@vcdisselivros 21/03/2022"O motivo de autores quase sempre colocarem dedicatórias em livros, é que o egoísmo deles no final horroriza até eles próprios"O COMEÇO
Paul Sheldon é um famoso escritor de romance, reconhecido pela série de best-sellers protagonizada por Misery Chastain. No dia em que termina de escrever um novo manuscrito, totalmente diferente do gênero que costuma vender, ele decide sair para comemorar e no caminho se depara com uma forte nevasca.
Após derrapar e sofrer um grave acidente de carro, Paul desmaia e acorda dias mais tarde. Ao emergir da nuvem escura em que estava, Paul percebe estar em uma casa isolada e ao ter contato com a pessoa que o resgatou, descobre três coisas:
- Annie Wilkes é sua maior fã, ou como se intitula, “Sua fã número um”;
- Por ser uma enfermeira aposentada, ela tem muitos analgésicos e não poupa recursos
quando o tema é cuidar de Paul;
- Além de fã e enfermeira, Annie é louca, mantém o escritor em cárcere privado e tem métodos sádicos para fazer Paul se comportar e satisfazer suas vontades.
SERIA CÔMICO SE NÃO FOSSE TRÁGICO
Descontente com o desfecho do último livro de Misery, Annie obriga Paul a escrever um novo livro sobre a personagem, um dedicado a ela, sua última obra prima.
Para motivar o escritor, muitas torturas e ameaças, com uma agulha, ou um machado, tanto faz, o importante é escrever uma narrativa com um final que Annie considere apropriado.
Ferido, debilitado e torturado, Paul Sheldon terá que usar toda a criatividade para salvar a própria pele e escapar deste pesadelo, mas à medida que o tempo passa, Annie fica mais exigente e mais perigosa.
POR FIM
O início do livro foi lento, isso se deve ao fato de grande parte do título se passar no mesmo ambiente e se tornar repetitivo ao fazer uso da fórmula “Erro/Punição”.
No entanto, ao passo que as páginas passam, vamos nos solidarizando com Paul e da situação em que o mesmo se encontra, passamos a torcer por ele e a sentir asco de Annie.
Stephen King soube abordar bem esse lado de fãs psicóticos, pessoas insanas, descompensadas, que levam a paixão e as coisas a outro nível.
O interessante também é ver Paul falando sobre o processo de criação de um livro, deixando no ar curiosidade, pois não sabemos se King inventou isso para o personagem ou se faz uso de alguns desses métodos na própria escrita.
Em suma, personagens bem construídos com um desfecho de tirar o fôlego!