luan_dal 06/03/2022
elisabeth invada meu provedor de internet, roube meus dados pessoais e revenda para mim eu imploro
Depois de passar por um período conturbado em um tribunal e quase ser assassinada 300 vezes, a paz de Lisbeth é perturbada quando o chato do Mikael pede ajuda pra investigar umas coisinhas que envolvem inteligência artificial, altas tecnologias, empresas controversas, um exército de escravocetas e uma femme fatale recalcada.
A mudança de autor não afetou muito a história: no começo é confusa, parece que vai dar em nada. Mas conforme avança, tudo vai se relacionando e ficando interessante pra chegar a um momento frenético (ou pelo menos tenta).
O livro não é do Stieg Larsson, então e óbvio que não ia ser a mesma coisa. David Lagercrantz consegue copiar algumas coisas (informações desnecessárias, conversas longas, e a estrutura geral do enredo), mas outras nem tanto.
Eu gostei de quase tudo; só alguns pontos me incomodaram, como a quebra de cenas perto do final, que algumas vezes que mostrava personagem A atacando B, e aí depois mostrava B se aproximando da casa, entrando e aí sendo atacado por A. Ficou um pouco confuso, mas é só pensar um pouco pra encaixar a sequência que fica tudo bem.
Outra coisa que me incomodou foi a quebra de cenas perto do final, que ficavam pulando de um lado a outro e me deixou com vontade de pular algumas coisas pra saber o que aconteceria. Mas ponto pro livro porque era essa a intenção.
E mais uma coisa negativa foi que o autor pulou as cenas com mais ação e descreveu na base do testemunho ou nem descreveu (e escondeu a Lisbeth macetando um hétero branquelo menino de 36 anos).
No geral, é um livro bom que cumpre o papel de influenciar pessoas a viver no meio do campo, numa casa idílica e paisagem bucólica, um cottage core pré-iluminismo (portanto pré-eletricidade) solitário, anárquico, niilista, existencialista e BDSM. Não é incrível como o do Stieg, mas mesmo assim não é ruim.
E um beijo final a Lisbeth que continua icônica e linda.