Nos Bastidores da Notícia

Nos Bastidores da Notícia Alexandre Garcia




Resenhas - Nos Bastidores da Notícia


6 encontrados | exibindo 1 a 6


Guilherme 11/01/2022

Bom
O livro no geral é bom, vale a leitura, traz boas histórias dos bastidores da política brasileira, ameniza um período obscuro do Brasil. Não sei se foi intenção do autor, mas do meu ponto de vista, no livro, ele não se mostrou tão imparcial sobre suas opiniões transpondo a máxima de que jornalista deve se ater somente aos fatos, já que fica claro em vários momentos suas ideologias. Enfim...
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Fimbrethil Call 22/10/2009

Bom
Bom esse livro, onde Alexandre Garcia conta, quase que numa autobiografia, detalhes da vida em Brasília, primeiro como funcionário do governo, durante o governo Figueiredo, e depois como repórter.
É muito interessante ver como os repórteres vão atrás da notícia, como ela é enxugada até chegar ao público.
Recomendo
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Érika dos Anjos 27/07/2009

Jornalismo sem reservas
Esse foi um dos primeiros livros que comprei quando entrei para a faculdade de jornalismo. E não me arrependo. Hoje, alguns anos depois, percebo que grande parte do que foi escrito por Alexandre Garcia nessas páginas é verdadeiro: para chegar a algum lugar, o bom repórter precisa, antes de tudo, de uma boa dose de sorte!

No livro, o jornalista conta sobre várias fases de sua carreira, desde o Rio Grando Sul até a chegada às 'Organizações'. Alguns episódios são bem conhecidos do grande público e outros aparecem como novidade.

Além disso, o autor pouco se vale dos jargões da profissão e, quando os usa, faz questão de explicá-los. Assim, o livro pode ser lido por qualquer pessoa leiga no assunto ou, como eu era na época da leitura, um 'foca' em busca de conhecimento sobre o mundo do jornalismo.

Confira e comente esta e outras resenhas em http://www.oquartoelemento.com.br
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Luiz Cláudio 27/07/2010

Mais um livro que é importante para entendermos um pouco mais fatos relevantes na história do nosso país nos últimos 40 anos.
Ele conta passagens dó fim da ditadura e da campanha das diretas, da sua amizade com o presidente Figueiredo, do governo Sarney e um pouco sobre o Collor.
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jmrainho 09/04/2014

Nos bastidores da notícia

Nos Bastidores da Notícia, Alexandre Garcia, 4a. ed. Globo 1990.

Alexandre Garcia, (1940) gaúcho, formado em jornalismo pela PUC/RS em 1971. Foi correspondente na Argentina pelo JB, correspondente em Brasília, também pelo JB. Sua família era conterrânea de Geisel - as famílias se conheciam -, o que ajudou na aproximação com os militares ditadores. Acompanhou a comitiva Geisel em diversos países.

Teve a infelicidade de publicar o livro em 1990 no inicio do governo Collor, que elogia. Mas quase toda mídia caiu no conto do Collor, apoiou-o descaradamente e foi complacente com ele.

Cita o caso Herzog como um acidente de percurso da abertura, critica a grosseria de jornalistas em coberturas internacionais, delicia-se com o turismo nos lugares onde cobriu, deslumbrando-se com o ambiente e com almoço e jantares com as fontes-elites. Morava no setor Mansões do Lago... como foi boa a época da ditadura...

Lançou o livro João Presidente, quando ainda estava no JB. Ele é convidado para entrar no Palácio logo depois, em abril de 1979 e ficou até novembro de 1980. Foi convidado pelo militar Rubem Ludwig, ministro da educação. Começou como subsecretário de imprensa nacional, mas bateu de frente com o ministro e porta-voz Said Farhat (que foi presidente da Embratur de Geisel 74-79 e foi dono da revista visão que comprou em 65 e lançou o Guia Quem é Quem na Economia Brasileira, e os filhotes Dirigente Industrial, Dirigente Agrícola, Dirigente Construtor e Dirigente Municipal, inaugurando no Brasil o sistema de distribuição gratuita e criou o prêmio Homem de Visão. Vendeu para o grupo Maksoud em 1974). Cria uma imagem culta e boazinha de Golbery


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Nos 50 anos da ditadura vale a pena reler alguns livros como este onde jornalistas ficaram no meio fio entre a "amizade: e complacência com os militares e o esforço da cobertura isenta. Garcia saiu do JP, foi assessor de imprensa do general Figueiredo, retornou para a mídia na Manchete (Bloch o queria para fazer lobby com os militares e conseguir concessão de TV o que conseguiu), e depois para a Globo, onde está hoje.

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TRECHOS

Conselho de Ludwig quando assumiu a área de comunicação do governo para atuar como porta-voz em notícias ruins (o ministro Said Farhat cuidada das notícias boas, segundo Garcia):
"O principal é você aprender a música. Sabendo a música, você bota a letra em qualquer circunstância".

Conselho de Garcia para repórteres da TV Manchete em Brasília:
Se você vir um cavalo preto e reportar que ele é branco, porque você não gosta de preto, sua reportagem não vai mudar a cor do cavalo. E quando alguém descobrir a verdadeira cor, nunca mais vai ter certeza de que você está dizendo a verdade

Cita que aproximou Sílvio Caldas do Figueiredo, pois ele queria construir um memorial JK em Brasília. Garcia cita o memorial como uma obra que ajudou a construir.

...O mesmo não aconteceu (tentativa de amenizar o fato) quando um menino, no saguão do palácio do Planalto, pergunta a Figueiredo o que ele faria se ganhasse o salário mínimo. Quando Figueiredo respondeu "Se eu ganhasse o salário mínimo eu daria um tiro na cuca", todos os jornalistas presentes riram e registraram. Eu fiquei escandalizado, mas o ministro Farhat estava ao lado, rindo também e aí eu concluí que o problema não era meu. Acabou sendo problema do presidente. Ao ministro Farhat foram atribuídos os lances de publicidade em que Figueiredo tomava cafezinho, andava na rua, carregava crianças.

Foi indicado como porta-voz do programa nuclear.
Eu gostava daquilo. Era um desafio defender o que era pouco defensável ou que, pelo menos, tinha grande parte dos jornais contra.
A polêmica em torno do Programa Nuclear explodiu a partir de junho de 1980, quando o governo federal desapropriou uma área no litoral paulista, entre Peruíbe e Iguape, para construir as usinas nucleares IV e V. A partir daí eu passe a ser orientado, todos os dias, por autoridades do Programa Nuclear, para responder às perguntas dos "opositores" jornalistas a que se referia documento confidencial do governo.

Foi criticado pela Veja pela vulgarigade palaciana, por Garcia ter dado entrevista a Playboy

Farhat saiu do governo 35 dias depois de Garcia - este agora na Manchete.
Entrevistou Jânio Quadros em sua casa no Guarujá e falaram sobre a renúncia. Garcia se auto-elogia dizendo que conseguiu a única explicação clara dada até hoje para a renúncia. Na verdade Jânio não explica nada e ala do momento econômico terrível que a economia do país vivia e que tentou conter o processo inflacionário de forma abrupta. E que achou que se ficasse trancado em Brasília o dia todo resolveria os problemas do país e se distanciou da imprensa. "O que me conforta [e saber que atendi minha consciência e se não fiz mais e melhor foi por deficiência próprias". (Ué, cadê a explicação das "forças ocultas"??).

Voltando ao Brasil. fui ao ministro Golbery e a Figueiredo dizer que se a Manchete ganhasse a concessão de TV (Ganhou junto com Silvio Santos) eu seria o diretor de jornalismo e o jornalismo teria sede em Brasília.

Sobre a bomba no Rio Centro Garcia diz que Figueiredo não apurou pois não era função dele e sim da polícia. (Hilário). E garante que Golbery não saiu no governo por causa da bomba.

Elogia a força física de Maluf correndo o Brasil em busca de votos, com fichas hipócritas descrevendo a vida dos prefeitos, simulando assim uma familiaridade.

Enquanto o pau comia no Líbano, e Garcia fazia uma cobertura superficial, falou de sua volta para Israel e o peixe São Pedro, comido na beira do mar da Galileia...ficou três dias conhecendo a cidade, fotografando...
Depois da guerra pensei que merecia uns dias na Grécia e depois para Paris.

Também cobriu as guerras da Namíbia e Angola
Depois foi para a África do Sul onde elogia o apartheid dizendo que tem mais racismo no Brasil que ali. Fica admirado com o luxo do bairro dos negros, melhor que os melhores bairro da elite no Brasil...Viu pretos saindo com loiras... Vi a ilha onde está preso Nelson Mandela - e ficou por isso mesmo, não comenta mais nada, não contextualiza.
Alguém falou: "Sabe qual é o cúmulo da segregação? É pedir uísque Black & White em copos separados".
Garcia era bom para dar a visão das elites, onde quer que estava...Mas ele não era elite, foi picado pelo mosquito que pega muitos jornalistas pela proximidade do poder.

Ganhou a medalha Mascarenhas de Moraes por uma cobertura dos veteranos de guerra (FEB).

Ironizou os sem-terras

Sobre a tragédia de Tancredo.
Mauro Salles, publicitário, foi o encarregado de Imprensa de Tancredo.
Garcia fez pela primeira vez ancoragem no Jornal da Manchete, no diagnóstico de diverticulite de Tancredo.
Tancredo morreu no domingo, 21 de abril, bem antes da hora oficial anunciada pelo porta voz Antonio Brito.

Também é condescendente com Sarney.
No final de agosto, eu preparava uma matéria especial (para Manchete) mostrando as figuras da política brasileira e seus sósias famosos...

Sobre os fiscais do Sarney... A TV cheou a anunciar que mil bois desapropriados em SP produziam 221 mil toneladas de carne! Na emoção, produziam-se minotauros de 221 toneladas cada um. Importava-se o pó radioativo.

Terminei o ano com um convite do comandante militar do planalto, general Mário Sampaio, para cobrir as manobras de seu comando. Aceitei, mas pedi para fazer uma atualização, como reservistas. E gravei a reportagem com uniforme camuflado de combate, atirando com dois velhos conhecidos, o morteiro 50 mm e a metralhadora pesada Browing 50. E com um arma que eu não conhecia, a metralhadora MAG 7.62. Foi uma festa!

Cita a ascenção de Collor, caçador de marajás.

Critica um professor da UNb que fala da imparcialidade jornalística: "Mas eu não estou ensinando meus alunos a serem repórteres isentos, neutros e objetivos. Eu os estou ensinando a a serem militantes ideológicos!"

Ainda em março o coronel Calos Alberto Brilhante Ustra, me dá uma entrevistas exclusiva, em sua caso, e lança o livro, Rompendo o silêncio. Ele me disse estar certo de que seria punido. Perdeu a promoção de general, mas não teve outra punição. Fui a almoçar com o ministro Leônidas e perguntei (foi lá pedir a bênção dele??) a ele sobre a aplicação do Regulamento Disciplinar do Exército. Ele respondeu: Mas que RDE? Então ele não tem direito de escrever um livro? Então ele não tem família nem honra para defender?

Critica o "besteirol" da Constituinte.
Diz que Caiado e Lula combinaram segurar seus extremistas.

Alega sua saída da Manchete por não gostar da apelação do carnaval publicado pela revista Manchete. Na verdade, Bloch iria perder a concessão da TV porque as esposas dos generais não gostavam na apelação da revistas. E pediu para Garcia interceder. como este não conseguiu, foi despedido, segundo se entende nas entrelinhas....

Foi para o Jornal Nacional, na Globo.
Fazia as cronicas, no final do Fantástico, com piadinhas sobre políticos.

Sobre as eleições

Eu sou do tempo em que aplaudíamos e admirávamos o colega que conseguisse um furo ou uma exclusiva. Hoje, a gente precisa deitar-se no chão de um carro, para evitar uma revolução contra o trabalho (fala que se escondeu num carro para uma entrevista com o ditador Stroessner em exílio no Brasil). O trabalho individual é desestimulado por uma pressão corporativista: o trabalho coletivo protege os medíocres.

Quando voltei de férias, ouvindo as pessoas dizerem que Collor era o candidato da Globo, liguei para o Alberico, pedindo orientação. Afinal, eu era o comentarias da rede nas eleições. "Você tá louco, sô? É neutralidade absoluta. Nós não temos candidato. Continue assim"
Essa foi a única instrução que recebi durante toda a campanha (ele omite a edição do debate Collor-Lula, que prejudicou o Lula).

Aí as coisas ficaram claras: quando os jornalistas descobriram que o governador de Alagoas seria adversário de seu candidato à presidência, ficaram ferocíssimos por terem promovido Collor e, num mecanismo de defesa que Freud explica, transferiram a responsabilidade para a TV Globo.

No segundo debate, na Bandeirantes, Garcia foi o mediador do ultimo bloco.
Fiquei assistindo, enquanto esperava a minha vez. Uma afirmação de Lula atingiu-me no estômago: "Vou acabar com o ensino particular". Foi a maior agressão à liberdade que ouvi em toda a campanha. Pensei em meus filhos e fiquei revoltado. Pela primeira vez na campanha, eu sentia alguma emoção contra um candidato.

Cheguei a conclusão que Collor era um homem com um enorme potencial. Fora bem-educado, mas precisava de alguns milhões de votos para fazer vir à tona toda a sua potencialidade. Ele sabia tudo e analisava tudo. E estava absolutamente atualizado com o mundo. Fiquei impressionado.

Uma vez perguntei ao meu amigo Flávio Gikovate, que é medico psiquiatra, por que a crítica me dá tanto prazer. Ele acha que sou dessas pessoas que não se sentem merecedoras do êxito. Por isso,ficam felizes com a crítica e a vaia. Na verdade, quando eu termino um trabalho difícil, como foi a transmissão das votações das medidas do plano econômico, eu pergunto "Como foi?" e a pessoa me responde que foi bem, eu fico com vontade de retrucar: "Isso eu sei, eu quero saber o que foi mal". Porque eu quero corrigir, é claro.

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@magalifbr 13/02/2021

Aventuras...
Uma tentativa de mostrar algumas revelações políticas através de impressões de viagem que são traduzidas em episódios divertidos.
Não dá vontade de parar de ler...
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