Resenhas - Os Dez Mandamentos (+Um)

Marcone 12/07/2015

Deus não gosta de covardes!

Imaginem um escritor ateu analisando os Dez Mandamentos! Um autor que escreve coisas como "...Deus é o conceito mais complexo criado pela filosofia", "...o mundo nos convida ao ateísmo...", e mesmo assim, se diz encantado com Deus, e conclui com a frase: "É Deus que louvo neste livro". Bem-vindos à nova obra-prima de Luiz Felipe Pondé!

O livro é uma coleção de dez aforismos sobre cada um dos mandamentos da Bíblia. Aliás, onze! O último capítulo é dedicado ao décimo primeiro mandamento, que ele mesmo cunhou: "Terás esperança no mundo". Mas não é qualquer esperança, é aquela esperança improvável, afinal, "...toda esperança que importa é improvável".

O resultado é uma das leituras mais instigantes e interessantes da atualidade. O autor dialoga com pensadores que vão de Nietzsche a Santo Agostinho, e faz uma das análises mais lúcidas sobre a modernidade.

"O santo verdadeiro é um especialista no Mal (...)"

Fábio Yeshua 05/11/2022

Terás Esperança no mundo.
Era apenas uma leitura despretensiosa, com objetivo de distrair uma mente perpetuamente inquieta. A meio caminhar desta via, fui me me encontrar em um lugar maravilhoso: com perfeição quase poética, o autor nos expõe o Decalogo como quem conta uma história.
Quem imaginaria Schopenhauer, Kafka, Platão, Kierkegaard, Pascal...tantos outros filósofos antigos e contemporâneos, dialogando com o Sêmita enquanto ele luta com seus demônios nos desertos sombrios e áridos da alma humana, para um dia talvez divisar a graça do Eterno.

Você não precisa ler esse livro.

Ele não é para qualquer um. É preciso ter coragem para olhar para dentro. É preciso ter coragem para encarar Eterno, pois ele pode se virar e olhar para você.

Esse livro é para aqueles que amam, visto ser o cuidado de Deus, Aquele que carrega o mundo na palma da mão (imagem bíblica comum), que sustenta tudo que existe. Portanto, a raiz ontológica do mundo é o amor e justifica sua existência.

Esse livro é pra quem tem esperança, esperança de encontrar sentindo no mar pessimista tá vida em sociedade que corrói nossas almas a verter sangue.

Se chegou até aqui, talvez tenha certa medida de consciência e esse livro seja para você.

Assim como você, o homem bíblico é um personagem cuja consciência, quando habitada pela vontade do Eterno, tem diante de si um grande desafio: viver entre o mistério e o milagre. O mistério é o ar que esse homem respira. O milagre da Criação deita suas raízes ontológicas no vazio de ser, e é desse vazio que o homem é tirado pela vontade do Eterno.
O cotidiano, assim acompanhado por Deus, é tudo, menos banal. Felizes os que podem perceber isso em meio às atribulações que afetam a todos nós, criaturas da graça ou do desespero.

Aqui talvez alguém como eu e você encontre uma luz para o tesouro da esperança. Para um pessimista como eu a leitura expediu os horizontes e creio que fará i mesmo por você.

Mas e a esperança?

Bem...
A esperança no mundo talvez seja um dom que muitos têm, mas do qual eu fui privado. Se um dia eu tivesse a chance de ver Deus, seria isso ? a esperança ? que eu pediria ao Eterno.

O que você pediria?


Boa leitura ?

Mr. Jonas 04/07/2020

Os 10 mandamentos 1
Pondé sendo Pondé. Escrito com muita propriedade esse livro é Libertador, fantástico, polêmico e fracionado por ideias muito bem elaboradas que se entrelaçam entre si. Obra prima!

mmarialleite 05/06/2023

Gostaria que esse livro fosse maior do que realmente é. A leveza com que grandes nomes da filosofia e outras áreas do conhecimento são tratados, chama o leitor a continuar até o fim. Li em dois dias.

Aninha 03/09/2016

Para amar é preciso ter coragem!
"Este livro foi escrito por um homem que não recebeu o dom da fé. Caminho nos campos do Senhor , como diz a Bíblia, como um cego em um jardim." (página 9)

Há 5 anos tive o privilégio de participar de um fórum cristão de profissionais na IBAB, que contou com a participação do pastor Ed René e do filósofo Luiz Felipe Pondé. Os temas debatidos foram diversos, mas o foco era o novo livro do autor "Contra um mundo melhor", que falava sobre a culpa, a miséria da alma e vulnerabilidade humana.

Nesse livro, Pondé toma como ponto de partida os Dez Mandamentos (as mitzvot, para os hebreus), e faz a sua "teologia", acrescentando um 11º mandamento (que, diferentemente do que ele diz no começo, só pode ter sido escrito por alguém que tem fé!).

Sendo assim, ele vai falar dos "eleitos" de Deus, da Sua misericórdia, da idolatria, da Criação, do significado de uma vida vã, da cobiça, do amor, da esperança. Temas recorrentes para aqueles que têm fé.

"Deus, porém, é misericordioso, justamente porque não precisa sê-lo. Só se pode confiar na misericórdia de quem tem todos os poderes e, portanto, não precisa de nada nem de ninguém, nem tem coisa alguma a ganhar com a própria misericórdia." (pág. 11)

"O milagre na Bíblia hebraica é toda a Criação - o ser, portanto. Milagre não é o Mar Vermelho se abrir para dar passagem ao povo judeu vindo do Egito. Milagre, isso sim, é a existência do átomo que faz a água ser água." (pág. 36)

"...O Segundo Mandamento, quando alerta para não invocarmos Seu santo nome em vão, está dizendo para não levarmos uma vida vã." (pág.39)

"O Bem não é o "oposto" do Mal. O Bem está acima do Mal." (pág.82)

"Um mundo sem confiança é um mundo imerso na ausência de vínculos..." (pág.104)

"Para amar é preciso ter coragem..." (pág. 120)

Como já disse há 5 anos, minha oração é para que ele tenha a coragem de buscar a esse Deus que ele já conhece de tanto estudar, para que o conheça de fato como seu Deus misericordioso, seu Pai Amado que ouve suas orações ainda hoje e que o transforme no melhor do ele jamais pensou em ser.

Vale a pena a leitura!


site: http://cantinhodaleitura-paulinha.blogspot.com.br/2016/09/os-dez-mandamentos-um-aforismos.html

Erick Simões 21/06/2017

Maturidade para pensar.
As ideias do Pondé são extremamente interessantes enquanto um homem sem fé. Se fosse um tratado teológico feito por um cristão eu acharia uma imensidão de erros, mas ainda assim com estilo. Eu recomendo a leitura. Aos cristãos conhecer a forma como um ateu entende a Deus, e um ateu maduro, bem diferente desses neo-ateus toddynhos, é extremamente importante para compreender a mente dos mesmos. Aos ateus, principalmente os supracitados toddynhos, leiam Pondé e aprendam a pensar questões profundas com profundidade e não como crianças mimadas.

Raquel 15/11/2017

Na introdução, Pondé diz que o objetivo do livro é investigar o significado e relevância dos mandamentos. Cumpre o proposto. Cada capítulo é um mandamento, no qual o autor faz um aparato histórico, mostra a visão de diversos filósofos, faz os comentários ácidos e cômicos sobre a modernidade e fecha com os episódios da série Decálogo de Kieslowski.

Pontos negativos: primeiros capítulos muito longos, enquanto os últimos são curtos. Tive a impressão que o Pondé ficou com pressa de terminar e passou a ser bem sucinto. Também tem algumas partes repetitivas.

No mais, vale a leitura. Recomendo.

Frankcimarks 25/09/2020

Deus é o dono de tudo
Ótima leitura. Pondé é provocativo e objetivo em sua fala. Abordou cada mandamento de maneira dinâmica e suscinta. Livro interessante para quem tem ou não fé no Eterno. Poderia ter sido um pouco maior e mais aprofundado, contudo, achei a leitura prazerosa e instrutiva. Recomendo.

Deus é o dono de tudo e é livre de qualquer coisa, por isso sua misericórdia é verdadeira, porque não espera nada em troca das pessoas. Ouvir isso de um ateu é gratificante. ( Risos)

Darllan.Senna 26/11/2023

A melhor obra que li do Pondé
Reflexões profundas acompanham uma análise dos dez mandamentos embasados em muito estudo sobre a cultura judaica. Aliada a isso uma concepção intimista e existencialista torna esta leitura riquíssima, Pondé pode não ser um homem de fé mas isso não o impede de analisar cada detalhe dos mandamentos sem fechar os olhos para o aspecto transcendente dessa passagem.

Luciano 13/10/2015

Ok! eu confesso.....o livro superou as minhas expectativas!Frases como:"Uma cultura pautada pela negação da responsabilidade moral, que nos considera sempre "vítimas" de algo ou de alguém, inviabiliza qualquer forma possível de pureza e castidade" e "O perdão nunca é equitativo, porque quem o recebe não o merece.Essa sutileza escapa á alma contemporânea, afogada em narcisismo" me surpreenderam positivamente. ......Está longe de ser um clássico, mais é um livro que provoca nossas convicções e abre nos outras. .......Sem mais delongas, vale ou não a pena adquirir esse livro?Em minha opinião SIM, principalmente se você gosta de filosofia e é religioso.

Juliana.Santos 30/01/2016

Os 10 mandamentos(+um)
Pra minha concepção o livro aborta os 10 mandamentos de uma forma bem diferente do convencional encontrado no velho testamento.É uma analise de cada mandamento na visão do filosofo politico e religioso ,pondé cita também referência de filósofos mundiais que aprofundam nesse assunto do cristianismo e misticismo .Pra mim é um livro bom pra quem já é interessado em partes filosóficas em geral.

Junqueira 19/02/2018

Faltou algo
Li outros livros de Pondé, costumo acompanha-lo nos artigos que escreve para a Folha de São Paulo, já assisti suas palestras ao vivo e pela net. Sabendo de sua grande capacidade de comunicação, aguardava ansioso por essa leitura. Mas dessa vez me decepcionei um pouco; será que criei uma expectativa muito grande? O fato é que o livro me pareceu aquém de seu potencial e de outras obras suas, inclusive abordando o mesmo tema. Kieslowski me pareceu mais feliz em sua abordagem; ainda bem que tenho todos os episódios.

Chello 12/01/2019

Impressionante!
Foi um dos livros mais prazerosos que já li. Depois do Filosofia Para Corajosos, eu não esperava algo tão...completo! Pondé de fato nos faz perceber uma infinidade de coisas que, mesmo crendo em Deus e conhecendo a biblia, dificilmente percebemos da forma como ele mostra. Os primeiros capitulos e o último foram praticamente perfeitos; os demais, um pouco menores e mais superficiais (mas ainda bons).
Super recomendo o livro, pra quem se interessa em entender melhor não só os 10 mandamentos, mas a cosmologia biblica e judaico-cristã em geral.

Kaique.Nunes 25/03/2019

Nesse livro, Pondé toma como ponto de partida os Dez Mandamentos (as mitzvot, para os hebreus), para assim fazer sua "teologia", acrescentando um 11º mandamento (não vou dar spoilers sobre esse mandamento, vou deixar que confiram). Sendo assim, ele vai falar dos eleitos de Deus, da Sua misericórdia, da idolatria, da criação, do significado de uma vida vã, da cobiça, do amor, da esperança. Temas recorrentes para aqueles que têm fé. Ao abordar cada mandamento o autor cita filósofos para enriquecer na temática do cristianismo e do misticismo.

Comentei na resenha de Pecar e Perdoar do Leandro Karnal a combinação que esses livros podem proporcionar, e aqui afirmo novamente. Indico que os livros sejam lidos conjuntamente. O maior motivo para isso seria o benefício de se ver que duas personalidades conhecidas com posições políticas tão diferentes, uma hora ou outra concordar com algo. Creio que essa atitude seja positiva para qualquer um independentemente de sua posição.

O livro aborda as sutilizas do pensamento judaico-cristão, e assim como na resenha que fiz do Karnal, Pondé mostra que a maior sutileza está no perdão. Perdoar é difícil, não é algo fácil, pior ainda para um moderno, pois segundo o autor somos seres ressentidos, e estamos cada vez mais ressentidos. Como diz Chesterton “perdoar significa perdoar o imperdoável, do contrário não seria virtude”.


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Bruno 05/09/2021

Um trabalho de Pondé como há muito não se via
Há tempos venho dizendo que o Pondé já não exibe o mesmo vigor para escrever ao afegão médio.
Cada vez mais curto, frio e grosso, Pondé, que fez seu nome falando em filosofia para o indivíduo comum, corria o risco de se fechar a um público cativo, fechado e existencialista.
O que temos, dessa vez, é o Pondé raiz.
Com texto corrido, ideias bem exploradas e profunda fundamentação filosófica e teológica, Pondé discute o que há de mais essencial na teologia judaico-cristã de modo atual e provocativo.
A fase teológica e existencialista de Pondé, um neo-kierkgaardianismo, se desenha em cada obra, e é um presente aos leitores.