Heitor 16/02/2024
Não sou de poesias, mas escuto as rãs de manoel
Não sou um leitor de poesia, não tenho o costume. mas com Manoel de Barros é diferente, ele me deixou uma profunda impressão há muitos anos quando o conheci, ali pela adolescência. não sei falar de poesia, mas sou capaz de ouvir o burburinho dos pássaros, dos sapos, das pedras e dos nadas de manoel. ele me apresentou a virtude do inútil e engrandeceu o ócio. ler sua poesia é um respiro. um alívio que custa a ser esquecido e, quando acontece, revisitar é realizar o bom exercício da nostalgia. a razão do livro sobre nada me diverte, pois gosto de flaubert e gosto do nada: o nada de camus passa por manoel e chega até mim com cheiro de orvalho e gosto de invenção.