Everton Vidal 27/10/2022
"Nos fundos do quintal era riquíssimo o nosso dessaber."
Manoel de Barros escreveu que o 'nada' do seu livro era o nada mesmo, o sem importância, o inútil, o simplório… Na sua poesia, as palavras fogem dos significados estabelecidos como em um jogo. O autor descoisifica e descodifica o mundo com o olhar de uma criança que ainda vê esse mundo como uma coisa fantástica. Cada poema é um brinquedo, mas também uma revelação, de coisas que se perderam da visão adulta não por ocultas, mas por escancaradamente óbvias.
Estranhamento, surrealismo, infância, neologismos, humanismo, ecologia, há muita coisa na poesia desse mato-grossense, mas bom é lê-lo sem se preocupar muito em entender, é mais uma questão de sentir, e ficar leve.