Cultura do Medo

Cultura do Medo Barry Glassner




Resenhas - Cultura do Medo


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Carlisson.Bardo 10/08/2012

Por que tememos cada vez mais o que deveríamos temer cada vez menos: crime, drogas, minorias, mães adolescentes, crianças assassinas, micróbios mutantes, acidentes de avião, fúria no trânsito e muito mais. Este é o estranho e enorme subtítulo do livro Cultura do Medo, de Barry Glassner, em tradução de Laura Knapp, lançado pela editora Francis.

O subtítulo já anuncia bem o que vamos encontrar. Como a mídia, governos e grandes empresas terminam, como se diz, “botando pilha” em assuntos não tão relevantes quanto outros. Como exemplo vejamos o caso do massacre em Columbine, em 1999. Na época surgiram vários questionamentos na imprensa estadunidense prevendo uma “epidemia” de crianças assassinas. O psicólogo Peter Langman escreveu depois, em seu livro Why Kids Kill: Inside the Minds of School Shooters: “Não eram rapazes comuns que foram importunados até retaliarem. Não eram rapazes comuns que jogavam jogos de videogame demais. Não eram rapazes comuns que queriam apenas ser famosos. Eles simplesmente não eram rapazes comuns. Eram rapazes com problemas psicológicos sérios”. A incapacidade da mídia de perceber este caso como uma tragédia pontual assusta. Em casos assim, questiona-se tudo: da solidão aos videogames, do desejo de fama à falta de acompanhamento dos pais. Assim, um caso isolado vira epidemia e a imprensa nem questiona a venda de armas como um “facilitador” desse tipo de crime.

No decorrer do livro vamos vendo como as estatísticas, estudos e depoimentos de pseudoespecialistas são utilizados para dar combustível a esse tipo de distorções, que elevam casos assustadores e excêntricos ao status de epidemia, ignorando completamente riscos e epidemias reais.

Não é só no Brasil que a imprensa distorce muito as coisas (embora aqui, em especial, tenham atingido um certo talento e controle). Exemplo claro: por que o SUS é sempre representado como algo ruim na imprensa? Já li e vi depoimentos de amigos Brasil afora falando de experiências pessoais com o sistema e sei do sistema daqui. Por que a imprensa brasileira se apressa em condenar instituições públicas e não fala em investimento? Já parou pra pensar nisso?

Quanto ao livro, bem, mesmo a realidade de lá sendo um pouco diferente da realidade daqui, venho notando uma tendência de imitação, que intelectuais e líderes daqui costumam tentar reproduzir o que houve por lá, com diferença de uns anos. Desta forma, o livro é também interessante para nós. Gostei da leitura e recomendo.

Publicado em http://bardo.ws/
Ed 22/03/2016minha estante
tu tens??? MIMPRESTA! Timpresto um meu!!! ;D




Carla Martins 06/02/2013

Recomendo!
Números mascarados, intenções obscuras, notícias enganosas. Assim, Barry Glassner defende a teoria de que temos cada vez mais medo de fatos que acontecem cada vez menos. E, paradoxalmente, ignoramos problemas e acontecimentos que deveriam, esses sim, causar preocupações e resultar em atitudes drásticas, como a poluição, o desemprego, a venda indiscriminada de armas e a homofobia. Estudando os fatos nos EUA, Glassner afirma que os americanos sofrem cada vez mais por motivos menos reais, como crianças assassinas, epidemias destruidoras da humanidade e internautas pedófilos.

Ele prova, por meio de números e pesquisas em jornais e emissoras de televisão, que há interesse de pequenos (mas poderosos) grupos em provocar certos tipos de medos na população, ao mesmo tempo em que não é interessante divulgar o que realmente deveria causar preocupação. O livro é ótimo e, apesar de tratar da vida norte-americana, pode ser facilmente interpretado para a nossa realidade. A distorção e superexposição de alguns fatos pela mídia, assim como acontece nos EUA, é fácil de ser analisado por aqui também.

O livro serviu de fio condutor para o aclamado "Tiros em Columbine", de Michael Moore. Vale a pena ler, nem que seja apenas para abrir a mente acerca de tudo o que o autor tem a dizer. O livro desperta para muitas verdades, alguns momentos de desesperança e para muita reavaliação.

As pesquisas do sociólogos são minuciosas e muito bem feitas, resultando em uma obra rica e recheada de dados estatísticos, ótimos para proporcionar ao leitos a dimensão fiel do que está sendo analisado. Recomendo
Ed 22/03/2016minha estante
tu tem??? MIMPRESTA! Timpresto um meu!!! ;D




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