Planolândia

Planolândia Edwin A. Abbott




Resenhas - Planolândia


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Erika 21/04/2010

Matemática, humor e crítica social - PERFEITO!
Planolândia é um mundo com apenas duas dimensões.

Na primeira parte do livro, o narrador descreve sua sociedade (as referências à Inglaterra vitoriana são notáveis). As críticas são inteligentes e super divertidas, muitas (muitas mesmo) delas aplicáveis ainda nos dias atuais. As mulheres, o proletariado, os comerciantes, os governantes, o clero; está tudo lá, descrito com uma criatividade e agudeza ímpares.

A hierarquia social é ditada pelo número de lados de cada ser: as mulheres são uma reta (no nível mais baixo, sem lados, sem voz, subjugada a todo tipo de preconceito característico à época); no topo da pirâmide temos o clero, formado por círculos, a forma perfeita (são tantos os lados, que tornam-se imperceptíveis).

Na segunda parte do livro, o protagonista recebe a visita de um ser da Espaçolândia, um mundo com três dimensões, e dá-se o embate: o que é real? como crer em algo que não se vê, que não se pode perceber? como abrir mão do que se crê verdadeiro desde... desde sempre?

E é aí que vemos a nós, tolos e egocêntricos, negando o que não podemos perceber com nossos sentidos totalmente limitados.

É impressionante a atualidade de um livro escrito há mais de 100 anos.

A narrativa é inteligente, divertida e facílima (alguns se assustam com os conceitos matemáticos presentes no livro, o que em minha opinião, prejudica em nada a leitura; só deixou-me mais impressionada com a criatividade das metáforas usadas pelo autor).

Planolândia é fantástico! Acho que todos, sem exceção, deveriam lê-lo.
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Gabriel Dummer 06/01/2024

Além dos limites...
Eis uma narrativa que nos faz pensar para além do óbvio, para além de nossas próprias Dimensões. De modo simples, didático e divertido aprendemos sobre a matemática e a sociedade, sobre ciência e religião, sobre pensar ou se fechar em nossas próprias percepções. Um livro que recomendo a todos e não apenas aos admiradores da matemática, pois suas reflexões absorvem muito mais da essência humana do pensamento do que a geometria. A geometria é apenas um plano de fundo para pensarmos o espaço e o tempo de nossa existência enquanto seres conscientes.
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Rubens Chaves 25/12/2021

AS MELHORES QUESTÕES SOBRE A PERCEPÇÃO DA REALIDADE
AUTOR:
Escrito em 1884 por Edwin Abbott, um educador e teólogo, ?Planolândia? reune fãs até hoje (eu, inclusive). Devido o livro trazer uma visão bastante liberal para um padre anglicano, isso fez com que E. Abbott adotasse o pseudônimo de A. Square (referencia ao personagem principal e narrador, o ?Quadrado?) desde seu lançamento até sua morte.

O LIVRO (RESUMO COM SPOILERS):
Livro conta a história do ?Quadrado? (pois essa era sua forma física e sua forma de pensamento). Educado segundo os costumes de seu mundo plano, ninguém pode culpa-lo por ser tão preconceituoso, pois ele é um privilegiado pelo sistema aristocrático de seu governo. Na ?Planolândia? o preconceito sobre as figuras irregulares, as mulheres e as figuras de outras cores é algo comum e imposta pelo governo através das leis e da educação. Qualquer semelhança à sociedade Vitoriana e a nossa sociedade atual, não é mera coincidência. A cegueira dos privilegiados e seus preconceitos, eis o que une os mundos de todas as dimensões e de todos os tempos.

Tudo começa a mudar quando o ?Quadrado? sonha com outros mundos, tendo assim, uma visão mais ampliada da verdade. Enquanto se tem a felicidade cega você acredita ser a perfeição da existência, quando na verdade é o mais imperfeito e imbecil dos seres. Certamente seria melhor não ter o sentido da visão a ver tão pouco.

O ?Quadrado?, então conjectura a ampliação de sua visão de mundo para uma terceira dimensão. Porém, para quem vive em um universo bidimensional, conceber o espaço vira uma tentativa infrutífera sem a ajuda de um pensamento mais elevado. Então, entra em ação a ?Esfera?. Porém, apenas uma viagem a um mundo de três dimensões faria o ?Quadrado? acreditar nela. Como era pobre e obscura a conjectura quando comparada à realidade da observação.

Agora com conhecimento espacial da ?Planolândia?, o ?Quadrado? se sentia um deus. Isso o fez buscar a 4ª, 5ª, 6ª dimensão? E agora, depois de tudo, como seria voltar para o universo espraiado? Ter aspirações, certamente, é melhor do que viver uma felicidade cega e impotente. O difícil, porém, é convencer essas pessoas cegas disso, sem ser considerado louco ou ficar preso na ?cadeia? de dimensões limitadas. Esse, enfim, é o martírio da verdade.

MINHA OPIÃO:
Misturando sátira social, ficção científica, teoria matemática e questões provocativas sobre a percepção da realidade fizeram desse livro um dos meus preferidos. A maneira como o autor transmite conceitos matemáticos de modo tão simples, faz-nos ter uma boa introdução de como compreender as dimensões físicas, mesmo sem ter um cerebro de A. Einstein. A crítica à cegueira social e aos preconceitos também são a parte alta do livro. O único defeito é que há algumas frases muto longas, causando digressões. Isso, por vezes, dificulta a fluidez da leitura. Porém não é nada que incomode tanto. Certamente indico a leitura, para se evoluir como o ?Quadrado?, e não ficar com a mentalidade ?quadrada?.
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Karisma 14/08/2022

Vale muito a pena a leitura.
Este livro não me foi indicado e sinceramente não me lembro como cheguei a escolhê-lo, mas que foi uma descoberta ótima isso o foi.

A planolândia, espaçolândia, linholândia e pontolândia, muitas dimensões tratadas de forma didática. Embora eu não seja uma amante da Matématica os conceitos e a ideia estão claramente trabalhadas, mas não sem diminuir sua complexidade.

Abbott brilha ao trabalhar a necessidade de trabalharmos a ciência de forma livre de preconceitos, mas consegue se superar ao evidenciar as questões sociais vividas por ele em uma sociedade limitante.

Sem querer das spoilers, digo: se chegou até aqui, leia o livro.

Att.
Kárisma
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Antonio Luiz 15/03/2010

Dimensões do preconceito
Não é fácil encontrar autor esotérico que deixe de falar de “outros planos de existência” e todo leitor de ficção científica certamente já ouviu falar de seres misteriosos vindos de “outras dimensões”.

A linguagem não é nova, mas também não vem de tempos imemoriais. Saiu da pena de um escritor do século 19, como cientistas loucos (Mary Shelley), guerras interplanetárias (H. G. Wells), refúgios de dinossauros (Conan Doyle) e inteligências artificiais (E. T. A. Hoffman) e muitos outros mitos que fascinam a imaginação moderna.

Muitos entusiastas da literatura fantástica, porém, não vão se lembrar da obra que fundou este domínio do imaginário. Não teve um grande público, pois pede um mínimo de interesse pela geometria e pela lógica para ser entendida. Foi 118 anos depois de sua publicação que finalmente ganhou uma tradução para o português.

A maioria dos poucos que ouviram falar de "Planolândia" (em inglês, "Flatland") são fãs da matemática. Numa época em que muitos especialistas ainda se recusavam a conceber geometrias de mais de três dimensões, essa obra introduziu o método da analogia para torná-las compreensíveis.

Muitos matemáticos das últimas décadas – como Rudy Rucker, em "A Quarta Dimensão" (Gradiva, 1991) – têm homenageado esse clássico com seqüências e paródias. Ainda não entendem como um amador, sem cair em tolices incoerentes, pôde desenvolver um tema tão hermético em mais de cem páginas.

A matemática era o mais periférico dos interesses de Edwin Abbott, teólogo e educador progressista. Nenhum dos seus outros 44 livros tratou desse tema. A rigor, nem este, que apenas usou a geometria para ilustrar uma sutil sátira social e filosófica.

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gabrielgueri 22/10/2023

Li há um tempo, então a memória não está fresca. Mas sei que fiquei maravilhado. Partes social e matemática, ambas muito boas. Um misto que, porque é datado da era vitoriana, deveria estar frio. Mas ainda é quente. E original. Fiquei uma cota tentando vislumbrar o que seria ver o mundo a partir de quatro dimensões.
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sami 06/03/2021

Não é ruim, só é chato. Não vou reclamar porque é melhor aprender geometria com um romance do que com exercícios KKKKK.
Rafa 02/12/2021minha estante
Nao moça kkkkk é maravilhoso o livro. Chato sou eu em comparacao é essa obra maravilhosa kkk


Krishna.Nunes 05/09/2023minha estante
Mas Samira, ele não é um livro de geometria. É uma sátira filosófica com crítica social bem inteligente.




Adrian.Daniel 01/08/2021

Abstração para compreensão da realidade
Em Planolandia, há abstrações a respeito da quantidade de dimensões, de forma que conseguimos nos abster da realidade para compreender ela melhor, há críticas sociais e um incrível pensamento lógico geométrico
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spoiler visualizar
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none 24/04/2021

Brilhante
A leitura é boa do princípio ao fim do posfácio de Ana Rüsche (da sátira aos costumes à matemática) pois nos orienta de uma leitura do fim do século 19 que ridiculariza costumes vitorianos e usa a lógica da matemática para nos transportar para esta ficção científica que se tornou o mundo contemporâneo.
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Freezerburn 30/10/2023

Planolândia
Planolândia começa como um grande World Build de uma sociedade, que por conta de suas limitações, é terrível de se viver. Mas seu grande atrativo não é sua crítica de uma sociedade aristocrática, e sim sobre a crítica de termos uma visão limitada. O livro é sobre não nos conformar com a nossa realidade, sempre há conhecimentos, visões, que irão expandir nosso universo (ou melhor, dimensão) e que talvez sejamos os únicos loucos que aceitará esse conhecimento. O livro é legal nessa parte, mas vale mais a pena ver ou um vídeo do youtube do Ponto em Comum ou um ep do Cosmos do Carl Sagan que relata esse trecho. ele demora demais pra chegar na parte boa (tipo metade do livro) e acaba sendo um pouco confuso no fim.
Recomendo levemente, é legal, mas nem tanto
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Sofia Meneghel 05/10/2021

Maravilhosamente estranho
Planolândia, de Edwin Abbott Abbott (por que o mesmo sobrenome duas vezes?), é uma critica social, fundamentada no conceito matemático de dimensão. Como matemática, não pude deixar de me surpreender com a maneira correta e didática que o autor introduz as várias dimensões, e a maestria com que trata a ideia de maiores dimensões, um conteúdo dificílimo de visualizar.

A crítica social é pontual e extremamente bem pensada, durante várias momentos da leitura me pegava surpresa com a criatividade do autor para desenvolver as várias esferas (trocadilho) da Planolândia.
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arthurzito 14/06/2022

Gosto de me surpreender com um livro, não tinha muitas expectativas com essa leitura e é muito bom ser pego de surpresa de vez em quando.
Por ser um livro antigo (1884) falando sobre uma questão que eu achava ser moderna, tridimensionalidade e a possível quarta, eu não esperava ser uma obra divertida, cheia de criticas à sociedade da época e com inúmeras reflexões. A história é contada sob a perspectiva de um quadrado, cidadão de Planolândia e é dividida em duas partes. A primeira discorre sobre a natureza de Planolândia, seus cidadãos, seus costumes, sua sociedade e alguns eventos históricos desse país. Essa parte é muita interessante, o autor usa vários desenhos para explicar melhor a perspectiva dimensional do narrador. Na segunda parte é narrada as aventuras do quadrado para a Linholândia, Espaçolândia e Pontolândia e em como a descoberta de uma outra dimensão mudou sua visão do mundo.
Tudo é escrito com bastante detalhes, há varias referencias a sociedade inglesa da época e o tom irônico do autor ajuda na fluidez da narrativa e no entendimento geral da obra.


"Vivo na esperança de que essas memórias, de alguma maneira, não sei como, possam apontar um caminho para a mente da humanidade e despertar uma raça de rebeldes que se recuse a ser confinada a uma dimensão limitada".
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Rodrigo 30/07/2022

Leitura interessante
Este é um livro curioso. Não sabia muito bem como pontuá-lo. Ele foi escrito em 1884 por um padre e descreve os costumes, a cultura e a noção de realidade de um mundo é uma sociedade de duas dimensões. Ali, seus habitantes vivem em um mundo onde há somente largura e comprimento. Não é um livro de leitura fácil, pois ele foi feito em forma de tratado filosófico mas traz muitas questões. Ele trata da divisão da sociedade em classes, feita de acordo com a complexidade da forma, que pode, ser identificadas através da visão. Achei interessante por dois motivos principais, dentre vários outros. Primeiro a noção de o quanto a complexidade de nossa percepção de realidade está ligada a forma como literalmente vemos nosso mundo circundante. O segundo motivo é que 20 anos antes da concepção da teoria da relatividade e da mecânica quântica este autor, um padre, concebia a possibilidade de que o universo pudesse ter mais do que três dimensões, o que faz deste livro, de certa forma, revolucionário.
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Gabriela 04/03/2021

Em que dimensão me encontro?
Se eu não tivesse pesquisado o ano da primeira publicação (1884) desse livro poderia jurar que foi escrito hoje, tamanha é a genialidade e as semelhanças com a atualidade. Não explicarei sobre o que o livro se trata, apenas direi que todas as pessoas deveriam lê-lo e defender sua palavra.


Vamos todos nos educar através desta leitura.
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