Mal-entendido em Moscou

Mal-entendido em Moscou Simone de Beauvoir




Resenhas - Mal-Entendido em Moscou


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Bruna.Mey 04/03/2024

Reflexivo
Em uma história com muitas nuances, a autora desenvolve sobre o relacionamento de um casal de meia-idade com crises diante dos ideais frustrados da vida. A história exprime toda angústia dos personagens trazendo o ponto de vista de cada um deles sem pender para quem está certo ou errado. Sentimos a humanidade dos dois, vemos as falhas e as vulnerabilidades.
O livro mostra que quanto mais imersos estamos nas nossas inseguranças, é mais difícil conseguir escutar e receber aquilo que o outro nos aponta (seja sobre nós ou sobre ele).
Um livro bastante reflexivo e tocante. Faz-nos olhar para o envelhecimento como uma fase de mudanças significativas que transformam a experiência de vida profundamente.
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Stefanny.Lopes 31/01/2024

Maravilhosa como sempre
Amo ler Beauvoir, sou apaixonada na forma em que ela traz questões de politica, gênero e relações em uma mesma obra. Livro incrível, mesmo sendo curto e permite reflexões para além do que vivemos no presente. Vale muito a pena a leitura!
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@letravermelha 26/01/2024

Surpreende!
" A rapidez com que os anos se passaram era angustiante."

Nicole e André são dois professores aposentados que sentem um pelo o outro um amor real e palpável. Tendo saído de Paris, acabam de chegar de férias a Moscou , Eles são recebidos por Macha , a gentil filha de André , que será uma presença constante,  por vezes necessária,  e outras nem tanto. Os passeios entre um local histórico e outro, são permeados com as reflexões, tanto de Nicole quanto de André, a respeito da não aceitação do envelhecimento. É apartir desses conflitos internos que começam os mal-entendidos e desentendimentos se formarem.

Enquanto uns envelhecem com , talvez,  indiferença e consentimento,  especialmente Nicole a vê com angústia, tristeza e desprezo. Não reconhecendo o próprio corpo , não aceitando suas mudanças. Perto de mulheres jovens ela sente ainda mais o peso da idade. Soma-se a isso um vazio profundo , um mutismo entre os dois por questões importantes que não expressam, ou que expressam mal , está criado a receita perfeita para mal-entendidos. Pois para uma pessoa em crise , basta uma frase para se cortar os vínculos com alguém.

Simone de beauvoir cria através de seus personagens um ambiente melancólico de incertezas para expressar como uma mulher , e também um homem , se veem com a idade avançada, e como a não verbalização de suas inseguranças em um relacionamento pode minar a confiança e o afeto. Como um casamento sólido se torna poeiras ao vento com a má comunicação, pois sem ela nada de concreto pode ser construído. 

Demorei a engrenar na leitura, mas quando compreendi a mensagem o livro se tornou outro pra mim. É uma lição de como fazer bom uso das palavras nas relações. É lindo e tocante. Eu fiquei muito reflexiva ao término, querendo recomendar para todos os casais em crise ou que desejam ser alguém melhor para quem ama. Simone me ganhou nesse livro.  

"Poder conversar é uma grande sorte, disse ela. É compreensível que, nos casais que não sabem se aproveitar das palavras, os mal-entendidos formem bolas de neve e acabem por estragar tudo entre eles."
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Ana Paula Teodoro 24/01/2024

Enfim...
Primeiro livro que eu leio dessa autora. Não sabia o que esperar, mas ao mesmo tempo esperava algo a mais e não veio. Não é ruim, mas não é aquela leitura.
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mirroredmind 15/10/2023

Houve um mal-entendido.
"Mal-entendido em Moscou" é uma narrativa reflexiva que aborda temas sensíveis, como o amor, o companheirismo, a comunicação e, principalmente, a velhice.

A autora transita de forma clara e linear sobre os assuntos, trazendo seu pensamento de maneira atemporal em relação aos acontecimentos atuais. Não é à toa que Beauvoir é considerada à frente de seu tempo.

Sem dúvida, foi uma das leituras mais prazerosas que fiz este ano.
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Thali 10/09/2023

É o primeiro livro que leio da autora. Uma história curtinha e fácil de ler. Gostei bastante. Gostei da forma que forma retratados os personagens, ir acompanhando os pensamentos dos dois, o crescimento desse mal entendido, que acomete tantos casais.

"Poder conversar é uma grande sorte, disse ela. É compreensível que, nos casais que não sabem se aproveitar das palavras, os mal-entendidos formem bolhas de neve e acabem por estragar tudo entre eles."
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Natacha.Bischoff 26/07/2023

Excelente reflexão
Texto curtinho, não sei se é considerado um conto, mas a leitura é fluida e bastante interessante. Traz alguma reflexões que podemos usar para a vida.
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Laurex 29/05/2023

Muito bom!
Gostei bastante da novela, das trocas de perspectivas, do tema acerca dos Problemas de comunicação em relações e também das questões internas no processo de envelhecimento. Achei uma leitura curta e ótima.
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RaissaBDA 19/03/2023

Pensar muito e falar pouco
Na história conhecemos o casal de idosos André e Nicole, que estão viajando pela União soviética para visitar a filha de André, Macha.

O livro não é rico em ações, mas repleto de reflexões por parte do casal. André, intelectual, se desaponta com os rumos do socialismo. Nicole, por sua vez, tem questionamentos sobre os dois, como par, seu papel como mulher, a visão passada e presente.

Em ambos, há a reflexão sobre o envelhecimento, suas barreiras físicas, o abandono do emprego (aposentadoria) e o sofrimento de estar consciente de possuir mais anos no passado do que no futuro.

O mal entendido, como diz o título, se dá ao acompanharmos os personagens que pensam muito e falam pouco um ao outro. Com uma resolução final satisfatória, a meu ver. É fluido, acreditem.

Reflexivo e bom para releitura.
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moacircaetano 17/03/2023

Bom livro.
Começa um pouco arrastado, focando no fato da história se passar em Moscou, em épocas de comunismo e guerra fria, mas evolui para um belo e dolorido drama sobre a velhice em comum de um casal.
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agostiniaziul 24/02/2023

Delicadeza e ternura
É a primeira vez que leio uma ficção escrita pela autora e que surpresa boa!

É um livro leve e muito gostosinho de ler, fiquei com o coração quentinho e reflexiva.

A leitura é rápida e fluida, além de ser possível ter uma boa conexão com as personagens.
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Maria 09/01/2023

É preciso viver como se tem vontade
QUE LIVRO LINDOOOOO, eu comecei a ler esperando alguma coisa bem fútil e sai com uma das minhas maiores descobertas literárias. O tema "Envelhecer" normalmente trás um sentimento muito ruim para as pessoas, e nesse livro nós vemos um casal que envelheceram um ao lado do outro. O mais interessante desse livro é que em 80 paginas Simone conseguiu de uma forma EXPLENDIDA trazer o ponto de vista dos dois sem interferir na fluidez. A experiência de poder ver o ponto de vista dos dois sobre envelhecer, a morte, decepções, opiniões... Foi simplesmente uma leitura magica que me prendeu de uma forma absurda. Se você assim como eu fica mais sensível com temas como envelhecer e a morte esse livro nasceu para você enxergar a vida de uma outra forma
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Campos 24/11/2022

Eu não esperava que fosse gostar tanto deste livro, confesso que tenho muitas ressalvas com a Simone. Mas este livro foi uma surpresa enorme para mim, eu amei!
O existencialismo que permeia o livro do inicio ao fim é sensacional, e a forma como os sentimentos e as relações são narradas permite ao leitor se ver ali. Além disso, a parte política do livro, que funciona apenas como pano de fundo, é muito feita e intrigante.
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Juliana 17/11/2022

Esse conto (?) faz parte de um dos meus gêneros preferidos que é crise de casais. Acho que os amores no fim ou em crise são de uma profundidade absurda, então, para mim, foi super interessante acompanhar os mal entendidos de André e Nichole, potencializados pelo cenário político que se encontram.
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Ramon.Amorim 07/11/2022

"Já se passaram três anos? Quantas vezes ainda teria três anos para viver?"
André e Nicole, casal de professores parisienses protagonista dessa novela de Simone de Beauvoir (1908-1986), retornam à União Soviética em 1966, três anos após a primeira visita deles, para um período de descanso ao lado da filha de André, Macha, que mora no país. Nesse retorno ainda conservam o frescor da primeira visita e têm a expectativa de reencontrá-lo. A estada, no entanto, é decepcionante por vários motivos, entre os quais o excesso de comedimento da URSS em relação aos estrangeiros, as frustrações interiores do casal e a incapacidade de André e Nicole de reativarem o entusiasmo agora num segundo encontro com o país: as coisas não têm mais o mesmo sabor de novidade.

Alguns podem não gostar do estilo narrativo da autora que encanta mais pelo frenesi psicológico dos personagens do que por cenas épicas. O casal visita Moscou, São Petersburgo (Leningrado, então), Vladimir, mas as cidades desbotam diante das reflexões dos personagens, foco principal da novela. Mas isso está longe de minimizar seu impacto, pois somos tragados pela gigantesca consciência de si, do tempo e da finitude de André e Nicole. Simone de Beauvoir foi uma filósofa existencialista e isso, claro, se estende abundantemente para sua literatura, evocando uma qualidade muito humana de sua escrita, com percepções interiores muito vivazes.

A novela trabalha com temas como a velhice e é bastante pungente o momento em que André chega à reflexão de que "acabou, a vida não me reserva mais nenhuma surpresa", tanto quanto o momento em que Nicole relembra o dia em que se interessou por um amigo de André, mas o olhar desse amigo foi interpretado por ela como tão assexuado que ela nunca mais se recuperou daquele olhar, mudando totalmente o modo de enxergar a própria sexualidade. A pergunta que ela faz: "Já se passaram três anos? Quantas vezes ainda teria três anos para viver?" é outra maneira cortante de lamentar a passagem do tempo.

São esses momentos que, ao ilustrar a comovente consciência de si próprios e da vida que levaram, fazem de Mal-entendido em Moscou uma novela que funciona como um repertório para alargar, em conjunto com outros livros - claro -, a nossa consciência individual e daquilo que importa de uma maneira mais abrangente. Essa autoconsciência que a literatura oferece é uma das mais gratificantes respostas ao hábito literário, nos posicionando de uma maneira menos imediata diante das muitas circunstâncias da vida.
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