Ana Karênina

Ana Karênina Leon Tolstói




Resenhas - Ana Karênina


4 encontrados | exibindo 1 a 4


spoiler visualizar
comentários(0)comente



Flá 28/11/2013

O século XIX nos olhos de Tolstói
O livro é um clássico que se passa em meados do séc XIX, contando várias histórias ao mesmo tempo: de um marido, que pensa em separação, de um jovem à procura da esposa perfeita, de uma jovem a procura de um marido, de um boêmio, que vive de iludir belas garotas, e de Ana Karerina, à qual todas essas histórias estão ligadas.
Ana é irmã de Stepane Arkadievitch, o marido que está insatisfeito com o casamento e com a situação da esposa, que agora anda toda desgrenhada pela casa, cuidando de seus filhos. Já não é mais a bela jovem, bem arrumada e cheirosa de quando se casaram. A esposa, Daria Alexandrovna, ou Dolly, entra em desespero ao ver o fim que levará seu casamento, e pede conselho à cunhada.
Ana viaja da Rússia, então, até casa de seu irmão. Bem casada, porém atraente, acaba chamando a atenção por onde passa em Moscovo, atraindo especialmente a de um jovem muito festeiro. E o que era uma missão de resgate de casamento acaba tornando-se o possível termino de outro.

Levei um bom tempo para entrar no ritmo da história, porque a linguagem é muito culta, com termos ainda do velho português, mas posso afirmar que a trama é envolvente. A riqueza de detalhes é um ponto alto no livro, o que pode tornar a experiência mais completa, mas também um pouco maçante. Outra característica do livro é o fato de os limites de começo, meio e fim - tão claros nos demais livros- não se mostrarem marcadamente no romance de Leo Tolstoi, mas apenas pelo fato das muitas histórias contadas em uma só.
O que me confundiu também, no decorrer da história, foram os nomes dos personagens. Sim! O nome deles! Isso porque Tolstoi usa apelido E nome duplo (tipo Alexei Alexandrovich) E nome completo no mesmo parágrafo. E foi problema ainda maior pra mim, que abandonei o livro por um tempo e só voltei lembrando o nome da Ana, do irmão dele, e de Levine, um dos meus personagens favoritos. Mas eis aqui um livro em que, apesar de não fazer-se criar um vínculo maior com o personagem principal, me cativou!
Obras primas como Ana Karerina são raros de se compor hoje em dia, por isso recomendo a leitura com vigor para os apreciadores da boa escrita e pra quem gostaria de viver no passado, alguma vez.
comentários(0)comente



Vanessa Vieira 20/03/2017

Ana Karênina Volume 1 - Tolstói
O livro Ana Karênina, do escritor russo Tolstói, nos traz um romance profundo e bem tecido que tem como tema principal a infidelidade e que também retrata família, casamento, desejos carnais, paixão e as diferenças entre a vida no campo e na cidade. Seus personagens são marcantes, fortes e bem delineados, tornando a trama extremamente panorâmica e rica.

O cerne principal do livro é o relacionamento extraconjugal de Ana Karênina - esposa do aristocrata russo Alexei Karenin - e o oficial de cavalaria Conde Vronsky. Ana parte de São Petersburgo para visitar seu irmão Stiva, que se encontra com o casamento em crise. Dolly, sua esposa, após descobrir que o marido está tendo um caso com a preceptora da família, fica completamente desconcertada e o matrimônio deles é profundamente abalado. Ana vêm com o objetivo de conversar com a cunhada e persuadi-la a não se separar de seu irmão, alegando que a infidelidade de certa forma faz parte do universo masculino e induzindo-a a perdoar Stiva. O que a protagonista não imaginava é que essa sua intervenção seria na verdade um reflexo da sua posterior situação.

Depois de conhecer o Conde Vronsky assim que desembarcou do trem em Moscou e consecutivamente o caminho dos dois irem se cruzando e se estreitando cada vez mais, Ana não resiste às investidas do oficial de cavalaria e os dois iniciam um romance intenso e proibido. A história de amor deles abala toda a sociedade russa e coloca Alexei Karenin em uma situação complicada e humilhante. Paralelamente à isso, conhecemos também Konstatin Levin, um proprietário de terras apaixonado por Kitty, irmã de Dolly. Ele chega a propor até mesmo casamento a moça, que o rejeita por estar encantada pelo Conde Vronsky e sente pela primeira vez em sua vida a dor da desilusão e do amor não correspondido.

Ana Karênina é um livro intenso, profundo e complexo. E eu digo complexo de forma positiva, pois, por mais que Tolstói use até mesmo de uma linguagem rebuscada e um tanto requintada, o autor sabe como ninguém desnudar a alma humana e apurar com afinco todos os seus defeitos e qualidades. Seus personagens são fortes, nada ponderados e comedidos e com uma intensidade que consegue saltar das páginas e impactar o leitor capítulo após capítulo. Narrado em terceira pessoa de um modo bastante amplo e detalhado, o enredo é arrebatador e pouco a pouco nos conduz por um abismo de mentiras e destruição.

"Todas as famílias felizes são parecidas entre si. As infelizes são infelizes cada uma a sua maneira."

Ana é uma personagem intrigante e que se entrega a paixão como uma folha caída baila ao sabor do vento. Acho que é muito complicado julgá-la ou tentar rotulá-la como mocinha ou vilã, mas o fato é que ela se torna uma verdadeira mártir diante dos acontecimentos e apesar deste primeiro volume dar mais ênfase a sua paixão despudorada e abnegada por Vronsky, é quase visível que na segunda parte se inicia o declínio da protagonista, já apontado por indícios de paranoia e possessividade.

"Quero que compreendas que, desde o momento em que comecei a amar-te, tudo na vida se transformou para mim. Aos meus olhos nada mais existe além do teu amor. Se puder contar com ele, sinto-me elevada e tão firme que nada poderá me humilhar. Orgulho-me da minha situação."

Vronsky me pareceu galanteador demais e os seus sentimentos por Ana são sobrepujados pelas pressões exercidas pela aristocracia russa e por sua própria insegurança. Por mais que ele acredite amá-la, é visível o quanto ele preza sua vida social, ao contrário de Ana que abriu mão de tudo para seguir o amante, inclusive do marido e do filho, se tornando praticamente uma escória da sociedade. Alexei Karenin mostra uma ambiguidade impressionante e os seus sentimentos são perfeitamente compreensíveis para o leitor, ostentando todo seu ódio pela situação, bem como seu amor benevolente e resiliente por aqueles que o feriram. Por mais que eu tenha esperado uma postura mais enérgica e contundente por parte do personagem, admirei sua complacência e sabedoria.

Resumidamente, Ana Karênina é uma obra intensa, perturbadora e absurdamente humana. Creio que as minhas palavras são rasas e até mesmo obtusas demais para expressar todo o teor e amplitude do romance de Tolstói e prefiro também não me estender muito, visto que ainda não li o segundo volume de Ana Karênina e pretendo poupar alguns detalhes para a próxima resenha, mas o fato é que nos deparamos com a alma humana exposta de um modo tão nu e cru de maneira a nos chocar e também a nos comover. A capa é simples e feita em um material semelhante a couro e a diagramação está ótima, com fonte em bom tamanho, revisão de qualidade e tradução impecável feita por Manuel Siqueira Paranhos. Recomendo ☺

site: http://www.newsnessa.com/2017/03/resenha-ana-karenina-volume-1-tolstoi.html
comentários(0)comente



Gessica 12/01/2020

Um dos melhores romances que já li. Nunca me esquecerei de Liêvin. "A dúvida é uma fraqueza humana".
comentários(0)comente



4 encontrados | exibindo 1 a 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR