus heróis, pessoas de nosso próprio convívio. Facilitando e reforçando a conexão livro/leitor.
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barbaralameira_ 03/04/2022

O CHALÉ DE MOORLAND
Nesse Romance Vitoriano da Elizabeth Gaskell, com a atmosfera mais sombria e de enlutamento, conhecemos e acompanhamos desde a infância a história de Maggie e Edward Browne, irmãos que vivem com a mãe no chalé de Moorland.

A família, que vivia na pobreza, logo passa a estreitar os laços de relação com os Buxtons, família abastada e que possuía terras no condado. A partir do momento em que essas relações são estreitadas, Maggie Browne, que era negligenciada pela mãe e sempre tratada mal pelo irmão, passa a ganhar a atenção, liberdade e o carinho dos Buxtons.

Um dos pontos principais da história passa a ser também um romance que é desenvolvido entre os personagens, e foi um dos meus pontos preferidos principalmente porque Gaskell construiu essa relação de uma forma em que um não se anula pelo outro e não há desprezo ou submissão, mas ambos se encorajam a viverem e a buscarem por seus sonhos.

Alguns pontos machistas pela parte do irmão da Maggie me incomodaram, além de ser um personagem mesquinho e egoísta, e isso fica visível logo nas primeiras páginas, mesmo enquanto Edward ainda é criança.

Apesar da história começar mais linear, ela passa por reviravoltas que não são previsíveis, e traz quase que o tempo todo a moral da dualidade entre a bondade e o bom caráter de Maggie, em oposição ao mal caráter do irmão.
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Elizandra 08/02/2022

Elizabeth Gaskell é das minhas autoras favoritas! Acho realmente uma pena que ela não seja tão reconhecida com Jane Austen ou as irmãs Bronte. Nesse livro, temos duas estórias que, mesmo sendo duras, são escritas com muita delicadeza e sensibilidade.
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Tuca 04/10/2021

O chalé de Moorland (5 estrelas)

Uma história que começa meio sombria, com tristeza e luto, O chalé de Moorland é o lar de Edward e Maggie Browne, além de sua mãe e Nancy. Os Browne viviam na pobreza, mas eram vizinhos dos ricos Buxton. O clima da casa e a relação entre os irmãos Edward e Maggie logo me remeteu ao livro o Moinho à beira do rio Floss de George Eliot. As mocinhas protagonistas compartilhavam o mesmo nome e a mesma relação conturbada com o irmão, porém Tom Tulliver do Moinho ainda era capaz de despertar certa compaixão, havia algum amor demonstrado de vez em quando para sua Maggie, o que não ocorre com Edward Browne que é por completo um mimado, insensível e egoísta. Tom era bem mais humano.
A comparação entre O moinho à beira do Rio Floss e o Chalé de Moorland não foi só impressão minha. Ao longo da História vários críticos levantaram a questão de que o chalé de Moorland, uma novelinha pouco conhecida de Gaskell e sua segunda publicação (seguinte à Mary Barton), pode ter servido de modelo ou inspiração para o romance de George Eliot. Enquanto a trama de Eliot é bem mais complexa, típica de um romance, Gaskell trata o relacionamento entre os irmãos de uma forma mais superficial e fria, e é algo que vai perdendo o foco, enquanto o moinho é essencialmente sobre a relação entre irmãos. O que me ganhou em O chalé foi o romance entre Frank Buxton e Maggie, além da personalidade dela que é capaz de mostrar bondade sem se afogar em uma pilha de auto-piedade e sacríficio.

Elizabeth Gaskell consegue trabalhar bem, mesmo que de forma limitada, temas sensíveis nessa novela, tal qual o romance entre duas pessoas de classes sociais diferentes, e a opressão sobre a mulher dentro do relacionamento familiar, que muito infantiliza os homens, e nos empurra a uma maturidade forçada e precoce. Mas ela também faz uma das suas melhores mágicas que é a de criar personagens que sabem amar como ninguém. Não ache que é uma história previsível, porque ela vai ter suas reviravoltas, algumas delas bem assustadoras, e o final dos mais românticos, com sua porção de emoções conflitantes, um pouco de lágrimas, taquicardia, suspiros e uma sensação de que a bondade sempre nos guia ao caminho certo.

Lizzie Leigh (4 estrelas)

“Bondade não é bondade a não ser que também exista clemência e sensibilidade” (pg.176)

Esse é um conto sobre maternidade e todas as suas compreensões, amores e sacrifícios. Em alguns pontos, ele faz parecer que existem certas bondades que só mulheres são capazes de sentir sem pôr razão nisso, só um puro amor inexplicável.

Lizzie Leigh, a moça que dá nome à história, é mais um eco do que uma personagem por boa parte do enredo. Sua mãe está em busca dela. Essa menina jovem que é considerada uma perdida (e expulsa do trabalho e de casa) por ter se envolvido sexualmente com um homem (que não sabemos quem é) e ter um filho com ele, nos lembra de Ruth, outra personagem de Gaskell julgada pelo mesmo “pecado”. Mas as vozes das duas histórias são bem diferentes.

O fato de Ruth ser uma narrativa longa me possibilitou uma compreensão maior do sentimento que Gaskell propunha, da melancolia, da proposta de fé, perdão e “redenção”, e me fez aceitar o final mesmo que trágico como certeiro para o seu objetivo, e poético para sua noção de bondade cristã. Mas Ruth não é só sobre maternidade, ele abarca outras discussões. Nesse quesito, Lizzie Leigh parece um rascunho de Ruth (mesmo que tenha sido publicado depois), e tem um final bem mais indigesto e difícil de engolir, com uma reviravolta que eu achei desnecessária em termos do conteúdo trágico inserido, porque a situação poderia ter sido trabalhada de outra forma para alcançar um final semelhante. Enquanto Ruth era órfã e o foco de sua história era nela mesma; em Lizzie Leigh, o enfoque são as consequências de suas ações para sua família, muito mais do que para ela, que pouco aparece. É uma visão de que se somos amados, nossos erros nunca são apenas nossos. Isso não significa que não vejamos sua dor, mas sim que sua dor não pertence apenas a ela.

Quero destacar que não entendo nem o ato de Lizzie Leigh, nem o de Ruth como erros ou pecados, mas essa era a visão da época e dessas histórias, e, portanto, não tenho como fugir de chamá-los de tal forma, pois é assim que são tratados no enredo. As várias mães da história são constantemente cerceadas por homens que não entendem nem o sentimento materno, nem o sacrifício, o que me fez interpretar o destaque que Gaskell dá tanto a uma bondade singularmente feminina pela essência materna, quanto ao privilégio masculino de poder se importar apenas com o próprio umbigo. Independente dos laços sanguíneos, existe um amor que só mãe entende, objetivos que só a força de uma mãe guia, dores que só mães compartilham, e um mundo visto através de um prisma que só elas portam. É uma narrativa cruel sobre a realidade das mulheres vitorianas – que só eram dignas quando perfeitas dentro de uma moral cristã – e em especial, das mães vitorianas, cujos sofrimentos eram comumente silenciados pelas vontades masculinas.

Como a edição física que eu tenho contém as duas histórias, coloquei a nota final no skoob de 4,5 como uma média das duas histórias.




site: IG: https://www.instagram.com/tracinhadelivros/
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Dri 03/09/2021

Duas histórias dramáticas
O Chalé de Moorland narra a vida dos irmãos Edward e Maggie, que crescem na companhia dos vizinhos Frank e Erminia, que são primos. Edward é um tipo desprezível desde criança, sempre acobertado por sua mãe, que nem sequer enxerga Maggie. A família mora num modesto chalé, e o falecido pai era um clérigo, amigo do sr. Buxton, o vizinho abastado e pai de Frank. O início da história é um pouco monótono, mas depois os acontecimentos tornam a narrativa dinâmica. Senti raiva a maior parte do tempo pelas injustiças sofridas por Maggie e pela submissão dela. Já em Lizzie Leigh, há uma carga dramática desde o início. Achei a trama mais criativa do que O Chalé de Moorland, apesar de bem curta. Vale a pena para quem quer uma amostra da escrita de Elizabeth Gaskell.
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Jhosi 01/09/2021

Decepção
Termino este pequeno livro com dor no coração.
A dor de uma grande decepção!

Vamos por partes: o livro é divido em dois contos bem curtos. Sendo o primeiro O Chalé de Moorland e o segundo, Lizzie Leigh.

No primeiro, conhecemos a família Browne. O pai acaba de falecer deixando para trás a viúva Sra. Browne e seus dois filhos: Maggie e Edward.

A mãe idolatra o filho e negligencia a filha em iguais medidas. Mas enquanto Edward é insuportavelmente mimado, egoísta e cruel, Maggie é ingênua, sensível e bondosa.

A situação da família muda quando um distinto e nobre senhor que era amigo do falecido Sr. Browne, decide se aproximar deles e estreitar os laços de amizade entre as duas famílias.

O segundo conto é sobre Lizzie, uma jovem que foi desprezada duramente pela família após cometer um erro.

Lizzie se perde da família, perde o contanto com todos e no entanto, continua sempre presente no coração da mãe. Que após uma perda familiar dolorosa, decide ir atrás da filha 'perdida'.

Enfim, tive dificuldades com AMBOS os contos. Achei algumas similaridades entre os livros que me incomodaram bastante. Sendo a principal delas o final trágico, abrupto e até artificial que tiveram.

A construção das personagens me incomodou demais. E só uma me cativou no livro, que foi Maggie.

Outra coisa que atrapalhou e muito minha leitura porque me distraiu demais foi a quantidade absurda de erros de digitação no livro. Não foi um nem dois, foram vários! Chegando ao ponto de nomes serem trocados. Fiquei chocada.

Apesar de ser um livro curto, tive dificuldade para ler e me envolver. Sinceramente, esperava mais.
Ainda não desisti da autora e pretendo ler algum outro livro dela devido à fama de outras de suas histórias, mas aqui neste caso, minha experiência foi bem ruim.
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Paula Safira 23/08/2021

Lindo romance
A escrita da Elizabeth Gaskell é maravilhosa, muito fluída. Você não se cansa de ler em nenhum momento. Ela poderia rer escrito um romance de 400 páginas, deixou toda a ação pro ultimo capítulo hahahaha

Fiquei maravilhada pela pureza do casal Maggie e Frank, me deixou com o coração quentinho.

E fico me perguntando porque essa obra ainda não foi adaptada, ela é tão linda!!
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