O Abolicionismo

O Abolicionismo Joaquim Nabuco




Resenhas - O Abolicionismo


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Feliky 09/11/2023

Essencial
Peguei a edição e-book da SciELO, pois é gratuita na Amazon. A escrita é de simples compreensão e a diagramação é agradável, então ela nenhum desses elementos torna a leitura cansativa. Tem notas de rodapé, mas não tantas, e são notas do próprio Joaquim Nabuco. O que pode tornar a leitura meio maçante é que Nabuco se repete demasiadamente, dando a impressão que o livro poderia ser menor do que é (ele também não é imenso, deixo logo claro), mas para isso dou o seguinte benefício da dúvida: ele estava escrevendo visando atingir principalmente as pessoas de sua época, era para ser uma argumentação que mudasse a ideia de vários e fortalecesse o pensamento abolicionista de outros, então a repetição tem algum sentido em estar lá.

O Abolicionismo é de 1883, então não surpreendentemente vai ter coisas que podem deixar o leitor meio "não sei se concordo" ou "não concordo" e o mesmo vale para o autor (por exemplo, Nabuco era monarquista. Eu particularmente considero a monarquia um sistema desatualizado, então não concordo com esse aspecto dele. Mas é aquilo, 1883), mas no geral a leitura traz a muito positiva surpresa que vários dos pensamentos postos nesse livro são pensamentos ainda atuais nos dias de hoje, vários anos depois. Nabuco reforça o quão atrasado o Brasil estava, o quão vergonhoso, desumano e incoerente era que o Brasil se demorasse tanto em abolir a escravidão mesmo quando o restante do mundo já estava abolindo (mesmo que muitos não fossem pela bondade do coração, pelo menos estavam abolindo). É uma mancha na nossa história, com certeza, mas é uma mancha que não pode ser apagada ou ignorada, e sim relembrada para que erros passados não se repitam através de novas roupagens.

Enfim, uma leitura essencial quando se trata de compreender o Brasil como país e nação, e também acessível já que, como eu disse, é possível encontrar uma edição boa e gratuita na Amazona pelo selo da SciELO.
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Marcos606 16/04/2023

O Abolicionismo (1883), foi escrito para ser utilizado como projeto propaganda da campanha abolicionista, na argumentação da ilegalidade da escravidão, nos benefícios da abolição imediata e os problemas da manutenção do sistema escravagista para o desenvolvimento da civilização e do progresso da nação brasileira.

Mais do que apenas uma luta humanista contra esse mal deplorável, o abolicionismo significava uma luta contra o estado das coisas no Brasil.

O movimento deu certo: em 1884 os governos do Ceará e do Amazonas libertaram os escravos daquelas regiões e, no ano seguinte, o governo nacional libertou todos os escravos com mais de 60 anos. Por fim, a princesa regente (na ausência do imperador) decretou a emancipação total sem indenização aos proprietários em 13 de maio de 1888. Cerca de 700.000 escravos foram libertos.

No entanto os efeitos da escravidão, persistem.
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nanarissa 31/03/2023

É bizarro ver quão contemporâneo esse livro é. Se você ainda acha que a escravidão não tem influência na vida pessoal e social das pessoas negras, vem dar uma olhadinha nesse livro aqui. São várias as questões que ainda estamos discutindo HOJE que Joaquim Nabuco já estava colocando em pauta lá pras tantas de 1880. MIL OITOCENTOS E OITENTA!! É nessas horas que a gente relembra porque é tão popular a frase "perdi a fé na humanidade". Tem hora que é difícil manter essa fé mesmo.
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ToniBooks 17/09/2022

Lute! se não a gente acaba perdendo o que já conquistou ??
Peço permissão para reproduzir, em lugar de minhas palavras, uma resenha publicada na própria edição de "O Abolicionismo" que acabo de ler: "O cativeiro, nódoa que a mãe-pátria imprimiu na própria face, amesquinhou o crescimento econômico do país, corrompeu moralmente brancos e negros, impediu a coesão social, acostumou os brasileiros ao servilismo e à adulação nas relações políticas, enfim, legou-nos uma base pobre sobre a qual insistentemente e com resultados medíocres tentamos criar uma nação." Se isso não é atual, vou mudar meu nome para Joaquim Nabuco.
Thiago.Barros 18/09/2022minha estante
Triste realidade ?




Gabe 21/05/2022

O abolicionismo de Joaquim Nabuco
Um ensaio a respeito da abolição da escravidão tecnicamente curto. Aqui Nabuco expressa nessas páginas as suas críticas a esses 300 anos de escravidão ao qual nossa sociedade foi condenada. Compreendendo o termo escravidão não individualmente, Nabuco expressa que a escravidão cravou raízes profundas na nossa sociedade que vão MUITO alem da relação senhor e escravo, e se perpetua dentro das sociedade, relações sociais, econômicas e culturais que deixou terríveis cicatrizes sob nossa pátria.
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Raphael Milão 17/04/2022

O livro é uma boa referência de como funcionava a escravidão na época e o efeitos dos seus males e como era a difícil a luta pela abolição.
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Vinicius.Chiquito 12/01/2022

Patrono da abolição
Que livro meus amigos, que livro.

Houve momentos que precisei parar de ler, tamanho sentimento de revolta e indignação qto nossa sociedade/população, mesmo fazendo o exercício hercúleo para contextualizar e evitar o anacronismo de entendimento qto ao assunto.

É o tipo de leitura que te faz refletir, se sentir culpado e/ou privilegiado, mas principalmente entende a dimensão e o tamanho de nossa dívida com população negra.
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@bibliotecagrimoria 10/08/2021

Um estudo profundo sobre a escravidão na época
Em sua obra, Joaquim Nabuco tem por objetivo incitar a opinião pública a se levantar contra a escravidão; que, segundo ele: "permanecerá por muito tempo como a característica nacional....".
Seu objetivo é demonstrar, ao longo da obra, as nocividades e as consequências que a escravidão traria para o país; seja no ambito econômico, impedindo o crescimento da indústria e o desenvolvimentos de uma classe proletária de assalariados; seja pelo retardo do avanço tecnológico; no âmbito, social, já que tanto negros e brancos estavam condicionados a uma realidade escravista seria difícil integrarem uma sociedade de homens livres, o que envolveria aplicações de políticas de integração dos mesmos nos novos moldes sociais; no âmbito cultural, os hábitos provenientes dos vícios da escravidão, wue afetariam até as classes mais abatadas, incapazes de evoluírem, afundando o Brasil num retrocesso.
Apesar da mentalidade de Joaquim Nabuco as vezes deixar transparecer suas concepções de "melhoria da população" pela presença do trabalhador europeu livre, ao contrário do negro, o livro chama a atenção pela defesa que o autor faz a integração dos negros livres a sociedade brasileira. Com plenos direitos e igualdade. Escrito em 1883, o livro traz concepções ainda atuais quando o autor trabalha as consequências de uma escravidão que durou por demasiado. Sem dúvida é um clássico.
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Phelipe Guilherme Maciel 31/03/2021

A Republica Brasileira é uma revanche dos escravocratas, não é a toa que até hoje a Republica brasileira seja tão retrógrada
Joaquim Nabuco foi um dos grandes expoentes do abolicionismo no Brasil. Nascido em Recife, foi Historiador, Jurista, Jornalista, Escritor, Politico e um dos fundador da Academia Brasileira de Letras.
Mesmo de família escravocrata, Joaquim Nabuco sempre foi um defensor do fim dessa forma de exploração do homem pelo homem. Sentenciou que "A escravidão permanecerá por muito tempo como uma característica nacional do Brasil." Não poderia estar mais correto.
É conhecido por ter defendido o escravo Tomás, que era acusado de matar seu próprio dono e o guarda que o prendeu. Sua defesa diminuiu a pena do escravo consideravelmente, da pena de morte para prisão perpétua. e este fato rendeu o livro "A Escravidão", que só foi publicado postumamente.
Foi um dos grandes responsáveis pela abolição da escravatura, e após a queda da monarquia, teve de se distanciar da vida publica.
Era monarquista convicto, e considerava os republicanos revanchistas. Hoje é considerado um herói da pátria.
Essa precisão de ideias faz este livro ser um documento histórico extremamente atual, este livro do Século XIX, se fosse escrito hoje, estaria extremamente atual se considerarmos as previsões sobre os malefícios da escravidão para o desenvolvimento nacional, a análise sobre as questões sociológicas, sob o viés dos escravizados que foram libertados sem qualquer apoio, e certamente, pouca coisa poderia ou precisaria ser adicionada se fosse um livro editado em pleno século XXI.
o Livro se inicia como um manifesto, explicando o que é o abolicionismo, quais seus princípios, qual a relevância deste movimento, depois explicando porque a luta abolicionista era importante, porque a escravidão era um erro em si próprio, os malefícios que a escravidão traria para o país, e para os filhos e netos dos escravizados.
O livro então toma um ar extremamente critico ao processo abolicionista Brasileiro, que segundo ele, feito de forma incompleta, não reparava nenhum dano causado ao povo escravizado, de inserir este povo na sociedade nacional, sem dar-lhes oportunidades e garantias para que eles saíssem daquela situação degradante que é a escravidão para se tornar cidadão com direitos, com educação, com emprego digno, com uma história.
Joaquim também ataca as instituições católicas, que sempre se omitiram à perversidade de transformar um ser humano numa moeda de troca.
Este livro também trabalha a questão jurídica da causa abolicionista, as leis vigentes na época, a ilegalidade da escravidão e do tráfico de escravos, as fraquezas das leis existentes e a demora de leis que tratassem o assunto com a dignidade que era esperada.
Por fim, expõe as suas conclusões, seus receios e as consequências que ele previa sobre a esta questão.

Quotes

"Ninguém compete em sofrimento com esse órfão do destino, esse enjeitado da humanidade, que antes de nascer estremece sob o chicote vibrado nas costas da mãe, que não tem senão os restos do leite que esta, ocupada em amamentar outras crianças, pode salvar para o seu próprio filho, que cresce no meio da abjeção da sua classe, corrompido, desmoralizado, embrutecido pela vida da senzala, que aprende a não levantar os olhos para o senhor, a não reclamar a mínima parte do seu próprio trabalho, impedido de ter uma afeição, uma preferência, um sentimento que possa manifestar sem receio, condenado a não possuir a si mesmo inteiramente uma hora só na vida e que por fim morre sem um agradecimento daqueles para quem trabalhou tanto, deixando no mesmo cativeiro, na mesma condição, cuja eterna agonia ele conhece, a mulher, os filhos, os amigos, se os teve!"

"Os partidos desaparecem, mas a ideia, o movimento, a aspiração são eternos."

"A escravidão é sempre um erro"

"A influência da escravidão não se desenraiza num dia."

A escravidão não é um contrato de locação de serviços que imponha ao que se obrigou certo número de deveres definido para com o locatário. É a posse, o domínio, o seqüestro de um homem corpo, inteligência, forças, movimentos, atividades - e só acaba com a morte. Como se há de definir juridicamente o que o senhor pode sobre o escravo, ou que este não pode contra o senhor? Em regra o senhor pode tudo. Se quiser ter o escravo fechado perpetuamente dentro de casa, pode fazê-lo; se, tendo ele mulher e filhos, quiser que eles não se vejam e não se falem, se quiser mandar que o filho açoite a mãe, apropriar-se da filha para fins imorais, pode fazê-lo.

A Escravidão é sempre um erro!
Isto resume tudo.
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Tiago.Costa 03/03/2021

Está é uma grande defesa contra a escravidão e de forma brilhante mostrando o quanto um país que vive dela se torna atrasado, injusto e preconceituoso.
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Rachel 30/10/2020

Fundamental
Este livro deve fazer parte do repertório daquele que pretende entender o Brasil atual, saber como sua história se formou é se desenrolou é fundamental para esse entendimento, e este livro é um dos pilares fundamentais desse conhecimento.
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Alexandra.Helmer 30/04/2020

Foi um daqueles livros que achei que ia ser chato e massante, porém tem um desenvolvimento bom, tem uma contextualização dos fatos. E uma boa leitura para estudo sem você querer abandonar ou dormir no meio da leitura.
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TalesVR 06/05/2019

Tão atual e tão antigo
Esse livro é curioso, é tão atual quanto consegue ser antigo. Por fim acaba sendo um documento importantíssimo para o estudo do abolicionismo, pela pena de Joaquim Nabuco, um dos principais nomes da causa no Brasil.

Atual porque ataca feridas que ainda estão expostas no Brasil: o abolicionismo só terá fim com a plena inserção do negro na sociedade brasileira, o que ainda não ocorreu de fato, passados 131 anos da abolição formal. Todas as supostas leis abolicionistas não passaram de falsidade e perversão do Estado brasileiro, principalmente se formos levar em consideração o abandono material do país aos negros pós-Lei Áurea. Enfim, na época que esse livro foi escrito tais eventos ainda não tinham acontecido.

Também é verdade que a escravidão degenera um país, e Nabuco exemplifica com casos brasileiros e norte-americanos como isso ocorre. Curioso é que ainda hoje o país vive na escravidão econômica da agricultura, impossibilitando o avanço industrial e tecnológico. O Brasil continua um país escravo, não mais de negros escravizados, mas dependente de um sistema semi-colonial que começou com o tráfico negreiro. São 500 anos de exportadores de matéria-prima barata e sem valor agregado, mão-de-obra barata e descartável.

Nabuco erra ao ignorar o preconceito de cor. Não é verdade o que ele diz que não há preconceito de cor no Brasil, existindo somente a distinção entre livre x escravo. Hoje em uma sociedade pós-escravista (pelo menos no papel) a cor estigmatiza parcela da população, que continua vitima do preconceito estrutural, herdeiro da escravidão. Outro ponto é que em suas palavras, embora ache sinceramente que ele tenha dito isso de boa-fé, encontra-se um protótipo da política de embranquecimento aplicado pela República. Se haveria extensa mão-de-obra disponível dos próprios ex-escravos, por que chamar europeus brancos para cultivar a terra? Inclusive é desse ''erro'' que o país colhe os frutos até hoje. Deixaram os negros sem assistência depois de 300 anos escravizados enquanto davam condições melhores para brancos assalariados, com o único intuito de branquear o Brasil.

Enfim, antes mesmo de Gilberto Freyre, Caio Prado Junior ou qualquer outro, Joaquim Nabuco estabeleceu um escrito sistematizado sobre o abolicionismo no Brasil, mais especificamente sobre a Lei do Ventre Livre, assinada em 1871, ao qual ele critica abertamente pela sua falha em promover a real abolição. Continua uma leitura interessante, embora deva-se ter certo cuidado pois, como foi abordado, algumas ideias já estão superadas, como é natural, já que se passaram 136 anos da escrita.
Khadija.Slemen 06/05/2019minha estante
ainda estamos nesses "sistema social" , em diferentes formas e em grandes variacoes. Nabuco publica cinco anos antes da aboliçao e parece que nao teve votos nas primeiras eleiçoes sobre a materia. Aqui no interior do estado do rio...ainda tem pessoas que vivem como se fossem escravos em terras do interior...vez ou outra tem denuncias mas os senhores das terras nao sao punidos.


TalesVR 06/05/2019minha estante
Sim, essa abolição foi muito ilusória :(. Nabuco inclusive saiu do Brasil desiludido com as derrotas que ele teve e publicou esse livro na Inglaterra. E o trabalho escravo infelizmente é muito atual, em todo o mundo. Uma praga que deve ser combatida.


Henrique.SchmAtz 24/06/2019minha estante
Podeira me explicar o capitulo 2 ? Fiquei em dúvida quando li.




Taís 22/12/2015

Livro maravilhoso, com textos muito esclarecidos e infelizmente ainda muito atuais. São fatos mostrados que nos fazem refletir no hoje e no quanto ainda vivemos esta fase de ignorância e preconceito. Estranho como ele já conseguiu prever que a escravidão nos traria consequencias futuras e marcaria toda a nação.
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