Resenhas - Presos Que Menstruam

Amanda3913 06/04/2024

Pesado, mas necessário
Um livro que toda pessoa deveria ler pra saber a realidade do sistema carcerário, a forma com que é romantizada a vida do prisioneiro anula qualquer chance de melhora, esse livro mostra a realidade difícil de mulheres que erraram e foram destruídas desproporcionalmente. A desumanização dentro dos presídios é assustadora.

Brenda 30/03/2024

Excelente narrativa
Um ótimo livro, aborda a situação de várias mulheres no sistema carcerário com uma empatia ímpar. Sem julgamentos, somente com relatos e alguns dados referente a situação. Por mim o livro seria muito maior com muito mais histórias

Bianca S 27/03/2024

Necessário
Encarceramento é algo q vemos com naturalidade desde sempre... além da grande maioria de nós sequer cogitarmos que há uma alternativa pras prisões, a sociedade está acostumada e anestesiada com a desumanização das pessoas presas...
nós meio q sabemos que as condições são horríveis, mas é algo tão distante q abstraimos... esquecemos...
pra dar um choque de realidade, o livro relata com maestria a situação dos presidios femininos do brasil. é uma situação de dar nojo e raiva, não só a falta de estrutura e higiene, mas tambem pelos mal tratos e assedios... o trabalho porcamente remunerado que é visto como algo normal e um grande favor, a falta de respeito, o pouco caso, a dificuldade do acesso dos familiares nas visitas, a solidão...

além de tudo isso, com os relatos que a autora traz, conseguimos ter uma ideia do quão complexo é esse assunto. como o discurso de "bandido bom é bandido morto" é simplista e, sinceramente, ridículo. que bandido? só o bandido pobre e, geralmente, negro? apenas o outro é alvo das criticas, nunca nós mesmos nem nosso ciclo social. nunca se consideram as circunstâncias. não sempre, mas em MUITOS casos, um conjunto de fatores levou a pessoa a cometer aquele crime. nada é preto no branco, a humanidade é complexa, com desigualdades e problemas complexos que devem ser analisados como um todo.
sem falar na falta de defesa, falta de acesso a informacao dos seus proprios processos, falta de uma rede de apoio, falta de cumprimento de prazos... quantos presos estao presos injustamente e sequer passaram pelo sistema juridico?
enfim...
é uma leitura extremamente necessaria pra sairmos de nossas bolhas e ampliarmos nosso olhar.

evy 10/03/2024

Presos que menstruam
Os relatos reunidos por Nana te obrigam a sair da sua zona de conforto, te mostram o quão insalubre, miserável e cruel a vida de mulheres encarceradas pode ser. Ao mesmo tempo em que você julga ser o certo penalizar pessoas por seus crimes te faz ter raiva do sistema que esqueceu dessas vidas antes da prisão e depois dela.

Grace santana 18/02/2024

Bom
O livro trata de um tema importante e é uma leitura super rápida mas não gostei tanto da organização. Os capítulos são super curtos o que torna a leitura mais fluida, porém isso faz com que seja um recorte minúsculo da vida das mulheres. Já tinha lido "prisioneiras" do Drauzio Varella e apesar não lembrar a fundo das histórias, lembro que ele acaba se aprofundando um pouco mais na vida das mulheres e o recorte fica melhor. Mas, não e ruim, pode ser um bom primeiro livro sobre o tema.

Lelê 17/02/2024

Abriu meus olhos
Ler esse livro, que agora o considero tão necessário, foi doloroso. Perceber o que acontece, por que acontece, por que é tão falho magoa. Dói no fundo da alma saber que o sistema apenas age para continuar sendo do jeito que é. Doloroso, revoltante e necessário. Minha professora de literatura, em 2021 ainda, disse que eu deveria ler pois abriu os olhos dela. Ano passado ela me presenteou com ele. E abriu meus olhos. Para sempre grata a ela!
Sobre o livro em si, me senti um pouco incomodada no inicio por não ser histórias continuas, mas umas voltas sobre elas. Mas depois entendi a proposta da autora que entendêssemos completamente o motivo daquelas presas, seus por quês e como foram parar ali. Amei a ênfase que nana deu as mulheres lésbicas e os relacionamentos afetivos dentro da cadeia. Assim como gostei do pequeno capitulo sobre pessoas trans que vão para "cadeia errada" e sobre mulheres imigrantes que sofrem ainda mais com a solidão presidiaria. O livro fluiu bem, uma otima leitura.

L. B. Böer 17/02/2024

Esse livro tava encalhado na minha estante a pelo menos 6 anos, e eu não sei porque eu não peguei pra ler ele antes.
Ele é um retrato brutal da realidade feminina vivendo encarcerada, e muitas coisas não eram novidade pra mim, mas outras me chocaram muito. O jeito como a autora também colocou cada elemento pra traçar a história solitária e cruel dessas mulheres, me fisgou muito, ao mesmo tempo que me obrigou a ler esse livro mais pausadamente.
Por mais que a escrita da Nana Queiroz seja muito boa, confesso que me incomodou um pouco o fato de que a proposta era um livro mais jornalístico e a autora acabou sendo bastante subjetiva em alguns momentos. Mesmo assim, gostei muito da obra, e recomendo muito a leitura.

gabspittol 11/02/2024

Eu tive dificuldade para engatar na leitura porque Nana faz de forma documental, intercalando capítulos e histórias de cada uma das mulheres que concederam entrevistas, mas a gente só sabe quem é a mulher da vez à medida que vai lendo o capítulo. Além disso, são diferentes histórias de diversas personagens e me senti meio confusa e perdida para lembrar de todas. Mas depois que engatei na leitura, não parei mais, fiquei realmente envolvida, especialmente por se tratar de histórias reais e um problema alarmante, mas para o qual nenhum governante dá atenção.
Gostei da leitura e achei o tema pertinente e bem abordado, porém senti que faltou um pouco mais de aprofundamento e cobrar das autoridades posicionamentos. Sei que não era o objetivo, mas seria interessante ter a resposta do porquê nada é feito para melhorar as condições nas prisões femininas. As histórias são tristes e me fizeram querer chorar várias vezes, pensando nas presas que são afastadas de seus filhos.
Li em outra resenha que há uma romantização das presas, e concordo em partes com esse pensamento. A questão é que, independente do crime, todos têm direito ao mínimo de dignidade, e lendo ao livro, vendo os relatos, a gente sabe que fazem de tudo para que essas mulheres sejam desumanizadas, e boa parte delas está ali por consequência de relacionamentos com homens criminosos.
De qualquer jeito, acho uma leitura importante e até bem interessante, apesar de triste e sofrida. Alerto aqui que a autora tem uma escrita bem simples e mantém o relato das presas fiel ao que foi dito. A escrita foi simples até demais em alguns momentos, mas eu entendo que isso é importante para que o livro seja acessível para o maior público possível! E alguns termos estão defasados, mas não sei se a autora os usou propositalmente para se manter fiel ao relato, ou se porque na época ainda não se falava sobre isso, como quando ela usa índia ao invés de povos originários. Tirando isso, o livro é bom e vale a leitura! Nana é simplesmente incrível em sua narração.

site: https://www.resenhasdagabs.com/

belaneri1 07/02/2024

O livro tem uma abordagem sobre o sistema prisional que é criminológica. Quando tive essa matéria durante a graduação, senti falta de um recorte de raça e de gênero, fazer uma análise sobre como o sistema penal falha diariamente, mas em especial com mulheres negras e indígenas. Enfim, nisso o livro é muito feliz.
Trás reflexões que são importantes, para além do óbvio sobre prisões femininas, como bebês nascidos ali dentro, visitas intimas de mulheres como o Estado lida com isso.
Também conta as histórias das detentas uma maneira muito humana.

Nadia 02/02/2024

Reflexivo
Grande reportagem escrita de forma responsável, onde conhecemos o lado cruel do sistema carcerário feminino, e as várias histórias de abandono, preconceito e violência.

Rapha Russi 31/01/2024

Desde que ganhei meu Kindle, lá em 2016, que tenho esse livro e vontade de ler. Os anos se passaram e nunca tive coragem de pegar, até que me vi sem novos livros e rolando minha biblioteca resolvi, enfim, dar uma chance. E olha, que livrão.

Cada capítulo é uma história mais tocante que a outra. Permeia as histórias dessas mulheres, seus passados e presentes com a situação dos presídios brasileiros e o total descaso do Estado com as presas.

Gostei muito do contraste que a autora deu entre as prisões femininas e masculinas, como elas se organizam de maneiras diferentes, tem suas próprias regras.

O único ponto negativo pra mim foi a ordem dos capítulos. Algumas mulheres tinham um único capítulo, outras as histórias continuavam, mas em capítulos intercalados o que me deixava confusa por muitas vezes não lembrar quem era quem.

Fora isso, adorei o livro e agora estou com vontade de continuar no assunto e pegar o Estação Carandiru que também está a tempos mofando na minha pilha de "quero ler".

Doka2 31/01/2024

Esperava mais
Esse livro cativa o leitor ao fornecer relatos de mulheres em situação de cárcere, focando de sua trajetória até o ato criminoso, entretanto, acaba se perdendo em algum momento com os capítulos aleatórios, uma narração que parece ser jogada e que não chegava em lugar algum.
Embora o livro seja fluido e conduza a saber mais, a estratégia de narração pode obter opiniões negativas à respeito do seu conteúdo. A autora constrói a narração através do ponto de vista das mulheres entrevistadas como estratégia para gerar maior vinculo com leitor mas minimiza o contato do leitor com a entrevistada ao reduzir suas falas a 2 ou 3 frases ao longo da narração (o que piora com os capítulos aleatórios que são acrescentados) fazendo que sua opinião se confunda com a visão da entrevistada e muitas vezes parece que ela distância de forma exagerada o grau de culpabilidade de indivíduos e eleva a passividade dos relatores aos fenômenos sociais para criar vínculo, sendo assim, a autora foca mais em suas histórias do que nos relatos de abusos denunciados por elas. Embora sua crítica seja válida, a maneira como a autora expõe poderia ser aperfeiçoada.

Beatrizbya641 18/01/2024

Entendo que em algumas partes a autora possa ter passado a ideia de romantizar as histórias, porém, não vi dessa forma.

Boa parte das mulheres ( encarceradas ou não) acabam se perdendo por se entregar demais em suas relações, e expor isso não suavizou as narrativas, e sim exemplificou o quanto isso é comum .

Leitura de extrema importância para desenvolver empatia e uma melhor compreensão das realidades que existem fora da nossa bolha. É assustador ver seres humanos são tratados como apenas mais um, tendo sua dignidade e necessidades básicas rechaçadas

paulakbastos 16/01/2024

O livro tem uma escrita muito interessante, mas a disposição dos capítulos intercalados pode causar um pouco de confusão.

Outro ponto é que senti que a autora romantizou em sua grande maioria as histórias. Entendo que o background precisa existir, para tentar entender o que levou essas mulheres à serem presas, mas ao mesmo tempo causa uma amargor na boca, quando você passa a descobrir tudo o que de fato aconteceu.

Rafaelly42 11/01/2024

Um belo, porém triste retrato do cenário carcerário feminino
Não é segredo que o Brasil é um dos países que mais prendem é um dos que menos ressocializam, e em uma análise mais profunda percebemos o quanto o sistema é preconceituoso, precário e insalubre ainda mais quando se trata de mulheres