jumorgensten 10/10/2022
O mesmo é um romance espírita que começa antigo e termina atual, se passa no Brasil e possui Jonas, sua filha Maria Elisabete, a neta Fênix e o genro Zé Renato como protagonistas.
Sendo assim, o livro inicia com Jonas indo visitar a filha depois de conseguir se recuperar do seu desencarne e estudar bastante nas colônias espirituais. No plano terreno, encontra Babete em voltas com as empresas deixadas por ele, seu vício em doces e bolos e um casamento que está um tanto estranho com Zé Renato. Além disso, ainda possui a neta Fênix que foi criada sozinha por Babete porque ela nunca quis contar a verdade ao pai da menina. Depois de um tempo, foi morar com a vó Zuleika porque estavam mais brigando do que se dando bem e por a filha não aceitar o seu novo casamento e a passividade diante do marido.
A partir de então, o leitor vai acompanhando o desenrolar dos acontecimentos através dos olhos e percepções de Jonas, onde o mesmo, aos poucos, começa a entender os motivos de estar no local. Conscientemente ou não, Fênix acaba seguindo os mesmos passos da mãe, ou seja, engravida do namorado que está se mudando para o Canadá. Ao mesmo tempo, Zé Renato abandona a esposa a deixando sem nada por pura ganância.
Com isso, vai ocorrendo um plot twist atrás do outro junto com as narrativas também sendo contadas por Babete e Fênix. Cada uma vai dando a sua visão dos acontecimentos, suas simpatias, empatias e os motivos de tomarem tais decisões. Ao mesmo tempo, a narrativa vai caminhando as escolhas e consequências dos personagens. Por questões emocionais, Babete desenvolve diabetes e não se cuida de jeito nenhum, chegando a ter sérias crises provocadas por glicose elevadíssima e Fênix tendo de cuidar da sua mãe e também da filha Martina que está para chegar.
Já Renato entra em profunda crise de consciência depois de algum tempo e torna-se também viciado, só que em cocaína. Um dia, sofre um grave acidente e acaba sendo internado em um hospital espírita especializado em viciados. A partir de então, seus olhos espirituais começam a ser abertos, além do leitor acompanhar sua reforma íntima lenta e progressiva.
Castelos de Marzipã discorre sobre um vício que parece ser inofensivo, mas que acarreta muitos problemas que são os doces. Babete, por sintonia e depois de um tempo, torna-se presa fácil para um espírito sofredor viciado em doces. Mesmo com algum entendimento, a protoganista se afiniza como se não houvese amanhã e sofre todas as consequências desta situação. Inclusive, a questão dos vícios como um todo é bastante comentada durante todo o livro, tanto os, hoje bem comuns, como cocaína e álcool quanto os inofensivos como comidas, doces e até religioso.
As partes espirituais vão acontecendo ao longo de toda a narrativa. No plano terreno, temos Jonas querendo ajudar e sendo preparado para isso e no plano físico fica a cargo de Cris, que também possui diabetes e é espírita.
Além de todas essas questões, a obra também aborda sobre perdão, ignorância espiritual e emocional, passividade, os problemas acarretados pela falta de autoestima, a aceitação das provas, homeopatia combinada com as medicações tradicionais e expiações e as ligações de vidas passadas dos envolvidos.
O texto é de fácil entendimento e a leitura é densa, sendo necessárias pausas para reflexões. E por ser jornalista, a autora coloca bastante informações tanto de modo geral quanto espirituais e locais reais. Com isso, é mais aconselhável para quem está bem em todos os aspectos.
site: http://hidratarvicia.com.br/2022/10/10/castelos-de-marzipa-lygia-barbiere-amaral