Sonhos em tempo de guerra

Sonhos em tempo de guerra Ngugi wa Thiong'o




Resenhas - Sonhos em tempo de guerra


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Zelinha.Rossi 22/09/2021

Este livro, uma autobiografia da infância e do início da adolescência do autor, é muito bonito e nos faz conhecer mais sobre a cultura do Quênia, os grandes problemas impostos pela colonização britânica no país e a guerrilha armada dos Mau Mau na luta pela independência. Para mim, isso foi muito interessante, porque eu não conhecia nada sobre essa nação africana. Além disso, é tocante ver a luta de Ngugi para cumprir a promessa feita a sua mãe de estudar, sua não desistência mesmo com tantas adversidades (a fome, a dificuldade de se conseguir dinheiro para os materiais, uniforme e mensalidades, a grande distância que ele tinha que percorrer a pé para chegar à escola, etc.). A escrita do autor é bem fluida, exceto nos capítulos com temática mais histórica. Estes eu achei mais truncados porque o autor traz uma quantidade enorme de personagens históricos cujos nomes, que eu não conseguia nem ler nem pronunciar direito, eu nunca memorizava e por isso tinha muita dificuldade em saber quem era quem.

?A crença em si mesmo é mais importante do que intermináveis temores acerca do que os outros pensam de você. Valorize-se, e os outros irão valorizá-lo. A melhor legitimação é a que vem de dentro.?

?Aquela foi minha primeira lição em matéria de resistência: a razão e a justiça podem dar poder aos fracos.?

??educação e aprendizado, e não uma marca na carne, representam o caminho de se dar poder a homens e mulheres.?

?Os humanos trivializam o incomum para poder sobreviver.?
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César 03/03/2024

Sonhar mesmo em tempos de guerra
O livro traz as memórias de infância do autor, que viveu no interior do Quênia, na época em que o país estava sob o domínio britânico. Nele, conhecemos um pouco dos costumes quenianos, como a tradição oral de contar histórias ao redor da fogueira, o rito de passagem da infância para a vida adulta, através da circuncisão, dentre outros. Além disso, o livro explora a complexa relação entre o autor e sua família, compreendida entre sua mãe, pai, avós e irmãos biológicos, e os meio-irmãos e mães de criação, sendo estas as demais esposas do pai, adepto da poligamia.

Destaca-se a intensa busca do autor, desde os primeiros anos de vida, pela educação e conhecimento, potencializada através de um "pacto" firmado entre ele e sua mãe. Mesmo em um cenário completamente adverso, em meio a extrema pobreza e a guerra, Ng?g? vê nos estudos um combustível para manter seus sonhos vivos.

Sonhos em tempo de guerra é um livro sobre o poder transformador da educação, a qual pode ser utilizada como um ato de resistência, e servir de instrumento na luta pela liberdade e independência de um povo.
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Lusia.Nicolino 01/09/2021

Faça essa viagem, pode ser de trem!
Identidade. Cultura. O valor da história e das tradições. Como suportar a usurpação de suas raízes, de suas tradições? Thiong´o nos presenteia com as memórias da sua infância descalça em meio à ocupação britânica. O que se peneira da história e da política do país até o seio familiar.
Vamos acompanhar as peripécias do autor, no interior do Quênia da década de 40, e de sua estrutura familiar, a poligamia do pai, o papel de sua mãe, a terceira de quatro esposas. Suas diferenças, suas lutas, seus acordos tácitos e sua devoção pela educação. A mãe, a avó, as meias-irmãs, que papel tem as mulheres na formação do autor menino? O que foi apagado pela colonização, o que foi reforçado? Faça essa viagem, pode ser de trem!

Quote: "Eu perdera o contato com quem era e com o lugar de onde viera. A crença em si mesmo é mais importante do que intermináveis temores acerca do que os outros pensam de você. Valorize-se, e os outros irão valorizá-lo. A melhor legitimação é a que vem de dentro. Em tribulações futuras, esse pensamento sempre me ajudou a suportar e superar desafios contando com a minha própria força de vontade e determinação, mesmo quando os outros eram céticos a meu respeito."

site: https://www.facebook.com/lunicolinole https://www.instagram.com/lunicolinole
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Ina 26/01/2022

Esse livro ensina que n conseguimos tudo no mesmo momento, mas existe a construção para acontecer o que sonha, com pequenos passos e as pessoas em sua volta para construir a vida que deseja
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ju pazzoti 28/08/2021

importante
Chimamanda Ngozi Adichie, escritora nigeriana, explica muito bem em sua palestra, "O perigo de uma história única", a importância de ouvir e ler além da história eurocêntrica contada na maioria dos livros. Dessa forma, "Sonhos em Tempo de Guerra" é uma maravilhosa representação disso e de como precisamos de diferentes vozes e narrativas.

"Todo evento tem mais de um lado. O que você está vendo e lendo é a versão colonial. Os combatentes da liberdade não têm jornal ou rádio para dar sua versão."

Neste livro autobiográfico, o autor narra através de suas memórias o papel do Quênia, por exemplo, durante a Segunda Guerra Mundial, como eram as relações no país (colônia britânica na época) entre os africanos, indianos, italianos e colonos, como que a cultura e a educação em seu país foi modificada pelos imperialistas ingleses, como as revoluções e os grupos anticoloniais resultaram na Revolta dos Mau Mau e consequente independência do país, tudo isso, (além de seus relatos pessoais), contado através de uma escrita cativante.

Particularmente, a leitura só ficou um pouco travada em certas partes por conta dos vários nomes, fatos e informações que o autor coloca. No mais, me emocionei (em especial com as últimas páginas) e aprendi muito com o livro.

"O mundo nunca vai saber o que e quanto de nós demos a essa guerra"

".. eles estavam lá para converter. Uma conversão bem-sucedida era medida a partir de quão rápida, profunda e completamente alguém se despojava de sua cultura e adotava novas práticas e valores."

"A comunidade colona branca queria mão de obra africana "habilidosa", e não mentes africanas cultas."

"Este trem é ainda mais especial. Ele carregará meus sonhos em tempos de guerra."
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Margô 20/11/2021

Apesar de Churchill... existia a MÃE.
É uma obra de grande potencial. A narrativa é de uma lucidez que me apraz bastante. O autor nos presenteia, a princípio com as memórias da sua infância paupérrima, mas com um ponto altamente favorável: O afeto e união entre os membros da família.
Não consegui ver o pai envolvido nas histórias afetivas.
O título da obra cabe direitinho no texto que se propõe.

Há uma criança que cresce nas brumas de uma guerra injusta, perversa, onde o colonizador de forma indomável, mata, prende, retira dos africanos tudo, até mesmo a dignidade, sem contar o direito de viver em sua própria terra...mas o menino tem uma mãe que também é guerreira. E ela enxerga o futuro do seu filho longe da ignorância; E o impele a ir em frente.

O livro abriu uma série de curiosidades antes pouco conhecidas; A resistência , através dos guerrilheiros Mau Mau, os campos de concentração criados pela coroa britânica, a escolarização precária e ideologicamente voltada para os interesses do colonizador, a imposição da língua do dominador... etc. Tudo terrível!

A narrativa de Ng?gi é uma entre milhares de africanos que viveram e vivem até os dias atuais as consequências do capitalismo imperialista, que abriu chagas sociais profundas em todo continente africano.

É lamentável de como estas histórias chegaram até nós de maneira tão tardia. É uma lacuna enorme, entre o Brasil africano, tão africano, que eu diria que a nossa ancestralidade está na África mais de que em qualquer lugar do mundo.

Fica o conselho. Leia literatura negra... só estamos começando a tão adiada aproximação.
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Felipe 28/07/2022

Difícil
A leitura não foi uma boa experiência. Narração nada fluida; enredo extremamente arrastado. Além disso, um sem-fim de personagens - que vão surgindo, sumindo e ressurgindo num amontoado de nomes - e muitas referências aleatórias. Mas vale para conhecer a história e a cultura quenianas, mesmo que se enfarando até a última página.
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Kelly.Hayd 26/10/2021

Livro super delicado, de uma história cativante. Uma forma de entrar em outra cultura e silenciar seus jugalmentos para uma realidade, muitas vezes, distante de nós. Me obriguei a não questionar os acontecimentos, mas vivenciar na pele do protagonista tudo o que sente, pensa e aspira. Foi lindo.
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Camila 15/08/2020

Emoção em todas as linhas
Meu primeiro livro de Ngugi e que me faz querer conhecer todos os seus outros. Do inicio até a metade do livro pude perceber as histórias variando, como pequenos e imensos contos de diferentes fases que faz entrar na dinâmica do livro e se emocionar muito. Da metade pro final, comecei a perceber que Ngugi estava aos poucos, enquanto a história ia em uma trajetória linear, se despedindo. Senti que o final do livro estava perto, ainda que faltasse metade, escrevo isso pra dizer que é um livro em que nenhuma página traz tédio, ou monotonia. Pelo contrário, no fim de cada capítulo, queria que as páginas pudessem se multiplicar.

Como ouvir histórias contadas por alguém, por seus familiares, ou por amigos, ou histórias que escuta em algum lugar? Como ouvir de verdade? Sem querer saber com precisão, mas captar a essência, os sentimentos expressados e deixados ali. O autor não traz essa reflexão expressa, mas é a primeira e principal coisa que me marca nesse livro.
Então tem as vivências e sonhos contextualizados em uma realidade diferente das que conheço, que trazem fatos históricos, hábitos, palavras e ideias novas e interessantes. Tem a energia de uma comunidade, os sentimentos de uma família expansiva, os sentimentos que são, em sua maioria, apenas sentidos, vistos, admirados, expressos, são percebidos por Ngugi, em seus diferentes momentos e idades, e espelhados no livro.
Tem a infância que me trouxe saudade e me fez emocionar em todas as páginas. Mais que tudo, tem muita sabedoria e força de viver e de sonhar.
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Pê Reck 25/09/2021

Uma ode à educação.
O livro nos apresenta a infância e início da adolescência do autor Ng?g? wa Thiong'o no Quênia após a 2a Guerra Mundial.
Acompanhamos o crescimento dele tendo como pano de fundo a história do colonialismo inglês no Quênia, as tradições sociais da comunidade rural em que Ng?g? vivia e a luta pela independência.
Mas o que mais me encantou mesmo foi toda a paixão e as descrições ou definições do autor sobre a escola/ educação. Ele era uma criança apaixonada pelo saber, pelo conhecimento seja ele formal, da escola, seja a 'informal', dos mais velhos...
E essa paixão, foi o motor dos seus sonhos e seus passos, mesmo em tempos tão difíceis quanto uma guerra civil.
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Bruna 22/09/2021

Sonhos em Tempos de Guerra
Li esse livro o tempo todo com um sentimento de nostalgia, como se eu mesma tivesse presenciado toda a história sendo narrada, mesmo eu mesma tendo pouquíssimas memórias sobre minha infância.
Como senti no coração o amor desse homem pelos estudos, palavras e literatura? a força e garra dessas pessoas? a luta por simplesmente ter o mínimo de educação e segurança.

A literatura realmente salva vidas. Eu sei por experiência própria.
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João Pedro 04/08/2022

Sonhos no Quênia
"Sonhos em tempos de guerra: memórias de infância" é um livro de memórias – primeiro volume – do escritor queniano Ngugi Wa Thiong’o. Nele, o autor conta como foi crescer e conviver com os impactos da guerra de independência do Quênia, partindo de um ponto de vista bem particular, do seio de sua família – uma família poligâmica, frise-se.

É daquele tipo de livro que nos apresenta culturas totalmente diferentes da nossa e, só por isso, já vale a leitura. Ngugi Wa Thiong’o conta também como os aspectos da tradição cultural de seu povo e de seu amor profundo pela educação o moldaram enquanto indivíduo. O constante embate entre tradição e modernidade (essa bastante enviesada pela dominação imperialista britânica) também são bem destacados, mostrando como o imperialismo impactou fortemente o povo queniano, ao ponto de pôr em risco sua herança cultural.

Apesar de o autor ser um escritor ficcionista, eu não senti nesse livro de memórias que estava lendo um romance. Talvez – e muito provavelmente – por uma escolha do autor. Finalizei a leitura com muita vontade de conhecer mais sobre a história do Quênia e, em especial, de Jomo Kenyatta, o primeiro presidente queniano.
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Litchas 23/08/2021

Histórico, autobiográfico, fluente. No início não botei muita fé, mas o fim do livro me trouxe lagrimas nos olhos. Recomendo!
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João Paulo 14/12/2021

Não foi uma leitura fácil! Apesar de não se envolver 100% e não fluir tão naturalmente, é uma leitura super rica de dados históricos, cultura e ensinamentos. E o incentivo da mãe do autor em seus estudos é inspirador. Sem falar do quanto a educação é fundamental para qualquer pessoa independente religião, raça, condição financeira e etc.
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