CultEcléticos 11/01/2017
Interessante observar que essa é uma obra que muita gente conhece a história, pois é bastante explorada em várias formas: já foi adaptado para o cinema sendo em formato de filme, animação bem como em Histórias em quadrinhos; ou seja, muitos conhecem sem tê-la lido. Então, embora trate-se de um clássico muito familiarizado da maioria, vale muito a pena ler esse romance.
Ao ter contado com a obra literária deparamo-nos com este belo e breve prefácio do autor:
“Neste pequeno livro fantástico, tentei despertar o Fantasma de uma Ideia, que não deixe meus leitores de mau humor com eles mesmos, uns com os outros, com a época do ano, nem comigo. Que ele possa assombrar suas casas de maneira agradável, e que ninguém queira expulsá-lo.
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De seu Criado e Amigo Fiel,
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C.D.
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Dezembro de 1843″ (p.17)
A narrativa inicia-se apresentando um acontecimento triste resultado de uma vida de solidão e avareza despertando em que lê já um sentimento de compaixão preparando o leitor para mostrar o caminho que acaba sendo percorrido por quem escolhe um modo de vida amargo, solitário. Trata-se do sócio e único amigo de Scrooge: Marley. Marley morrera e seu funeral fora triste pois não cultivou bons sentimentos nas pessoas enquanto vivera. Será o fantasma de Marley que virá alertar Scrooge sobre o fatídico fim que também o espera caso não mude e também o avisa sobre a visita de 3 Fantasmas: Fantasma do Natal Passado, Fantasma do Natal Presente e Fantasma do Natal Futuro…
Parece que a vida derradeira dá uma chance ao protagonista, Ebenezer Scrooge, de mudar seu jeito ranzinza e deixar de lado sua avareza mostrando-lhe que as opções existem e que se pode ser melhor e, fazer o melhor mesmo diante as dificuldades e sobreviver a elas, não torna ninguém um ser superior…
O foco narrativo dá-se em 3ª pessoa e de forma da se aproximar com o leitor como se estivessem à beira de uma lareira contando uma história natalina repleta de ensinamentos trazendo aos corações a percepção do espírito de Natal, pois o narrador se volta muitas vezes ao leitor.
“Uma História de Natal” torna-se ainda mais interessante quando sabemos que Charles Dickens (1812 – 1870) a escrevera às pressas para que pudesse sanar dívidas e acabou sendo um sucesso de crítica e de público! Daí, possivelmente, esse otimismo presente na obra de Dickens, seria a representação do que ele realmente acreditava.
É uma obra que não basta APENAS conhecer a história (como já citei acima em todas as outras formas existentes), vale a pena a leitura TAMBÉM do romance para que possa entrar no clima descrito por Dickens de maneira primorosa e muito prazerosa. Não é uma leitura difícil e/ou cansativa, aliás, está bastante longe disso; para Charles Dickens, “uma das funções do escritor era despertar os leitores para a consciência social e política e contribuir para o aprimoramento moral da sociedade.” (p. 9)
(Liz Frizzine)
Resenha publicada no site CultEcléticos.
site: http://www.cultecleticos.com.br/resenha-literara-uma-historia-de-natal-a-christmas-carol-de-charles-dickens/