Silvana Barbosa 29/09/2015Já que não pode com ele , junte-se a ele .O livro fecha uma série sobre noivas incomuns e corajosas , e todos são bons . ("A noiva do cavaleiro" , "O pecado de Anne" , "A escolha de uma mulher" , "Coragem de mulher")
Esta história é sobre o Henri Gillet, herdeiro de Trouville (o mocinho TDB de Pecado de Anne) e é o mais fraco da série . A culpa não é do mocinho Henri , coerente com as descrições que temos dos nobres à sua época , mas sim na pouca ação da trama , e da idéia proposta pela autora , e que não se cumpre .
Acontece que Lyn Stone nos apresenta uma mocinha ótima , lady Iana , que é viúva , e prefere arder no fogo do inferno que casar de novo . Porém seu irmão exige que ela contraia novas núpcias , e negocia sua união com outro nobre . Iana foge deste noivado e aproveita para se unir à Henri e seu escudeiro , partindo de sua cidade . Como se é de presumir , Henri fica de olho comprido na moça , e sem saber de suas verdadeiras origens , acalenta a idéia de torna-la sua amante .
Se Iana não tenciona casar-se , virar concubina , muito menos . E ela o informe disso , em alto e bom tom .
Quando o grupo chega às terras da família de Henri , o moço resolve , junto com seus familiares , e sem consultar a mocinha , resolver tudo de uma só vez ; a situação de Iana , e por consequência , a situação de ansiedade do próprio mocinho .
tsc , tsc , tsc . Coitada da mocinha . Ela repete umas 100 vezes durante o livro que NÃO QUER CASAR . Mas é ignorada solenemente . Por todos . Pelo Henri , pela família dele , pela família dela , e por todas as outras mulheres da trama .
Olha o SPOILER AÍ , gente !
Depois de muita lenga-lenga , nos momentos finais , Iana se rende , e "render-se" é mesmo a melhor palavra para o que ela faz . Optando pelo que pode ser considerado "dos males , o menor" , ela aceita casar com o Henri .
O final é feliz , pero no mucho ... afinal , qual importância tem uma mulher abrir mão de seus ideais ? Bom , pelo menos nas histórias , preferia que isso não acontecesse . Se a autora propoe-se a fazer uma personagem que vai romper com o sistema , seja em que época for , ela tem que ter cacife pra manter sua idéia até o THE END , e criatividade para nos fazer "comprar" sua idéia , por mais descabida que seja dada à época ou lugar em que se desenrola .
Ou então , faz só o arroz com o feijão mesmo , que a gente gosta , se contenta , e todo mundo fica feliz , mesmo entediado .
Sim , eu sei que num romance de banca o final é sempre casamento , gravidez , filhos e este blá , blá , blá . Por isso repito : ou a autora tem cacife pra mudar paradigma , ou melhor nem ficar inventando moda .
Aqui a autora falhou . Nota 2,5 pra ela .