Vinicius.Correa 18/09/2015
Esse livro foi simplesmente épico. Não poderia haver outra palavra para definir. Na verdade, pode: Magnifico, incrível, sensacional. Mais um livro da editora Novo Século sob o selo Talentos da Literatura Brasileira. Publicado pelo autor Nicolas Catalano com uma escrita envolvente que nos carrega ao reino de Stravância, parece um nome de uma cidade Russa, mas ok... Um reino governado por uma rainha pra lá de mandona, onde a classe social das pessoas é realizada através da cor dos olhos. (Pera ai, isso me lembra algo, sim, me lembra a resenha do livro O Segredo do Elfos, o qual também encontramos uma sociedade monárquica dividida pela cor dos olhos. Mas isso já é outra história...)
As pessoas do reino de Stravânsia são divididas por diferentes Classe de Talentos: Os Vocalizadores com os seus profundos olhos roxos, os Arcanos e seus olhos vermelhos, os Guerreadores de olhos amarelos, Os Sirens com olhos azuis, os Glorificadores juntamente com os olhos verdes, os Pintores com o neutro cinza, rosa aos Acrobatas e castanho aos Guardiões. Além desses também há o resto, os que não possuem habilidades, ou seja, os Sem-Classe, de olhos pretos.
A história é apresentada através do ponto de vista de Evangellyne Allins, uma garota que estranhamente nasceu com os olhos verdes, sendo assim, deveria ser uma Glorificadora. Mas há algo de errado, pois apesar dela possuir os olhos verdes ela não possui as habilidades provindas deles. Contudo, Evangellyne não se deixa abalar, porque mesmo que ela tivesse tais habilidades ela não iria ir à escola Escola Talental para ganhar o Certificado Comunal Humano e enfim ser considerada alguém.
"Assim, ao ouvir a palavra 'triste', apenas sei que sou o oposto de seu significado; bem, na verdade, considero-me uma garota aventurada. Apenas sou livre como um pássaro que voa entre as brisas geladas e alegres da vida. Ninguém ousaria me controlar. Eu garanto: Meu espirito é incontrolável." - Pagina 25.
Evangellyne é convicta com aquilo em que acredita. Forte em suas opiniões e forte em sua personalidade. E algo que definitivamente ela não gosta é do governo ditatorial da rainha Scherzer. As inúmeras leis criadas pela rainha beneficiam apenas os da Elite, ou seja: Aqueles que possuem Classe de Talento juntamente com o Certificado Comunal Humano. As pessoas que não o possuem são vistas como um nada na opinião da rainha. E Evangellyne é totalmente contra essa injusta rotulação.
"Gostaria ao menos de poder voar daqui, obter a paz mental. Não viver neste mundo cheio de incertezas, onde a rotulação entorpece a alma." - Pagina 38.
A desigualdade social na história é obvia. Enquanto os da Elite, possuem muito, os Sem-Classe possuem quase nada. Fato que apesar de ser fictício pode ser visto sem muita dificuldade em nossa sociedade atual.
"Elas nem sequer se preocupam com o preço! Apenas continuam a comprar e comprar como se isso fosse certo e coerente. Mas eu sei que não está." - Pagina 85.
Evangellyne passa por poucas e boas e encontra-se em uma difícil situação: Ela deve ir contra sua vontade à Escola Talental deixando se ser quem é. Agora com cabelos curtos e escuros, com uma nova cor artificial nos olhos, ela deixa de ser Evangellyne e torna-se Eva Banshester. Junto com seu nome, muda também sua personalidade. Eva deixa de ser a pessoa livre que um dia Evangellyne foi. e torna-se uma pessoa neutra. O reflexo mais obscuro de sua antiga personalidade.
"Um espelho oblíquo foi criado, martelado e fragmentado em meu coração. Mas esse espelho não é igual àqueles que refletem o que somos, mas, sim, àqueles aqueles que refletem nossa parte mais oculta e triste. Meu Deus, acho que surtei. Eu sou Eva." - Pagina 111.
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