O Livro dos Negros

O Livro dos Negros Lawrence Hill




Resenhas - O Livro dos Negros


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Thais Maia da C 25/07/2015

Resenha O Livro dos Livros
Terminei de lê-lo semana passada, mas desde então estou pensando aqui em como deveria falar dele para vocês. Sabe aquele livro que você quer indicar para todos? Que você acha que todos deveriam ler? Pois é... Pode ser que vocês já tenham se deparado com um livro assim, ou pode ser que não, no meu caso por exemplo eu tenho vários livros que gosto muito e que vivo indicando para os amigos... Mas esse é diferente! E vocês logo irão entender por que.

O livro começa precisamente no ano de 1802 em Londres, Aminata já está com uma idade avançada, e nesse primeiro capítulo nos conta como está a sua vida nesse período e o que anda fazendo para ajudar na causa abolicionista. Incentivada por muitos ela começa então a escrever sua história, como foi sua vida outrora de sofrimento e como foi que ela conseguiu chegar em Londres, lutando pelos direitos de seu povo.

Seus relados começam em sua infância, em Bayo no ano de 1745. Aminita nos conta como era a vida entre seu povo, como viviam o que faziam no que acreditavam e tudo mais. Seu pai era o joalheiro da aldeia e sua mãe a parteira, desde muito jovem a garota a ajuda com ofício e demonstra uma habilidade impressionante.

“Entretendo, nossos raptores também tinham uma marca, por aquilo que lhes faltava: a luz em seus livros. Nunca conheci alguém que, fazendo coisas terríveis pudesse cruzar seu olhar com o meu em paz. Encarar o rosto de outra pessoa é fazer duas coisas: reconhecer a humanidade do outro e assumir a sua.” pag35

Quando viajava com sua mãe para fazer mais um parto na aldeia vizinha é raptada por contrabandistas, que a amarram e a tratam pior que um animal. Perdida e sozinha a garota parte então rumo a uma viagem sem volta para um caminho que até então era totalmente desconhecido por ela.

Acho que a primeira coisa que devo dizer é: se você é do tipo sensível se prepare para fortes emoções, O Livro dos Negros nos trás um relado emocionante do que várias pessoas teriam passado, sendo arrancadas de suas aldeias e jogados em um navio rumo a um terra desconhecida. Mulheres, crianças e homens todos tratados como seres desprezíveis, Sem nenhum respeito ou compaixão.

“Como ele veio a se tornar meu dono, e de todos os outros? Perguntei-me se ele seria meu dono o tempo todo, ou apenas quando eu trabalhava para ele. Seria ele meu dono enquanto eu dormia? Ou sonhava?.”

Assim que fiquei sabendo do livro através da parceria com a Primavera Editorial, logo me interessei. Gosto muito de história e de ler livros que retratem algum momento dela, E estava querendo variar nas minhas leituras também, então quando ele chegou não demorei muito a ler. O livro é dividido em quatro partes tendo cada uma mais o menos cinco capítulos, ele é dividido para acompanhar as etapas da vida da protagonista, em suas 405 páginas ele é quase todo escrito em narrativa, por esse motivo demorei um pouco a terminar de lê-lo.

Como disse no começo acho que todos deveriam ao menos tentar ler o livro, é uma história emocionante, tocante que nos mostra o quanto podemos ser fortes sejam quais forem as dificuldades, e ainda como podemos ser tão cruéis com os nossos semelhantes.

“Alguns dizem que tive uma beleza pouco comum, mas não desejaria beleza para nenhuma mulher que não tivesse sua liberdade, e que não escolhesse os braços que a abraçam.”

site: www.notinhasderodape.com.br
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Daniel Moraes (Irmãos Livreiros) 05/08/2015

O Livro dos Negros
Em "O Livro dos Negros" a trama se passa em 1745 na África, baseado em fatos e documentos históricos o autor Lawrence Hill abordou uma temática, digamos rica em detalhes e totalmente realista, a ponto do leitor sentir na própria pele (literalmente) a dor da protagonista Aminata Diallo.

O mais incrível deste livro é que o autor narrou na 'voz' de Aminata Diallo e que em certo ponto, dá-se a sensação de ser uma escritora, pois a qualidade de escrita é tamanha, que afirmo com veemência para quem me perguntar sobre "O Livro dos Negros": este foi até hoje, o melhor livro de documentário que li em toda a minha vida!

Em toda a história de Aminata, o que a fez ser destaque entre os demais de seu povo, foi o fato de ela saber ler e, em diversas línguas daquele tempo remoto. Em uma época em que mulher não poderia ter conhecimento da língua; ser totalmente submissa aos homens, principalmente quando se é um escrava. Mas eis que encontrei uma frase que me fez emocionou e faço questão de mostrar para vocês:

"Ler era como um sonho diurno em terra secreta. Ninguém além de mim sabia chegar lá, e ninguém além de mim era dono daquele lugar".

O livro é tão bom que se eu for descrever tudo o que senti ao ler esta obra literária, esta resenha seria imensa, portanto, resumo dizendo que foi incrível ler um documentário com fatos que marcaram uma geração onde a história de humanidade, mais especificamente a história dos africanos, foi totalmente transformada após a escravidão dos negros e, como a história de muitos africanos foi reformulada com a atitude de Aminata e sua força de vontade em querer mmudar o mundo com seu conhecimento.

Um dos fatos bem marcantes deste livro, foi saber que mesmo quando ela foi abolida, Aminata nunca se sentiu livre e em quando acabou o livro, fiquei com a sensação de que ela estava certa, pois a abolição foi apenas fachada para interesse entre nações. Mesmo sendo triste, foi muito bom saber disso.
"Os abolicionistas podem até me chamar de sua igual, mas seus lábios ainda não pronunciaram meu nome e seus ouvidos não ouvem minha história".

O Livro dos Negros, me emocionou, me fez refletir, me fez sofrer, me fez mais intelectual e melhor ainda, adicionou em mim um respeito pelos africanos que sofreram e que ainda sofrem com o descaso dos diplomatas do continente.

"Se a mãe é escrava, então você é escravo. Se o pai é escravo, então você é escravo. Qualquer traço negro em você é escravo. É tão claro quanto a luz do dia".

Confesso que enquanto o livro não chegou ao fim, não consegui largar dele, pois achei magnífico e repito: foi o melhor livro do gênero documentário que já li. Lawrence Hill é um escritor fascinante. O Livro dos Negros é espetacular; fantástico! Indico para todo tipo de leitor, pois este livro deve ser absorvido sem moderação. ;)

site: http://www.irmaoslivreiros.com/2015/08/o-livro-dos-negros.html
cid 14/08/2015minha estante
Daniel, vc assistiu a serie baseada no livro?


Daniel Moraes (Irmãos Livreiros) 14/08/2015minha estante
Oi, Cid.

Ainda não, mas estou doido para assistir, pois eu li e me apaixonei pelo livro! :)


Janaina @revisora.janainastaciarini 17/09/2015minha estante
Gente, me conta qual é a série baseada no livro!! Daniel, adorei sua resenha. Eu estou completamente envolvida pela leitura e todo dia que leio à noite acordo com a cara inchada de tanto chorar.


Gustavo 27/10/2015minha estante
A mini série pois é só uma temporada de 6 capítulos é,the book of negroes,muito boa,ótima mesmo,por causa dela que comprei o livro,ainda não o li.




Leticia | @bardaliteraria 22/08/2015

O livro dos Negros de Lawrence Hill
Particularmente não esperava um livro que me fizesse chorar e nem sentir a dor daquela que descrevia sua história.
O que esperar de um livro em que uma criança de 11 anos é tirada da sua terra, perde os país e as pessoas que conhecia para ser mal tratada, transportada em um navio de condições horríveis, chegar em uma terra estranha e cheias de pessoas ruins, ser vendida como objeto e forçada a trabalhar em condições tão precárias quanto o temoroso navio em que viajou e a todo momento sofrer diversas provações que a fazem questionar se consegue continuar viva.
O livros do negros tem cerca de 408 páginas dividas em 4 livros ( que é como a separação da história é feita), narrado sempre em 1º pessoa (pela personagem principal) e mesclando entre ela mais velha e o início e meio de sua história de vida. Eu amei a capa do livro e a diagramação, a editora teve muito carinho nessa edição mas senti falta de uma revisão melhor, em alguns momentos encontrei palavras erradas e me sentia meio confusa com o que o escritor queria dizer mais nada muito grave que atrapalhasse a leitura.
A personagem principal se chama Aminata Diallo, uma garota de 11 anos (ou estações como eles chamam) muçulmana livre que foi raptada de seus país e de sua aldeia Bayo para ser tornar escrava de Toubabus ( brancos) em uma ilha que pertencia ao povo britânico.
O livro do Negros foi o primeiro em muitos anos que me fez chorar, não consegui me debulhar em lágrimas por não aceitar dentro de mim que uma história de ficção pode ser tão crível quanto nossa realidade, a história é extramente fluída porém dolorosa e angustiante, ler e me sentir como Aminata ( Deena para facilitar ao toubabus), me fez em alguns momentos querer vomitar, correr e gritar, mas também ter raiva dela por ser tão ingenua e não confiar nos negros mais velhos que apenas queriam seu bem, era interessante ver que mesmo depois de anos e sofrimentos vindos uns atrás do outro ela se manteve firme na fé de que um dia voltaria a sua África, para sua amada aldeia Bayo.
A história foi baseada em uma época que muitos nunca tiraram um pouco do seu tempo pra ler de forma mais profunda, no máximo um filme, uma série ou novela baseada, uma época da qual poucos se fazem questão em pensar no seu dia a dia, lembrada apenas nos livros de histórias que não podem contar toda a dor que ali havia, eu não imaginava o quão duro seria ler esse livro, a todo momento me via desejando que ela não fizesse isso ou aquilo, que não se arriscasse ou confiasse, que não sofresse tantas situações horríveis, uma das coisas que mais gostei foi ver o quanto mesmo sendo sofrida sua vida ela pensava em seus companheiros, em sua gente, no quanto se dedicou a evoluir e aprender para ajudar os outros e quem sabe realizar seu sonho de voltar a sua terra que ela recentemente descobrira se chamar Árica.
Eu não poderia dizer que o livro tem um final feliz porque após tanto sofrimento e dor seria difícil dizer isso mas pela primeira vez Aminata parou de sofrer por uma de suas perdas,e considero isso o melhor final possível. Eu amei ter a oportunidade de ler esse livro e agradeço de coração a editora que o enviou para mim, Aminata me fez lembrar o quanto o preconceito e o sentimento de superioridade pode tornar o ser humano capaz de machucar o outro apenas pelo poder que lhe acha ser justo criado com base na cor da pele.
Eu indico o livro pra todo leitor que quer uma boa história mas que tenha estômago pra ler sobre tanto sofrimento, a história é incrível e Lawrence Hill me surpreendeu além de claro me fazer chorar.

site: http://mylittlegardenofideas.blogspot.com.br/2015/07/o-livro-dos-negros-de-lawrence-hill.html
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Fernanda 13/06/2016

O livro dos negros
Resenha no blog

site: http://www.segredosemlivros.com/2016/06/resenha-o-livro-dos-negros-lawrence.html
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Clã 26/06/2015

Clã dos Livros - O Livro dos Negros
Baseado em fatos e documentos históricos O livro dos negros de Lawrence Hill, é uma obra fictícia de temática e abordagem muito realista e enriquecedora. O autor foi muito feliz ao criar uma trama tão envolvente para apresentar e promover reflexões sobre o comércio de escravos e a abolição da escravatura.

A protagonista Aminata Diallo é a narradora da sua própria história. Da infância tranquila na aldeia à velhice no Reino Unido, em 1802, ao lado de um grupo de abolicionista. É chegada a hora de mudar o rumo da história de inúmeros africanos que sofreram com o desrespeito da escravidão...

“Como falei, sou Aminata Diallo, filha de Mamadu Diallo e Sira Kulibali...Creio que nasci em 1745, ou por aí. E estou escrevendo este relato. Todo ele. Caso eu morra antes de terminar a tarefa, instruí John Clarkson, um dos abolicionistas mais pacatos, mas o único em que confio, para não mudar nada. ...Alguns dizem que tive uma beleza pouco comum, mas eu não desejaria beleza para nenhuma mulher que não tivesse sua liberdade, e que não escolhesse os braços que a abraçam.”

Aminata demonstrava ser dona de uma inteligência perspicaz ainda criança. Com a mãe aprendeu a amparar os bebês que chegavam ao mundo, com o pai conheceu e estudou o alcorão e tornou-se mulçumana. Mas os dias de paz na aldeia desaparecem com a chegada dos traficantes de escravos. A perda da sua família e de sua terra e a terrível viagem em um navio negreiro exigem que a pequena Aminata amadureça para sobreviver.

“ Os homens gritavam nas mais diversas línguas . Gritavam preces árabes, gritavam em fulfulde, em bamanankan e em outras línguas que eu nunca escutara. Todos pediam as mesmas coisa; água, comida, ar, luz. Um deles clamava estar acorrentado a um morto. Sob a luz bruxuleante, pude vê-lo tocar o corpo inerte preso a ele, pé com pé...”

Quando o navio atraca na Carolina do Sul Aminata é levada para a plantação de índigo de Robinson Appleby. É lá que recebe o nome americano Meena Dee, redescobre com Geórgia uma relação próxima de mãe e filha, reencontra Chekura que a acompanhou no navio negreiro e com ele vive o amor... Talentosa, aprende a forma de falar dos brancos, aprende a ler e escrever, descobre e aplica as ciências medicinais.

Sua história transforma-se quando é vendida para a família de Solomon Lindo, que reconhecendo suas habilidades, a ensina cálculos e grafia. Cada vez mais independente passa a trabalhar para pagar pelo abrigo e alimento que recebe, mas continua sendo propriedade dos Lindo. Quando anda pela cidade e acompanha a chegada de novos navios negreiros o sentimento de repulsa aflora.

“ Perto da plataforma, havia um grupo de africanos: alguns mal conseguiam ficar em pé, enquanto outros tinham pus saindo das feridas nas pernas. Parecia que para eles o beijo da morte seria muito bem-vindo. Senti um nó na garganta, e olhei para o chão, evitando cruzar meu olhar com o deles. Eu estava alimentada, e eles não. Tinha roupas, e eles, não. Não podia fazer nada para mudar sua perspectiva. Ou a minha. Isso, decidi, era o que significava ser escravo: você é invisível no presente, e não pode ter pretensão em relação ao futuro. Minha situação não era melhor que a deles...”

Continuamos acompanhando toda sua trajetória: as mudanças, a fuga, os novos amigos, a continuidade do seu amor por Checkura mesmo com a distância, as conquistas pessoais e por muitas vezes as suas dores, perdas e sofrimentos.

Os tempos difíceis surgem. A guerra e os confrontos entre americanos e ingleses transformam a realidade de Meena que torna-se peça fundamental da história ao ser convocada para preencher O Livro dos Negros. Neste documento registravam-se os nomes dos escravos que possuíam o certificado de que haviam servido aos britânicos e, por conseguinte tornariam-se livres.

“ Meu trabalho era entrevistar os negros e repetir as respostas aos oficiais. Vi pessoas vindas de lugares que nunca ouvira antes. Alguns, eu não conseguia entender, mas fui capaz de coletar informações da maioria, e pude explicar-lhes o que estava escrito nas passagens que recebiam. A sala era lotada e quente, e os dias, longos. Mas, embora estivesse ansiosa para voltar aos braços de Chekura, eu adorava minha nova ocupação. Sentia que dava algo especial para os negros que buscavam refúgio na Nova Escócia, e que eles me davam algo especial. Diziam-me que eu não estava sozinha.”

Nem tudo acontece como desejado para quem viveu a sombra da escravidão por toda a vida, mas de maneira poetica, nos despedimos dessa mulher com grande poder de superação e senso de justiça, que cruzou o oceano, viu e viveu tanto...

“ Eu gostaria de desenhar um mapa dos lugares onde vivi... Não haveria elefantes no lugar das cidades, mas sim guinéus feitos com o ouro das minas da África, uma mulher equilibrando frutas na cabeça, outra com saquinhos azuis de remédios, uma criança lendo e as colinas verdes de Serra Leoa, terra de minhas chegadas e partidas.”

Lawrence Hill é um autor fascinante. O livro dos negros é espetacular. Recomendo que não perca tempo. Leia, aprenda e emocione-se.

site: http://cladoslivros.blogspot.com.br/2015/06/resenha-o-livro-dos-negros-de-lawrence.html
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TamiresCipriano 10/07/2015

Uma história incrível que toca o coração.
Foram horas e horas da madrugada com olhos cheio d´água ou com sorriso no rosto e principalmente, chocada! Somos levados da África para uma história incrível até vários solos firmes.
Aprendi muito com Aminata, aprendi muito com o livro e com toda certeza é mais do que indicado.

Animata Diallo é a nossa protagonista. Filha de uma parteira (Sira Kulibali) e joalheiro (Mamadu Diallo) da aldeia Bayo. Foi sequestrada aos onze anos de idade para ser vendida na Carolina do sul e no caminho conhece um dos seus raptores, Chekura, que futuramente vêm a ser seu marido privativamente.

Aminata tinha lindas luas nas bochechas que a enfeitava, sinal de sua aldeia. Infelizmente, a beleza poderia ser algo negativo em algum momento da vida de nossa protagonista, mas sua sabedoria e o dom de ser uma ótima contadora de histórias - que sabia desde criança que seria uma - além de sua extrema vontade de saber mais e viver. Consegue fazer muito mais, e não somente por ela.

Como Aminata tinha mãos perfeitas para ajudar sua mãe e segurar as crianças, acompanhava seus trajetos e os nascimentos. Escutaram histórias de que homens diferentes, brancos e barbudos - os chamados taubabus - raptavam algumas pessoas próximas dali. Certo dia, sua mãe foi chamada para fazer um parto em local distante da aldeia Bayo, seu pai as acompanhou, porém, no caminho tentaram raptar os três. Com grande resistência, seu pai e sua mãe lutaram até a morte e enquanto era obrigada a caminhar, ainda podia dar uma última olhada para trás e sentir o sopro das almas de seus pais, esvaindo-se.

"Pa significava pai na minha língua. Ma significava rio. E também mãe. No começo da minha infância, minha mãe era como um rio, correndo comigo ao longo dos dias e mantendo-me em segurança à noite. A maior parte de minha vida veio e se foi, mas eu ainda penso neles como meus pais, mais velhos e mais sábios que eu; ainda escuto suas vozes, algumas vezes vultuosas e profundas, outras, flutuando como notas musicais. Imagino suas mãos, afastando-me das ameaças, desviando-me dos fogões e me levando para o colchão à sombra fresca de nossa casa. Ainda consigo ver meu pai com uma vara afiada sobre a terra dura, riscando, em árabe, linhas fluentes, e falando sobre o distante Timbuktu." Pág 12.

Seu travejo para chegar ao grande rio - assim conhecido por eles, que é o mar - foi horrível! Pessoas morreram, a fome, o frio e o cansaço "derrubou" muitos, mas ao olhar ao redor e reconhecer que não estava sozinha, que Fanta e Fomba de sua aldeia estava ali, sentia-se um pouco mais aliviada e com esperanças. Além da companhia dos de sua aldeia, Aminata conhece mais de Chekura, o menino que havia ajudado a raptá-la mas que também a tratava com carinho.

Rebeliões foram feitas na chegada ao navio. Aminata usou um pouco de seu conhecimento já que seu pai havia lhe ensinado a ler e a escrever. Sabia Fulfulde e Bamananka. Chegando na Carolina do sul, foi vendida por pouco dinheiro. Na nova terra que pisara atravessando o grande mar, era mais conhecida como Meena.

"Caminhei porque fui feita para isso. Caminhei, porque era a única coisa a fazer. E naquela noite, enquanto caminhava, por muitas e muitas vezes, ouvi as últimas palavras de meu pai. Aminata. Aminata. Aminata." Pág 34

Não é só ai que para; ao contrário da série que assisti antes de ler, algumas coisas foram modificadas, como Fomba e Fanta. As coisas foram bem diferentes. Fomba era um ótimo caçador, melhor ainda quando fazia sozinho, mas depois de ser levado pelos grilhões, nunca falou novamente. Fanta não gostava de Aminata, odiava o jeito de seus pais adularem a menina, mas não é só isso, sabia que a menina era muito inteligente, bonita e que logo poderia tomar o que é seu...

A narrativa te prende de maneira surreal! O livro são quatrocentas páginas de pura emoção, adrenalina, medo, choque, pavor e querendo ou não, algumas vezes felicidades e alívios. Felicidade quando? Quando o Checkura aparecia, ou no final que soube de algo - não posso contar - que aliviou teu coração.

Foi estrupada pelo seu senhor que era bem ciumento. Ajudou bastante a Sra. Lindo e o Sr. Lindo e os mesmos ajudaram-na. Pisou em várias terras diferentes, sentiu o medo, a perda, as pequenas vitórias e as grandes batalhas da vida. Encontrou homens de bem e paz. Passar no mar se tornou repugnante ao imaginar estar acima de túmulos. Ajudou homens e mulheres, aprendeu a ler e a escrever. Sabia mais do que qualquer outro negro e até mais do que muitos brancos. Sr. Lindo ainda a ensinou fazer as contas para ajudar e pagar a ele o que consumia na casa.

O livro são divididos em livros. Parte de sua vida em Bayo e uma no navio. Outra parte de sua vida na Carolina do sul. Outra com Sr. Lindo e outras de todas suas perdas, das histórias que logo iriam virar Histórias e ser grande ponto aos abolicionistas.

Eu vou falar, falar e falar e a finalidade será a mesma. Leiam! Não somente por ser um ótimo livro, mas também há partes baseadas em fatos reais. Por conhecimento histórico e para chocar um pouco mesmo com a raça humana e seus métodos de ser o pior "animal" da face da terra. Um ser pensante, impensante...

Nem preciso dizer que a editora caprichou na edição, certo? A capa tem tudo a ver e sério, depois de lerem, dão uma procurada na série que é linda também: The book of negroes. No mais, agradeço a editora pelo carinho de sempre e por terem enviado um exemplar que agora é um dos favoritos e de grande importância na estante.

Saibam mais no blog:


site: http://de-tudo-e-um-pouco.blogspot.com.br/2015/06/resenha-premiada-o-livro-dos-negros.html
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Marcos Pinto 03/12/2015

Leitura obrigatória!
A escravidão negra, apesar de parecer distante, ainda possui reflexos no nosso cotidiano. Afinal, basta ler os jornais para verificar a quantidade de crimes raciais ainda cometidos; basta olhar ao redor e enxergar a quantidade de pessoas negras vivendo em miséria extrema. Sem dúvida a escravidão foi um longo processo histórico que deixa marcas ainda hoje. Contudo, esse processo tão enraizado na sociedade não começou aleatoriamente. A presente obra, apesar de uma ficção, nos faz entender como tudo começou.

Para enxergarmos a escravidão de perto, Lawrence Hill nos leva a acompanhar a história de Aminata Diallo. Ela é uma muçulmana livre residente na África. Contudo, a liberdade de sua infância estava com os dias contados. Um dia houve um ataque à aldeia em que ela vivia. Muitos foram mortos; os demais se tornaram cativos. A liberdade dava adeus e Aminata começaria a conhecer o nível que a maldade humana pode alcançar.

Após caminhar diversos dias assistindo a diversos abusos e agressões, a jovem Aminata acaba embarcando em um navio negreiro em direção à América do Norte. Entretanto, pior do que ser cativa era a chance de sobreviver ao navio. Doenças, pestes e morte passeavam pelos corredores. Vendo aquilo tudo, Aminata só pensava em sobreviver, alcançar a liberdade e voltar para casa.

“Nunca conheci alguém que, fazendo coisas terríveis, pudesse cruzar seu olhar com o meu em paz. Encarar o rosto de outra pessoa é fazer duas coisas: reconhecer a humanidade do outro e assumir a sua. Quando iniciei minha longa marcha para longe de casa, descobri que havia pessoas no mundo que não me conheciam, não me amavam e não se importavam se eu estava viva ou morta” (p. 35).

O Livro dos Negros é uma obra enriquecedora e chocante. Enriquecedora porque permite conhecer melhor o processo de como os escravos eram presos, vendidos e como eles eram tratados no Novo Mundo. Chocante porque observamos o nível da crueldade humana, os maus tratos, a perversão. Além disso, como a narração é em primeira pessoa, a leitura fica ainda mais brutal. Torna-se impossível não se comover com o sofrimento e a dor que os escravos sofreram.

Esse choque também é proporcionado pela riqueza de detalhes da obra. Como houve claramente uma extensa pesquisa antes da escrita do livro, todo o enredo é muito realista. Não obstante, os personagens são de uma profundidade tamanha que nos convencem que são pessoas reais. Principalmente Aminata com seu jeito inteligente e forte, o que faz o leitor envolver-se logo no início do texto.

Se tudo isso não fosse o suficiente, o livro ainda conta com uma escrita leve e bem fluída. Mesmo inserindo diversos aspectos reais, a leitura não se torna nem um pouco arrastada. Isso, aliado a uma diagramação confortável, deixa a obra muito rápida. Ou seja, mesmo o livro sendo grande, é possível desbravar todo o seu conteúdo e beleza com certa velocidade.

“Odiei o grande barco à nossa frente, que ficava maior a cada remada. Em tamanho, humilhava a canoa de doze homens, e seu cheiro era pior que o do curral onde ficamos, na ilha. O barco me amedrontava, mas meu medo maior era afundar na água salgada, impossibilitando a volta do meu espírito para junto dos meus ancestrais” (p. 55).

Com tantos aspectos positivos, só me resta indicar o livro. Se você quer conhecer um pouco mais sobre a escravidão e sobre a história do nosso mundo, essa obra é perfeita para você. Certamente você não irá se decepcionar.

site: http://desbravadoresdelivros.blogspot.com.br/2015/08/resenha-o-livro-dos-negros.html
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Fernanda | @psiuvemler 10/05/2016

Intenso e emocionante! | [Império Imaginário] O Livro dos Negros, de Lawrence Hill
Aminata Diallo era uma menina inocente que, com pouco mais de 10 anos, vivia tranquilamente na vila de Bayo, na África, com seus pais. Seus dias se resumiam a acompanhar a mãe em seu trabalho como parteira e, à noite, se reunia com a família ao redor de uma fogueira, cada um com uma xícara de chá em mãos, e ouvia atentamente o pai ensiná-la a ler o Alcorão, mesmo que, na época, fosse proibido.
Em um dia normal, quando Aminata e sua mãe retornavam de um trabalho de parto, um grupo de pessoas atacou-as e, na tentativa de fugir, a mãe da menina acabou sendo assassinada; seu pai, que também havia sido capturado, teve o mesmo destino ao tentar salvá-las. A partir daí, só o que restou da aldeia foi a garota que, acorrentada, foi levada por diversos homens para longe de sua terra natal. Aminata conheceu cedo demais os navios negreiros e da pior maneira possível. Sem família, sem roupas, com fome e longe de casa, a menina precisará fazer de tudo para sobreviver e cumprir o único objetivo que toma sua mente: o desejo de voltar para casa.
Em O Livro dos Negros acompanhamos a trajetória de uma sobrevivente dos piores e mais repulsivos atos humanos: a venda de escravos. Aminata, ou Meena, cresceu e envelheceu longe de Bayo, acompanhando e sofrendo com as marcas que sua cor de pele determinou. A mulher conheceu os homens brancos e conviveu com eles, após ser vendida várias vezes. Uns eram melhores que outros, mas alguns eram verdadeiros monstros. Aminata passou por dificuldades inimagináveis ao ter sua feminilidade roubada quando foi estuprada pelo seu Senhor (dono dos escravos do navio que ela estava) e, mais adiante, foi separada do marido e teve seu filho vendido enquanto dormia.
Observamos a história de uma mulher que lutou por sua vida até conseguir a liberdade almejada por todos. Ela passou por diferentes terras, conheceu diversas pessoas, realizou inúmeros trabalhos e se tornou uma das mulheres mais fortes e sábias de seu tempo. Depois de deixar seu lar, muitas vezes se esforçou para continuar aprendendo a ler e, posteriormente, foi ensinada a escrever por uma mulher que a acolheu em sua casa. O fato de saber ler e escrever lhe proporcionou numerosos benefícios que foram vitais para que ela recebesse ajuda e não perecesse.
Após estar segura, livre e ter sua imagem reconhecida por tudo o que realizou, Aminata foi convidada por vários outros homens para se juntar à campanha abolicionista, de forma que pudesse contar sua própria história e impulsionar o movimento. E assim ela batalhou para nunca mais precisar presenciar o que viu nos navios negreiros e correu atrás da lei que proibia os seus de passarem por tais dores e humilhações.
Nada do que eu falar parece ser o suficiente para expressar todas as emoções que esta obra me proporcionou. Eu ri com os diálogos de Aminata nos momentos em que tinha alguma paz, chorei com todo o padecimento enfrentado por ela e me emocionei demais com cada reviravolta dessa mulher que, apesar de toda a desgraça, deu um pontapé na morte para continuar a empenhar-se por seus direitos. O Livro dos Negros é uma história dramática que nos expõe a acontecimentos reais encarados por personagens fictícios e que, a cada página, nos mostra as atrocidades que a humanidade vem provocando através dos tempos, mas que, apesar de tudo isso, sempre terá alguém para estender a mão e trabalhar pelo bem-estar do próximo, independentemente de sua situação.
Todos os personagens são incríveis de forma que é possível imaginar cada um contando sua versão da história. Nem todos os de pele branca eram vilões. Através do olhar de Aminata podemos perceber o que uma pessoa pode fazer contra os seus companheiros para sobreviver, quando esta se preocupa apenas com o próprio nariz. Muitos personagens entraram na vida da garota; iam desde pessoas que saíram de Bayo com ela até outras encontradas pelo caminho. Em vários momentos eu ficava com vontade de colocar todos em um abraço e dizer que ficaria tudo bem.
A história é narrada em primeira pessoa, intercalando a estrada percorrida por Aminata para chegar onde está e o presente momento em que todas as batalhas estão vencidas. Lawrence Hill se baseia no documento histórico de mesmo nome para compartilhar a luta das pessoas para entrar no livro dos negros e conseguir sua liberdade. Todo o enredo é tão envolvente que, em uma noite, após terminar de ler, tive pesadelos ao imaginar que muitas pessoas enfrentaram tudo aquilo e nem sequer sobreviveram. O Livro dos Negros conta com relatos pesados e nada coopera para que a leitura se torne mais agradável. Sempre que achamos que as coisas vão melhorar para Aminata, mais alguma catástrofe acontece e sabemos que nada estará resolvido até que ela cumpra seu destino ao lado dos abolicionistas.
O trabalho editorial realizado pela Primavera contribuiu para que a leitura se tornasse uma experiência maravilhosa. A capa, em preto e branco, chama a atenção para a linda mulher estampada e o título fica destacado em um laranja vivo. A diagramação é simples, mas encantadora. O livro é dividido em quatro partes, cada uma com cerca de quatro capítulos nomeados, e essas partes iniciam-se com uma página em preto. A fonte é de tamanho médio e as margens e espaçamento são de tamanhos confortáveis. O único ponto negativo ficou por conta da revisão, que deixou passar vários erros, mas isso em nada tira a grandeza do enredo.
O Livro dos Negros é uma obra que recomendo para quem procura uma trama mais impactante e emocionante, com fatos históricos e conquistas importantes para a humanidade. Esse é um livro que carregarei para sempre comigo, contando para quem quiser ouvir tudo o que foi enfrentado por Aminata. É uma obra que, em minha opinião, todos deveriam ter a oportunidade de conhecer, pois as lições adquiridas são valiosas.

site: http://imperioimaginario.blogspot.com.br/2016/05/resenha-livro-dos-negros.html
AmandaHellensn 12/05/2016minha estante
Fernanda Parabéns pela resenha, me deixou curiosíssima, vc tem esse livro?


Fernanda | @psiuvemler 12/05/2016minha estante
Obrigada, Amanda! É realmente um livro maravilhoso. Eu tenho sim ?




Talita.Ferreira 25/03/2021

Delicado, triste e emocionante.
A história seguiu um trajeto contrário ao que eu imaginei. Acreditei que partiria do ponto de Aminata, a protagonista, já mais velha e já fazendo menção ao Livro dos Negros. Entretanto, não foi assim que aconteceu.
A narrativa tem início desde quando ela era bem pequena e vivia em suas terras. Descreve a forma que foi escravizada, seus dias terríveis no navio negreiro, sua chegada em outras terras e sua vida como escrava no decorrer dos anos. Existe uma personagem secundária, a Fanta, que faz coisas inimagináveis, mas que dá para entender o ponto de vista dela, se tiver empatia o suficiente.
É bem pesado de se ler, pois além de se tratar de um assunto difícil, os detalhes dos acontecimentos não são poupados nas descrições, então é preciso ter estômago em alguns momentos.
Desde já deixo avisado que não existe um minuto de extrema paz na vida de Aminata, ainda que ela, em certo momento, tenha conseguido sair das mãos de um senhor mais perverso e encontrado maneiras "menos pesadas" de viver.
O sentimento de alívio e as lágrimas de alegria só surgem ao finalzinho do livro, quando Aminata consegue o que desejava há tanto tempo.


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Michelle 31/08/2017

Que livro!
É uma história muito boa, bem construída e excelente narrativa, em um cenário real, que foi até pior, mais cruel que o descrito. Quando lemos sobre o tempo que a escravidão durou e os lugares que alcançou, é impressionante e muito angustiante; creio que nenhuma mulher teve as ressalvas que Aminata viveu. Essa é parte só da ficção.
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Dandara.Rodrigues 19/07/2018

O livro dos negros
Excelente narrativa, detalha paisagem e formas da época te colocando num imaginário de sensações reais.
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Lipe 08/02/2019

Livro que originou a série "Meu nome é Liberdade"
Qualquer que seja o traço negro que tenhamos, nos faz ser "escravo". Aminata é símbolo da abolição da escravatura, de luta e resistência. Livro (documentário) com uma escrita que chega a doer ao pensarmos no quanto a marginalização, que perpetua até os dias, impõe sofrimento e dor.
Daniel Moraes (Irmãos Livreiros) 10/02/2019minha estante
O melhor livro que li do gênero!
Curti muito!

E digo mais, li quando a Primavera editorial publicou, sem saber que iria ser adaptado para série.


Show de livro! ??




Gisele @li_trelando 13/05/2019

Pesado mas fluido
O livro aborda temas pesados já conhecidos quando o assunto é escravidão. Tortura, estupro, separação familiar. O diferencial está em conhecermos o antes da escravidão, saber que aquela pessoa tinha uma história antes do cativeiro, que os africanos não eram selvagens sem cultura conforme as pessoas da época pregavam.
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