Os jovens e a leitura

Os jovens e a leitura Michèle Petit




Resenhas - Os jovens e a leitura


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fariaxt 03/04/2023

Eu daria todas as estrelas do mundo pra você, Petit.
Sem dúvida um dos melhores livros sobre jovens, leituras, bibliotecas que eu li.
A forma que Petit aborda questões teóricas de maneira simples e objetiva me deixou apaixonada. Quero o próx!
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Rafa569 07/02/2023

#05: Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva - Michèle Petit

Dividido em quatro partes e baseado em conferências da antropóloga francesa Michèle Petit no México, em 1998, este livro trata de como a leitura se insere no mundo dos jovens. O trabalho apresentado se baseou em uma série de entrevistas realizadas com esses jovens, a maioria periféricos, na França.

Mais do que qualquer coisa, este livro me propiciou recordar minha trajetória como leitor desde a origem. Me fez lembrar de como comecei a ler, e nas minhas memórias, os gibis da Turma da Mônica foram a porta de entrada. Por volta dos 10 anos eu frequentava uma biblioteca no centro da minha cidade, com a minha mãe, de quem herdei o interesse pela leitura. Li bastante os livros da série Vaga-Lume e títulos de romance policial/investigativo infanto-juvenil, passando a livros da série Harry Potter mais tarde. No período entre os 18 e 23 eu me afastei dos livros. Quando retomei minhas leituras no início da idade adulta, me lembro que uma das molas que me impulsionaram foram canais de livros no Youtube, os chamados booktubers. Ali se abriu uma janela que me mostrou livros clássicos e fui fazendo uma lista e desde então não parei mais, e tenho ampliado minhas descobertas com idas frequentes à bibliotecas e também pela internet.

A autora aborda em suas falas os diversos poderes que sempre tentaram dominar a linguagem e os livros, aborda os conflitos no meio social, e os medos que o livro pode despertar, mas o que mais falou comigo foi a questão: como um leitor se torna um leitor? Minha mãe lia. Dentre seus 4 filhos, somente eu "puxei" esse amor pelo livros. O que desperta esse interesse?

Na época das pesquisas de Michèle não existiam as redes sociais, e fiquei instigado, também por ser estudante do curso de Biblioteconomia, a buscar mais sobre o papel dos influenciadores na promoção da leitura hoje, nas mais diversas plataformas, Youtube, Instagram, Tiktok...

Mas e você? O que o motiva a ler? Qual seu interesse? Desde quando você lê?
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uiliandalpiaz 23/01/2022

O jovem lê ou não lê?
A obra é um convite para refazermos o olhar com relação entre os estigmas e mitos existentes entre "jovem e leitura". A autora percorre suas pesquisas acadêmicas e diálogos em análise da relação de jovens franceses nas décadas passadas (e também outros recortes geracionais, de gênero, geográficos, etc.) na sua relação com a leitura e, por consequência, quais aspectos e pontos são trazidos presentes. É um convite a ser feito sem estigmas (nem aqueles pessimistas clichês de que "o jovem não lê" ou "no nosso tempo se lia mais" e nem aqueles de que relativizam tudo como leitura).

Diria que a parte mais bonita e significativa com os exemplos e análises ao longo de cada capítulo são os papéis positivos em que se pode espelhar, em especial a leitura faz ressoar como mediadores: do educador/a, do agente e dos espaços de biblioteca e dos ciclos/clubes de leitura. São ressaltadas também histórias que sublinham o poder da leitura em vários espaços e sobretudo como ponte de transformação e conhecimento.
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Chris Silveira 02/10/2021

Todo mediador de leitura deve ler!
A autora tece reflexões sobre a leitura e seus leitores e mediadores a partir de exemplos reais. A maneira como escreve é fácil, direta, objetiva, mas sensível. Obra importante para quem trabalha com texto literário em sala de aula, bibliotecas e/ou demais espaços de leitura.
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Michelle B. 24/03/2021

Para todo bibliotecário
Realmente esse é um livro que deveria ter sido lido na faculdade e quem sabe alterado algumas das disciplinas do currículo. A importância de ouvir os leitores jovens e mudar a realidade a partir desses relatos esse é um dia assuntos amplamente discutidos nessa obra.
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Michelle B. 24/03/2021

Para todo bibliotecário
Realmente esse é um livro que deveria ter sido lido na faculdade e quem sabe alterado algumas das disciplinas do currículo. A importância de ouvir os leitores jovens e mudar a realidade a partir desses relatos esse é um dia assuntos amplamente discutidos nessa obra.
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Stefanie Oliveira 17/04/2019

As Relações Sociais Através da Leitura: O que está em jogo na leitura?
Os Jovens e a Leitura: Uma Nova Perspectiva é dividido em quatro capítulos, que a autora chama de "encontros", são eles "As duas vertentes da leitura", "O que está em jogo na leitura hoje em dia", "O medo do livro" e "O papel do mediador". Michèle Petit é antropóloga e pesquisadora, possui outros livros publicados onde busca igualmente compreender e elucidar as relações sociais por meio da leitura. Algumas de suas obras mais famosas são A Arte de Ler ou Como Resistir à Adversidade e Leituras do Espaço Íntimo ao Espaço Público.

Bastante dinâmico, escrito em formato de palestra, baseado nas palestras que a autora cedeu na Colômbia, este é um livro fácil de ler e bastante explicativo. Seu formato não é cansativo, sendo indicado para muitos tipos de leitores, psicólogos, pedagogos, filósofos, sociólogos, antropólogos e principalmente professores. Embora a autora se baseie na educação na França onde vive, é possível comparar e analisar os mesmos fenômenos no Brasil. Além de diversas referências à esses fenômenos que ocorrem também na América Latina, Michèle traz aspectos bastante importantes para contrapor essas relações com a literatura ao redor do mundo.

A autora defende ao decorrer do livro que a leitura é uma experiência singular que como toda experiência implica riscos e nesse caso tanto para quem lê, quanto para quem o rodeia. A leitura é uma experiência singular porque exige autoconhecimento; enfrentar-se internamente para construir, de muitas formas, relações sociais diversas. Se livra de certezas e pertencimentos para confrontar a si mesmo. É no silêncio da leitura e do ambiente propício para ler que experimentamos esse confronto tão íntimo, que pode ser um prazer para alguns e dar medo em outros. Não é sem motivo que os poderes tenham temido tanto, ao longo dos séculos, a leitura; a leitura desloca, faz o leitor se rever. A leitura é uma máquina de guerra contra os totalitarismos, contra os sistemas rígidos de compreensão do mundo, contra os conservadorismos identitários, contra todos os que querem nos imobilizar de alguma forma.

O livro aborda diversas facetas da experiência literária através de entrevistas que a autora realizou com jovens de diversos países que ainda criança tiveram que abandonar seu país e cultura para morar na França, enfrentando diversas dificuldades sociais, econômicas, políticas, familiares e culturais. Possuindo 189 páginas, Os Jovens e a Leitura: Uma Nova Perspectiva é um convite à repensar a importância da leitura para a identidade e individualização dos jovens.

No primeiro encontro, a autora propõe uma reflexão sobre a inserção do jovem no contexto literário. Segundo ela, é por meio do livros que ocorre as relações singulares, ou seja, a relação única de cada jovem com a formação de sua identidade. Michèle Petit entrevistou cerca de noventa jovens para compor o livro, trazendo as experiências pessoais de alguns priorizando a diferença de bairros e contextos econômicos, buscando assim compreender e esclarecer tudo o que está em jogo na leitura. Para ela é necessário dar atenção à singularidade de cada um, e declara: É possível evitar reduzir esses indivíduos em meros exemplos e/ou estatísticas.

"A leitura e a biblioteca podem contribuir para verdadeiras recomposições da identidade. [...] Essa recomposição ocorre em uma relação com o conteúdo de uma biblioteca, uma cultura, um patrimônio."

A pesquisa busca esclarecer a relação dos jovens com a leitura, considerando diversidades espaciais (organização de espaços, acesso à bibliotecas e livros, funcionamento e disposição de acervos gratuitos, além de acesso à orientadores, sejam familiares, amigos, bibliotecários ou professores). O livro traz diversas perspectivas procurando entender melhor o funcionamento e disposição de espaços e pessoas que possibilitam tanto o acesso quanto o interesse dos jovens pelos livros. Mostra a importância da leitura, principalmente na fase escolar. Para ela é fato que a relação com os livros despertam a imaginação, cria-se um mundo singular em cada um, dando autonomia sobre suas próprias vidas e realidade, os torna seres humanos mais críticos e preparados para o presente e futuro, assim como seres humanos agentes de suas próprias vidas.

"Estou convencida de que a leitura, em particular a leitura de livros, pode ajudar jovens a serem mais autônomos e não apenas objetos de discursos repressivos ou paternalistas."

No segundo encontro, Petit traz evidência de como a leitura é um importante meio para modificar as realidades individuais e coletivas. Para ela o que está em jogo é a própria identidade daqueles que se aproximam dos livros, pois é por meio da leitura que esses indivíduos se aproximam de si mesmos, tomando as rédeas de seu destino e que por meio das memórias e incentivos cria-se laços diversos com a leitura, e a partir disso transforma-se o mundo.

"Quando moramos na periferia, estamos destinados a ter uma escola ruim, um péssimo trabalho. Há uma porção de acontecimentos que nos fazem seguir numa certa direção. [...] O fato de existirem bibliotecas [públicas] como esta me permitiu entrar aqui, conhecer outras pessoas. Uma biblioteca serve pra isso." - relata Daoud, 20 anos.

É por meio da inclusão, da facilitação do acesso à leitura que muitos jovens podem transformar sua realidade, melhorando não somente a linguagem e a escrita, mas melhorando principalmente as relações com outros indivíduos e espaços. Para ela, a verdadeira democratização da leitura é poder ter acesso à totalidade dessa experiência e isso ocorre por meio de três aspectos fundamentais:

ACESSO AO SABER: o primeiro aspecto é o de que a leitura é um meio para se ter acesso ao saber, aos conhecimentos formais e desse modo pode modificar nosso destino no meio escolar, profissional e social.

APROPRIAR-SE DA LÍNGUA: o segundo aspecto da leitura é o de que a leitura é também uma via privilegiada para se ter acesso a um uso mais desenvolvido da língua, língua que pode representar uma terrível barreira social.

CONSTRUIR-SE A SI PRÓPRIO: o terceiro aspecto da leitura é o de que a habilidade desigual para servir-se da linguagem não pressagia somente uma posição mais ou menos elevada na ordem social, a linguagem não pode ser reduzida a um instrumento, se dá com a construção de nós mesmos enquanto indivíduos falantes.

No terceiro encontro, Michèle Petit nos faz refletir sobre o medo que muitas pessoas, principalmente o sistema, possui dos livros. Ler consiste em uma atividade solitária, implica na abertura para a linguagem do outro. Ela defende que na falta de destreza no uso da língua não existe verdadeiro exercício da cidadania, expondo as dificuldades que jovens estrangeiros enfrentam ao mudar-se para a França e terem de se adaptar ao país com uma enorme bagagem cultural de seus próprios países, bagagem que ao longo da vida acabam abandonando. Quanto mais capazes de nomear o que se vive, mais nos tornamos aptos à transformar nossas vidas.

O medo não é somente do livro, mas inclusive dos muitos aspectos que os envolve. Medo esse que não parte somente dos jovens com pouco acesso à linguagem e escrita por serem pouco familiares, mas sim dos que temem possíveis revoluções políticas. Por muito tempo o ócio foi demonizado e ter tempo para ler era muito mal visto. O acesso à leitura preocupa os que detém poder, justamente porque não queriam deixar de controlar aqueles que liam. O que estava em jogo era a transição de novas formas de vínculos sociais que por muitos motivos os ameaçavam.

É possível observar, ao longo da história, que o medo que as pessoas detentoras de poder sentem é em perder o monopólio dos sentidos, deixar de controlar a evolução intelectual dos indivíduos. Durante muito tempo mulheres e negros foram proibidos de acessar conteúdos de linguagem impressa, eram afastados da aprendizagem da leitura para que pudessem aceitar a condição de explorados mais facilmente, para que não pudessem se rebelar contra o sistema opressor. Muitos autores eram perseguidos e assassinados. A autora também salienta que o medo também circula o meio familiar de pais não letrados que temiam as consequências da leitura e do "ócio", muitas vezes proibindo seus filhos de frequentar bibliotecas ou passar tempo demais lendo.

O último capítulo, o quarto encontro, traz reflexões através de análises sobre a importância, influência e o papel dos mediadores quanto ao acesso aos livros e ao gosto pela leitura. Para a autora o papel do mediador, seja ele um familiar, amigo, bibliotecário ou professor, e sua margem de ação, suas intervenções, estão longe de ser desprezíveis. O papel dos mediadores é fundamental para os jovens, é através do apoio de um ou mais mediadores que pode-se incentivar a transformações de seus destinos.

Michèle Petit cita as falas da jovem Hava que encontrou apoio das bibliotecárias de seu bairro através da troca de experiências e conhecimentos, apoio que foi fundamental para que Hava pensasse e trabalhasse a quebra do apego aos pais, que eram contra a leitura, e buscasse se profissionalizar para seguir uma vida acadêmica, se preparando para enfrentar diversos obstáculos e transformar seu destino. É o caso também da jovem Zohra que sem incentivo da família e a hostilidade deles quanto aos livros, encontrou apoio em professores e bibliotecárias, e de maneira autodidata se formou bibliotecária.

"A biblioteca foi uma descoberta extraordinária, pois modificou a minha vida. Permitiu-me sair de casa, encontrar pessoas, ver coisas interessantes." - comenta Zahra.

Para a Michêle é essencial a transmissão do amor pela leitura. Segundo ela, o gosto pela leitura não pode surgir da simples proximidade material com livros, é preciso trocas, incentivo, hospitalidade e acolhimento desses mediadores para não só aproximar jovens da leitura como mantê-los interessados, principalmente os inspirando.
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Kekeu 23/12/2017

A importância do mediador
Relembrei de vários mediadores que incentivaram e apresentaram obras lindas dos quais eu cresci muito em conhecimento e como ser humano.
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Rosi 13/12/2017

A importância da leitura na vida dos jovens.

Michele Petit é antropóloga e pesquisadora, escreveu o livro Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva, que trata das múltiplas dimensões envolvidas no ato de ler. Baseada em entrevistas realizadas com jovens da zona rural e da periferia de grandes cidades da França, Petit reflete sobre a importância da leitura para a formação humana e para a inclusão social. A obra está dividida em quatro partes, referentes às quatro palestras ministradas no México em 1998, a saber: “As duas vertentes da leitura”; “O que está em jogo na leitura hoje em dia”; “O medo do livro”; e “O papel do mediador”.
O que a autora vai criticar é que a sociedade francesa acreditava que os jovens não liam mais como antigamente. Pois antigamente a leitura era imposta, moldava o leitor, os textos eram controlados. Por isso que os poderes autoritários difundem (vídeos, trechos escolhidos, contendo menos possibilidade de “jogo” deixando o leitor com a mínima liberdade).
Michèle Petit investigou essas experiências da leitura no espaço rural e na periferia francesa. Na zona rural, a leitura é lembrada pelos entrevistadores como coletiva, em voz alta e no seio familiar, (leitura oral, catecismo e no orfanato). Na zona rural, aqueles que tinham acesso ao livro, liam escondidos com receio de serem questionados pelos familiares e vizinhos. Já na zona periférica francesa alguns jovens tinham receio de se aproximar do livro, e serem zoados pelos seus colegas. Sobre as duas vertentes da leitura, Michéle Petit vai tratar da leitura controlada e da leitura como liberdade, pois a leitura silenciosa era uma exceção, pois o que essas pessoas da zona rural faziam era uma leitura compartilhada.
Outra parte interessante é na capa do livro, que esta obra não
é um livro de receita, “Sem receitas mágicas, mas com profundo conhecimento de causa...”, esse livro é uma reflexão que devemos fazer, como leitores, professores e família. Já que os principais influenciadores para despertar o gosto pela leitura nas crianças e adolescentes, estão na escola e na família. Por isso que é importante, logo nos primeiros anos escolares o professor incentivar essa paixão pela leitura, e os pais estarem presentes, motivando e apresentando livros, gibis, levando a espaços de leitura. Já que é na escola que o professor pode despertar essa paixão de ler, e em casa os pais podem reforçar essa paixão pela leitura.

Quando terminei de ler esse livro, Os jovens e a leitura: Uma nova perspectiva veio as lembranças do meu período escolar, de como o professor apresentou para a minha turma os primeiros livros. Essa motivação aconteceu com o mediador, não tinha ainda espaço adequado para uma biblioteca, por isso que foram os professores que me motivaram a leitura, pois sempre estavam trazendo pequenos trechos de contos literários, gibis, livros que os próprios professores liam para a turma. Recordo que eles Liam em sala de aula, as rodas de conversas sobre algum trecho de livro (ensino médio), faziam pequenas peças de teatro. E aproximação com a biblioteca só aconteceu no fundamental. Essa minha fase de aproximação da leitura foi importante por que é através da leitura que vamos nos tornar críticos, e a literatura é uma das bases para a formação humana.

Afinal é através do mediador que vai fazer com que o aluno leia não só um clássico, mas se aprofunda mais em conhecer outras obras literárias, possa indicar leituras, oferecer listas de autores que possa interessar ao aluno, e que possa ter o prazer pela leitura. É ele que vai transmitir esse amor pela leitura de uma forma motivadora, pois somente o professor pode fazer com que o aluno tenha esse gosto pela leitura. "Em Transmitir o amor pela leitura um desafio para o professor", a autora menciona que esse amor pela leitura só pode ser transmitido ao aluno se o professor tiver experimentado. Não basta passar um livro para casa e deixar o aluno ler sozinho, o professor tem que motivá-lo, ler com a turma. E segundo Petit é o professor e a biblioteca que podem transformar os jovens da periferia francesa que só conheciam um mundo desigual e violento.

Com as entrevistas eu percebi o quanto o livro pode transformar o leitor. A autora acredita que a leitura é um espaço que podemos nos consolar da vida, dos momentos difíceis. É verdade, o modo que o escritor trabalha a obra nos toca, dependendo do livro, nos irrita e muitas das vezes nos acalma, choramos, rimos com um conto, romance ou uma poesia, é através da leitura que transmitimos nossos sentimentos. O trecho que me apaixonei foi a importância das palavras, segundo Petit: “Lembremos do papel que estas palavras representaram para tantas pessoas, nos campos de concentração, durante a Segunda Guerra Mundial. Ou para outros nos campos stalinistas”. (PETIT. P. 42).
Esse livro deveria ser lido pelos educadores, para refletirem sobre a importância dos jovens, crianças estarem lendo, e com isso possa estar acompanhando o desenvolvimento da leitura, principalmente nos primeiros anos escolares. E que os professores possam refletirem sobre o que os seus alunos andam lendo sem criticá-los e aproximar eles dos textos "difíceis", fazer com que tenham interesse para os livros que a escola aborda, sem se sentirem na obrigação de ler.
Frase que me marcou:

“A leitura não nos tornará mais virtuosos nem subitamente preocupados com os outros. Mas ela contribui, algumas vezes, para crianças, adolescentes e adultos, encaminhem-se no sentido mais do pensamento do que da violência”. (PETIT, Michèle. P.13).
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andrea.borges.1 01/12/2017

Os desafios da leitura
Os jovens e a leitura é um livro maravilhoso, um livro em que todo promotor da leitura deveria ler. Michèle Petit de forma brilhante aborda inúmeras situações que podem contribuir ou não para a formação de um leitor. O livro é resultado de quatro conferências que aconteceram no México em 98, nas quais a autora relata as diferentes problemáticas a cerca da instrução a leitura, nos dando uma efetiva receita de como construir e reconstruir, por diferentes meios, o sujeito pensante.
Apesar dos depoimentos reunidos no livro pertencerem a jovens marginalizados de algumas cidades francesas, o contexto social em que estes estavam inseridos se assemelham a realidade de muitos países, incluindo o Brasil. A dificuldade financeira, os problemas familiares, o conflito social, a dificuldade escolar, são alguns dos problemas presentes nesses depoimentos; e em meio a todo esse desafio, a antropóloga Michèle Petit nos orienta e encoraja a sermos transformados e transformadores, mostrando a leitura como instrumento do saber e construção social.
A leitura nos proporciona experimentar diferentes sensações e reflexões, além de estimular um senso crítico mais apurado. O livro pontua alguns fatos que dificultam o acesso dos jovens ao hábito da leitura, fatos como a falta de incentivo dos pais, o abandono escolar, o ingresso no mercado trabalho para contribuição na renda familiar, dentre outros. Porém me chamou bastante atenção o fato de que a leitura obrigatória, estipulada pelos professores, é uma prática que desestimula os alunos a ler, fazendo com que a leitura seja associada a algo desagradável.
Os jovens e a leitura é divido em quatro partes, uma delas titulada como “O medo do livro”, a qual aborda os principais desafios para a formação do leitor e os diferentes discursos que permeiam essa prática. Tudo que liberta de certa forma assusta, tudo o que te leva a fugir da regra causa certa rejeição; não incentivar a leitura é uma forma de restringir ideias e manter o domínio sobre o outro. Essa prática fortalece os fundamentalistas religiosos, os pais dominadores, os homens de exagerado senso masculino. Nesse capítulo a antropóloga se refere ao poder que o livro tem de transformar mentes, pessoas que geralmente estão subordinadas ao autoritarismo e domínio do outro, e que pode encontrar no livro a chave que abre a porta que a aprisiona. A autora usa a exemplo as mulheres que por séculos foram privadas do acesso ao ensino, de forma a restringir suas ideias, limitando-as ao trabalho doméstico; o negro é outro exemplo usado por ela nesse capítulo, o homem que não podia aprender a ler para não correr o risco de encontrar através do livros o encorajamento para se revoltar contra o seu senhor. Nessa visão o livro se torna assustador para aqueles que estão no poder.
Os diversos relatos contidos nessa obra mostra o papel fundamental da leitura no meio social. Jovens que tiveram suas vidas e mentes transformadas por meio do hábito da leitura, sendo os bibliotecários e professores os mediadores mais comuns nos depoimentos dados. Michèle Petit enfatiza o papel do bibliotecário como um facilitador da relação livro e leitor. A biblioteca é esse ambiente cheio de possibilidades e conhecimentos, para um leitor mais experiente e para os iniciantes, que estão em contínuo processo de crescimento intelectual. A leitura nunca limita, a sua tendência é sempre levar a expansão dos saberes, do senso crítico e do discurso.
Acredito que o papel do bibliotecário como mediador seja menos conflituoso que o papel do professor. A autora pontua que a leitura sugerida aos alunos nas escolas, na maioria das vezes, tem um caráter obrigatório, o que acaba o desestimulando. O aluno geralmente não tem participação nas escolhas literárias feitas pelo professor ou pela instituição de ensino, o que acaba por gerar no aluno uma rejeição aos livros. Esse dado é preocupante levando em consideração que o primeiro contato com os livros, na vida de muitas crianças e jovens, se dá na escola. Dessa forma, o livro nos ajuda a compreender que a leitura precisa está associada a uma atividade prazerosa, e esse prazer só surge mediante a liberdade de escolha do que se quer ler, levando em consideração a individualidade de cada aluno, ajudando-os a manter a sede pelo saber e pelo descobrir.
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Vagner.Fernandes 01/12/2017

Os jovens e a leitura - uma nova perspectiva
“Os jovens e a leitura – uma nova perspectiva” é um livro criado pela antropóloga Michèle Petit – pesquisadora do Laboratório de Dinâmicas Sociais e Recomposição dos Espaços, do CNRS, da França – que procurou reunir na obra relatos e experiências vivenciadas por jovens do interior da França e da periferia. Tais experiências a que os mesmos foram submetidos estavam ligadas à experiência com a leitura, bem como o acesso a todos os elementos pertencentes a este universo (os profissionais da área – professores, bibliotecários e etc. –, ambientes estimulantes a esta prática da leitura, as relações de troca que se davam nestes ambientes, entre outros).
Petit decidiu dividir o livro (publicado em 1998, a partir de quatro conferências por ela realizadas no México) em quatro encontros.
“Primeiro encontro: As duas vertentes da leitura”. Neste capítulo, a autora procura abordar o uso da leitura como sendo um objeto de domínio para a manipulação do coletivo. Neste sentido, é fazer uso da leitura como uma maneira de manipular o pensamento, a maneira de agir, a ideologia daquele que tem acesso a este objeto teórico. Uma segunda vertente da leitura, apresentada por Petit, é que a leitura tem a capacidade de libertar o sujeito. Sendo assim, ela é uma possível ferramenta capaz de auxiliar o sujeito a entender o mundo ao seu redor, a lidar com os conflitos interiores e exteriores, a entender o próximo e entender a si mesmo.
No segundo encontro “O que está em jogo na leitura hoje em dia”, a autora discorre sobre as diversas possibilidades que o sujeito tem de descobrir a si mesmo. Ela mostra, através de relatos feitos por jovens leitores, quais são os elementos que estão em jogo no momento em que o sujeito tem acesso a leitura. Além de descobrir um pouco de si mesmo, o sujeito é capaz de compreender o outro, de lidar com o diferente, com as diversas maneiras de pensar dos sujeitos que, junto a ele, participam do mundo biossocial e vivem experiências singulares, diferentes umas das outras.
O “terceiro encontro: O medo do livro” trata um pouco das dificuldades que o leitor tem de se entregar à prática da leitura como sendo algo para se fazer por prazer, e não por obrigação. Além disso, por meio de uma leitura silenciada e não mais coletiva – como era feita pela igreja na sociedade rural – o sujeito consegue se libertar do espírito de grupo, do fato de achar que a leitura é algo a ser feito sempre de maneira coletiva. Petit retoma o fato de que a leitura, um dia, foi uma prática pertencente à igreja como forma de dominar o pensamento coletivo, manipulando as mentes que eram condicionadas sempre ao trabalho braçal, na roça, na sociedade rural. Conta ainda relatos de famílias onde a leitura é algo visto como inútil, que rouba o tempo de trabalho daqueles que preferem fazer nada em detrimento de fazer outras coisas proveitosas como, por exemplo, trabalhar na roça, na arrumação da casa e etc. Terminando este capítulo, a autora ainda assim explica que ainda que por algumas famílias a prática da leitura seja considerada algo inútil, existem algumas outras que vêem nesta prática a única chance de seus filhos mudarem de vida e alcançarem maior ascensão social e cultural, conseguirem bons empregos e serem reconhecidos como detentores de conhecimento que são exigidos para se inserirem no mercado de trabalho.
Terminando o livro, o quarto encontro tem como tema “O papel do mediador” onde, por meio de diversos exemplos, Petit afirma que para a estimulação da leitura, em um sujeito, não só se faz necessário a presença de um professor que reconheça a importância desta prática, mas que, também, o bibliotecário, o vendedor do livro, bem como todos os profissionais desse ambientes, trabalhem de maneira eficaz de modo a incitar no jovem a curiosidade pela leitura, pelo conhecimento do novo e a ampliação de saberes necessários à interação social, por exemplo. Ter acesso a leitura, neste sentido, é ampliar as diversas possibilidades de ler o mundo.
Por meio de uma linguagem fácil e de testemunhos advindos pelos próprios jovens e seus familiares, o livro procura trazer para o professor, bem como para os demais profissionais que trabalham diretamente com o livro, maneiras de como se pode incentivar o jovem a ler. Além disso, ler não é uma atividade que é subtraída à escola, mas é possível também ser estendida para a casa do leitor, para a comunidade em que ele vive, para as pessoas que ele tem contato na rua, na vizinhança. Um texto ensina o indivíduo a aprender mais sobre a vida, sobre si mesmo, sobre as relações que o fazem estar inseridos no mundo bem como as que o rodeia.
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Yasmim.Medeiros 20/11/2017

Uma reflexão sobre "os jovens e a leitura": do contexto francês ao brasileiro
O livro, escrito por Michèle Petit, divide-se em quatro encontros/conferências —"As duas vertentes da leitura", "O que está em jogo na leitura hoje em dia", "O medo do livro" e "O papel do mediador". Cada encontro trata o tema se utilizando de entrevistas, que foram feitas com leitores da zona rural e jovens de bairros marginalizados da França —sendo muitos destes jovens imigrantes, que vieram de países africanos— e de comentários da autora sobre o que vem sendo dito.

Um ponto bastante interessante que é levantado no segundo encontro, e o qual chamo atenção por pensar no contexto brasileiro, é o de surgir a indagação sobre se/como os jovens leem hoje em dia. Esta indagação me parece essencial se tratando de Brasil quando se pensa que é bastante comum ouvirmos críticas daqueles de gerações passadas em torno da leitura que os jovens de hoje em dia, teoricamente, não fazem. E, quanto a isso, talvez seja útil relacionar este ponto com o primeiro encontro do livro, que trata as duas vertentes da leitura: a leitura prazerosa (que dá uma liberdade ao leitor, que exerce sua subjetividade ao que é lido e se coloca ali como um leitor que interage com o texto) e a leitura obrigatória (muitas vezes vista relacionada à textos escolares e religiosos, que, como dito em entrevistas, remetem uma certa tradição oral e grupal que não levantava espaços de discussões sobre o que era dito, ou seja, há um poder do texto, ele não tem uma relação simbiótica com o leitor). Pois bem, será que os jovens de hoje em dia não leem? Ou será que o que é lido por eles é desconsiderado?

O diálogo que é criado entre as entrevistas (que parecem indiretamente conversar entre si) e o texto da autora estabelece uma reflexão, ainda no segundo encontro do livro, acerca de como a leitura é essencial para a criação de identidades, pois é através dela, que jovens estrangeiros da periferia das cidades francesas, afirmam terem conseguido descobrir a si. Foi através da leitura que eles apropriaram-se de si, conheceram o mundo —neste sentido, novamente, penso na realidade brasileira tão repleta de desigualdades sociais. Através da leitura, e não só literatura, é possível conhecer novas realidades, criar sua própria identidade, ter representatividade e, de algum modo, romper um pouco com a discrepância existente entre os mais privilegiados socialmente/economicamente, detentores de um Capital Cultural (Bourdieu), e os menos privilegiados, que, por não pertencerem a famílias mais escolarizadas e/ou a classes média e alta, acabam não tendo acesso às mesmas realidades culturais/sociais, a não frequentarem os mesmos espaços. Assim, através da leitura, é criado um espírito crítico nesses jovens que, como descrito por Petit, "se apropriam da língua": aqui não vista como mero instrumento utilizado em diálogos, mas como algo que se constrói e que é um reflexo do ser humano, ou seja, reflete seu modo de agir e de pensar. Além de, também, quebrar barreiras sociais a partir do momento que se passa a ter uso mais desenvolto dela.

No terceiro encontro, é trazido o questionamento sobre o que o objeto livro representa, ou seja, é mostrado como a figura dele acaba despertando medo nos jovens leitores. Esses medos foram descritos nas entrevistas com vínculos ligados à Igreja, aos pais e ao país de origem. É interessante pensar nesta tríade como elementos que se completam. Os jovens que descreveram os problemas que eles enfrentam com a leitura em casa, por exemplo, dizem que o fato de lerem poderia ser visto como uma tentativa de ser "melhor que os pais", que não tiveram acesso à escolaridade do mesmo modo —ou seja, pode ser visto como uma pretensão à superioridade e quebra da autoridade dos pais e da própria Igreja. Ainda pode ser vista como uma perda de identidade e do vínculo com o país de origem e sua cultura por, nos casos apresentados pela autora, os jovens passarem a ler em outro idioma (o francês e não mais no de seu país de origem) e também a cultura de um outro. Além de estar criando um indivíduo que só pensa no seu individual. Neste último ponto, é importantíssimo ver a dicotomia estabelecida por Michèle Petit, pois a autora chama a atenção pra duas palavras: individualização e individualismo. Os jovens passam a pensar o coletivo através da sua individualização (daquela leitura literária, por exemplo, que apresenta contextos diferentes, ou iguais, de sociedade, culturas, conhecimentos, arte, crenças, leis). A individualização é dada com o valor subjetivo que a literatura oferece ao leitor, com o poder que ele tem de se ver representado nas obras lidas e trazer algum ensinamento, insight, que tenha tido. Do mesmo modo, a leitura (de textos literários, filosóficos, sociológicos, científicos etc) pode oferecer qualquer outro tipo de saber, como, por exemplo, aprender sua história e sua cultura sob outros olhares, aprender um ofício (como é o caso de Christian que aprendeu horticultura pelos livros), tomar as rédeas de seu próprio destino, não reproduzir discursos prontos, ou seja, poder exercer sua cidadania ativamente.

Por fim, o último ponto, que me parece ser um dos mais importantes se tratando de educação, é o do quarto encontro. Neste, a escritora francesa levanta a questão da importância de um sujeito como mediador/iniciador entre a leitura/o livro/a literatura e leitor. Penso, como futura professora, em como os professores (sobretudo os de português/literatura) tem um papel essencial na formação de jovens leitores e em como este livro contribuiu para o meu pensar sobre a prática desse ensino. É necessário que se estabeleça diálogos, leituras orientadas, prazerosas e que se dê ao aluno o poder de escolha nos livros utilizados. A relação de troca entre a figura do mediador, aqui especificamente pensando no profissional docente brasileiro e não como em outros profissionais (como é posto no livro), e a do jovem leitor com leituras que agradem ambas as partes garantindo um estudo crítico/aprofundado em questões sociais e literárias parece ser uma boa escolha/saída.
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Thalles.Candal 20/11/2017

O diálogo generoso de Michèle Petit
O ato da leitura através dos tempos foi sendo visto de prismas diferentes. Quando esse fenômeno converge com a presença de jovens na posição de leitores, ele ganha um novo componente estrutural. Esse panorama é feito e detalhado pela antropóloga francesa Michèle Petit na obra "Os jovens e a leitura: Uma nova perspectiva". A autora ? pesquisadora do Laboratório de Dinâmicas Sociais e Recomposição dos Espaços, do Centre National de La Recherche Scientifique, da França ? constituiu este livro com quatro conferências, chamadas por ela de ?encontros?, realizadas em 1998 no México.

Esses encontros abordam os temas centrais que envolvem a temática da leitura no universo dos jovens, nesse caso, fruto de suas pesquisas, de áreas rurais e de periferias de grandes cidades francesas. O aspecto talvez mais interessante do livro é a transição frequente de vozes que a autora promove ao trazer à luz depoimentos de jovens inseridos nessas realidades, retirados de entrevistas da autora enquanto pesquisadora e antropóloga. A generosidade de Petit ao dar voz a esses personagens muitas vezes esquecidos pelo mundo da literatura confere à obra grande credibilidade enquanto tratado de literatura e consciência social.

O livro reflete através dessas entrevistas sobre, como já denuncia o título, uma nova perspectiva dos jovens e da leitura no contexto rural e periférico da França. Para tanto, a autora parte de duas vertentes da leitura: uma coletiva, direcionada, moldadora, e outra individual, aberta a subjetividades. Desse postulado, desenvolve-se ?o que está em jogo na leitura hoje em dia?, título do segundo encontro, onde a autora enumera e constrói um panorama completo, de uma perspectiva histórica até a sugestão de estratégias para o incentivo à leitura. No terceiro encontro, Petit aborda ?o medo do livro?, refletindo sobre os impasses da leitura para os jovens, passando novamente por uma análise diacrônica até os preconceitos que rondam hoje esse ato. O quarto e último encontro aborda ?o papel do mediador?, numa grande discussão sobre os ambientes de leitura e seus agentes e obstáculos.

Fazendo uma análise comparativa da realidade rural e periférica francesa e a brasileira, podemos observar muitas aproximações diretas e indiretas. Os jovens entrevistados por Petit têm um perfil bem particular. Muitos são imigrantes ou filhos de imigrantes africanos ou asiáticos e vivem nas periferias das grandes cidades francesas. No Brasil, a realidade das periferias é diferente, mas esses jovens também enfrentam dificuldades. Seja pelo componente social, racial, geográfico ou todos eles conjugados, o acesso à cultura é alijado desses jovens. Na França há um maior acesso, mesmo por habitantes do campo ou da periferia, a bibliotecas públicas, fato que não se aplica ao Brasil. No entanto, quando se trata do ?sentir-se estrangeiro a uma língua?, a realidade brasileira pode ser analisada um pouco mais próxima à francesa, uma vez que o ensino normativo de gramática nas escolas brasileiras impõe uma proposta de língua cristalizada a qual esse jovem não tem acesso.

O livro ?Os jovens e a leitura: Uma nova perspectiva? auxilia o seu leitor a refletir profundamente sobre o universo tanto da leitura em si quanto do seu ensino em instituições escolares e bibliotecas. A contribuição de Michèle Petit para esse debate é grande, uma vez que essa obra aborda todas as etapas da construção da leitura na sociedade, aprofundando-se na atmosfera dos jovens, com dados históricos, análises reflexivas de depoimentos e, principalmente, na minha visão, do balanço sobre o que pode ser feito no ensino de literatura para que se encontre o ponto certo, o tão difícil e cobiçado equilíbrio da ?propaganda? da leitura, seja como fruição ou expansão de horizontes ou fonte de conhecimento. Não pense ao ler isso que Petit dá receitas mágicas a respeito do ensino de literatura. A autora apresenta uma nova visão do problema, com reflexões originais e muito pertinentes.

Uma palavra que poderia sintetizar a forma dessa obra seria ?diálogo?. Michèle Petit dialoga com seus leitores; os encontros, enquanto quatro grandes blocos-capítulos, dialogam entre si; o próprio livro traz trechos de diálogos com jovens sobre suas experiências enquanto leitores; enfim, o livro é uma conversa agradável, provocante e inspiradora para os leitores que se interessam pelo assunto e, em especial, para os professores. Recomendo fortemente, enquanto graduando de Letras, essa leitura que não apresenta fórmulas, mas revolve o terreno da discussão sobre a leitura e lhe traz novas perspectivas.
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