Ivy (De repente, no último livro) 11/10/2018
Resenha do blog "De repente no último livro..."
The Forbidden Wish é um retelling delicioso da história de Aladdin e seu gênio. O livro me conquistou desde sua precuela, The Jinni (recomendo ler essa antes de começar o livro pra entender bem a história prévia de Zahra) e eu estava buscando um livro do gênero que pudesse me cativar (já que minha última leitura de retelling, To kill a Kingdom, foi bastante morna).
O grande protagonista da vez será o gênio, que aqui é uma menina chamada Zahra, uma vez humana há 4 mil anos atrás, Zahra foi transformada em gênio e aprisionada na lâmpada por Nardukah, o Shaitan, a espécie mais poderosa de gênio que comanda todos os outros.
Desde então Zahra só vê o passar dos séculos quando sua lâmpada é encontrada por algum humano, que recebe o direito de fazer 3 desejos.
A última vez que Zahra e sua lâmpada foram encontrados, foi há 500 anos, quando a Rainha Roshana a teve como serva. Roshana pediu o mais lindo jardim que os olhos humanos pudessem ver, e foi nesse mesmo jardim que ambas pereceram, quando Roshana quis se rebelar contra o líder dos gênios. Zahra foi assim esquecida, soterrada, fadada a uma eternidade esquecida dentro da pequena lâmpada. Mas, quando um ladrão chamado Aladdin encontra as ruínas do tal jardim e avista a lâmpada, ao seu toque Zahra é outra vez libertada. Agora Aladdin terá 3 desejos, mas em meio à tudo isso ele certamente não esperava ganhar o coração de Zahra, que ajudará Aladdin a vingar-se da poderosa monarquia de Pathernia, que assassinou seus pais, enquanto Zahra luta pra escolher entre a chance de ter sua liberdade cumprindo uma ordem de Nardukha, ou trair o líder dos gênios por amor à Aladdin, mas condenando a si mesma a perecer outra vez dentro de sua lâmpada.
Eu estou apaixonada por essa história. Sabe aquele livro que termina e a gente se lamenta por ter chegado ao fim? The Forbidden Wish foi assim. Eu me apeguei demais não apenas à Zahra, mas todos os outros personagens também me cativaram. Aladdin é maravilhoso, a princesa Caspida, que se revela cheia de facetas e cartas na manga foi um presente de ler, e Zahra é fenomenal, uma protagonista fora do comum, cheia de personalidade, que foge do previsível. Zahra é um gênio da lâmpada com poder para criar exércitos e fazer homens comuns se tornarem príncipes, mas apesar de seus 4 mil anos ela ainda carrega consigo uma pureza latente para o leitor, ela é divertida, irônica, inteligente e astuta, sabe quando agir e é leal. Acompanhar a narrativa toda através do ponto de vista de Zahra foi viciante. Além disso, há uma enorme aura de mistério por trás da garota, até o final o leitor se pergunta o que realmente aconteceu com Roshana, sua última mestre, que foi tragicamente assassinada, e a versão de Zahra sobre o ocorrido só virá perto do final, até lá o leitor fica formulando 1001 teorias do porquê de tudo.
Os vilões da história também são tão maravilhosamente bem escritos! Temos dois núcleos distintos de vilões: os gênios maus liderados por Nardukah que aterrorizam Zahra, e os malvados humanos que mataram os pais de Aladdin, esses encabeçados pelo vizir Sulifer, braço direito do rei, e seu filho, Darian, primo e noivo da princesa Cáspida.
Os dois núcleos são cheios de surpresas e atitudes inesperadas, surpreendendo em muitos momentos e mantendo o leitor imerso por completo na leitura.
As interações entre Cáspida e Zahra foram meus momentos favoritos. Ambas são mulheres fortes, condenadas a destinos que querem mudar, tentam resistir como podem. Cáspida é uma força da natureza, sua valentia e audácia são estimulantes, certamente esse novo retrato da princesa Jasmine dado pela autora Jessica Khoury conquista em cheio o leitor.
A ambientação me encantou. Eu amo livros que trazem esse ar do Oriente, esse misticismo lendário típico da região. Parthênia retrata bem toda a magia do Oriente, pelas descrições oferecidas o leitor consegue visualizar e sentir-se parte do lugar. Conheceremos bem Parthênia, suas lendas e lutas, seus costumes também. A vida no palácio é retratada com exatidão também e eu amei toda a suntuosidade e maestria de cada lugar descrito.
Jessica Khoury possuí uma narrativa leve, fácil de entender e que prende o leitor. Ela sabe quando despejar informações necessárias e quando deve manter o suspense, e consegue trazer uma trama imprevisível, cujo final é difícil de deduzir. Eu imaginei tantas possibilidades, e mesmo assim, vibrei com cada momento.
O final é fechadinho e muito bonito. Foi legal porque foi coerente. Nada espetacular, irreal. Mas um final cheio de altos e baixos, onde o leitor prende o fôlego, sem imaginar o que ocorrerá e temendo pelo pior. É um final que prende bastante, não deu pra larguar o livro até chegar na última página e valeu a pena cada segundo em que estive capturada por essa historia tão cheia de beleza e magia.
The Forbidden Wish é ótimo, apaixonante e incrível. Bem escrito, com uma ambientação de luxo que transporta o leitor às longinquas e vastas terras do Oriente Médio, e personagens que vão cativar imensamente, é aquele tipo de livro que indico para todos, pois possuí todos os elementos para agradar à vários tipos de leitor. Um retelling de Aladdin que, apesar de suas enormes semelhanças com o clássico original, consegue destacar-se por adquirir suas próprias nuances, traçando uma nova história vibrante e original.
site: http://www.derepentenoultimolivro.com/2018/09/review-242-forbidden-wish.html