O Livro dos Negros

O Livro dos Negros Lawrence Hill




Resenhas - O Livro dos Negros


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Thef 13/04/2020

Livro incrível, apesar de ser uma ficção é baseado em fatos reais, rico em detalhes, a trajetória de Aminata é viciosa.
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Arisa.RC 27/03/2020

Grata surpresa
Uma das mais gratas surpresas que tive! Resolvi ler porque apareceu na lista de livros disponíveis na Amazon para assinantes do prime e era um tema que me interessava. Vi algumas resenhas e comecei! O livro é incrível! Não é uma leitura para um fôlego só. Deve ser digerida. Mas é incrível! Muito bem escrito. Parece que você está realmente acompanhando a protagonista. Aminata Diallo é com certeza uma das personagens mais marcantes e fortes que já li! Recomendo muuuito a leitura!
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Eric Luiz 27/10/2019

Leitura concluída com uma sensação de saudade...
Demorei quase 3 meses para concluir este livro (intercalando com outras leituras), não porque fosse uma leitura arrastada ou difícil, pelo contrário, era fluida, prazerosa e cheira de ensinamentos que nos faz nutrir maior admiração pela personagem principal. A demora em finalizar a leitura era para não me despedir com rapidez de Aminata Diallo, uma das personagens mais fortes e marcantes da literatura contemporânea. Apesar de ser uma personagem de ficção, Aminata Diallo simboliza a vivência real de milhões de mulheres negras escravizadas, abusadas e estupradas durante séculos de escravidão.
Me despeço do livro com tristeza, mas acima de tudo com a gratidão de tê-lo lido.

Obrigado a Aminata Diallo, pois nesses quase 3 meses de contato aprendi muito com a sua luta.
Jacque 27/10/2019minha estante
quero muito ler esse!


Eric Luiz 28/10/2019minha estante
Leitura excepcional! Recomendo demais!




Gisele @li_trelando 13/05/2019

Pesado mas fluido
O livro aborda temas pesados já conhecidos quando o assunto é escravidão. Tortura, estupro, separação familiar. O diferencial está em conhecermos o antes da escravidão, saber que aquela pessoa tinha uma história antes do cativeiro, que os africanos não eram selvagens sem cultura conforme as pessoas da época pregavam.
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Lipe 08/02/2019

Livro que originou a série "Meu nome é Liberdade"
Qualquer que seja o traço negro que tenhamos, nos faz ser "escravo". Aminata é símbolo da abolição da escravatura, de luta e resistência. Livro (documentário) com uma escrita que chega a doer ao pensarmos no quanto a marginalização, que perpetua até os dias, impõe sofrimento e dor.
Daniel Moraes (Irmãos Livreiros) 10/02/2019minha estante
O melhor livro que li do gênero!
Curti muito!

E digo mais, li quando a Primavera editorial publicou, sem saber que iria ser adaptado para série.


Show de livro! ??




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Dandara.Rodrigues 19/07/2018

O livro dos negros
Excelente narrativa, detalha paisagem e formas da época te colocando num imaginário de sensações reais.
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Michelle 31/08/2017

Que livro!
É uma história muito boa, bem construída e excelente narrativa, em um cenário real, que foi até pior, mais cruel que o descrito. Quando lemos sobre o tempo que a escravidão durou e os lugares que alcançou, é impressionante e muito angustiante; creio que nenhuma mulher teve as ressalvas que Aminata viveu. Essa é parte só da ficção.
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Fernanda 13/06/2016

O livro dos negros
Resenha no blog

site: http://www.segredosemlivros.com/2016/06/resenha-o-livro-dos-negros-lawrence.html
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 21/05/2016

Um livro que você precisa ler!
“Isso, decidi, era o que significava ser escravo; você é invisível no presente, e não pode ter pretensão em relação ao futuro.” (página 165)

Eu já havia lido algumas resenhas bem positivas sobre a obra, mas queria saber se o livro era realmente tão bom quanto diziam; por isso, assim que o blog se tornou parceiro da Primavera Editorial, solicitei "O livro dos negros", e já adianto que ele é sim merecedor de todos os elogios que recebe.

“Alguns dizem que tive uma beleza pouco comum, mas eu não desejaria beleza para nenhuma mulher que não tivesse sua liberdade, e que não escolhesse os braços que a abraçam.” (página 14)

O livro é narrado em primeira pessoa por Aminata Diallo, em 1802 ela era uma senhora de idade avançada (para os padrões da época) e morava em Londres, sua história era usada por um grupo de abolicionistas para tentar aprovar leis que abolissem a escravidão. E Aminata decidiu contar sua própria história, voltando no tempo e revirando suas memórias.

“Os abolicionistas podem até me chamar de sua igual, mas seus lábios ainda não pronunciam meu nome e seus ouvidos ainda não ouvem minha história. Não da forma como quero contar-lhes. Mas há muito que amo a palavra escrita, e vejo nela o poder do leão adormecido. Este é o meu nome. Eu sou esta. Foi assim que cheguei aqui. Na falta de uma audiência, escreverei minha história de modo que esta espere, como uma fera adormecida, com um coração pulsante e pulmões que respiram.” (página 93)

No final da infância, Aminata vivia com o pai (joalheiro) e a mãe (parteira) em uma aldeia africana. Acompanhava a mãe quando ela ia fazer um parto, e até já ajudava; o pai a tratava com carinho, talvez até a mimando como diziam alguns. Aminata era uma criança muçulmana feliz e cheia de sonhos. Até que os rumores de que aldeias próximas estavam sendo invadidas se confirmaram, e a garota e outros negros foram raptados e obrigados a andar até o litoral, onde embarcaram num navio e cruzaram o oceano a caminho da América, onde teriam que trabalhar em plantações. E esse seria só o começo da longa jornada de Aminata. Desde o primeiro instante, seu desejo era voltar para casa, para a aldeia que não existia nos mapas e que estava perdida em algum lugar do continente africano.

As partes da obra são chamadas de livro: livro um, livro dois, livro três e livro quatro, e essa divisão realmente foi necessária, pois cada parte trazia uma fase da vida da protagonista. Inicialmente, sabendo o que viria para a vida de Aminata em sua terra natal (mutilação genital, casamento arranjado...), pensei que de qualquer forma ela sofreria, mas as provações pela qual passou após ser raptada, fisicamente e psicologicamente, foram incomparáveis. E quando parecia que tudo ficaria bem, vinha mais uma reviravolta e uma nova batalha para Aminata! Ela não desistiu apesar de tudo, poderia ter feito como muitos outros negros no navio negreiro e em outra ocasiões: desistido e se suicidado, mas sua vontade de viver e de voltar para sua terra, e posteriormente a vontade de fazer algo pelo seu povo, foram maiores. Talvez a forma como ela foi criada pelos pais tenha ajudado para que ela tivesse vontade de aprender, de saber, e muitas vezes o fato de ela ser útil tornou um pouco mais fácil e até salvou sua vida.

“Lembro-me de que, um ano ou dois depois de começar a dar os primeiros passos, eu ponderava por que só os homens sentavam-se para beber chá e conversar, e as mulheres estavam sempre ocupadas. Concluí que os homens eram fracos e precisavam descansar.” (página 21)

Aminata conheceu pessoas ruins no caminho, como o Senhor Appleby, dono da primeira fazenda onde ela trabalhou; mas também conheceu pessoas boas, como a escrava Geórgia, que cuidou dela nessa fazenda e lhe ensinou o que podia sobre ervas. Além disso, conheceu pessoas que variavam entre a bondade e a maldade, como Chekura, que inicialmente era um garoto negro africano quase da idade dela e que ajudava os raptores a levar os negros até os barcos, mas que descobriu que a cor da sua pele o condenava a estar no lugar daqueles a que conduzia, ou Mamed, uma espécie de capataz da fazenda, capaz de ser agressivo e também de ajudar a protagonista a aprender a ler melhor. São muitos personagens marcantes ao longo da trajetória de Aminata, Lawrence Hill soube bem como colocá-los na trama.

"Ler era como um sonho diurno em uma terra secreta. Ninguém além de mim sabia chegar lá, e ninguém além de mim era dono daquele lugar." (página 146)

Eu poderia ficar falando por horas sobre diversos aspectos de "O livro dos negros", e nem chegaria perto de mostrar toda a grandiosidade da obra. Mas quero que vocês entendam que realmente é um livro muito bom e recomendado. É uma leitura para se fazer aos poucos, pois a quantidade de emoções que ele traz ao mostrar as conquistas e os percalços de Aminata precisam ser ingeridos em pequenas doses. Em momento algum a história fica monótona ou cansativa, desde as primeiras páginas somos cativados. E por tudo isso "O livro dos negros" ganhou cinco estrelas em minha avaliação no Skoob e se tornou meu favorito, mesmo tendo alguns erros de revisão.

Sobre a parte visual: foi meu primeiro contato com uma obra da Primavera Editorial e minha avaliação foi positiva. A capa é muito bonita (mais linda que as estrangeiras) e a escolha das cores e fontes me agradou bastante. As páginas são amareladas (excetuando-se as que marcam a mudança das partes) e a diagramação tem letras, margens e espaçamento de bom tamanho.

“Durante as longas noites de solidão, eu tinha tempo para pensar e me espantava o fato de que os bons homens brancos não permaneciam sãos por muito tempo. Todo homem branco que queria ajudar os negros a ‘se levantar’, como Clarkson gostava de dizer, seria impopular perante os seus pares.” (página 309)

Fica aqui o meu agradecimento ao Lawrence Hill por ter escrito a obra e à Primavera Editorial por tê-la publicado no Brasil. É uma publicação muito importante para que possamos compreender melhor uma parte triste da história da humanidade. É uma história de ficção, mas com muita pesquisa e verdade, Aminata é uma junção de incontáveis negros que foram arrancados de seu território, tiveram sua cultura estraçalhada e se tornaram escravos de outros seres humanos. O Brasil não aparece no livro, a história se foca mais no Hemisfério Norte, mas é uma leitura que também serve para nós, já que também tivemos escravidão em nosso solo, e creio que as condições dos escravos aqui eram semelhantes. É uma leitura válida também para que repensemos como, ainda hoje, os negros são tratados, na questão do racismo e do preconceito. Para que se tornassem escravos, tiveram sua humanidade negada, e ainda hoje algumas pessoas se sentem melhores ou mais inteligentes que as outras por causa da cor da pele, e isso tem que mudar.

Recomendo que vocês leiam o livro assim que possível, ele não é muito caro e vale cada centavo (juntem moedinhas num cofrinho, peçam de presente, mas adquiram o livro, tenho certeza que vai valer a pena). É uma história forte sim, emocionante, que vai causar revolta ao ver até onde vai a maldade humana, mas também tem seu suas partes divertidas, partes que vão te ensinar coisas novas e tem a Aminata, que certamente entrará para sua lista de personagens inesquecíveis. Talvez para leitores mais novinhos tenha cenas um pouco pesadas, mas creio que quanto mais cedo compreendermos certas coisas, melhor.

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2016/05/resenha-livro-o-livro-dos-negros.html
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Fernanda | @psiuvemler 10/05/2016

Intenso e emocionante! | [Império Imaginário] O Livro dos Negros, de Lawrence Hill
Aminata Diallo era uma menina inocente que, com pouco mais de 10 anos, vivia tranquilamente na vila de Bayo, na África, com seus pais. Seus dias se resumiam a acompanhar a mãe em seu trabalho como parteira e, à noite, se reunia com a família ao redor de uma fogueira, cada um com uma xícara de chá em mãos, e ouvia atentamente o pai ensiná-la a ler o Alcorão, mesmo que, na época, fosse proibido.
Em um dia normal, quando Aminata e sua mãe retornavam de um trabalho de parto, um grupo de pessoas atacou-as e, na tentativa de fugir, a mãe da menina acabou sendo assassinada; seu pai, que também havia sido capturado, teve o mesmo destino ao tentar salvá-las. A partir daí, só o que restou da aldeia foi a garota que, acorrentada, foi levada por diversos homens para longe de sua terra natal. Aminata conheceu cedo demais os navios negreiros e da pior maneira possível. Sem família, sem roupas, com fome e longe de casa, a menina precisará fazer de tudo para sobreviver e cumprir o único objetivo que toma sua mente: o desejo de voltar para casa.
Em O Livro dos Negros acompanhamos a trajetória de uma sobrevivente dos piores e mais repulsivos atos humanos: a venda de escravos. Aminata, ou Meena, cresceu e envelheceu longe de Bayo, acompanhando e sofrendo com as marcas que sua cor de pele determinou. A mulher conheceu os homens brancos e conviveu com eles, após ser vendida várias vezes. Uns eram melhores que outros, mas alguns eram verdadeiros monstros. Aminata passou por dificuldades inimagináveis ao ter sua feminilidade roubada quando foi estuprada pelo seu Senhor (dono dos escravos do navio que ela estava) e, mais adiante, foi separada do marido e teve seu filho vendido enquanto dormia.
Observamos a história de uma mulher que lutou por sua vida até conseguir a liberdade almejada por todos. Ela passou por diferentes terras, conheceu diversas pessoas, realizou inúmeros trabalhos e se tornou uma das mulheres mais fortes e sábias de seu tempo. Depois de deixar seu lar, muitas vezes se esforçou para continuar aprendendo a ler e, posteriormente, foi ensinada a escrever por uma mulher que a acolheu em sua casa. O fato de saber ler e escrever lhe proporcionou numerosos benefícios que foram vitais para que ela recebesse ajuda e não perecesse.
Após estar segura, livre e ter sua imagem reconhecida por tudo o que realizou, Aminata foi convidada por vários outros homens para se juntar à campanha abolicionista, de forma que pudesse contar sua própria história e impulsionar o movimento. E assim ela batalhou para nunca mais precisar presenciar o que viu nos navios negreiros e correu atrás da lei que proibia os seus de passarem por tais dores e humilhações.
Nada do que eu falar parece ser o suficiente para expressar todas as emoções que esta obra me proporcionou. Eu ri com os diálogos de Aminata nos momentos em que tinha alguma paz, chorei com todo o padecimento enfrentado por ela e me emocionei demais com cada reviravolta dessa mulher que, apesar de toda a desgraça, deu um pontapé na morte para continuar a empenhar-se por seus direitos. O Livro dos Negros é uma história dramática que nos expõe a acontecimentos reais encarados por personagens fictícios e que, a cada página, nos mostra as atrocidades que a humanidade vem provocando através dos tempos, mas que, apesar de tudo isso, sempre terá alguém para estender a mão e trabalhar pelo bem-estar do próximo, independentemente de sua situação.
Todos os personagens são incríveis de forma que é possível imaginar cada um contando sua versão da história. Nem todos os de pele branca eram vilões. Através do olhar de Aminata podemos perceber o que uma pessoa pode fazer contra os seus companheiros para sobreviver, quando esta se preocupa apenas com o próprio nariz. Muitos personagens entraram na vida da garota; iam desde pessoas que saíram de Bayo com ela até outras encontradas pelo caminho. Em vários momentos eu ficava com vontade de colocar todos em um abraço e dizer que ficaria tudo bem.
A história é narrada em primeira pessoa, intercalando a estrada percorrida por Aminata para chegar onde está e o presente momento em que todas as batalhas estão vencidas. Lawrence Hill se baseia no documento histórico de mesmo nome para compartilhar a luta das pessoas para entrar no livro dos negros e conseguir sua liberdade. Todo o enredo é tão envolvente que, em uma noite, após terminar de ler, tive pesadelos ao imaginar que muitas pessoas enfrentaram tudo aquilo e nem sequer sobreviveram. O Livro dos Negros conta com relatos pesados e nada coopera para que a leitura se torne mais agradável. Sempre que achamos que as coisas vão melhorar para Aminata, mais alguma catástrofe acontece e sabemos que nada estará resolvido até que ela cumpra seu destino ao lado dos abolicionistas.
O trabalho editorial realizado pela Primavera contribuiu para que a leitura se tornasse uma experiência maravilhosa. A capa, em preto e branco, chama a atenção para a linda mulher estampada e o título fica destacado em um laranja vivo. A diagramação é simples, mas encantadora. O livro é dividido em quatro partes, cada uma com cerca de quatro capítulos nomeados, e essas partes iniciam-se com uma página em preto. A fonte é de tamanho médio e as margens e espaçamento são de tamanhos confortáveis. O único ponto negativo ficou por conta da revisão, que deixou passar vários erros, mas isso em nada tira a grandeza do enredo.
O Livro dos Negros é uma obra que recomendo para quem procura uma trama mais impactante e emocionante, com fatos históricos e conquistas importantes para a humanidade. Esse é um livro que carregarei para sempre comigo, contando para quem quiser ouvir tudo o que foi enfrentado por Aminata. É uma obra que, em minha opinião, todos deveriam ter a oportunidade de conhecer, pois as lições adquiridas são valiosas.

site: http://imperioimaginario.blogspot.com.br/2016/05/resenha-livro-dos-negros.html
AmandaHellensn 12/05/2016minha estante
Fernanda Parabéns pela resenha, me deixou curiosíssima, vc tem esse livro?


Fernanda | @psiuvemler 12/05/2016minha estante
Obrigada, Amanda! É realmente um livro maravilhoso. Eu tenho sim ?




Reniére 21/04/2016

Arrebatador e necessário | O Livro dos Negros, por Lawrence Hill
Denso, profundo e arrebatador. Ainda estou sem fôlego mesmo horas após finalizada a leitura de O Livro dos Negros, de Laurence Hill, publicado pela Primavera Editorial. A obra retrata a trajetória de Aminata Diallo, mulher sequestrada em sua aldeia na África ainda quando criança e vendida na Carolina do Sul.

Com apenas oito anos de idade, Aminata é arrancada dos braços da mãe em sua terra natal para trabalhar na colônia britânica. Jovem, inocente e extremamente assustada, a heroína narra as situações por que passou através de seu olhar ingênuo e infantil, de maneira que toda a história é extremamente marcante.

Aminata detalha sua vivência na tribo de Bayo, seu sequestro, o embarque no navio negreiro, bem como todas as atrocidades que presenciou em sua travessia, o processo de venda a um dono de terras da Caroline do Sul e os seus semelhantes queque conheceu por lá. Contudo, sua história vai muito adiante, quando, em posse de outro dono, ela consegue escapar rumo à liberdade e ao sonho de retornar para sua terra natal.

Este foi meu primeiro contato com a obra e com a escrita de Lawrence Hill e confesso que estou sem palavras para traduzir o que senti ao fazer esta leitura. O autor não somente me emocionou com a história de Aminata, como também esmiuçou todo o processo que eu apenas conhecia rasamente através dos livros de História. A escravidão é tema estudado por todos nós durante nossa formação educacional, porém me foi muito valioso este contato mais profundo desse período tão obscuro da história da humanidade. Ainda, além de abordar fatos históricos do período, o autor também intitulou a obra de mesmo nome que um documento histórico O Livro dos Negros que foi registro dos escravos.

O livro é narrado de maneira extremamente rica pelo ponto de vista de Aminata e foi incrível perceber que sua narrativa acompanha seu amadurecimento, de maneira linear e muito impactante. Igualmente impactante são as cenas presenciadas por ela que, constantemente, me fizeram questionar-me a humanidade das pessoas e perceber o quão cruéis elas podem tornar-se em prol da busca por poder. A loucura que acometeu diversos negros por suas vivências, que vão muito além das marcas físicas, a destruição de famílias, do laço materno com seus filhos etc, a dissolução do sentimento de pertencimento, de injustiça, enfim, são apenas algumas das constatações que fazemos ao longo da leitura.

Ainda, a leitura deixa muito claro ao leitor todo o processo de marginalização das pessoas negras no período da escravidão. A maneira abrupta como tudo se dá, em um momento as personagens pertencerem e dependerem de alguém e, no momento seguinte, com sua libertação, encontrarem-se sozinhos, sem aparo e sem auxílio governamental literalmente abandonados às traças para sobreviverem como puderem. Sendo assim, o livro também contribui muitíssimo para a construção do pensamento crítico com relação a segregação racial ainda existente na atualidade.

A trajetória de Aminata é não somente uma aula sobre os acontecimentos históricos de nosso passado, como também um exemplo esplêndido de esperança, perseverança e pertencimento. Durante toda a leitura encontrei-me compadecida da protagonista que viu o pior do ser humano, mas que ainda assim soube ser otimista e confiar no outro.

Está claro que a obra me agradou demasiadamente e que certamente será recomendada intensamente e com frequência pelos canais do blog. Por fim, eu gostaria de expressar meu desejo de que todos pudessem fazer esta leitura, ter o contato com a realidade que para nós é impensável, mas que diversas pessoas enfrentaram no passado e, ainda, refletir sobre os resultados presentes dessas vivências. Penso que trata-se de um livro edificante, necessário e muito poderoso para as mentes.

site: www.palavrasradioativas.com
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Marcos Pinto 03/12/2015

Leitura obrigatória!
A escravidão negra, apesar de parecer distante, ainda possui reflexos no nosso cotidiano. Afinal, basta ler os jornais para verificar a quantidade de crimes raciais ainda cometidos; basta olhar ao redor e enxergar a quantidade de pessoas negras vivendo em miséria extrema. Sem dúvida a escravidão foi um longo processo histórico que deixa marcas ainda hoje. Contudo, esse processo tão enraizado na sociedade não começou aleatoriamente. A presente obra, apesar de uma ficção, nos faz entender como tudo começou.

Para enxergarmos a escravidão de perto, Lawrence Hill nos leva a acompanhar a história de Aminata Diallo. Ela é uma muçulmana livre residente na África. Contudo, a liberdade de sua infância estava com os dias contados. Um dia houve um ataque à aldeia em que ela vivia. Muitos foram mortos; os demais se tornaram cativos. A liberdade dava adeus e Aminata começaria a conhecer o nível que a maldade humana pode alcançar.

Após caminhar diversos dias assistindo a diversos abusos e agressões, a jovem Aminata acaba embarcando em um navio negreiro em direção à América do Norte. Entretanto, pior do que ser cativa era a chance de sobreviver ao navio. Doenças, pestes e morte passeavam pelos corredores. Vendo aquilo tudo, Aminata só pensava em sobreviver, alcançar a liberdade e voltar para casa.

“Nunca conheci alguém que, fazendo coisas terríveis, pudesse cruzar seu olhar com o meu em paz. Encarar o rosto de outra pessoa é fazer duas coisas: reconhecer a humanidade do outro e assumir a sua. Quando iniciei minha longa marcha para longe de casa, descobri que havia pessoas no mundo que não me conheciam, não me amavam e não se importavam se eu estava viva ou morta” (p. 35).

O Livro dos Negros é uma obra enriquecedora e chocante. Enriquecedora porque permite conhecer melhor o processo de como os escravos eram presos, vendidos e como eles eram tratados no Novo Mundo. Chocante porque observamos o nível da crueldade humana, os maus tratos, a perversão. Além disso, como a narração é em primeira pessoa, a leitura fica ainda mais brutal. Torna-se impossível não se comover com o sofrimento e a dor que os escravos sofreram.

Esse choque também é proporcionado pela riqueza de detalhes da obra. Como houve claramente uma extensa pesquisa antes da escrita do livro, todo o enredo é muito realista. Não obstante, os personagens são de uma profundidade tamanha que nos convencem que são pessoas reais. Principalmente Aminata com seu jeito inteligente e forte, o que faz o leitor envolver-se logo no início do texto.

Se tudo isso não fosse o suficiente, o livro ainda conta com uma escrita leve e bem fluída. Mesmo inserindo diversos aspectos reais, a leitura não se torna nem um pouco arrastada. Isso, aliado a uma diagramação confortável, deixa a obra muito rápida. Ou seja, mesmo o livro sendo grande, é possível desbravar todo o seu conteúdo e beleza com certa velocidade.

“Odiei o grande barco à nossa frente, que ficava maior a cada remada. Em tamanho, humilhava a canoa de doze homens, e seu cheiro era pior que o do curral onde ficamos, na ilha. O barco me amedrontava, mas meu medo maior era afundar na água salgada, impossibilitando a volta do meu espírito para junto dos meus ancestrais” (p. 55).

Com tantos aspectos positivos, só me resta indicar o livro. Se você quer conhecer um pouco mais sobre a escravidão e sobre a história do nosso mundo, essa obra é perfeita para você. Certamente você não irá se decepcionar.

site: http://desbravadoresdelivros.blogspot.com.br/2015/08/resenha-o-livro-dos-negros.html
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