Falando em livro... 03/07/2015
Lindo, engraçado e super leve
Hoje vou falar sobre um livro que chegou de mansinho e ganhou meu coração: Meu Clichê, da autora supeeer simpática Ana Vitola. Infelizmente não acompanhei o livro pela plataforma do Wattpad, mas minha curiosidade vinha me corroendo faz tempo, afinal, que raio de vacas são essas? Não entendeu? Vem que você vai entender...
Meu clichê foge – e muito – de muitos enredos que estamos acostumados a ver por aí. Aqui tem uma mocinha fora dos “padrões”, sensível igual a um coice de mula (me identifiquei completamente com esses coices hehehe), tem uma amiga totalmente doidinha da silva, e elas se chamam carinhosamente de vaca. Gente, quem tem AMIGA de verdade sabe que é assim mesmo o tratamento, é muito amor envolvido. Tem um mocinho totalmente sem noção, ele é quase o Johnny Bravo, mas que vai arrancar muitos suspiros. Tem animais de estimação fofinhos, uma criança que vai abalar suas estruturas e tem muito, muito amor. Mas não é só amor entre homem e mulher não, é amor ao próximo, amor pela família, amor pelos amigos, um amor incondicional, que me fez mais apaixonada pelo livro.
Su é uma mulher bem resolvida, sarcástica, guerreira, determinada, tem um coração que cabe o mundo inteiro, é totalmente esquentadinha, não leva desaforo para casa e também não tem medo de uma boa luta. Por fora ostenta um escudo que a faz indiferente e forte, mas por dentro carregas marcas que tem mais peso do que parece. Aos cinco anos de idade, Su ficou órfã, e só não foi para um orfanato, porque seu tio Theu a acolheu, deu um lar e muito amor. Porém, dois anos depois ele se casou com Regina, vulgo Cruela, que fez da vida da menina um inferno. Su sempre foi acima do peso, e com isso era alvo das humilhações da “tiadrasta”. Ela vivia em seu mundinho particular, onde se dedicava ao que mais gostava: a música, esse era seu único refúgio. Regina sempre a tratou mal, sempre a agredindo com palavras e a ameaçando, mas isso tudo piorou quando a megera não conseguia engravidar. Seu tio sempre apaixonado pela mulher vivia alheio ao tormento que a sobrinha passava. O tempo passou, Su cresceu e tratou de se libertar de todo esse terror. A humilhação não deixou marcas em seu corpo, mas deixou em sua alma. Durante a faculdade ela conhece Elis, uma menina linda e louca, mas que tem um coração enorme, totalmente proporcional à maluquice. A partir daí, as duas constroem uma amizade forte, duradoura e altamente blindada.
Hoje Su é promotora de eventos, que a cada dia vem crescendo e se firmando no mercado. Sempre junta de Elis, conseguiu se levantar sozinha e conquistou sua tão sonhada independência. Vive em seu apartamento com o Gato, seu gato. Rá! Quanta originalidade Su... Ela é uma workaholic, totalmente dedicada ao trabalho, o único momento que não está enfurnada nele é quando está dando aulas de música no orfanato, ou quando sua amiga louca não a arrasta para algum lugar. Su leva uma vida “tranquila” e organizada. Na vida amorosa é um desastre total!
No término de mais um evento, Su encontra um celular esquecido. No intuito de achar algum número que possa ligar para encontrar o dono relaxado, ela começa a vasculhar o telefone. Nessa hora o dono aparece e resolve ser o mais mal educado possível. O dono do celular e também de uma arrogância enorme tinha os olhos mais lindo que Su já vira. Mas não se engane, isso não foi o suficiente para Su deixar passar o desaforo. E com seu jeitinho doce ser, ela coloca o bonito em seu devido lugar.
O bonito e arrogante em questão é o Noah, um modelo inglês de 34 anos. Ele está passando por uma crise existencial (acho que podemos dizer que é isso), com a “idade” avançando, ele acha que está faltando alguma coisa na sua vida. Esse mundo de badalação e sucesso vem perdendo cada vez mais a graça. Ele cansou de ser mais um rostinho bonito. O Noah é um cara totalmente sem noção, é fútil, mimado e prepotente, mas que vai te conquistar, pode ter certeza. Quando ele conhece toda a doçura da Su (só que não), ele fica encantado. E a partir desse primeiro encontro, ele já vai se chegando e entrando sem pedir licença na vida dela. Daí nasce uma amizade, e dessa amizade nasce o amor. Mas olha, o Noah merece um prêmio, por que a Su não deu mole não, ela deu uma canseira nele. Os dois, sem querer, vão mudando em prol do outro. A relação deles é de constante guerra e paz, amor e ódio, mas é linda que só. E para adicionar mais amor nessa louca mistura, eis que entra o Yago.
Yago tem sete anos, é órfão e vive no orfanato onde Su dá aula de música. Ele é um ótimo garoto, aprende rápido e tem um gosto muito parecido com o da Su: a música. Talvez por isso, ela goste tanto dele. A vida dessa criança vai passar por um período difícil, e Noah e Su vão travar uma batalha árdua pela vida do garoto. E olha que essa guerra foi complicada, pois lutar contra um câncer não é nada fácil. Acho que este é o ponto mais dramático do livro, mas foi lindo demais. Eu já passei por um caso desses, e sei o quanto é difícil. Se já é doloroso para um adulto, imagina para uma criança indefesa e que mal começou a vida. Mas com muito amor, perseverança, luta e amizade, a dor se torna mais suportável.
Gente, não posso deixar de falar da louca da Elis. Para mim ela foi o destaque do livro. A doida às vezes parece que tem cinco anos de idade, e me fez gargalhar em plena madrugada. Ela é aquela amiga que você pode contar para tudo e todas as horas. Ela é nutricionista e trabalha com a Su nos eventos realizados pela promotora. Ela vive ao lado da Su, apoiando, incentivando e tirando a sua paz. Tem uma bondade imensa no coração, ajuda a quem precisa e luta pelo o que acha certo. Adorei essa personagem.
Um livro leve, divertido, fluido e de fácil leitura. Mesmo abordando assuntos importantes como o bullying e o câncer, o livro não perdeu a sua leveza. A trama é bem desenvolvida e super agradável. De um jeito todo seu, Meu Clichê nos mostra o poder do amor verdadeiro, aquele que é altruísta e benevolente, nos mostra o poder da amizade, da compaixão, da bondade, da doação, da fé e da esperança. Os personagens são incríveis, engraçados, alto astral e com certeza marcantes. Uma leitura muito gostosa e mais do que recomendada.
Confira a resenha na íntegra no blog.
site: http://www.cheirodelivronacional.com.br/2015/06/resenha-meu-cliche-ana-vitola.html