Ana 17/02/2023
A obra contém um ensaio, apresentado na Universidade de St. Andrews em 1938, e um conto, publicado em 1947.
Em seu ensaio, Tolkien analisa e comenta diversas obras de literatura infantil, a fim de mostrar e defender sua teoria de que “histórias de fadas” são, na verdade, um gênero literário mais indicado ao público adulto. Na obra, é citado o Belo Reino, o local onde se passam as histórias de fadas.
O autor liga o Belo Reino aos principais sentimentos humanos, que, por sua vez, são elementos necessários para os adultos: fantasia, recuperação, escape e consolo. Tolkien crê que as crianças optam por gêneros literários mais realistas, mas não significando deixar a fantasia de lado. Ele afirma que as histórias de fadas são confundidas pelos adultos com fábulas, e que isso é passado para as crianças. Além disso, ele questiona se as histórias devem mesmo acabar sempre com o famoso "final feliz".
Em “Folha por Niggle”, o conto, Tokien analisa a história de um pintor não muito bem-sucedido. Niggle tinha uma longa viagem a fazer, mas ficava adiando-a com o pretexto de terminar o seu quadro: uma grande árvore. Mas acontece que o homenzinho era frequentemente interrompido, seja por outras tarefas que tinha que fazer, seja pelo seu vizinho, que tinha uma enfermidade na perna e precisava constantemente da sua ajuda.
Certo dia, Niggle se vê impedido de terminar o quadro, pois o dia de sua viagem tinha chegado e não podia mais adiá-la. Depois de muito tempo trabalhando arduamente numa espécie de prisão, Niggle é liberado e pode voltar para casa. Chegando lá, depara-se com sua árvore e percebe que sua falta de paciência, controle do tempo e imaginação o impediam de completar sua obra.
Apesar de esperar mais do livro justamente por ser uma obra do Tolkien, posso dizer que ele me surpreendeu, principalmente com o conto. É bem curto, fácil de ler e, apesar da maior parte ser o ensaio, não é entediante.
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