Sonhos em tempo de guerra

Sonhos em tempo de guerra Ngugi wa Thiong'o




Resenhas - Sonhos em tempo de guerra


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Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

Sonhos em tempo de guerra, de Ngugi Wa Thiong’o – Nota 9/10
Apesar de ser considerado um dos principais nomes da literatura africana contemporânea, nunca tinha lido nenhuma obra do autor. Resolvi começar por seu livro de memórias, especificamente memórias da sua infância e juventude.

Thiong’o nasceu em uma região rural do Quênia, na década de 40, e foi criado com base nos costumes e tradições das gerações antepassadas. Sua mãe, uma figura extremamente presente ao longo da vida do autor, era a terceira das quatro esposas de seu pai.

E é a partir da visão de uma criança nascida em uma família poligâmica no interior do Quênia que o leitor acompanha as mudanças que o colonialismo traz na vida de Thiong’o e dos que estão à sua volta. É um contraste, percebido em pequenos detalhes, entre os costumes da população local e o “novo” conceito de civilização trazido pela colonização britânica. Essas mudanças impostas pelos colonizadores vão ser percebidas dentro da própria casa, nas escolas, no idioma falado, na religião, nos jornais e em diversos aspectos da vida cotidiana.
A história do Quênia no período colonial e dos movimentos de resistência que surgiram em busca da independência está dissolvida de forma sutil ao longo de toda a obra. É um daqueles livros em que se aprende sem nem mesmo perceber!

Além de relatar suas memórias de forma envolvente, o autor conseguiu transmitir ao leitor de forma muito real o processo de perda de identidade do povo colonizado. É o sentimento de não pertencer a uma cultura, de perder as terras em que vive e, como mencionado pelo próprio Thiong’o, de se sentir como um “forasteiro” em seu próprio país. “Sonhos em tempo de guerra” é um relato autobiográfico inspirador e que ensina muito ao leitor não só sobre fatos históricos, mas também sobre a resiliência e determinação do ser humano. .

“A crença em si mesmo é mais importante do que intermináveis temores acerca do que os outros pensam de você. Valorize-se, e os outros irão valorizá-lo. A melhor legitimação é a que vem de dentro.”

site: https://www.instagram.com/book.ster/
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Menino Leitor 24/10/2022

Indicação do amigo
Emocionante em cada página, cada relato .
Pude dar boas risadas e em certos momentos, lágrimas foram inevitáveis.
Grande indicação do meu amigo.
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Anne 29/08/2021

Sonhos em Tempos de Guerra
Sonhos em Tempos de Guerra conta a história do escritor Ngugi wa Thiong'o, mais precisamente, sobre sua infância e juventude.
Inserido num contexto de pós Primeira Guerra Mundial, ele relata, sob a visão de uma criança de uma cidade longínqua do Quênia, o início de sua vida e seu sonho mais profundo, a luta pela educação.

Lutando contra a fome, as distâncias, a dificuldade de ingressar em uma escola, o jovem Ngugi vai vencendo obstáculos atrás de obstáculos, fiel à promessa que fez a sua mãe (personagem crucial e terrivelmente inspiradora), de que nunca, jamais se deixaria ser fraco, não faltaria às aulas por nenhum motivo, seja fome ou qualquer outra dificuldade.

Mais tarde, o colonialismo britânico bate forte à sua porta, juntando-se aos desafios entre ele e seu sonho.

História inspiradora, lírica, aconchegante e profunda.
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Monique | @moniqueeoslivros 31/08/2021

Sonhos em tempo de guerra
{Leitura 18 - 2021}
Sonhos em tempo de guerra - Ng?g? wa Thiong'o

Esse foi um livro que não me pegou na primeira leitura. Tanto que eu fui até a página 40 e deixei ele de cantinho. Mas, como eu não sou de desistir das coisas, peguei ele de novo. E que grata surpresa! Adorei a leitura!

É um livro de memórias, uma espécie de biografia romanceada, de quando Ng?g? era criança e tinha duas paixões: a escola e o trem.

Um livro sobre racismo, guerra, persistência, relações familiares e a busca por educação. E eu só tenho a dizer: obrigada Jeferson Tenório, por indicar esse livro na sua curadoria da Tag.

Não deixe que os nomes difíceis ou que a contextualização inicial atrapalhem você. Esse é daqueles livros que a gente sorri, chora e leva pra vida!!!
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Gisa 06/08/2021

Há tempos eu não me emocionava com uma história de forma a derramar lágrimas após o ponto final, devo isso à Ng?g?!

Sonhos em tempo de Guerra são as memórias de infância do escritor, que nasceu e cresceu em uma comunidade formada por seu pai, as quatro esposas e os vinte quatro filhos, no Quênia ainda sob o domínio da Inglaterra em 1938, a sombra da Segunda Guerra mundial.

Somos conduzidos pelo autor até sua fase adulta e acompanhamos seus medos, angústias e incompreensões perante o mundo que se apresenta: as guerras e revoluções, as tradições e a modernidade, as transformações trazidas pelo colonizador branco ocidental e seus impactos, os colonizados, os colonizadores e os incolonizáveis!

Eu amo a literatura africana, e é uma honra ler sobre o Quênia, através das palavras primorosas de um dos seus maiores escritores contemporâneos! Que a gente possa descolonizar nosso olhar, sempre!
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Marconi Moura 15/04/2023

9,0 / 10
A infância e a adolescência do autor no interior do Quênia dos anos 40 e 50 do séc XX, filho de uma família numerosa e pobre, crescendo em uma ambiente de exploração colonial, racismo e guerras, mas que pôde sonhar graças ao acesso à educação.
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Janaina 02/03/2022

A educação é o caminho
Sonhos em tempo de guerra. Ngugi wa Thiong´o, 245pg. (Tag Curadoria 08/2021)

Preciso dizer que demorei para engrenar nesta leitura. Achei o início arrastado, a quantidade de personagens com nomes impronunciáveis grande, a introdução histórica ? embora rica e necessária - distante. Mas seguia firme por conta do desejo de ampliar minha leitura de escritores africanos neste ano.

E como valeu à pena!

Trata-se da primeira parte do relato autobiográfico do escritor queniano, que abarca sua infância e juventude, e, além de nos apresentar a história da sua vida, nos aproxima também da História do Quênia colonial, que, através da Revolta dos Mau Mau (1952-1960), lutava pela independência do país em relação à Inglaterra, enquanto o autor lutava para manter a promessa feita a sua mãe de sempre dar o melhor de si em tudo que se relacionasse a sua educação formal.

Ngugi nasceu no seio de uma família poligâmica e patriarcal, e, embora fosse filho da terceira esposa de seu pai, era tratado - e se comportava - como filho de todas as quatro, as quais chefiavam seus respectivos lares com relativa autonomia.
Sua infância foi vivida na pequena cidade de Limuru, próxima à capital Nairóbi, numa situação precária imposta pela política colonial, mas mantendo o respeito às tradições e à cultura local e sempre focada naquilo que ele já vislumbrava como sendo o caminho para sua mudança: a educação.
Depois da perda da riqueza de seu pai, sua vida passa por uma drástica mudança, que acabou afetando o equilíbrio daquela complexa relação parental e a forma respeitosa com que costumava tratar as esposas, fazendo-o trilhar um novo caminho que o aproxima do avô materno e o faz experimentar um novo modelo de relação familiar. Ao mesmo tempo, vai ampliando sua consciência sobre a situação política que envolve seu país, experimentando na pele as injustiças sofridas pelo povo queniano, e reforçando, a cada dia, o pacto feito com sua mãe.

Mas sua luz já brilhava para quem quisesse ver. Vizinhos percebiam seu talento, o avô o eleva a um lugar de destaque, o irmão guerrilheiro corre risco de morte só para lhe lembrar do seu valor e das suas reais possibilidades e lhe desejar boa sorte, o professor interfere no destino de seus exames, a mãe segue apostando em seu potencial.

E nem é spoiler dizer que seu esforço será recompensado, já que lemos a biografia do escritor e sua condição atual já leva a esta conclusão.

Apesar do livro ser lindíssimo, riquíssimo, e recheado de superlativos, confesso que o que mais me fisgou nele foi a relação do autor com sua mãe. A insistência dela para que ele desse sempre o melhor de si em tudo que fizesse e o questionamento quanto a este compromisso mesmo quando ele lhe apresentava excelentes resultados revelam a essência dos valores que ela considerava importante e que ele honrou até o fim, mesmo diante de situações extremamente tentadoras ou arriscadas. Lindo demais!

Ao fim, podemos ratificar aquilo que estamos cansados de saber: a educação é o caminho. Muitas vezes tortuoso, às vezes, intransponível, principalmente no contexto vivido no País, mas, quando conseguido trilhar, leva à luz.
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Ana 07/09/2021

Leiam até o final
Inicialmente o livro parece cansativo e desmotiva um pouco, devido aos muitos personagens e nomes diferentes e difíceis, por se tratar de nomes africanos e da história do próprio autor. Mas o livro é lindo e super emocionante.
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Fábio Gianetti 22/05/2022


Encontrando ternura na maldade, um objetivo onde só existe caos.

O autor revisita sua infância e adolescência no Quênia, durante o colonialismo inglês (que extermina as línguas locais, religião, impondo dogmas europeus à população nativa).


Nascido em 1938, em uma região rural, filho de um polígamo, com quatro esposas e 24 filhos, Thiong'o vive a guerra civil, entre guerrilhas anticolonialistas, em meio a uma gente desvalorizada em sua humanidade pela segregação, o autor encontra o valor da educação, o ouro das boas amizades, o de se valorizar o colo que nos ampara, de encontrar quem se é ao aceitar que se é alguém, mesmo que o caminho seja repleto de canalhas.

"O dia em que trajo meu uniforme e caminho três quilômetros até Kamandura é quando entro e flutuo na suave bruma da terra dos sonhos."

"Como a mente é capaz de selecionar aquilo que se sedimenta fundo na memória e aquilo que ela permite flutuar na superfície?"

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Sanndy Victória 17/09/2021

Um livro extremamente necessário
Ng?g? wa Thiong'o traz neste livro uma autobiografia cheia de emoções, lirismo e momentos da infância.

O livro é uma verdadeira aula de história sobre o Quênia, país africano.E é através desse que ele conta sobre suas vivências de quando criança, seus costumes, sua família e principalmente sobre o maior pacto de sua vida: o estudo/escola.

Além do mais, os momentos históricos descritos na obra,tão conturbados pelos quais os quenianos passaram,toda a cultura e conhecimento são genuínos exemplos de resistência e de sonhos em tempo de guerra, especialmente o fato de que a educação salva.
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Camila.Santos 22/03/2021

O violento colonialismo inglês no Quênia sob a perspectiva de uma criança
Pela premissa pode-se imaginar que seja um livro sobre guerra, violência, medo, pobreza e sofrimento. E de fato, esses são elementos inevitáveis num contexto como a brutal invasão do colonialismo inglês no Quênia. Mas essa biografia vai muito além disso. É também uma história sobre a infância do autor, pobre e difícil sim, mas também alegre e cheia de magia e de descobertas, como é a mente de toda criança. É uma história também sobre luta e resistência. Sobre ver as mudanças trazidas pelos colonizadores e as tentativas de manter ou reinventar suas próprias tradições, para sobreviver a tudo isso. É um mergulho profundo na cultura e cotidiano da região de Limuru, no Quênia, em meados do século XX, onde descobrimos um estilo de vida que é, ao mesmo tempo, muito diferente do nosso, mas que também guarda muitos elementos semelhantes com uma infância pobre que poderia ter sido vivida no interior do Brasil, por exemplo, na mesma época.
Essa é uma história sobre amor familiar, sobre comunidade, sobre esperança, e mais do que tudo, sobre sonhos. Ngugi wa Thing'o conta a sua história inspiradora pra nos mostrar que é possível sonhar e buscar seus sonhos mesmo nos tempos mais adversos, mesmo na pobreza e na guerra. E no final, se você der o seu melhor, se tiver uma família que te apoia e um bocadinho de sorte, tudo vai dar certo.
Nauru0 22/03/2021minha estante
Entrou pra lista




Tuyl 07/10/2020

Um bom livro, que retrata de forma singela uma realidade que não conhecemos.
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Vilamarc 02/07/2021

De quantos obstáculos se constrói um sonho?
Esse é daqueles livros que seus últimos 20 ou 10% justificam toda a sua dureza.
É um livro de memórias de infância, ambientado numa África do final do século XIX até a primeira metade do XX. Você vê The Crown?
As lembranças trazidas aqui nos dão conta de uma África e de um Quênia colonial e neocolonial, envolvido em disputas internas, de constantes expropriações territoriais, de desenraizamentos, deslocamentos e usura das terras pelos brancos europeus recompensados pelas vitórias na I e II guerras mundiais.
São fragmentos de lembranças familiares de uma criança que viria a ser um dos eternos nobeláveis, Thiong'o.
A história narrada de sua família poligâmica retrata a diversidade de posições tomadas pelos quenianos em meio aos reveses da política local, tendo ele, irmãos no exército real e na outra ponta, nos guerrilheiros do movimento Mau Mau.
Nesse meio, o sonho da criança Ng?g? de frequentar a escola, enfrentando desde a fome, problemas de saude, cegueira, abandono familiar, o peso das tradições, perseguições políticas, discriminações étnicas e sociais.
Um relato que nos recoloca a necessidade de investir e de acreditar na Educação como força de transformação individual e coletiva.
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Diego Vertu @outro_livro_lido 14/01/2022

Retratos do Quênia
Espécie de relato autobiográfico Ng?g? wa Thiong'o vai contando sua infância no Quênia colonial dominado pelo poder britânico, morador de Limuru, perto de Nairóbi seu pai é polígamo e sua mãe é a terceira mulher, mesmo com 24 meio-irmãos em condições de pobreza extrema, Ng?g? sonha em uma vida melhor, o caminho para esse sonho é a educação.
.
O livro é um retrato do Quênia colonial mostrando o impacto da colonização britânica no país, é doloroso a forma como colonizam acabando com as línguas locais, religião, impondo os dogmas europeus na população local. Há o reflexo da guerra de independência queniana também e também os grupos guerrilheiros locais. A cultura é mostrada também, principalmente como os meninos passam para a vida adulta.
O livro é curto, com uma linguagem acessível (só acho difícil os nomes das personagens) mas cumpre o papel de mostrar a perseverança do protagonista em realizar seus sonhos.
Há pontos que a leitura é um pouco arrastada e repetitiva.
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