Menina a Caminho

Menina a Caminho Raduan Nassar




Resenhas - Menina a Caminho


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Augusto Stürmer Caye 08/10/2023

Menina a Caminho é uma coletânea de contos escrita por esse gênio brasileiro da língua portuguesa, Raduan Nassar. O maior deles e que empresta seu nome à obra é, justamente, Menina a Caminho, onde acompanhamos uma jovem silente em suas andanças pela vila. Ela nada diz, apenas observa a vida do povo da sua cidade.

Não é uma obra incrível, nada demais sinceramente. Mas, depois que você leu Lavoura Arcaica e Copo de Cólera, falta tão pouco para terminar de ler a obra completa desse gênio que não faz sentido não ler também essa coletânea.

Recomendo aos que amaram Nassar, como eu amei.
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Vitu 07/05/2023

Mais da metade do livro é só um conto, que é "Menina a caminho", título da coletânea. Esse primeiro conto é extenso demais para o que se propõe a ser, se tornando monótono demais, confesso que foi um suplício ler. O final é gratuitamente repulsivo, e apesar de todos os defeitos, a descrição dos espaços e dos personagens é muito bem feita, com destaque para uma cena em que há um retrato de Getúlio Vargas na parede, o que se repete por vários espaços percorridos pela personagem, mostrando sem dizer explicitamente o momento histórico da narrativa. Os outros contos contam com uma maturidade literária maior do Raduan, até por terem sido escritos posteriormente. "Mãozinhas de Seda" me agradou muito pela temática e pela forma como foi escrito, com digressões (característica marcante na obra do autor) e pelo uso de uma linguagem bem solta.
Seja na parte positiva ou negativa dos contos, nesta coletânea é impossível reconhecer o autor de "Lavoura Arcaica".
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Mona 23/12/2022

Raduan Nassar contista
Eu não sei se foi o período em que escolhi ler o livro, meu amadurecimento enquanto leitora ou simplesmente o fato de que o livro não alcança todo o seu potencial, mas desgostei da leitura.

Gosto demais de Lavoura Arcaica e, por causa.desta obra, acabei comprando todos os livros de Nassar. Enquanto contista, ao menos para mim, rolou uma decepção.

Ano que vem Um Copo de Cólera me espera, torço para que seja uma leitura que funcione!
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Laura | @evamosdeler 07/04/2022

(esse resenha é só um controle de leitura pra mim mesma) li pra faculdade e não avalio os livros que eu leio pra ela (essa meia estrela é só pra poder escrever aqui)

só li o conto Menina a Caminho, não li o livro todo!
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Sam 09/03/2021

Meus contos favoritos foram "O ventre seco" e "Hoje de madrugada", sem dúvida...
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Luana 23/01/2021

Superestimado
Esse já é o segundo livro que leio do Raduan Nassar, e por ser um livro de contos, achei que teria uma temática mais diversa mas não, na verdade, Raduan Nassar é mais um autor superestimado pela literatura, que passa pano por ele ter uma boa escrita e apaga suas temáticas, como acontece com o Bukowiski.

Acho incrível como em quase todas as histórias que li tinha algo sobre estupro ou assédio contra a mulher, e por conta disso, as pessoas acham que ele denuncia e é revolucionário. Mas quando é uma mulher falando sobre o assunto, raramente tem essa importância toda. Sinceramente, o que um homem sabe de assédio feminino?

Esse é um livro que não vale a pena.
Alan da Silva Nogueira 28/01/2023minha estante
Acho que ele conta a vida como realmente é, nem só mulheres sofrem assédios, os homens na infância comumente são vítimas de abusos e Raduan revela este mundo, os contos dele são muito profundos para que sejam vistos apenas por essa perspectiva polìtca.




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Ilton Paiva 05/03/2017

Gostei
Pelos olhos da garota, o leitor é guiado a diversos lugares próximos à morada dela, como se fosse uma câmera acoplada à cabeça a registrar os inusitados acontecimentos ao longo do percurso da inominada menina de idade oculta. Ela, uma mini Forest Gump muda, vive a narrativa em um provável tempo de um dia, em um espaço geográfico de um bairro.
Texto bem elaborado, com nuances obscenas e violência contra animal e ao gênero feminino testemunhados pela garota. Destacando que, diferente da época em que foi escrito, hoje a repulsa a esses trechos é potencializada pela legislação de proteção aos animais, à mulher, à criança e ao adolescente, que somadas às campanhas de prevenção e combate à violência aumentou a reprovação social a estas condutas.
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João 23/10/2015

Raduan é um escritor que escancara a ordem das coisas. Seus personagens – carreguem ou não traços autobiográficos – trazem um quê de misantropia.

Os contos carreados no livro “Menina a caminho” não fogem ao estilo. Em “Ventre seco”, “Mãozinhas de seda” e “Hoje de madrugada”, vemos personagens profundamente introspectivos, quando não indiferentes ao mundo. Ao tempo em que se mostram insensíveis em relação a certos sentimentos, os personagens revelam grande capacidade para captar a aridez do fenômeno humano. E, nesse aspecto, são extremamente sensíveis.

No conto “Menina a caminho”, a narrativa se distingue um pouco na medida em que o personagem principal não é do sexo masculino, tampouco revela maturidade intelectual ou emocional capaz de evocar as agudas reflexões tão presentes na obra de Raduan.

Ainda assim, “Menina a caminho” nos é contado através dos olhos da pequena menina que peregrina pelo seu povoado, captando de esquina em esquina as sutilezas que a vida mundana do povoado revela. Mas a peregrinação da menina tem um fim. Ela é um núncio mandado pela mãe. A mensagem que deve transmitir está carregada de maledicências e provocará um fim trágico. Mas isso pouco preocupa a menina, que na sua ingenuidade está apenas “a caminho”, captando infantilmente os ares do povoado.

A obra de Raduan me atrai sobretudo por que seus personagens não me parecem estranhos ou distantes. Parecem, isto sim, compartilhar de uma existência que é comum a todos nós. As estórias são intimamente forjadas no realismo. E o universo pessoal de cada personagem é de um drama que cativa.
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regifreitas 12/07/2014

Resenha em:

http://vialittera.blogspot.com.br/2014/07/menina-caminho-de-raduan-nassar.html
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Marcello M. 10/01/2012

Lançado em 1998 e premiado com o Prêmio Jabuti, Menina a caminho e outros textos, é uma coletânea de contos de Raduan Nassar que reúne textos de diversas épocas.

O conto que carrega o nome do livro, Menina a caminho, é um soco no estômago! Primeiro trabalho de Nassar. O narrador leva o conto todo de uma forma tão leve e singela. De forma descritivista, o leitor é levado a imaginar todo o caminho da menina ao longo da cidade e a ruptura se dá uma forma extremamente brutal e inesperada.

Hoje de Madrugada é um convite sensorial como só o Nassar sabe fazer. O leito aguardo durante toda a trama o ato.

O ventre seco se assemelha a Um copo de cólera. Os dois personagens parecem ser exatamente os mesmos e as acusações exatamente as mesmas, o que não faz dele um conto ruim, mas muito pelo contrário.

Aí pelas três da tarde me mostra uma vida de qualquer um com um final com um quê de Let it be demais.

Já o último conto, Mãozinhas de Seda, é de uma sutileza sem tamanho, assim como toda a obra.

Fica a tristeza de não ter mais obras do Nassar pra devorar, o que pode ser bom, é claro.
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Paulo 04/05/2010

Anotação
Sempre instado a novas publicações, Raduan Nassar cedeu à publicação de pequenos textos, escritos ao longo de período extenso e com finalidades diversas. Todos já haviam sido publicados em jornais ou revistas.

Destacam-se na sua constituição as figuras formais e temáticas que se consagram de forma mais elaborada em suas duas obras definitivas. "O ventre seco", por exemplo, alia com nitidez a expressão de uma rudeza máscula contra uma juventude confusa e sôfrega por liberdade (como em Um Copo de Cólera) e a presença marcante de um espectro materno (como em Lavoura Arcaica). Provavelmente em decorrência dessa identidade, esse conto (de 1970) prenuncia a linguagem poética e filosófica de seu primeiro romance, assim como a tonalidade vibrante e obscena do segundo.

Mas é "Menina a caminho" (anos 60) que marca a leitura da obra. Sem trair contatos definidos com os títulos-referência do autor, aponta nele uma terceira faceta: a de um narrador quase objetivo (terceira pessoa, mas com perspectiva comprometida), preocupado com a estruturação de uma trama de comportamentos que alcançam sua formulação mais crítica no desfecho. Sua linguagem é bem mais referencial (embora ocorram discretos lampejos do estilo que o consagrou), mas a força de sua construção equilibra esse conto em relação às produções máximas do artífice.
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Márcia Regina 30/08/2009

"Menina a caminho", de Raduan Nassar.

Esse cara escreve bem demais, me senti caminhando com a menina, olhando o mundo com ela. Aliás, cansei de fazer caminhadas assim quando pequena, sem rumo certo (como parecia no início), apenas olhando aqui e ali. Tão dolorido o conto, uma tristeza tão sem sentido. E tão comum. Oh vida bruta essa nossa!

Os contos são muito bons, principalmente o primeiro, mas fica um gosto de quero mais, faltou algo, acho que poderia ser um livreto pequeno, com apenas o primeiro. Ou então, um maior, com mais contos. Não sei explicar, não me convenceu de todo.

Na verdade, acho que sei. O primeiro conto se completa, daria para deixá-lo sozinho. Depois, os outros tomam uma temática um pouco diferenciada, ainda que seja sempre o desencanto humano (mas essa temática é ampla demais para ser fio condutor).

Juntando todos numa obra, não conseguimos absorver plenamente o primeiro (da menina), pois logo seguimos adiante. Se fosse só esse conto, haveria a interrupção entre um livro e outro, a história poderia se solidificar, se consolidar melhor, o tapa teria tempo para doer. E, pelo texto, acho importante que doa.

Do jeito que ficou, viramos a página, pulamos para outra história, pode ser um novo tapa, mas um tira a força do outro.

Por isso não gosto muito quando a coletânea é feita posteriormente, de forma meio aleatória, sem um objetivo inicial que una, sem uma linha que conduziu a escrita. Me sinto pulando entre os textos e eles me perdem.
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