Marcelo Santana 15/03/2017
Os homens que mudaram o jogo
Desde que li os dois livros do Jordan Belfort que eu não lia um livro de negócios. Há tempos que eu queria ler Moneyball, principalmente pela excelente adaptação da obra para os cinemas em 2011, que mostra a administração do Oakland Atletics, conhecido como A’s.
Um time modesto que começou a chamar a atenção na Major League Baseball (MLB), pelas vitórias que conseguiam em campo contra times que no papel era superior. Para encontrar as respostas, Lewis foi conhecer a administração do A’s e entender a cabeça do gerente geral do time, Billy Beane.
Antes de se tornar gerente geral do A’s, Billy Beane foi jogador de beisebol, mas sua carreira não progrediu. Assumiu em 1997 o cargo de gerente geral do A’s e a cada temporada o time melhorava o seu desempenho, vencendo cada vez mais partidas, chegando a ir para os playoffs, mas ficando pelo caminho.
O que mais chamava a atenção era que o A’s tinha uma das menores folhas salariais da competição. Para a temporada de 2002, Beane tinha um orçamento de 40 milhões de dólares para contratar jogadores, outras franquias tinham mais que o dobro desse valor. A média salarial dos jogadores do A’s era de 1,5 milhões de dólares, sendo que a média da liga era de 2,3 milhões. Quem vê de fora, não imagina como um time com um orçamento tão baixo poderia se sair bem numa competição com valores tão desiguais e com jogadores que nenhum time sonharia ter em seu plantel.
O Oakland Atletics não tomava as decisões por puro impulso e deixava as coisas acontecer, o sucesso do time não se credita somente a Billy Beane, o seu assistente, Paul DePodesta, deu uma grande contribuição para que o planejamento fosse bem sucedido. Juntos, fizeram uma revolução interna dentro do time, deixaram de contratar jogadores baseados na opinião de olheiros para focar na estatística de cada jogador e enxergar naquele jogador, coisas que os olheiros e grandes times deixavam passar. Muitos dos jogadores contratados por Beane e por DePodesta não tinham o perfil de um jogador de beisebol, alguns eram gordos, não tinham desenvoltura para correr, mas, como Beane sempre dizia, eles não estavam vendendo jeans. As estatísticas daqueles jogadores sem o físico de jogador já dizia tudo.
Além disso, o meio da temporada permitia a contratação de novos jogadores, Beane via nisso uma oportunidade de contratar jogadores que no começo da temporada era difícil de conseguir dado o baixo orçamento do A’s. Muitos times no meio da temporada já sabiam que a temporada estaria terminada, pois não teriam chances de chegar aos playoffs, então Beane entrava em ação e fazia ótimos negócios, e isso refletia em campo, pois o time vencia mais os seus jogos. Esse foi um dos melhores momentos do livro.
O livro dedica boa parte de suas páginas a Bill James, pessoa responsável por inspirar os responsáveis pelo sucesso do Oakland Atletics. James sempre teve interesse pelas estatísticas no beisebol antes de todo mundo. Publicou o seu primeiro livro em 1977 para trazer esse tema a tona. Naquela época, as estatísticas eram muito restritas aos fãs do esporte, James quebrou essa barreira com os seus livros publicados e teve um papel importante para que as estatísticas da das partidas da MLB fossem disponibilizadas ao publico geral.
O livro pode se tornar confuso em alguns momentos para quem não é fã de beisebol devido às regras e jogadas do esporte que são descritas no livro. Mas o livro não é feito somente para esse publico, eu, como administrador gostei bastante do livro, pois nos mostra a receita para ter sucesso em algum projeto onde não se tenha um orçamento tão elevado.
Para muitos, o beisebol é um esporte desigual nos Estados Unidos devido aos altos valores que as grandes franquias gastam a cada temporada, mas nem sempre resulta dentro de campo. O Oakland Atletics mudou esse pensamento, fazendo com que uma tradicional equipe da MLB usasse a metodologia de Beane e DePodesta e tivesse sucesso.
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