Carolina1220 25/04/2024
???
Realmente valeu muito a pena dar uma chance pros livros do Stephen King!
Peguei Misery por ser um dos menores livros do autor, mas me mantive meio apreensiva porque muita gente gosta dos livros dele e eu tinha certo medo de me decepcionar kkkkk Mas felizmente não me decepcionei!!!! Que livro incrível, sério! Muito bom!
Ele certamente é um livro que possui muitas partes lentas, é uma história construída aos poucos mas que desperta uma curiosidade não só pela trama principal da Annie e do Paul mas também em relação ao novo livro sobre Misery. Facilmente no início ele pode ser considerado até chatinho, mas o autor vai te puxando pra narrativa e mesmo naqueles momentos de lentidão existe uma curiosidade sobre o que vai acontecer, sempre fica aquela pergunta: até que ponto isso pode chegar?
Paul certamente seria um personagem odiável em outras circunstâncias, mas como no próprio livro diz, as circunstâncias não são outras então tudo de horrível que o Paul passa nas mãos da terrível Annie faz você torcer por ele, mesmo que numa vida comum ele seja um cara potencialmente insuportável. Você aprende a valorizar o sofrimento do personagem e até gostar da veia absurdamente sarcástica e autodepressiativa dele a ponto de até chegar a rir (as vezes de nervoso) do que sua mente assustada e levemente (muito, as vezes) enlouquecida pode proporcionar.
Já Annie é um dos personagens mais curiosos que eu já li. É inegável o quanto ela é odiosa mas existem muitas nuances dela que cativam a curiosidade e tornam a história tão instigante. A gente pergunta até que ponto ela pode chegar, que coisas horríveis essa mulher tão absurdamente instável, cruel e inocentemente aterrorizante pode fazer com seu autor favorito? Pior, o que ela pode fazer com QUALQUER pessoa durante o livro? A cada coisinha que a gente descobre sobre ela (e são muitas) o medo e a agonia crescem. ela se torna cada vez mais horrível, cada vez mais assustadora, cada vez mais enojável, irritante, insalubre, nojenta, cruel, repugnante... E tudo isso trás uma essência pra personagem que encaixa tão assustadoramente bem no enredo que eu mesma conseguia enchergar vividamente as cenas (aterrorizante).
Você imagina que algumas coisas são previsíveis e elas podem até ser, até o autor te pegar de surpresa jogando uma bomba no seu colo. A partir de um certo momento você entende que uma coisa aconteceu, mas será que aconteceu mesmo? Ele te tira e te puxa de volta pra certas situação, principalmente nessa reta final, que ele te engana com uma facilidade de quem brinca com criança. É bizarro quando chega um momento que você cria paranoias junto com o Paul, é loucura como ele brinca com a sua mente até você ser alguém tão desconfiado sobre o próximo parágrafo quanto Paul tem sido com qualquer coisa, ele força sua mente a ser (tão vívida!) como a do nosso querido personagem principal.
Existem tantas coisas absurdas a se falar, mas é difícil falar sobre esse livro sem entregar alguma parte da história, então deixo pra quem quiser descobrir lendo, porque muito do que passa pela minha cabeça eu não quero entregar.
Leiam! Só leiam, por favor!