Luiz Augusto 22/07/2015
Livro excelente.
Livro excelente! Nas palavras do autor, "Minha meta com o Convulsão Protestante é acrescentar três elementos ao nosso conceito de santidade de vida: compaixão pelo pobre, defesa dos direitos humanos e amor político". É interessante como o autor não trata do assunto como uma questão de missão, mas de fato uma questão de santidade. O argumento principal do livro é que precisamos ter um conceito de santidade que nos leve a nos compadecer de quem sofre e nos indignar contra violações de direitos humanos porque afrontam a imagem de Deus que o homem porta. Pensando em termos de teologia sistemática, não vi nada diferente do que vejo na tradição calvinista no que diz respeito a envolvimento político (conceito baseado no mandato cultural e na imagem de Deus nos homens), mas com uma ênfase muito grande na questão do amor ao próximo. As citações de teólogos são vastas, a maioria de tradição calvinista, dentre eles Calvino, Jonathan Edwards, Johannes Althusius, John Stott, Timothy Keller, etc, sendo estes dois ultimos mais bem alinhados com o pensando do autor. Os argumentos são simples e basilares, mas sua exortação é forte e na maioria das vezes simplesmente um chamado a coerência. Engana-se também quem acha que Antônio faz um posicionamento de esquerda ou direita. Ele critica tanto o neoliberalismo, quanto o marxismo. E o faz duramente. Para o autor, ambas as visões são deletérias para a cosmovisão bíblica. Além disso, fala bastante sobre evangelismo, o qual afirma reiteradas vezes (parece tentando evitar criticas injustas) a necessidade primordial de evangelização. Alias, boa parte das histórias do livro envolvem evangelização. O livro é repleto, mas muito repleto, de experiência de campo, muitas das quais nos deixam impressionados, nos dando a impressão de serem relatos de ficção, sendo reais. Enfim, este livro é difícil descrever. Só lendo para saber, e lendo até o fim.