Christiane 24/07/2021
Penso que criei uma expectativa sobre o livro que acabou não condizendo com que li. Não é fácil então falar do livro quando isto acontece e receio ser injusta.
Esperava algo mais profundo de um romance de iniciação de um jovem, e também mais detalhes sobre o jardim e as rosas.
O jovem Lobbi mora com seu pai na Islândia e cuida das plantas em uma estufa que era de sua mãe que faleceu em um acidente de carro. Ele tem um irmão gêmeo que é autista e vive num Centro Especial, vindo para casa nos fins de semana. Em um encontro de uma única vez com Anna ela engravida. Diante de tudo isto e suas interrogações sobre o que fazer com sua vida ele aceita ir cuidar de um famoso porém, abandonado, jardim de rosas que fica num mosteiro e com isto ter tempo para si mesmo.
Lá ele conhece Frei Tomáz, um cinéfilo que acaba lhe indicando vários filmes para ver diante das questões que lhe surgem, porém não teremos acesso a análise que ele faz destes filmes, o que ele aprende com eles, o que é uma pena. O jardim também logo fica de lado uma vez que Anna o procura e pede que cuide da filha para ela poder estudar para seu mestrado.
Ao final realmente ocorre uma modificação em Lobbi que cresce diante da vida e das circunstâncias, mas seria mais interessante se durante a leitura pudéssemos ter acesso as suas reflexões, o que acaba empobrecendo a leitura. Há muitas informações sobre suas compras, e tentativas de cozinhar, mas poucas sobre o que realmente ele sente. Percebemos seus medos e receios, suas dúvidas, seus desejos, mas fica o vazio do crescimento que temos que tentar preencher para acompanhá-lo. O livro acaba focando mais o externo que o interno, como se o que ocorre fora é o que pudesse mudar o interior, e não o contrário, apesar de que não posso discordar que experiências e vivências nos amadurecem, porém é preciso sentir e refletir.
Como eu disse no começo, talvez minha expectativa tenha sido alta, mas o livro não deixa de ser interessante e gostoso de ler.