Cidade em Chamas

Cidade em Chamas Garth Risk Hallberg
Garth Risk Hallberg




Resenhas - City On Fire


13 encontrados | exibindo 1 a 13


Daniel 24/05/2016

Muita cinza e pouca chama
Difícil escrever alguma coisa sobre este livro sem entregar fatos... É melhor que o próprio leitor descubra ao longo das 1040 (!!!) páginas.

Para um livro tão volumoso até que ele flui bem, não enche o saco do leitor - e isso não é pouca coisa! Achei as partes em flash back um tanto cansativas, e pouco contribuíram para a trama. A coisa toda culmina numa noite de blecaute, mas sinceramente, achei esse clímax meio sem graça... E as coisas não se resolvem muito bem, sei lá... Ficam algumas pontas soltas, motivações pouco convincentes, enfim.

O autor tem uma mania que eu acho meio chata que é começar os capítulos e o leitor fica sem saber quem é o personagem da ação que está sendo narrada. E o tradutor, o sempre competente Caetano Galindo, abusa da expressão "a bem da verdade".

A leitura vale a pena? Sim. Mas não é essa maravilha toda que a sinopse faz supor. Talvez a minha expectativa - NY, anos 70, sexo drogas e rock'n'roll - é que tenha sido alta demais. Para mim faltou rock'n'roll, personagens mais cativantes e alguma surpresa que fiquei esperando e que não aconteceu.
Rafael Bonfim 26/05/2016minha estante
Ótima resenha Daniel.


Rogerio 03/06/2016minha estante
Concordo com a sua análise, Daniel. E finalmente postei a minha rs. Abraço.


Fernando Lafaiete 28/08/2016minha estante
Daniel... Também estou vendo alguns problemas neste livro. Mas apesar dessas falhas de narrativa, estou gostando do livro. Também estava com as expectativas bem altas e elas não foram supridas. Mas como este livro me tirou da minha zona de conforto e como ele flui bem apesar do tamanho, eu o indico!


GilbertoOrtegaJr 28/08/2016minha estante
Eu achava que este ou o Uma vida pequena tocaria nos temas gays e afins.... ótima resenha, vai para o fundo da minha fila :)


Yara 19/07/2021minha estante
Seus comentários são perfeitos, terminei o livro hoje e senti tudo isso que você escreveu, achei bem pretensioso, sem graça, sem clímax e por aí vai, perdi tempo....


Daniel 20/07/2021minha estante
Obrigado Yara! Livro frustrante é... muito frustrante rs




Rogerio 03/06/2016

Grandes Expectativas
“Cidade em Chamas” é um romance cercado por grandes expectativas. Antes mesmo de ser publicado já era um fenômeno. Para se ter uma ideia, a ótima tradução do Caetano Galindo já estava a todo vapor e o livro ainda não havia sido lançado nos Estados Unidos. Como costuma fazer em sua coluna, no blog da Companhia das Letras, Galindo postou um trecho da sua tradução, uma cena embalada por “Cortez the Killer”, do Neil Young com a recém-reformada Crazy Horse. Se não bastasse esse momento envolvendo meu grande ídolo musical, o texto afirmava que a trama do livro se passava na Nova York de 1977. Como grande admirador do período – e do punk rock produzido nessa época –, comecei a contar os dias para o lançamento do livro. Se por um lado o hype em torno do livro ajuda comercialmente, atrapalha bastante na hora de atender às expectativas geradas.

O livro acompanha diversos personagens entre 1976 e 1977, com a inclusão de alguns capítulos antes e depois desse período, explicando em parte as motivações e os traumas das personagens. A Nova York que Garth Risk Hallberg representa é a cidade que quase foi à falência na década de 1970, com a escalada da violência urbana, corrupção institucionalizada, especulação imobiliária, blecautes, incêndios e a paranoia e o desencanto que assolaram o país após Guerra do Vietnã e Watergate. É a Nova York imortalizada por Martin Scorsese e Robert De Niro em “Taxi Driver”. Hallberg fez um ótimo trabalho recriando esse período caótico. O leitor de fato é transportado as ruas frias e perigosas da grande metrópole. No entanto, confesso que esperava um pouco mais, principalmente pelo tamanho do livro. O mesmo vale para a influência musical do livro. Por mais que Patti Smith, Television, Richard Hell, Ramones, David Bowie e Lou Reed sejam citados, não sustenta a aura de romance rock and roll que se criou em torno dele. Em ambos os casos, Jonathan Lethem foi mais bem-sucedido no subestimado e pouco conhecido “A Fortaleza da Solidão”, que também cobre o mesmo período.

A grande qualidade do livro é a fluidez da trama, mesmo com vários personagens e suas tramas individuais, jamais perdendo o frescor e o interesse. Há também diversos gêneros textuais, como fanzines, cartas e diários, que torna a narrativa envolvente. Entre os pontos fracos, alguns personagens e situações são bastante caricaturais. Há também personagens que mereciam mais atenção como o Mercer, com suas aspirações literárias. Acaba perdendo espaço para Nick Caos e sua gangue filosófica caricata. Diante desses comentários, pode parecer que o livro não é muito bom e que não vale atravessar suas mais de mil páginas. Não é o caso, trata-se de uma leitura fascinante e até mesmo indispensável para quem se interessa pelo período. No entanto, acredito ser importante, voltando ao início do texto, dosar as expectativas. Assim, creio que desfrutarão melhor o livro, que de fato é muito bom.
comentários(0)comente



Portal JuLund 14/07/2016

Cidade Em Chamas, @cialetras
Olá galerinha linda! Então recebi essa bela cortesia da Cia das Letras e me admirei com seu tamanho, e estava muito empolgada para lê-lo, a sinopse instigante me deu um gás e comecei ele no mesmo dia que recebi.

São 1040 páginas muito bem distribuídas entre vários personagens, todos com sua importância e relevância dentro da história, infelizmente eu não consegui lê-lo inteiro, apesar da história ser instigante eu o achei um pouco cansativo, e realmente não entrei no clima para terminar a leitura, é um livro com uma carga emocional muito grande, desde o primeiro capitulo é possível notar que não é um livro para se ler como uma distração. Sinceramente queria falar mais sobre ele mas seria impossível descreve-lo sem ter lido até o final.

Continue lendo no

site: http://portal.julund.com.br/resenhas/cidade-em-chamas-cialetras
Portal JuLund 28/07/2016minha estante
Cidade em Chamas II, @cialetras

Cidade em Chamas despertou minha atenção num evento da Companhia de letras no começo do ano, e fiquei dois meses esperando o lançamento para possui-lo. O problema foi que chegou o livro e junto às provas finais da faculdade, e tive que deixa-lo de lado por um tempo, o que de certo modo foi bom, pois acompanhei várias resenhas negativas e outras não tão boas assim? e resolvi dar tempo para o livro, nada de lê-lo afoitamente , demorei praticamente um mês para terminar a leitura, e posso garantir que vale a pena a paciência.

O livro narra uma metrópole abandonada, onde a regra é quebrar as regras, regada por homossexualidade, violência policial, rock, adolescentes. Com muitas referencias de grandes ícones.

A história é narrada e, terceira pessoa, e o ponto de vista intercala entre os personagens principais, o que faz nós leitores termos um olhar mais amplo sobre o que está acontecendo da virada de ano de 1976 até julho de 1977.

Leia mais no
http://portal.julund.com.br/resenhas/cidade-em-chamas-ii-cialetras


Fernando Lafaiete 02/09/2016minha estante
Portal JuLund, espero que você um dia dê mais uma chance para este livro e termine de lê-lo. Ele vale muito a pena! Ele têm várias falhas narrativas, mas é um livro bom. Concordo com você, ele realmente não é um livro para se ler como distração; ele exige do leitor muita atenção, conhecimento sobre os anos 70, principalmente musicais e literários (Devido a diversas referências) e muita dedicação. Mas no final você percebe que ele é um livro cheio de emoção e de temas relevantes!




Sabryna @booksabry 25/02/2018

Cidade em Chamas - Garth Risk Hallberg
No réveillon de 1976 uma garota é baleada em um parque de Nova York e poucas pistas levam ao autor dos disparos. Essa garota, Sam, é uma universitária e amiga dos integrantes de uma banda punk chamada Ex Post Facto. Um dos integrantes, ou o mais notável deles, é o Billy Três Paus, que além de músico é também pintor e herdeiro da fortuna de uma família de onde vem seu nome verdadeiro: William Hamilton-Sweeney. William, ou Billy Três Paus é irmã de Regan, a diretora de Relações Públicas das empresas de seu pai e (ex) esposa de Keith, que um dia teve Sam como amante.

Bom, como já podemos ver, Cidade em Chamas é uma daquelas histórias que giram em torno de um círculo de conhecidos. Além dos personagens apresentados acima temos o namorado de William (Billy), Mercer Goodman, que em algum ponto topa com Jenny, uma jovem levemente apaixonada por seu vizinho, Richard, que é um jornalista tentando ganhar a vida enquanto escreve um perfil — reportagem sobre uma pessoa — de Carmine Cicciaro, pai de Sam e mestre na arte de produzir fogos de artifícios.

A narrativa começa e termina no casal William e Mercer, deixando transparecer que dali pra frente o autor vai tocar em vários temas espinhosos: homossexualismo, drogas, política, crimes financeiros, problemas familiares, aborto, estupro, etc. Em todo o tempo imos e voltamos na vida dos personagens. Conhecemos sua infância, suas origens e sabemos como eles chegaram até ali. Isso deixa a história um tanto quanto confusa, pois o autor só nos situa da passagem/retrocesso do tempo muitos parágrafos depois, além de arrastar pelas páginas uma série de narrativas individuais que pouco acrescenta e cansa o leitor. O crime contra Sam fica em estado vegetativo, como ela em uma cama de hospital.

O antagonista, creio eu, era para ser Amory Gould, o irmão da madastra de William e Regan, que fez e aconteceu para ter um papel importante nas empresas ao mesmo tempo que tentava manter os herdeiros longe dela. Mas é um personagem fraco, apesar do codinome “Irmão Demoníaco”, que pouco aparece e por isso não demonstra sua personalidade. É mais coerente sugerir que os “vilões” são as próprias pessoas, cada um contra si mesmo, cada um tentando vencer os problemas pessoais que lhes afligem desde sempre.

Um salto de cerca de vinte anos no meio da história nos dá um spoiler tão grande que até agora estou me perguntando qual o sentido daquele capítulo específico, já que no final o livro termina, cronologicamente, muito, muito, antes disso, deixando a gente com vários pontos de interrogação rodeando a cabeça. O clímax final é até convincente, admito, mas termina como todos os outros conflitos: sem eira, nem beira. O autor dos disparos contra Sam não é imprevisível, mas também não é surpreendente e muito menos carrega um motivo plausível, considerando o contexto.

Em resumo, Cidade em Chamas até tem uma proposta interessante — não inédita –, mas por suas pontas soltam-se demais e unem-se pouco, deixando o leitor com a sensação que está ouvindo várias músicas ao mesmo tempo, sem entender o que cada uma delas quer dizer. Um desperdício das mil e tantas páginas, que poderiam ser cortadas pela metade e ter uma história muito mais enxuta e atrativa.
comentários(0)comente



luca 21/06/2016

Um livro de 1040 páginas. Primeiro romance do escritor Garth Risk Hallberg (ele havia publicado uma novela antes, A Field Guide to the North American Family em 2007).

Passado em uma Nova York em 1977 com direitos a longos flashbacks (em um período de uma década e meia), a história gira em torno de uma constelação de personagens, seus muitos monólogos interiores, e um crime que vai cruzar essas vidas. Em se tratando dos personagens, todos soam iguais, com características psicológicas semelhantes. Eles são apresentados em diferentes capítulos mostrando os pontos de vista de cada um e muita, mais muita, auto-análise. Há também inúmeras, inúmeras, divagações na narrativa, a todo o momento, até mesmo entre diálogos e ações. Às vezes a prosa funciona, mas muitas vezes não.

O destaque mesmo da obra fica por conta de Nova York e Mercer Goodman.

Nova York (o lugar para onde iriam todos os que se sentiam sem lugar), a cena da música punk naquele fim dos anos 70, o ativismo da esquerda, aquela junção de muitas pessoas diferentes, uma nova cultura urbana. Hallberg constrói um meticuloso retrato de uma metrópole em transformação. Dos altos salões do poder às ruelas do subúrbio, ele captura a explosão social e artística que definiu uma década e transformou o mundo para sempre.

Mercer Goodman, o jovem escritor de 24 anos que chega a Nova York, (“... chegaram ao topo da encosta de Weehawken, e lá estava ela, a cidade de Nova York, projetando-se dos opacos quilômetros de água como um buquê de lírios de aço. Enquanto desciam ruidosos, passando por outdoors na direção do grande vórtice da entrada do túnel.”) vindo do Sul, com a vontade de escrever o Grande Romance Americano. Dos tantos personagens é nele que está a alma daqueles que buscam o sonho americano na grande Big Apple. A ilusão versus realidade.

“Era uma vez uma visão que Mercer Goodman tinha. Isso naqueles primeiros dias depois de ir morar com William, quando o sexo o deixava tão inebriado que ele não conseguia dormir horas depois. Ele ficava acordado na cama pensando numa cidade em que as pessoas conseguissem de fato comunicar seus desejos e desilusões e sonhos, e assim ultrapassar a ilusão de que eram desconhecidas e inconhecíveis, quando à luz dos faróis dos ônibus que passavam, o autorretrato inacabado se iluminava e morria. Mas depois Mercer tinha começado a pensar se a sensação de ilusão não era também uma ilusão”.

...

“Despenca na real, bicho. Olha em volta. Essa merda desta cidade inteira parece uma fábrica de injustiça. De repente eles te compraram com alguma coisinha que você fica com medo de perder, um contracheque ou uma TV em cores, mas você nunca vai chegar aonde eles tão. Enquanto isso, o seu mano está apodrecendo numa cela por aí. A sua irmã tá colocando água no cereal do café da manhã das crianças porque não tem grana pro leite. Precisa mesmo te recitar a coisa toda, no meio de um levante? A versão curtinha é que você tá gamado numa coisa que nunca vai te amar também.”

Uma obra ambiciosa e uma estreia promissora, mas com um resultado regular.
comentários(0)comente



stellasays 18/08/2016

Estranhos numa terra estranha, NY '77
Cidade Em Chamas é o primeiro livro do autor Garth Risk Hallberg e foi publicado em Outubro/2015 pela editora Alfred A. Knopf. No Brasil, ele foi lançado em Abril desse ano pela Companhia das Letras, na tradução de Caetano Waldrigues Galindo.
Primeiramente, gostaria de enfatizar o quão caprichosa está essa edição brasileira. Os detalhes da capa são lindíssimos e o cuidado com as páginas dos interlúdios (sobre as quais falarei mais adiante) é notável. Por ser um livro bem longo - 1048 páginas - o design do livro faz muita diferença. Se as páginas não fossem confortáveis de ler ou a capa fosse dura, seria praticamente impossível lê-lo em menos de um ou dois meses. Não que o mesmo seja cansativo, mas exige certa dedicação e imersão por parte do leitor.

"...O que me parece é que, basicamente, a gente é um alienígena largado num planeta hostil, com uns habitantes que estão o tempo todo tentando você, pra fazer você confiar neles." (p.267)

O cenário é a cidade de Nova York no final dos anos 70. Mais especificamente na virada de '76 para '77 e daí em diante. No primeiro capítulo somos apresentados a Mercer, o namorado de William (ou Billy III/"três paus"), que está fazendo todo o possível para criar uma atmosfera de Natal agradável para seu companheiro. O problema é que William não parece tão investido nesse feriado quanto Mercer. Este, é um professor de uma escola para meninas, negro, homossexual, vindo de uma cidade pequena. Mercer está buscando fazer parte desse mundo. Tudo que ele parece querer é se encaixar. Em contrapartida, William é um artista punk incompreendido, usuário de drogas, poeta, descendente de uma abastada família. Tudo que ele quer é escapar. Esse é o primeiro choque do livro. O choque de dois mundos, dois desejos diferentes. Duas pessoas que, apesar de juntas, estão há quilômetros de distância de conseguir se entender. Aos poucos, somos apresentados a outros personagens: Charlie, Sam, Keith, Regan, Pulaski, Richard, Jenny, Will. E, através deles, temos o desenho de uma época. Por vários ângulos diferentes. E todos estão, mesmo sem saber, ligados de alguma forma. Os nomes que citei são de personagens que tem capítulos próprios, mesmo que sempre em terceira pessoa. O único momento em que eles tem voz é nos interlúdios, onde podemos ver trechos da fanzine escrita pela Sam, ou a reportagem sobre fogos de artifício do Richard, ou a carta que o pai do William escreveu pra ele.
Esse é um livro longo, porque leva tempo para conhecer alguém. O autor queria que conhecêssemos a cidade de Nova York através dessas vidas. Fictícias e, ainda assim, tão reais.

"E por que amar as coisas se você estava destinado a perder? Por que se permitir sentir se os sentimentos não podiam deixar de morrer? (E numa outra frequência distante: será que era possível que a unidade básica do pensamento humano não fosse a proposição, mas a pergunta? Qual era o conteúdo lógico de uma pergunta?)" (p.503)

Tentei montar um diagrama das relações entre os personagens do livro, mas isso se provou mais complicado do que pensei de início. Quase todos se encontram em algum momento. Todos os caminhos levam a Roma, que no caso de Cidade Em Chamas, é o dia do Blecaute de 77. Ele aconteceu durante o período de 13-14 de Julho e afetou quase toda a Nova York. A história desse livro culmina nesse evento. O autor cria possíveis razões para os incêndios que aconteceram no mesmo período, relacionando-os à especulação imobiliária e gerando um vilão: o homem corporativo. Ele surge no personagem Amory Gould, irmão da madrasta de William. Também é conhecido por grande parte das personagens como Irmão Demoníaco. Realmente, o apelido não poderia ser melhor. Ele faz coisas abomináveis durante toda a história e afeta negativamente todos a sua volta. No entanto, o livro não deixa claro quais seriam suas reais intenções. Ou deixa. Ou eu que não entendi.
Dos pontos que me agradaram na leitura, as referências à música da época, artistas, clubes, foi o que mais me chamou atenção. Tem um capítulo dedicado aos Hell's Angels de NYC que me deixou com vontade de saber mais sobre eles. Além disso, tem uma "conversa" entre a Sam e a voz de Patti Smith na música "Horses" que também ficou muito boa. O retrato da época é, definitivamente, a melhor parte do livro.
O que não me agradou muito foi o final. Para não dar spoilers (afinal, se você resolve enfrentar todas as páginas desse livro, é muito injusto que eu revele o final), pode ter relação com meu gosto pessoal, mas esperava algo mais sombrio. Além disso, a narrativa ficava bem arrastada em alguns momentos, talvez por se repetir demais para tentar fazer com que o leitor "realmente entenda" o que se passa com cada personagem. Acho que isso poderia ter sido resolvido de outra forma, como deixando os capítulos em primeira pessoa. No entanto, talvez tirasse um pouco do impacto dos interlúdios, únicas partes do livro em primeira pessoa. Alguns já adiantam o que vai acontecer no futuro, o que pode tirar o suspense da cena do blecaute. Também achei que havia referências religiosas demais no livro. Em alguns pontos, chegou a ser forçada.

"Escuta, você sabe como um falante de zulu cumprimenta outro falante de zulu?[...] Eu fiquei sabendo disso recentemente, e a coisa me pareceu insanamente linda: a palavra pra oi ou tchau em zulu literalmente significa 'eu estou vendo você'. E a resposta é 'eu estou aqui'." (p.719)

Em suma, o livro me pareceu ser sobre pessoas que se afastam quando querem se aproximar. Pessoas que se perdem, tentando encontrar significado pra vida. Pessoas que vivem numa cidade que ou engole ou cospe você. O livro mostrou uma Nova York feita de pessoas fictícias, mas reais. E, afinal, não somos todos?

Ah! O Netflix lançou este mês uma nova série chamada The Get Down, também sobre NY nesse mesmo período. Só que por outro ponto de vista. Recomendo para os que gostaram da leitura de Cidade Em Chamas.

site: http://custella.blogspot.com.br/2016/08/110816-resenha-de-cidade-em-chamas-de.html
comentários(0)comente



JuTorres 17/09/2016

Cidade em Chamas II, @cialetras
Cidade em Chamas despertou minha atenção num evento da Companhia de letras no começo do ano, e fiquei dois meses esperando o lançamento para possui-lo. O problema foi que chegou o livro e junto às provas finais da faculdade, e tive que deixa-lo de lado por um tempo, o que de certo modo foi bom, pois acompanhei várias resenhas negativas e outras não tão boas assim… e resolvi dar tempo para o livro, nada de lê-lo afoitamente , demorei praticamente um mês para terminar a leitura, e posso garantir que vale a pena a paciência.

O livro narra uma metrópole abandonada, onde a regra é quebrar as regras, regada por homossexualidade, violência policial, rock, adolescentes. Com muitas referencias de grandes ícones.

A história é narrada e, terceira pessoa, e o ponto de vista intercala entre os personagens principais, o que faz nós leitores termos um olhar mais amplo sobre o que está acontecendo da virada de ano de 1976 até julho de 1977.
Resenha completa no

site: http://portal.julund.com.br/resenhas/cidade-em-chamas-ii-cialetras
comentários(0)comente



Marcela.Hideu 11/10/2016

Título Original: City on Fire
"E você, lá fora: de alguma maneira você não está aqui comigo? Quer dizer, quem ainda não sonha com um mundo diferente deste aqui? Quem dentre nós ? se isso quer dizer abandonar a insanidade, o mistério, a beleza totalmente inútil de um milhão de Nova Yorks um dia possíveis ? está sequer disposto a desistir da esperança"(p.17)
comentários(0)comente



Ju Zanotti 13/02/2017

Não dá para fazer um breve resumo de Cidade em Chamas, essa é uma obra tão extensa e cheia de detalhes e caminhos que o pouco que eu poderia falar seria nada. O que posso dizer é que ela imprimi no leitor a sensação da Nova York dos anos 70, que os personagens transpiram aquela sensação de liberdade e que na maioria dos momentos as histórias se tornam bem interessantes, ao menos quando não se liga essencialmente em filosofia e paranoias, o que acontece muitas vezes. Eu queria realmente poder vir aqui e falar muito bem do livro, porque ele tem potencial, mas me sinto podada ao lembrar todo o sofrimento que passei durante quase um mês para terminar a leitura.

"Agora a gente está no fim dos anos 70, a destruição da viagem, com as contradições internas desmoronando e estrondando, o retorno dos reprimidos. É o sistema, que engoliu tudo, tendo a sua indigestão. Pelo milagre da dialética surge uma terceira via, que é você dar um cutucãozinho. Você melhora as coisas, as pessoas relaxam. Você piora as coisas, elas se rebelam. Assim, as coisas têm que piorar antes de melhorar. Assim está escrito."

A verdade é que alguns livros acabam se tornando um parto e este foi o caso de Cidade em Chamas, apesar de não ser uma história ruim a leitura é cansativa, o livro é extenso demais e alguns personagens não tão cativantes e, para piorar, a narrativa alternada complica ainda mais a identificação do leitor. Ao menos para mim isso foi um problema, visto que eu estava mais interessada na história de alguns do que na de outros. Contudo, todos os personagens dessa obra acabam se entrelaçando em algum momento e é essencial prestar atenção a tudo para que não se perca nada mais para frente. Dançando em volta do crime que vitimou Sam Carmine os personagens mesmo sem saber acabam fazendo aprte de uma trama muito maior do que inicialmente se apresenta. Interligada entre diversos personagens e com a presença essencial de interlúdios o autor cria uma trama que promete pregar o leitor as páginas, mas que para mim não funcionou. O problema maior é que são tantos personagens e tantas história que isso torna tudo ainda mais cansativo. Mas no fim, e o melhor de tudo, é que o livro não é ruim.

A minha decepção está ligada a comparação inicial que fizeram de Cidade em Chamas com relação aos livros de Jonathan Franzen, não li muitos livros do autor, mas ao ler "Liberdade" eu rapidamente me vi interessada na trama, que apesar de cotidiana trazia um certo mistério e era isso que eu esperava da história de Garth Risk Hallberg, mas apesar de ter encontrado exatamente estes elementos senti que comparar ambos os autores não é bem uma sacada esperta. Ao passo que Franzen estimula a curiosidade do leitor Hallberg a mingua. São tantos detalhes, tantas histórias e tantos personagens diferentes que o que os ligava não chamava realmente atenção.

Apesar de tudo o clima da obra é exatamente o que ela vende, a história transpira o punk que era tão intrínseco a sociedade dos anos 70. É perceptível o clima revolucionário da época, contudo nada disso foi suficiente para mudar a ideia que absorvi de que a história não estava levando a lugar nenhum. Mas o que mais me deixou cansada nesta leitura é que o autor não identifica seus personagens logo no início dos capítulos e isso acaba prejudicando o leitor na hora de identificar o que está realmente acontecendo ali, eu começava a ler o capitulo e não fazia a menor ideia do que estava acontecendo e com quem, o que tornou a ambientação algo fraco também, já que eu não consegui me situar.

Enfim, Cidade em Chamas é um livro para ser lido com calma, muita calma, precisa ser absorvido, aquele tipo de história que você pega para ler com a cabeça limpa e sem muitas preocupações, já que ela é bem dispersível. Tive a sensação de que algo ficou faltando e o fato de isso acontecer mesmo a história tendo 1040 páginas é inconcebível para mim, no geral apesar de ser um bom livro acabou sendo mais uma decepção. A capa, a diagramação e o cuidado da editora provavelmente foram responsáveis por uma estrela a mais nesta leitura, pois definitivamente está tudo muito bem feito. Agora só me resta pensar que talvez não tenha lido este livro em um bom momento, no mais não deixo de indicar, pois pode ser uma leitura totalmente diferente para você que está aqui lendo essas críticas.

"E você, lá fora: de alguma maneira você não está aqui comigo? Quer dizer, quem ainda não sonha com um mundo diferente deste aqui? Quem dentre nós — se isso quer dizer abandonar a insanidade, o mistério, a beleza totalmente inútil de um milhão de Nova Yorks um dia possíveis — está sequer disposto a desistir da esperança?"
comentários(0)comente



Camila Faria 13/06/2017

Uma estudante da N.Y.U. é baleada no Central Park na véspera do ano novo. O incidente, aparentemente aleatório, vai aos poucos revelando uma rede de intrigas e relacionamentos, que passa dos altos salões do dinheiro e do poder em Manhattan às ruelas de prédios abandonados do East Village. Os personagens são numerosos (e bem distintos entre si): um policial, um repórter, um fabricante de fogos de artifício, um punk, um banqueiro, uma assistente numa galeria, um professor, entre outros. Cada um tem a sua voz, mas o enredo é unico e captura bem a explosão social e artística dos anos 70 em Nova York. O livro é bem escrito e, sinceramente, não achei cansativo, apesar das mais de mil páginas. A leitura é fluida e interessante, mas não tão empolgante quanto eu tinha imaginado inicialmente. Mas não deixa de ser um bom livro.

site: http://naomemandeflores.com/os-quatro-ultimos-livros-15/
comentários(0)comente



Mussi 02/08/2018

Um romance estonteante
Um romance que tem como tema aspectos os anos 70 do século passado, que tem como principal característica o processo de mudança cultural do mundo.
Tudo é efêmero, as pessoas vivem no limite, tudo é confuso, não se sabe onde vai se chegar.......
Muito a ver com o momento atual do mundo, estabilidade zero
Só não entendi, ou me passou despercebido qual foi o fim da personagem Sam Ciccianaro......
Um calhamaço de 1036 páginas que me fez recordar aquela época de 1970....
Valeu.........
comentários(0)comente



Fernando.Dias 15/02/2021

Muitas expectativas, mas...
Estórias aparentemente diferentes que aos poucos vão se entrelaçando, personagens interessantes, toques de política, dramas pessoais, relacionamentos problemáticos e muita cultura pop. A narrativa construída ao longo de mais de 900 páginas é competente ao criar um clima crescente de tensão, conflitos e suspense, com direito ao uso ocasional de linguagens alternativas, como cartas, matérias jornalísticas, crônicas investigativas e fanzines. Mas, quando finalmente é chegada a hora de conectar as diferentes estórias e resolver os diversos conflitos, o livro nos apresenta um anti-clímax. Como costuma acontecer com escritores novatos, as soluções são previsíveis, superficiais, levando a uma espécie de final feliz hollywoodiano. Apesar de tudo, uma leitura interessante, desde que não se espere muito do final. O projeto gráfico é uma atração à parte. (Se possível, teria classificado o livro com 3,5 estrelas)
comentários(0)comente



nsilvamarques 11/12/2023

Novelesco
A trama tem seu pontapé ao redor de um crime ocorrido na noite de ano novo e usa ainda de pano de fundo o blecaute nova-iorquino do fim dos anos 70. O enredo é complexo, com diversos pontos de vista dos diversos personagens, mas é fácil de acompanhar pois também é um pouco repetitivo.
A escrita é fluida. Mudando um pouco a depender do personagem em questão. Deixa algumas pontas em aberto.
Poderia ter metade das páginas que tem, não vejo porque tanta repetição tenha sido necessária. E alguns pontos de vista meio inúteis, como do dr. Zig.
Valeu a leitura, mas não recomendo.
comentários(0)comente



13 encontrados | exibindo 1 a 13


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR